





[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
Lula se ofereceu para mediar negociações de paz no Oriente Medio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria considerando a possibilidade de suceder Ban Ki-moon no cargo de secretário-geral da ONU, segundo afirma reportagem publicada neste sábado pelo diário britânico The Times.
Segundo o diário, “diplomatas dizem que Lula da Silva, que deixa o cargo em janeiro, pode buscar o posto mais alto da diplomacia mundial quando o primeiro mandato de Ban Ki-moon expirar, no fim de 2011”.
“A ideia teria sido aventada pela primeira vez pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, durante a reunião de cúpula do G20, em Pittsburgh, em setembro”, comenta o diário.
A reportagem observa que a possibilidade já vem sendo discutido pela imprensa brasileira, com sugestões de que Lula teria sido consultado por mais de uma pessoa sobre a questão.
'Paixão pela África'
Em entrevista ao diário, o assessor da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, não negou a possibilidade.
“Ele (Lula) tem um grande interesse em questões internacionais, no processo de integração da América do Sul”, disse Garcia ao Times.
“Ele tem uma grande paixão pela África. Ele realmente quer fazer algo para ajudar a África”, afirmou.
Para o diário, o estilo pessoal do presidente brasileiro e sua capacidade para manter relações amigáveis com todos os lados – com a China e com os Estados Unidos, com o Irã e com Israel – elevou seu reconhecimento internacional.
O jornal comenta as ofertas feitas na última semana por Lula, durante sua viagem ao Oriente Médio, de servir de mediador para o conflito na região como um exemplo dessa proeminência cada vez maior do presidente no cenário internacional.
Veto
O Times observa, porém, que Lula tomou recentemente posições que desagradaram os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, ambos países que teriam o poder de veto sobre sua indicação ao cargo de secretário-geral da ONU.
O jornal cita a recepção dada em Brasília ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e as críticas às sanções ao Irã, e também o apoio à Argentina em sua disputa com os britânicos pelas ilhas Malvinas.
Segundo a reportagem, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, teria considerado as iniciativas de Lula pela paz no Oriente Médio como “risivelmente ingênuas”.
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http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/03/100320_lula_onu_times_rw.shtml
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(*) Com o título desta postagem estamos ''inaugurando'' o ''tag'' PRESUNÇÕES.
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21/03/2010
Antes de virar presidente, Luiz Inácio sempre reconheceu que a imprensa teve papel de relevo no processo que o converteu em Lula.
Numa das passagens do livro “Lula, o Filho do Brasil”, o ex-sindicalista contou à jornalista Denise Paraná o drama que vivenciou quando decidiu fundar o PT.
Corria o início da década de 80. No comando do movimento sindical, Lula era festejado por todos. Até que...
Até que decidiu pôr em pé o seu próprio partido político. “Aí já tinha o PMDB contra, já tinha o PC contra...”
“...Já tinha o PCdoB contra, já tinha o MR-8 contra, já tinha o PDT contra. Você tinha um monte de gente contra”.
Lula deixou de ser, segundo contou, uma “unanimidade”. Foi devolvido à condição de “um ser normal”. Porém...
Porém, desfrutava de um contraponto ao nariz virado dos políticos tradicionais. “Foi um período em que a gente tinha muito espaço na imprensa”.
Lula enfatizou: “Muito espaço”. Fez uma única ressalva: “Na Globo o espaço era muito pouco. Na televisão o espaço sempre foi muito pouco”.
Nessa época, Lula via as redações de jornal como aliadas. E não era o único. Fernando Collor concordaria com ele anos mais tarde.
Collor costuma dizer que virou presidente do Brasil numa eleição em que mediu forças não apenas com Lula, mas também os aliados dele na imprensa.
Conta que, durante a campanha, para afrontá-lo, alguns repórteres compareciam às suas entrevistas ostentando broches do PT na lapela.
Na investigação que desaguou no impeachment de Collor, o petismo servia-se das denúncias da imprensa.
Na CPI do Collorgate, gente como José Dirceu e Aloizio Mercandante especializou-se em “vazar” para as manchetes dados sigilosos.
Súbito, Lula virou presidente. Passou de estilingue a vidraça. E começou a desancar a “mídia”. O “controle social dos meios de conunicação” virou um mantra do PT.
Nos últimos meses, em sua cruzada contra a “mídia”, Lula tomou de empréstimo uma metáfora que Nelson Rodrigues cunhara para se referir ao Brasil e aos brasileiros.
O cronista costumava dizer que o brasileiro sofre de “complexo de vira-lata”. Escrevia coisas assim:
“O brasileiro é um Narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a auto-estima”.
Inconformado com o pedaço da imprensa que tem a mania de imprensar, Lula passou a servir-se da máxima rodrigueana para atacar a “mídia”.
Lula ‘Nunca Antes’ da Silva passou a dizer que o Brasil é muito impopular nos jornais do Brasil. Só a imprensa estrangeira reconhece-lhe os feitos.
