



[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
Autor(es): Luiz Carlos Bresser-Pereira | |
Folha de S. Paulo - 01/06/2009 | |
O DESASTRE econômico que estamos vivendo é consequência da hegemonia, nos últimos 30 anos, do neoliberalismo -uma ideologia de direita que desregulou os mercados financeiros. Entretanto, nas eleições para o Parlamento Europeu que se realizarão nesta semana, não se prevê que os partidos de esquerda avancem e logrem recuperar a maioria detida pela direita. Como explicar esse fato? Por que os eleitores europeus, que sempre se revelam mais conscientes politicamente -mais capazes de votar de acordo com princípios ideológicos e levando em consideração os resultados alcançados-, não estão dando agora uma guinada para a esquerda? Meu diagnóstico é o de que a esquerda não está se beneficiando da crise porque nos momentos em que esteve no poder nestes últimos 30 anos ela fez tantas concessões ao fundamentalismo de mercado neoliberal que, afinal, sua política muitas vezes se aproximava daquelas propostas pela direita. No plano social, isso não aconteceu porque os partidos de esquerda se mantiveram fiéis à ideia de que cabe ao Estado aumentar a despesa social em educação, cuidados de saúde, previdência e assistência social e, dessa forma, diminuir a desigualdade. Enquanto o neoliberalismo defendia um individualismo competitivo extremo baseado em princípios meritocráticos, a centro-esquerda rejeitava o pressuposto do caráter inerentemente egoísta do ser humano e, a partir do pressuposto alternativo de que o comportamento humano é fruto de uma dialética entre dois instintos fundamentais -o da sobrevivência e o da convivência-, afirmava a possibilidade e a necessidade da solidariedade ou das virtudes cívicas e defendia um papel ativo para o Estado na redução das desigualdades. Essa foi sua força. No campo econômico, porém, o histórico da esquerda não é tão favorável. Ela teve uma enorme dificuldade em 1) resistir à proposta de desregulação neoliberal; e 2) em ver uma alternativa econômica à teoria econômica neoclássica e às políticas econômicas convencionais. Não resistiu à desregulação porque se deixou convencer do argumento dos mercados eficientes e autorregulados. E não foi capaz de praticar política econômica alternativa -ainda que uma alternativa keynesiana e desenvolvimentista exista- não apenas porque a hegemonia ideológica era muito forte mas também porque economistas keynesianos e desenvolvimentistas medíocres interpretavam mal Keynes e pregavam algo que os políticos sabem ser desastroso: a irresponsabilidade fiscal. O episódio mais triste de rendição da esquerda perante o neoliberalismo foi, em 1983, o da virada para a direita do governo de esquerda de François Mitterrand. A política incompetente adotada pelo governo nos dois anos anteriores levou o país a uma crise econômica, e, em consequência, esse mesmo governo se viu, de uma hora para outra, sem alternativa senão adotar a ortodoxia reclamada pelo establishment conservador. Uma política econômica de esquerda exige a capacidade de seus formuladores de reduzir as desigualdades sem prejudicar as oportunidades de investimento dos empresários. Para isso, precisa, de um lado, promover o aumento dos salários com a produtividade e estimular a produção de bens de consumo básico, e não de luxo; e, de outro, distinguir empresários, cujos lucros devem ser satisfatórios, dos juros e aluguéis dos rentistas, que devem ser moderados. Se a esquerda houvesse sido capaz de orientar sua política econômica nessa direção, certamente estaria sendo hoje beneficiada pela crise. -------------- LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA , 74, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de "Macroeconomia da Estagnação: Crítica da Ortodoxia Convencional no Brasil pós-1994". ----------------- |
GM ENTREGA HOJE PEDIDO DE CONCORDATA |
Autor(es): Patrícia Campos Mello, |
O Estado de S. Paulo - 01/06/2009 |
