

A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
Perdido no espaço
O ESTADO DE SÃO PAULO - 17/06/09
O pronunciamento do presidente do Senado, José Sarney, mostrou que o senador não compreende a natureza nem a dimensão da crise que assola o Parlamento. Não está à altura das necessidades do momento e, portanto, não é a pessoa indicada para conduzir os acontecimentos ao caminho da melhor solução.
Não tendo sido - como é melhor crer que não tenha sido - apenas uma manifestação de desfaçatez absoluta, o que se viu e ouviu da cadeira da presidência do Senado na tarde de ontem foi um homem fora de seu tempo e alheio às circunstâncias que o cercam.
Referido no passado, apegado a uma fantasia de majestade, movido por conceitos anacrônicos, a exigir reverência a uma biografia que, na sua convicção, o torna imune a questionamentos e faz de qualquer crítica a seus atos uma injustiça por definição.
Se não se fez de desentendido, o senador José Sarney ontem deixou patente que perdeu seu discernimento no túnel do tempo dos 60 anos de vida pública aos quais aludiu, não para oferecer sua experiência à dissolução da crise, mas para se dizer acima de julgamentos.
Ontem, finalmente, foi possível compreender porque Sarney não mediu nem percebeu o risco da insistência em se candidatar pela terceira vez à presidência do Senado. Ficou muito claro também a razão do equívoco de imaginar que poderia ser ungido ao posto pela unanimidade de seus pares.
José Sarney simplesmente não leva em conta o mundo em volta. Apreende da realidade só o que bem entende e depreende o que lhe é conveniente. A despeito dos fatos.
O presidente do Senado usou do microfone para celebrar seu papel de opositor da edição do AI-5, há 40 anos; para exaltar o gesto de rompimento com o partido de sustentação da ditadura militar, há 25 anos; para teorizar sobre o desgaste do sistema representativo no mundo; para relembrar suas realizações em prol da transparência quando ocupou a presidência da República, há mais de duas décadas; para apontar a existência de forças em movimento para enfraquecer o Parlamento.
Deixou, contudo, de listar a nefasta contribuição que o próprio Legislativo dá a esses interesses ao se apequenar com gestos recentes que o presidente do Senado propositadamente ignorou ou sobre os quais simplesmente tergiversou. Quando não distorceu de maneira explícita. Por exemplo, ao dizer que não tem feito outra coisa a não ser tomar providências para corrigir erros cometidos em gestões anteriores.
Discorreu sobre o elenco de atitudes que foi obrigado a tomar sob pressão: a demissão de Agaciel Maia, a suspensão de negócios ilícitos de crédito consignado, o cancelamento do pagamento de horas extras no recesso, a regulamentação do uso de passagens aéreas, a divulgação na internet dos gastos com a verba indenizatória, a publicação dos atos secretos.
Distorções que, quando denunciadas, Sarney atribuiu ao desejo da imprensa de fazer do Senado um “boi de piranha”. Nenhuma das correções fez parte do discurso de posse, cuja promessa mais austera previa um corte de 10% nas despesas.
Isso embora não fosse um estreante, mas um reincidente na presidência. Em defesa do senador Sarney diga-se que se ele não atua conforme exige o tempo moderno, o corpo do Senado tampouco está em consonância com o contemporâneo, pois, se a maioria o elegeu, foi por considerá-lo o homem certo.
Enquanto isso...
...Na Câmara dos Deputados não se fala mais em reestruturação no sistema de gastos em modernização nem em aperfeiçoamento de procedimentos, muito menos em punição para a quadrilha que negociava no câmbio negro com agências de turismo as passagens aéreas compradas pela Casa.
Depois de muito discurso, as providências ficaram resumidas à criação de uma cota única de R$ 23 mil a R$ 34 mil por deputado, para gastos com passagens, correio e telefone. Fora isso, continua válida a verba de R$ 60 mil para contratação de assessores nos gabinetes, o auxílio moradia, mais dois salários extras (13º e 14º) salários por ano. Não houve redução de valores.
O “cotão” poderá ser gasto como, onde e com quem o deputado quiser. De três em três meses, cada qual põe sua prestação de contas na internet. Da maneira como lhe for mais conveniente, não necessariamente da forma tecnicamente mais transparente.
METODOLOGIA
O governo francês levou ao pé da letra a declaração de Lula sobre o pagamento das indenizações às famílias do acidente com voo AF 447 e, mesmo correndo o risco de uma descortesia diplomática, apressou-se em esclarecer que é da Air France, e não da França, a responsabilidade pelos seguros.
Acostumados à precisão das palavras, os franceses não entenderam o espírito da coisa: Lula apenas aplicou a Sarkozy seu método de apropriação de qualquer fato ou ato de caráter positivo.