Passou a renegar o papel fiscalizador dos repórteres. Algo que o PT e ele próprio tanto exaltavam no passado.
Agora, como que habitados ao elogio fácil, Lula e o petismo abominam a crítica. Cultivam um modelo de imprensa em que não há espaço para apurações.
Desde que as manchetes expuseram o mensalão, em 2005, Lula e Cia. passaram a cultivar a certeza de que a “mídia” conspira contra o governo.
Nas últimas semanas, Lula passou a dizer que o noticiário exerce sobre o brasileiro um efeito deletério. Tonifica na alma dos patrícios o hábito da subordinação.
Conta uma história dos tempos em que presidia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Eis o episódio:
“Uma vez nos colocamos um carpete amarelo na minha sala. Carpetão, daquele bem grosso. O peão, quando trabalha na fábrica, o sapato dele enche de cavaco...”
“São lascas de ferro, que saem das máquinas. Quando o peão anda, se ele pisa num lugar limpo, vai ficando aquele rastro de óleo...”
“...Um dia, o cara chegou na minha sala e foi tirando o sapato. Eu disse: O que é isso companheiro. E ele: ''Oh, Lula, não vou sujar esse tapete de graça’...”
“...Eu falei: Mas foi você que pagou isso aqui, meu filho. Você não é sócio do sindicato? Então, entra. Se sujar a gente troca o carpete por outro melhor”.
Lula confunde a educação do peão com subordinação. Ora, se o sujeito ajudara a pagar o carpete amarelo, nada mais natural que quisesse conservá-lo.
Ao trocar o ambiente das fábricas pelos gabinetes carpetados de Brasília, Lula melhorou a qualidade dos sapatos.
Mas, no papel de peão de si mesmo, carrega sob a sola o “cavaco” liberado pela engrenagem que preside. São lascas de equívocos e malfeitos, não de ferro.
Manda a boa educação jornalística que os repórteres se esforcem para expor o rastro de cavacos. Em jogo, as verbas da Viúva, não mais o dinheiro do sindicato.
Lula agora prefere manter o carpete limpo. Quando não dá, compra um carpete novo. Ou, por outra, empurra a sujeira para debaixo do carpete.
Faxina? Nem pensar. É mais cômodo espinafrar a mídia.
Escrito por Josias de Souza às 19h59
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http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/
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Publicada em 22/03/2010 às 12h20m
ABIDJAN - A população mundial está poluindo os rios e oceanos com o despejo de milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia, envenenando a vida marinha e espalhando doenças que matam milhões de crianças todo ano, disse a ONU nesta segunda-feira, Dia Mundial da Água. Vários protestos foram feitos em diversos países chamando a atenção para o problema, como em Berna, na Suíça, onde quatro mil mamadeiras com água poluídas foram expostas numa praça pública.
Veja fotogaleria do Dia Mundial da Água no mundo todo
- A quantidade de água suja significa que mais pessoas morrem hoje por causa da água poluída e contaminada do que por todas as formas de violência, inclusive as guerras - disse o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês).
Em um relatório intitulado "Água Doente", lançado para o Dia Mundial da Água nesta segunda-feira, o Unep afirmou que dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas "zonas mortas", sufocando recifes de corais e peixes.
O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.
Segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90 por cento da água de esgoto sem tratamento.
A diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e "mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada."
O relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto.
Também sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes.
"Se o mundo pretende... sobreviver em um planeta de seis bilhões de pessoas, caminhando para mais de nove bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto", disse o diretor da Unep, Achim Steiner. "O esgoto está literalmente matando pessoas."
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http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2010/03/22/agua-poluida-mata-mais-que-violencia-no-mundo-diz-onu-916135606.asp
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Publicada em 22/03/2010 às 15h53m
RIO - Em discurso durante o fórum organizado pelas Nações Unidas sobre gestão das cidades, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira, que os grandes centros urbanos brasileiros apresentaram melhorias nas questões de moradia e saneamento, mas alertou os participantes para os riscos do Rio de Janeiro, onde ocorre o encontro.
- Quero desejar a todos vocês um extraordinário encontro, que discutam e, por favor, visitem o Rio de Janeiro. De vez em quando vocês leem que morreu alguém no Rio de Janeiro. Obviamente que nós não negamos que há violência no Rio de Janeiro. Mas este estado e esta cidade são estado e cidade que têm um povo extraordinário, possivelmente o mais alegre do Brasil, possivelmente o mais cortês do Brasil - disse Lula, para, em seguida, advertir: - Agora, não se embrenhem por lugares que vocês não conhecem. Transitem como cidadãos normais, que vocês vão perceber que nada vai acontecer a nenhum de vocês, a não ser conhecer as melhores praias, a gente mais bonita e a paisagem mais extraordinária que os olhos de vocês vão poder ver. Um abraço e boa sorte.
"Agora, não se embrenhem por lugares que vocês não conhecem. Transitem como cidadãos normais, que vocês vão perceber que nada vai acontecer a nenhum de vocês".