A montadora General Motors, um dos principais símbolos do capitalismo americano, vai entrar com pedido de concordata na manhã hoje em um tribunal de Nova York. No fim de semana, um grupo de credores concordou em trocar parte das dívidas da montadora por uma maior participação acionária na empresa reestruturada, assim eliminando um dos principais obstáculos para uma concordata mais organizada. O presidente Barack Obama vai anunciar o pedido de concordata em pronunciamento na Casa Branca, que será seguido de uma entrevista concedida pelo atual presidente da GM, Fritz Henderson, de Nova York. A GM deve nomear um "presidente de reestruturação", o executivo Al Koch (ler abaixo). Especialista em "salvar empresas", ele tirou o Kmart da concordata, concretizando a fusão do varejista com a Sears. "Esperamos um processo de concordata similar ao da Chrysler, embora não tão rápido, porque a GM é uma empresa muito mais complexa", disse ontem um alto funcionário da Casa Branca. O mesmo funcionário informou que a GM vai fechar 11 fábricas e deixar três ociosas e que deve sair da concordata em 60 a 90 dias. O principal objetivo da concordata, segundo a Casa Branca, é fazer com que a GM seja lucrativa em um mercado com venda total de 10 milhões de veículos por ano nos EUA. No ano passado, só foram vendidos 9,5 milhões veículos no país. AGM teve de recorrer à concordata porque chegou ao fim do prazo estabelecido pelo governo americano (vencia hoje) para apresentar um plano viável de reestruturação, sem conseguir reduzir suas dívidas que a Casa Branca exigia. A concordata da GM será a maior de uma indústria na história - está atrás apenas do banco Lehman Brothers e da empresa de telecomunicações WorldCom. A GM tem US$ 91 bilhões em ativos no mundo todo, e seu passivo é de US$ 176,4 bilhões. A Chrysler, que pediu concordata no dia 30 de abril, declarou ter US$ 39 bilhões em ativos. Durante a concordata, funcionários e fornecedores continuam recebendo e trabalhando normalmente. As subsidiárias estrangeiras também não serão afetadas, disse ontem a fonte da Casa Branca. As que precisam de capital terão de receber ajuda dos governos locais, como é o caso da GM Austrália, enquanto as saudáveis, como a brasileira, continuam operando de forma independente. No sábado, a maioria dos credores da montadora concordou em trocar sua dívida por uma participação de 25% na nova GM, facilitando o processo de concordata. Os credores que aprovaram o acordo detêm cerca de 54% da dívida de US$ 27,2 bilhões em títulos.Um grupo representando credores menores da GM, porém, afirmou que vai contestar o plano de reestruturação da montadora. Segundo o plano de concordata, o Tesouro americano dará mais US$ 30 bilhões para a GM se reestruturar (já concedeu US$ 19,4 bilhões em empréstimos) e o governo canadense deve contribuir com US$ 9,5 bilhões. Na nova GM, inicialmente o Tesouro teria 60%, o governo canadense e o Estado canadense de Ontário ficam com 12,5%, um fundo de assistência médica do sindicato teria 17,5% e os credores, 10%. Mas os detentores de títulos poderiam comprar mais 7,5% depois que a nova GM atingir o valor de mercado de US$ 15 bilhões. Depois que a montadora chegar aos US$ 30 bilhões, os credores podem exercer seu direito de ter mais 7,5% da montadora, chegando ao total de 25%. O sindicato pode elevar sua participação para 20%, mas somente quando a GM estiver valendo US$ 75 bilhões. Quando sindicato e credores tiverem atingido suas participações máximas, o Tesouro e o governo canadense terão participação reduzida. A GM passa por um declínio prolongado - sua participação caiu de 48% do mercado americano em 1980 para 22% no ano passado. A montadora acumula US$ 88 bilhões em prejuízos desde 2004. A GM deixou de ser a maior montadora do mundo no ano passado, quando foi ultrapassada pela Toyota. De acordo com o plano de concordata antecipado ontem pela Casa Branca, será criada uma nova companhia, a "nova GM", que reunirá os ativos da GM, e a "velha GM" ficará com o passivo e os ativos que a montadora não quer na nova empresa. A GM já anunciou que vai eliminar a marca Pontiac, vender a Hummer e a Saturn e romper contrato com 2.400 concessionários até o fim de 2010. A Opel, braço europeu da GM, foi vendida no sábado para a indústria de autopeças canadense Magna International e para o banco russo Sberbank, com financiamento do governo alemão. A GIGANTE CAI Cronologia da GM ao longo de um século 1908 O empresário William Durant, dono da Buick, cria a General Motors, que incorpora também a Oldsmobile 1911 Criada a Chevrolet, uma parceria entre William Durant e Louis Chevrolet 1918 Aberta unidade no Canadá 1923 Construída a primeira fábrica na Europa (Suécia) 1925 Inaugurada a primeira unidade no Brasil, no bairro do Ipiranga (SP). Hoje, o grupo tem três fábricas de veículos, uma de motores e outra de componentes. Produziu em 2008 cerca de 600 mil veículos e emprega 21 mil trabalhadores 1928 Operações se estendem para a Índia 1929 Assume o controle da fabricante alemã Opel 1930 Torna-se a maior fabricante mundial de veículos, posto mantido até 2007 1967 Alcança a produção de 100 milhões de veículos 1972 Com parceira