"Entendemos que, independentemente de o Papa Bento 16 ser o representante da Igreja Católica, suas reflexões sejam do interesse de todos aqueles que defendem a vida em todos os seus aspectos: o da "vida" em si, o social, o moral, o religioso" (NHM).
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Papa critica banalização da sexualidade na mídia
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Males sociais como a pedofilia e a prostituição são, em parte, culpa da mídia e da indústria do entretenimento. As palavras são do papa Bento 16, que nesta sexta-feira (16/5), em um encontro com bispos da Tailândia, acusou os veículos de comunicação de prejudicar a sociedade por retratar de forma banal a sexualidade.
"Sem dúvida, a pobreza é um fator que leva a estes fenômenos. Mas há um outro aspecto que deve ser reconhecido. Falo da banalização da sexualidade na mídia e na indústria do entretenimento, que alimenta o declínio dos valores morais", afirmou o papa, lembrando que, na Tailândia, há grande preocupação dos religiosos por conta do tráfico de mulheres e crianças e da prostituição.
"Sem dúvida, a pobreza é um fator que leva a estes fenômenos. Mas há um outro aspecto que deve ser reconhecido. Falo da banalização da sexualidade na mídia e na indústria do entretenimento, que alimenta o declínio dos valores morais", afirmou o papa, lembrando que, na Tailândia, há grande preocupação dos religiosos por conta do tráfico de mulheres e crianças e da prostituição.
Bento 16 lembrou ainda que a forma como a mídia retrata a sexualidade também leva "à degradação das mulheres, ao enfraquecimento da fidelidade no casamento e até ao abuso de crianças".
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Um papa observador da mídia
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Terminou a temporada pontifícia, mas se a mídia, sobretudo a mídia impressa, souber reaproveitar os temas que afloraram nos últimos dias, poderá produzir uma pauta capaz de contrabalançar o pauperismo da atual discussão política.
Estado laico, separação entre Igreja e Estado, concordata com o Vaticano, eram questões reservadas às altas esferas e agora estão na agenda cotidiana. Mas não se pense que elas dizem respeito apenas à Igreja Católica. A defesa do laicismo interessa também - e muito - a todos os que assistem ao loteamento desenfreado da nossa mídia eletrônica por confissões religiosas.
Terminou a temporada pontifícia, mas se a mídia, sobretudo a mídia impressa, souber reaproveitar os temas que afloraram nos últimos dias, poderá produzir uma pauta capaz de contrabalançar o pauperismo da atual discussão política.
Estado laico, separação entre Igreja e Estado, concordata com o Vaticano, eram questões reservadas às altas esferas e agora estão na agenda cotidiana. Mas não se pense que elas dizem respeito apenas à Igreja Católica. A defesa do laicismo interessa também - e muito - a todos os que assistem ao loteamento desenfreado da nossa mídia eletrônica por confissões religiosas.
A separação entre Igreja e Estado não deve confinar-se às pressões para oficializar o ensino religioso nas escolas públicas: deve transbordar obrigatoriamente para o Congresso onde já desfilam se exibem partidos religiosos monolíticos empenhados em fomentar a intolerância.
A crítica do papa Bento 16 à erotização da mídia não se refere ao jornalismo, mas à teledramaturgia que galvaniza as audiências graças a uma apelação sexual barata.
Não é todo o dia que temos um papa observador da mídia. Vale a pena aprofundar suas provocações.
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[Alberto Dines. Edição 432 de 8/5/2007. URL do artigo: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/]>
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