O presidente chegou ao Fórum Urbano Mundial 5 (FUM5), na Zona Portuária do Rio, acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, do governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), do vice-governador Luiz Fernando Pezão, e dos ministros Marcio Fortes (Cidades), Carlos Lupi (Trabalho) e Celso Amorim (Relações Exteriores).
Como as apresentações anteriores foram demoradas, o presidente Lula dispensou o discurso pronto e falou de improviso. Ele destacou os investimentos que o governo federal vem fazendo nas áreas de habitação e saneamento. Afirmou que a política urbana de sua administração procurou "projetar cidades com melhor qualidade de vida" e "fazer reparações aos desmandos deixados pelos administradores do século XX".
Ainda no seu pronunciamento, Lula pediu que o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), mostrasse aos visitantes as melhorias urbanas:
- Eduardo Paes, eu quero que você tenha uma estrutura para mostrar a estas pessoas o que está acontecendo nas favelas do Rio e em outros lugares do Brasil - disse Lula, emendando que os visitantes poderiam ir a qualquer capital do país ver "investimos em políticas urbanas, saneamento básico e habitação como nunca antes neste país".
- Podem visitar de carro e ônibus, a Baixada Fluminense, o ABC Paulista, pode escolher qualquer capital, qualquer cidade, disse Lula, que voltou a criticar gestões anteriores.
- Porque houve um tempo que não era prudente fazer investimentos para resolver problemas de grandes cidades. Saneamento básico, nem pensar - afirmou o presidente, lembrando que ao colocar tubos debaixo da terra para tratar esgoto não se podia pôr o nome da mãe, da avó", numa referência a homenagens e a propaganda política. - Só se construíam viadutos e pontes.
Ainda no discurso, Lula destacou o que chamou de uma mudança no fluxo migratório:
- Eu quero lembrar de um fenômeno que está acontecendo no Brasil, que a imprensa não percebeu. Que é o êxodo ao contrário, as pessoas estão voltando para o campo porque há uma grande política de financiamento para agricultura familiar, para assentamento. Colocamos luz para pelo menos 12 milhões de brasileiros que moram no meio do mato - afirmou o presidente. - Mas uma coisa vocês podem levar do Brasil e pegar todos os dados de prefeitos de oposição, de intelectuais, os números falam mais do que a língua. Nunca se trabalhou tanto na questão de urbanização de favelas - completou o presidente, que, embora não tenha dado números ou detalhes, disse que a Caixa Econômica Federal emprestou mais em janeiro e fevereiro de 2010 do que durante todo o ano de 2005.
Antes de Lula, o governador do Rio, Sergio Cabral, destacou, em seu discurso, o processo de urbanização da Zona Portuária, e disse que o Rio deu exemplo de mudança de qualidade de vida urbana, graças a investimentos e parcerias do governo do estado cm prefeitura e governo federal.
- O Rio teve uma mudança radical com o PAC, que trouxe saneamento e lazer. As pessoas saíram de barracos e foram morar em apartamentos dignos. Tirou o pé da lama e colocou em ruas urbanizadas - disse o governador, que ressaltou ainda a implementação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que possibilitaram que "milhares de moradores de áreas carentes" não tenham mais que conviver com o poder paralelo do tráfico.
Entre os participantes do evento também está a diretora da ONU para assentamentos urbanos, Anna Tibaijuka, que pediu um minuto de silêncio pelas vítimas dos terremotos do Haiti e do Chile.
Publicada em 22/03/2010 às 16h10m
SÃO PAULO - Quatro mulheres e três homens compõem o júri que vai decidir o destino de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados pela morte de Isabella Nardoni, em 29 de março de 2008. O sorteio dos jurados foi realizado na abertura do julgamento, que começou com mais de uma hora de atraso, às 14h17m. O casal responde por homicídio triplamente qualificado e também por fraude processual.
Houve duas recusas de jurados. Uma mulher foi recusada pela defesa e outra pelo Ministério Público. O juiz Maurício Fossen, que preside o 1º Tribunal de Júri, do Fórum de Santana, em São Paulo, fará uma parada de meia hora para que os jurados, que estão em jejum, possam se alimentar. Dos 40 jurados convocados, 28 compareceram e participaram do sorteio. Os que não foram escolhidos foram dispensados. Quando for retomado o julgamento, haverá distribuição de material aos sete jurados, o que deve durar cerca de uma hora.
Anna Carolina e Alexandre estão no banco dos réus, sentados lado a lado. Ela veste jeans, blusa bege e sapato baixo. Alexandre está de calça jeans, blusa azul e branca e tênis preto.
A previsão é que o julgamento dure de quatro a cinco dias. ( Veja fotos do julgamento )
O casal deixou os presídios onde estavam às 6h20m e chegaram ao Fórum no começo da manhã, onde foram mantidos em celas separadas.
Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella e uma das principais testemunhas de acusação, chegou às 11h20m ao Fórum de Santana , acompanhada por sua advogada, Cristina Leite. A mãe dela, Rosa Maria Cunha de Oliveira, também é testemunha de acusação.
