sábado, março 29, 2008

EDITORIAL: "ESTAVA ESCRITO NAs ESTRELAs..."

'Candidatura de Dilma em 2010 está morta', diz analista

SÃO PAULO - A candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República em 2010 está "natimorta" após o episódio do dossiê de gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A afirmação é de Marco Antonio Villa, historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
Segundo o analista, com as denúncias, Dilma enfraqueceu e agora virou a "madrasta do dossiê".
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"A ministra está em uma situação muito difícil, a política é muito dinâmica. Ontem, era a Mãe do PAC, agora é a madrasta do dossiê. Ela não chama o dossiê de dossiê, e sim de banco de dados. Independentemente da denominação, é uma tentativa do governo de chantagear a oposição", disse o professor ao estadao.com.br.
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Villa lembrou a impunidade nos escândalos do governo e disse que, sem apuração, aparecerão ainda "inúmeros dossiês". "Existe uma verdadeira central de fabricação de dossiês na Casa Civil , afinal são dezenas de assessores que não tem o que fazer, e querem chantagear a oposição. Mas acho que nada será apurado e teremos inúmeros dossiês, o que é um enorme desserviço a sociedade, porque despolitiza a sociedade", criticou.
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O analista diz ser possível que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa vir a se candidatar em 2010 e não tenha que transferir seus votos a algum candidato. No entanto, não acredita em uma mudança constitucional.
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"Pode ser que ele não transfira os votos em 2010, pode ser que ele mesmo seja o candidato. Depende muito da situação eleitoral até o fim deste ano. Acho difícil ele propor uma alteração constitucional, mas não acho impossível. Isso vai depender como os candidatos o desempenho. Mas é claro que vai influenciar as eleições (de 2010)", disse.
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Para Villa, o presidente terá dois candidatos, um do PT e outro dos partidos de sustentação. " Tudo indica que o governo terá mais de um candidato e colocará toda máquina a favor do candidato", disse.
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Andréia Sadi, do estadao.com.br