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http://avaranda.blogspot.com/2009/06/dora-kramer_17.html
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''A CRISE É DO SENADO, NÃO MINHA'', DIZ SARNEY DA TRIBUNA DA CASA .. . |
Autor(es): Eugênia Lopes e Christiane Samarco |
O Estado de S. Paulo - 17/06/2009 |
"A crise é do Senado, não é minha." Esse foi o recado mais duro pronunciado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em um discurso de 33 minutos, sem apartes, feito na tarde de ontem. Ao responsabilizar todos os senadores pela crise administrativa e política, o parlamentar conquistou o apoio dos líderes, incluindo os da oposição, para a ideia de que vai continuar a "corrigir erros" e a "tomar providências sem soltar fogos de artifícios". Para comprometer os senadores, Sarney citou alguns colegas da Mesa Diretora, como o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), e o vice-presidente, Marconi Perillo (PSDB-GO), ambos da oposição, para dizer que nunca toma "providências pessoais". Afirmou gostar de decisões "coletivas". Apesar de ter pelo menos meia dúzia de parentes e aliados políticos nomeados por meio de atos secretos revelados desde a semana passada pelo Estado, Sarney disse no discurso que não aceita ser julgado por causa da nomeação de um neto ou uma sobrinha, o que considera, depois de 50 anos de vida pública, "uma falta de respeito". Ao encerrar o pronunciamento, o presidente do Senado declarou: "Uma injustiça julgar um homem como eu, com tantos anos de vida pública, com a correção que tenho de vida austera, de família bem composta, que tem prezado sua vida para a dignidade da sua carreira." Acrescentou que sempre votou "no sentido de avançar para melhorar os costumes da Casa." Descolando-se dos atos administrativos que desmoralizam a Casa, Sarney sentenciou: "Eu não vim para administrar, para saber da despensa do Senado, o que havia lá. Eu vim, eu sou o presidente do Senado, para exercer uma função política", disse. O mesmo tom grandiloquente já havia aberto o discurso: "A instituição é maior que todos nós somados." BASTIDORES A estrutura do discurso foi definida logo cedo, em reunião reservada na casa de Sarney, da qual participaram os líderes do PMDB, Renan Calheiros (AL), do DEM, José Agripino Maia (RN), e do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Na véspera, o presidente da Casa cogitara apenas divulgar uma nota oficial. Ao final dos 40 minutos de conversa com o grupo mais próximo, no entanto, não havia dúvidas de que o melhor para tentar "inverter" a curva ascendente da crise era um discurso da tribuna, em que ele começasse pontuando todas as medidas e providências tomadas desde o início da crise. Quem participou da conversa diz que o parlamentar estava "tenso, preocupado e indignado", por causa dos casos pessoais que teriam sido "pinçados" dos relatórios sobre os atos secretos. Também se queixou por se julgar vítima de uma guerra interna na burocracia do Senado, em que velhos funcionários se digladiam contra o grupo mais novo, dos concursados, e também contra os comissionados, que se multiplicaram de 2003 para cá e hoje são maioria, embora não tenham vínculo com o Senado. Para evitar problemas e melhorar o clima no plenário, Renan entrou em campo de manhã. Ele telefonou para os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), especialmente para "desmentir intrigas" segundo as quais ele, Renan, teria "prevenido" Sarney com relação a possíveis manifestações hostis da dupla. DEMOCRACIAS Depois de atribuir parte dos problemas à crise mundial das democracias representativas - citou o escândalo envolvendo o parlamento da Inglaterra, os gastos com passagens e compra de apartamentos na França - e de lembrar que no passado resistiu ao AI-5 - ato institucional do regime militar que aboliu de vez as liberdades individuais no País - e "teve coragem" de deixar o partido da ditadura, o PDS, para começar a transição para a democracia, Sarney fez um alerta baseado na ideia de que "muita gente está interessada em enfraquecer o Senado". Na avaliação do presidente da Casa, a crise atual "tem a finalidade de enfraquecer as instituições legislativas", o que permitira que o poder fosse "exercido por outros". E citou quem poderia se apropriar desse poder: "Grupos econômicos, alguns setores radicais da mídia e radicais corporativistas que passam a exercer, pressionar e ocupar o lugar das instituições legislativas." Sarney alertou que "no mundo inteiro está se vendo esse processo". ---------- Foto: O Estado de São Paulo. ---------- |
17 de junho de 2009
O Globo
Manchete: Crise derruba arrecadação federal pelo sétimo mês
Eu?
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Folha de S. Paulo
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Marcelo Coelho: 'Maioria ordeira' da USP prefere delegar ação à PM
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Conselho tenta fechar casas de parto sem médico
Prefeitura de SP divulga salários dos servidores
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Sarney vai à tribuna e diz que crise não é dele, é do Senado
MP entra no caso e decide abrir inquérito
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Notas & Informações: Um defensor da teocracia iraniana
Roberto DaMatta: De quem é afinal a responsabilidade?
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Jornal do Brasil
Manchete: Começam a ser pagas as indenizações do voo 447
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Nova cepa do vírus da gripe suína
Recontagem de votos não acalma o Irã
Bric exige mais poder de decisão
Mangabeira avisa a Lula que sairá
Sociedade Aberta
Sociedade Aberta
Sociedade Aberta
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Correio Braziliense
Manchete: Distritais aprovam gastança
Sarney joga a crise para os servidores
Um ano de Lei Seca
Corrupção: PF desbarata esquema de frigoríficos
Brasileiros isolam vírus da gripe
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Valor Econômico
Manchete: Plano de safra dá força à 'classe média' rural
Bancos vão assumir Brasil Ecodiesel