Os advogados de defesa do casal Nardoni e o pai de Alexandre, Antonio Nardoni, que também é advogado, estiveram nesta manhã no edifício London. Eles entraram no quarto de onde Isabella teria caído e depois foram à sacada. Saíram com uma sacola e não deram entrevista.
Leia também: Condenação antecipada de Alexandre Nardoni é repetição do erro da Escola Base
Na entrada do Fórum, um dos advogados dos Nardoni, Ricardo Martins, voltou a dizer que o processo tem inúmeras falhas e que o promotor Francisco Cembranelli admitiu que não há prova crucial. Segundo ele, o casal não vai confessar algo que não fez. Cembranelli chegou ao Tribunal nesta manhã e não concedeu entrevistas.
- O que a gente espera dos jurados é que eles venham com a cabeça aberta, dispostos a ouvir a verdadeira história. Se isto acontecer, o casal será absolvido - diz o advogado Ricardo Martins.
Qualquer pedido de adiamento do julgamento deve ser apresentado pelos advogados depois de iniciada a sessão.
Os advogados vão pedir a transmissão do julgamento ao vivo pela televisão e tentar uma manobra burocrática ao apresentar petição para produção de provas que foram negadas durante o processo.
Aos jurados, os advogados levarão dúvidas. O benefício da dúvida é um princípio geral do direito (in dubio pro reo), e a defesa do casal tentará convencer o júri de que não há nenhuma prova irrefutável de que a madrasta esganou a menina e o pai a jogou da janela do sexto andar de seu apartamento na noite de 29 de março de 2008.
A promotoria vai sustentar a acusação contra o casal com base nos laudos da perícia. Um vídeo do Instituto de Criminalística (IC) e maquetes do prédio e do apartamento, segundo o promotor Francisco Cembranelli, responsável pela acusação, servirão para explicar a sequência dos fatos aos jurados.
- Estive presente ao interrogatório de ambos. Eu disse que eu ia provar, indicar que eles eram culpados e eu desempenharia meu papel e que eles seriam processados. Eles apenas me olharam, não me responderam nada - diz o promotor Cembranelli.
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http://oglobo.globo.com/cidades/sp/mat/2010/03/22/comeca-no-forum-de-santana-julgamento-do-casal-nardoni-916136662.asp
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À beira de um ataque ao voto feminino | ||||
Autor(es): Alana Rizzo | ||||
Correio Braziliense - 22/03/2010 | ||||
Pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) tem o desafio de conquistar as mulheres. Diferença nesse segmento na pesquisa CNI/Ibope é de 12 pontos percentuais em favor de Serra
Pérolas e contas. Ministra e candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff é famosa pela habilidade com os números. Agora tenta mostrar intimidade também com o universo cor-de-rosa. Dilma insiste que pode ser mais feminina. Trocou os tons sóbrios pelas cores vivas. Personalizou discursos e reúne amigas – seja em blogs ou em almoços. Ainda assim, não conseguiu se aproximar das mulheres. ... Última pesquisa divulgada, a CNI/Ibope, mostra que a chefe da Casa Civil está a 12 pontos percentuais de diferença de seu adversário nas urnas, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no conjunto das eleitoras. Ele tem 37% das intenções de voto contra 25% de Dilma. Integrantes da campanha da ministra articulam para os próximos meses ações para agradar às brasileiras e tirar, de uma vez por toda, a imagem de durona da ministra. “Mulheres olham a biografia de um candidato”, diz ao Correio o coordenador da campanha de Michelle Bachelet à Presidência do Chile, Ricardo Solari. Médica, a presidente ocupou os cargos de ministra da Saúde e da Defesa no governo do ex-presidente Ricardo Lagos. Assim como a ministra Dilma, lutou contra a ditadura militar em seu país. A chilena foi exilada. Quando retornou, participou de uma organização não governamental para ajudar os filhos do regime militar. “Ela transmite a imagem de uma política preocupada com os mais pobres e necessitados”, explica Solari. Para o ex-ministro do Trabalho, nas eleições de 2006, os chilenos buscavam uma figura que representasse valores nobres da política e passasse credibilidade. “Tinha que ser alguém que ao mesmo tempo trouxesse perspectivas de melhorar as nossas instituições e garantisse transparência e continuidade ao que estava sendo feito”, afirma. Dilma é economista. Foi secretária municipal da Fazenda em Porto Alegre, secretária estadual de Minas e Energia e em 2002 foi indicada para o cargo de ministra de Minas e Energia. Com a crise do mensalão e a saída de José Dirceu da Casa Civil, assumiu o posto. É conhecida pelo temperamento forte. Chegou a dizer que era a única durona no meio de homens fofos, em referência aos colegas de governo. Mantém a defesa das mulheres, mas ultimamente evita o tom feminista. “Vamos ter um Brasil formado por homens e mulheres livres, homens e mulheres cidadãos