local, inicia operações na Coreia 1989 Adquire 50% das ações da Saab 1995 Assinado acordo para fabricação de veículos na China com a Shangai Automotive 1998 Adquire a Hummer 1999 Delphi, fabricante de autopeças da GM, torna-se independente 2000 Em acordo, adquire 20% das ações da Fiat, que fica com 5,1% das ações da GM 2002 Assume o controle da coreana Daewoo 2004 Anuncia reestruturação da Opel, com 12 mil demissões 2005 Fim da parceria com a Fiat, pela qual desembolsou US$ 2 bi. Fecha 12 fábricas e demite 30 mil até 2008. Tem prejuízo de US$ 10,4 bi 2006 Vende 51% das ações da unidade financeira GMAC para o fundo Cerberus 2007 Assina contrato com o UAW que permite reestruturar gastos com planos de saúde e programas de demissão. Registra o maior prejuízo da história, de US$ 38,7 bilhões. Apresenta o carro elétrico Volt 2008 Completa 100 anos. Registra US$ 30,9 bilhões de prejuízo. Em dezembro, pede ajuda ao governo, junto com a Chrysler, de US$ 34 bilhões. Perde a liderança mundial em vendas para a japonesa Toyota Jan. 2009 Recebe parte dos US$ 13,4 bilhões de ajuda aprovada pelo governo e tem de apresentar um plano de reestruturação para provar sua viabilidade Fev. 2009 Anuncia 10 mil demissões no mundo todo e fechamento de mais cinco fábricas. A unidade sueca Saab corre risco de concordata e a Opel pede ajuda do governo alemão Mar. 2009 Rick Wagoner (E), que comandou o grupo por 9 anos, é demitido a pedido do governo Barack Obama Abr. 2009 Anuncia plano de troca de ações dos acionistas, fechamento da marca Pontiac, venda de outras marcas (Hummer, Saturn) e fechamento de 2,6 mil revendas. Negocia a venda da Opel Maio. 2009 Recebe mais US$ 4 bilhões de ajuda do governo. Credores aceitam oferta de troca de dívidas por ações. Governo alemão aprova acordo que deixa a Magna com a maior fatia da Opel na Europa |
Jeitinho de manter o salário | |||||||
Autor(es): Izabelle Torres | |||||||
Correio Braziliense - 01/06/2009 | |||||||
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Daniel Ferreira/CB/D.A Press - 1/8/07 |
Plenário da Câmara: declarações publicadas no Diário da Casa |
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01 de junho de 2009
O Globo
Copa no Brasil vai movimentar R$ 155,7 bi
Barragem recebia remendos há 1 ano
Greenpeace: governo financia desmatamento
Concordata da GM deve ser anunciada hoje
Charge Chico: Entreouvido entre, digamos, amigos
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Folha de S. Paulo
Manchete: GM deve pedir concordata nos EUA
Anunciadas as cidades-sedes da Copa de 2014
Juca Kfouri: Peso da CBF transparece nas escolhas
Vantagem de Alckmin aumenta em São Paulo
Pacientes de gripe suína sobem de 9 para 20 em 4 dias
Há excesso de otimismo sobre a crise, diz Arida
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: GM pede concordata hoje e se submete a controle estatal
Estatais investiram R$ 5,8 bi a mais até abril
Assembleias Legislativas reivindicam mais poder
Congresso vai discutir legalização dos bingos
Cuba aceita diálogo direto com EUA sobre imigração
Fifa confirma a lista das 12 cidades da Copa
Código ambiental: Projeto ruralista tira poder da União
Piauí: Governador culpa clima por tragédia
Notas & Informações: As CPIs funcionam?
Educação: Menos censura e mais critério para os livros
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Jornal do Brasil
Manchete: País encara desafio de R$ 5,7 bi
GM fecha acordo e vai a concordata
Engenheiro nega erro em represa
Estado luta para adiar lei de cotas
Cuba e EUA rumo ao diálogo
Sociedade Aberta
Sociedade Aberta
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Correio Braziliense
Manchete: O mapa da prostituição infantil no DF e entorno
A luta agora é para abrir a Copa
Cabide de emprego: Salário para políticos derrotados
Dinheiro sob o colchão?
EUA protegem Coreia do Sul
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Valor Econômico
Manchete: Construção civil vive fase de redução geral de custos
GM entra em concordata e Chrysler sai
Recuperação da indústria avança, mas segmentada
Hospitais de elite reforçam rede pública
Crise coloca modelo da Ásia em xeque
Contra a informalidade, Positivo se volta às pequenas revendas
Karsten foca na redução de despesas
Começa a disputa pela bilionária infraestrutura da Copa de 2014 (págs. 1 e B3)
Bancos médios também se preparam para alongar prazos de financiamentos, diz Renato Oliva (págs. 1 e C1)
Acordos de compensação
Aeromóvel em Porto Alegre
Escalada da soja
Consumo de lácteos
Bolsa lidera ganhos
Liderança equivocada
Ideias
Ideias