igualmente responsáveis para construir não apenas um país, mas uma civilização brasileira. Para isso, as mulheres são imprescindíveis”, disse durante evento em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres. Naquele dia, Dilma tentou se aliar às mães trabalhadoras, destacando feitos deste governo. “Com mais créditos que demos por este país afora, com menos juros e impostos menores, cada vez mais mulheres puderam comprar lava-roupas, micro-ondas, aspirador de pó e conquistar tempo livre, tempo para terem suas atividades como cidadãs e como seres humanos plenos.” Solari afirma que nem só de “Margaret Tatchers” sobrevivem as mulheres na política. Para ele, a “alma feminina” é fundamental. João Santana, marqueteiro de Dilma, sabe disso e vem preparando a ministra para deixar florescer o seu lado maternal. Fotos com crianças, entrevistas sobre sua vida pessoal e a expectativa de ser avó fazem parte da estratégia. Imagem A imagem de Bachelet foi trabalhada para deixar à mostra seu lado mãe, afetuosa e respeitosa. A decisão de concorrer pelo partido foi tomada com calma. A então ministra da Defesa se reuniu com os principais representantes do partido, escutou os argumentos favoráveis à sua candidatura e só depois disse que encararia a responsabilidade. Mas impôs suas condições: não estava disposta a se lançar sobre qualquer custo e tampouco seria usada pelos correligionários. Entrava em cena, o perfil feminino de fazer política: acolhedor, mas sem competição. Os reflexos foram sentidos pelos eleitores nos discursos e nas ações. As primeiras pesquisas já apontavam uma grande vantagem nas áreas mais pobres do país. Na Europa, Ângela Merkel é chanceler da Alemanha desde 2005. Filha de um pastor luterano, acompanhou o pai na Alemanha Oriental para cuidar de uma paróquia. Logo após a reunificação da Alemanha, aos 35 anos, foi eleita deputada no Parlamento alemão. Aos 45, foi escolhida presidente da bancada parlamentar do partido União Cristã Democrática (CDU). Hoje, a doutora em física é responsável por uma das maiores economias mundiais. A ex-ministra da Mulher, da Juventude e do Meio Ambiente é considerada simpática, inteligente, competente e com um estilo de vida modesto. Fortaleceu-se passando uma imagem de líder europeia e não só da Alemanha. Na última semana, se posicionou a favor da exclusão da Grécia da União Europeia por conta da crise econômica naquele país e foi bastante criticada pela França. Há dois anos, Merkel viu seu nome estampar os jornais não por conta de suas posições políticas e sim pelo decote do vestido que usou na inauguração da nova Ópera de Oslo, na Noruega. Dificuldades “Na política, as mulheres têm dois desafios. Primeiro, fazer o eleitor identificar nela a capacidade para o cargo e depois, enfrentar as questões típicas do gênero”, diz o coordenador da campanha de Bachelet, comemorando o fato de o Brasil ter hoje duas candidatas ao cargo mais importante. Além de Dilma, a senadora Marina Silva (PV-AC) também é candidata à Presidência. Tradicionalmente, as mulheres candidatas herdaram votos de homens, principalmente dos maridos. Na América Latina, 10 mulheres já ocuparam o cargo de presidenta. Sete delas foram eleitas, sendo que cinco contaram com o apoio dos “padrinhos”. Três ocuparam a Presidência interinamente. Pesquisa realizada pelo Observatório de Gênero, do governo federal, revela alguns dos motivos para baixa participação das mulheres na política. Entre eles, a persistência da cultura patriarcal que associa homens ao espaço público e mulheres ao espaço privado, o peso do poder econômico no processo eleitoral e o custo crescente das campanhas favorecendo as candidaturas masculinas, o pouco tempo dedicado à ação política pelas mulheres, em grande parte pela sobrecarga de responsabilidades e as trajetórias políticas das mulheres, menos consolidadas relativamente às dos homens. Em seus discursos, Dilma garante que o Brasil está preparado para ter uma mulher presidente. “E as mulheres, em geral, também estão preparadas para isso”. A ministra sabe o desafio que tem pela frente. Assim como ela, as eleitoras são exigentes. A pesquisa CNI/Ibope revelou que em todas as áreas analisadas deste governo: taxa de juros, combate ao desemprego, segurança pública, combate à inflação, fome e pobreza, impostos, meio ambiente, saúde e educação o índice de reprovação das mulheres foi maior. OS NÚMEROS 25% - Intenção de voto em Dilma na pesquisa CNI/Ibope 37% - Intenção de voto em José Serra na pesquisa CNI/Ibope Mulheres pela América Conheça algumas políticas que chegaram à Presidência de seus países Maria Estela Martinez de Peron (Argentina) Isabelita virou presidente depois da morte do marido, Juan Domingo Perón, em 1974. Ela era vice na chapa Perón-Perón. Ficou dois anos no poder, sendo deposta pela junta militar de Jorge Rafael Videla. Seu governo foi marcado por polêmicas, como o desvio de recursos para o financiamento de grupo militar e a forte crise econômica devido à desvalorização da moeda. Violeta Chamorro (Nicarágua) Entrou na política depois do assassinato do seu marido, Pedro Joaquin Chamorro, opositor ao governo ditatorial de Anastásio Somoza. Foi eleita presidente em 1990, derrotando os sandinistas liderados por Daniel Ortega. Promoveu reformas significativas no Exército e na economia do país. Ficou durante sete anos no poder. Lidia Gueiler Tejada (Bolívia) Em 1979, a presidenta da Câmara dos Deputados e liderança feminista, Lidia foi designada chefe de Estado pelo Congresso, para substituir o coronel Alberto Natusch, que havia derrubado Wálter Guevara Arce com um sangrento golpe de Estado. Lidia governou por oito meses, em meio à profunda crise institucional, sofreu uma tentativa de assassinato dentro do palácio presidencial e, com outro golpe de Estado, foi deposta pelo general Luis García Meza, que a mandou para o exílio. Mireya Moscso (Panamá) Viúva de Arnulfo Arias, presidente por três mandatos, foi eleita em 1999 pelo Partido Arnulfista. Apesar das promessas de diminuição da pobreza, melhoria da educação e desaceleração do processo de privatização, seu governo foi marcado por constantes denúncias de corrupção. Laura Chinchilla (Costa Rica) A cientista política foi vice-presidente e ministra da Justiça antes de ocupar a Presidência este ano. É conhecida pela postura conservadora em questões como a legalização do aborto. O partido de Laura, o PLN, domina a política nacional há seis décadas. Michelle Bachelet (Chile) Primeira mulher eleita presidente na América do Sul. O índice de aprovação chegou a 81% em janeiro deste ano, durante o processo de sucessão presidencial. No entanto, sua popularidade não foi suficiente para eleger o candidato oficial, o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz, da Concertación, coalizão dominada pelo Partido Democrata Cristão e pelo Partido Socialista, que governa o Chile desde 1989. Cristina Kirchner (Argentina) Mulher do ex-presidente e deputado Néstor Kirchner, foi eleita em 2007 e cumpre mandato até 2011. Cristina é advogada e, antes de sua eleição, havia sido eleita senadora pelas províncias de Santa Cruz e Buenos Aires. ------------ |
Giuliano Guandalini
Thiel Christian/Sipa Press | "A economia é instável, e o governo tem um papel relevante na tentativa de estabilizá-la. É essa a contribuição essencial de Keynes" |
Na visão do inglês John Maynard Keynes (1883-1946), os ciclos de euforia e depressão da economia não podem ser entendidos sem levar em conta o papel das emoções nos processos de tomada de decisão dos consumidores, das empresas e dos investidores. A lição deixada por ele foi que as oscilações da economia decorrem em boa parte da própria natureza humana, regida menos pela lógica e mais pelo "espírito animal" - ou seja, pelos impulsos irracionais. Em outras palavras, o Homo economicus não rasga dinheiro, mas está longe de ser um contabilista sereno e previsível no trato com suas economias. "A lição foi esquecida, e os economistas levaram ao extremo a ideia oposta, a de que os mercados são sempre racionais e eficientes", lembra o americano Robert Shiller, professor da Universidade Yale, autor, em parceria com o Nobel de Economia George Akerlof, do livro O Espírito Animal (Campus/Elsevier).
Por que a recente crise econômica só foi percebida quando já era tarde demais?
Mas os modelos econômicos não foram fundamentais para dar mais objetividade à economia e para tornar mais eficiente a regulagem dos mercados?
O "espírito animal" é superior à famosa "mão invisível" dos mercados preconizada por Adam Smith?
Eu acredito nos mercados e no capitalismo. Adam Smith diagnosticou corretamente que, ao buscarem o lucro em seus negócios, os padeiros, açougueiros e cervejeiros de seu tempo eram os responsáveis pelo bom funcionamento da economia. Eles não agiam por altruísmo, mas por interesse próprio. Na soma dessas ações egoístas, Smith viu uma "mão invisível" que produzia a prosperidade geral da sociedade. Por ser correta, não significa que essa visão seja totalmente abrangente. Essa ideia não considera as razões não econômicas que também impelem as pessoas a agir. Quando Keynes publicou sua Teoria Geral, em 1936, o mundo estava dividido entre capitalistas e comunistas. Keynes argumentou que o capitalismo era o melhor modelo, desde que regulado. Sua conclusão foi que o capitalismo era guiado pelo "espírito animal" e, portanto, não poderia ser facilmente previsto ou controlado. Então, respondendo a sua pergunta, diria que os dois conceitos são corretos e complementares. O ideal keynesiano de dotar a economia de meios para tentar diminuir a brutalidade dos ciclos econômicos não implica a supressão do capitalismo.
Como os governos podem contribuir para disciplinar o "espírito animal"?
Um ponto essencial é aprimorar a proteção ao direito dos consumidores. É inconcebível que os governos permitam a comercialização de certos papéis que embutem riscos sobre os quais os compradores não foram suficientemente informados. Outra questão incontornável é a reforma do setor financeiro. Por mais complexa e difícil que seja essa tarefa, ela precisa ser levada a cabo. De maneira alguma os governos podem se limitar a fazer pacotes de estímulos. Eles foram necessários para evitar que as crises financeiras se transformassem em trágicas e prolongadas depressões econômicas. Mas só estímulo não resolve o problema.
Keynes tem sido citado com muita ligeireza por defensores do aumento da intervenção estatal na economia. É esse o caminho?
Não. Sou contra o estado onipresente, o estado-empresário. É preciso ficar claro que fazer as reformas no setor financeiro não significa - ou não deveria significar - a ampliação do papel do estado na economia. Não se trata de dar maiores responsabilidades e poderes ao estado. O que é preciso é fazer benfeito. Não precisamos de regras mais estritas, mas de uma regulação que funcione. A economia é instável, e o governo tem um papel relevante na sua estabilização. Essa é a contribuição essencial de Keynes. Atribuir a ele a tese de que o governo deve administrar a economia de um país é uma fraude.
Não existe o risco de criar regras que enrijeçam o sistema financeiro e impeçam que o crédito flua livremente?
Não serão reformas fáceis de ser feitas. É dificílimo administrar sabiamente a economia de um país. Não propomos argumentar o contrário. O que defendemos, no entanto, é que não se pode desconsiderar a instabilidade psicológica que caracteriza os agentes econômicos, sejam eles empresários, investidores ou consumidores. Ao definirem suas políticas, os governantes eleitos, seus ministros das finanças e presidentes de bancos centrais precisam pesar o comportamento e a mentalidade das pessoas. É um erro imaginar que basta determinar o nível adequado e seguro de capital próprio das empresas financeiras. Tentar desvendar os humores do "espírito animal" dos agentes de mercado tornou-se essencial. É preciso tentar antecipar como ele se move.
É possível perceber quando uma bolha especulativa está em formação?
Não é algo trivial nem óbvio, senão nunca haveria bolhas. Mas há alguns sinais que, se estivermos atentos, podem nos dar pistas de que estamos diante de uma bolha. Um bom indicador é quando começam a pulular explicações, que se pretendem absolutamente coerentes, para justificar a rápida elevação no preço de algum ativo, seja a ação de uma empresa, seja o valor dos imóveis. Conforme a bolha avança, as pessoas são tomadas por sensações que cancelam a racionalidade. Na bolha da internet, que estourou em 2000, só se falava das maravilhas da revolução na tecnologia da informação, de como isso traria um extraordinário novo mundo, onde todos ficariam mais ricos e poderosos. Havia um elemento de verdade em parte daquilo. Mas a euforia superou a realidade e os exageros tomaram conta.
Os Estados Unidos estarão diante de grandes desafios nos próximos anos, como conter o aumento da dívida pública em meio a uma economia ainda frágil. O país vai perder vigor e reduzir seu ritmo de crescimento?
Não acho que seja útil tentar prever essas coisas. O que posso dizer com certeza é que os Estados Unidos possuem uma tradição de respeito aos direitos humanos e à liberdade. Essa tradição nasceu antes mesmo de a palavra capitalismo ter aparecido. Ela data de George Washington (o primeiro presidente americano, entre 1789 e 1797). Em seu discurso de despedida, quando deixou a Presidência, Washington sugeriu que o governo agisse com "delicadeza" na regulação das empresas. Essa é uma longa e arraigada tradição dos Estados Unidos. Essa tradição não passará. Faz parte da cultura americana manter o governo afastado da vida privada e dos negócios. A imagem dos Estados Unidos como líder do capitalismo sobreviverá aos danos provocados pela crise e aos remédios estatais ministrados para diminuir sua duração.
Quais as perspectivas para a economia americana na próxima década?
Não é um cenário confortável. Acabamos de passar por uma pequena depressão. O mercado imobiliário ainda não se recuperou, só sobrevive com o financiamento indireto do governo. Os bancos não voltaram a emprestar como antes. É o tipo de problema que tivemos na Grande Depressão: as empresas não conseguem tomar dinheiro emprestado, não fazem investimentos, e a economia não cresce. A dívida pública está em alta. É uma situação administrável no momento, mas que no futuro poderá limitar novos estímulos econômicos. Será uma década difícil. Há incertezas também no resto do mundo. Até mesmo na China existem riscos, como o do estouro de uma bolha imobiliária. No fundo, o problema é que fomos longe demais com a ideia fundamentalista de que os mercados são infalíveis. Ainda hoje, enquanto conversamos, estudantes estão ouvindo de seus professores que a ausência total do estado é benéfica à economia, como se nada tivesse acontecido.
A britânica Margaret Thatcher e o americano Ronald Reagan, dois grandes reformadores do estado, são muito criticados no livro que o senhor escreveu com Akerlof. Por quê?
Não há dúvida de que as reformas liberais de ambos tiveram um impacto considerável na abertura dos mercados mundiais. Foi algo muito positivo. Mas isso não quer dizer que tudo o que fizeram deva ser aplaudido. Não sou filiado a nenhum partido político. O fundamental é sermos pragmáticos, não aferrados a dogmas. Necessitamos de governos com noção de proporção e realidade. Thatcher fez coisas vitais, como abrir a economia e privatizar. Os sindicatos estavam arruinando a competitividade da economia inglesa. Ela acertou. Apenas não considero que os acertos de Thatcher e Reagan, chancelados pelo contexto histórico em que viveram, possam ser vendidos hoje de forma simplista como a solução para todos os problemas econômicos atuais e futuros. É preciso sempre fugir das simplificações. Tome o caso atual do Brasil. Ouço dizer que o presidente Lula é um líder pragmático. Isso é ótimo para os brasileiros. Mas quando estive no Brasil em 2007 ouvi muitas queixas sobre o excesso de impostos. A justificativa parece ser a redução das desigualdades sociais. O combate à iniquidade é fundamental, mas é um suicídio sufocar os negócios em nome dele.
Não é utopia esperar que o estado regule bem e não asfixie o setor privado?
A questão central é ter regras para o jogo econômico que estimulem a competição e sejam justas aos olhos de todos os envolvidos. O embate econômico é tenso e se assemelha a uma guerra. Mas é preciso ter regras consensuais que ponham limite a essa guerra. Se as regras forem adequadas e respeitadas, a prosperidade virá como resultado. Sem limites, as economias não vão a lugar nenhum.
Foto: Agência O Globo
Cerca de 150 mil pessoas lotaram as ruas do centro do Rio de Janeiro no fim da tarde desta quarta-feira, debaixo de chuva, para protestar contra a emenda Ibsen, que alterou radicalmente a distribuição dos royalties da produção de petróleo, prejudicando diretamente o Estado do Rio. A emenda prevê a divisão igualitária dos royalties entre Estados e municípios do país, ao invés de privilegiar as localidades produtoras.
Entre os manifestantes, pessoas ligadas a todos os partidos e movimentos sociais – todos os movimentos, até associações de bairro e grupos GLBT, participaram. Pessoas de partidos aparentemente inimigos, como o PMDB e o PSTU, participaram do manifestação lado a lado. Funk e samba animaram a plateia heterogênea. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) abriu os trabalhos dizendo que o evento “não é para ser de discursos” e decretou: “libera DJ”. Em seguida, começou a tocar um funk composto especialmente para o evento, cuja letra diz “pré-sal é nosso sim. É do nosso povão. Não adianta olho grande e ambição.” Até o Neguinho da Beija-Flor cantou.
O governo do Estado do Rio impôs que funcionários públicos participassem do protesto – 12 mil estiveram presentes. Até ônibus para levarem para capital os servidores que moram no interior o governo disponibilizou. Só de Búzios havia 10 ônibus. Muitos dos funcionários, insatisfeitos, planejaram uma vaia organizada durante o discurso do governador Sérgio Cabral (PMDB), entre eles pessoas da saúde, educação e Polícia Militar. Mas o clima de festa atrapalhou o combinado.
Cabral apareceu no palco ao som de “Cidade Maravilhosa” em ritmo de carnaval, com um grande número de políticos e adversários, como a prefeita de Campos, Rosinha Garotinho (PMDB). Também estiveram presentes o prefeito Eduardo Paes, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), e os três senadores fluminenses que terão a missão de reverter a emenda no Senado, Marcelo Crivella (PRB), Francisco Dornelles (PP) e Paulo Duque (PMDB). O senador capixaba Magno Malta também foi para o Rio participar do comício.
A manifestação começou em frente à Igreja da Candelária e seguiu para a Cinelândia a partir das 16 horas. Ela foi convocada por Cabral, que chegou a chorar na semana passada por conta da emenda. Ele teve a adesão de diversas celebridades cariocas, dezenas de prefeitos e até de estudantes do Espírito Santo, Estado que também será prejudicado.
(Redação Época com Maurício Meireles, do Rio)
http://colunas.epoca.globo.com/falabrasil/2010/03/17/protesto-no-rio-contra-emenda-ibsen-vira-carnaval/
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22 de março de 2010
O Globo
Manchete: Governo infla números da nova versão do PAC
Jobim quer mais 647 cargos na Defesa
Começa hoje julgamento do casal Nardoni
Pré-sal: projeto no Senado terá difícil discussão
Foto legenda: Fogo no gelo
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Editoriais
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O Estado de S. Paulo
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Faixa no escuro coloca pedestres em perigo (págs. 1 e Cidades C1)
Kátia Abreu: Verdade ambientalista
Nicholas D. Kristof: Uma reforma necessária
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Notas & Informações: A carga tributária
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Jornal do Brasil
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Sociedade Aberta
Sociedade Aberta
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Correio Braziliense
Manchete: Segurança pelo menos na hora da morte
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