



[Homenagem aos chargistas brasileiros];
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A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
Autor(es): Ivan Iunes e Tiago Pariz | ||||
Correio Braziliense - 06/04/2010 | ||||
Liberta de limitações impostas pelo cargo no governo, Dilma Rousseff usa convenção do PR para tratar oposição como “lobos” e “anti-Lula”
A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, vestiu ontem, pela primeira vez, um discurso claro de campanha, sem as limitações antes impostas pelo posto de ministra da Casa Civil. No primeiro compromisso como candidata em tempo integral, apostou em uma fala improvisada, pontuada por frases agressivas contra o PSDB, que lança no fim de semana José Serra como concorrente ao Palácio do Planalto. O marketing petista aproveitou a cerimônia de posse do novo presidente do PR, Alfredo Nascimento. O alvo preferido foi Serra, tachado indiretamente de “lobo em pele de cordeiro”. A toada reforçou as diferenças entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os adversários, denominados de “anti-Lula”. Escoltada pelos pesos pesados do PR, entre eles o ex-governador fluminense Anthony Garotinho, Dilma discursou pouco mais de 40 minutos para uma claque especialmente preparada. O grupo foi composto por assessores parlamentares, cerca de 100 cabos eleitorais importados pelo PR do Mato Grosso e até judocas infantis, atendidos por um projeto assistencial da periferia do Distrito Federal. Pé-frio “Os que quebraram o país estão sob pele de cordeiro, mas logo mostram a patinha (1)de lobo: criticam, ameaçam acabar com o PAC, com o Bolsa Família e até com a política econômica. Como vão continuar o que Lula fez se passaram sete anos e meio criticando o governo? Antes de mais nada, eles são os anti-Lula”, disparou a pré-candidata. Em seu discurso de saída do governo de São Paulo, Serra apresentou-se como o único capaz de carregar a bandeira da ética e com habilidade para levar o país no pós-Lula. O primeiro discurso oficial de pré-candidata foi elaborado para ser marcante, com intenção de rotular o adversário e atacar o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “Sorte a gente tem, não queremos um azarado, um pé-frio dirigindo o país”, afirmou a petista para logo disparar: “Quem quebrou o nosso povo, quem privatizou o Brasil, quem deixou o salário achatado não pode voltar”. A pré-candidata fez questão ainda de taxar o governo tucano de excludente. “Não podemos deixar os que sempre governaram para os ricos voltarem para excluir os pobres”, alfinetou. A campanha traçou como estratégia tentar desmistificar a aura de bom administrador de José Serra. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Dilma jogou a crise energética de 2001 no colo do ex-governador paulista, lembrando que ele foi ministro do Planejamento de Fernando Henrique. Embora estivesse recheado de figurões do PR, a posse de Alfredo Nascimento à frente da legenda não contou com dois protagonistas de peso do partido. Acusado pela Justiça de envolvimento com o escândalo do mensalão, o deputado Valdemar Costa Neto (SP), novo secretário-geral do PR, não compareceu, mas foi devidamente ovacionado pela claque. O ex-governador do Mato Grosso Blairo Maggi também não apareceu. 1 - Patinhas para lá As alfinetadas de Dilma não passaram despercebidas na oposição. Presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra argumentou que a candidata petista adota a mentira como prática, um estilo, segundo ele, adotado como padrão pelo PT desde 2006. “O povo já conhece essas mentiras, esse terrorismo. Não vai cair neles novamente. Patinhas para cá, patinhas para lá não merece resposta”, afirmou Guerra, em nota divulgada pelo partido. Os que quebraram o país estão sob pele de cordeiro, mas logo mostram a patinha de lobo: criticam, ameaçam acabar com o PAC, com o Bolsa Família e até com a política econômica; Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência. ------------------------------------ |
Autor(es): Rodrigo Craveiro |
Correio Braziliense - 06/04/2010 |
Ele já tem em mente os preparativos para sua despedida. Deseja que o ex-presidente polonês Lech Walesa deposite flores sobre sua tumba. Também quer que Willy Chirino, músico cubano exilado em Miami, visite seu túmulo e cante Ya viene llegando la libertad (Já vem chegando a liberdade). “Hoje, que meu povo vive iludido, eu me sinto inspirado, e um som estou cantando, anunciando a todos os meus irmãos que nosso dia já vem chegando”, afirma a letra da música. O jornalista e dissidente político Guillermo Fariñas Hernández, 49 anos, sabe que sua morte está próxima. “Eu escolho morrer” |
Autor(es): Agência O Globo/ |
O Globo - 06/04/2010 |
Os 16 anos que já transcorreram do lançamento do Plano Real parecem não ter sido suficientes para fixar na memória de políticos o valor da moeda. Em outras palavras: mais de uma década com inflação em níveis civilizados, na casa de um dígito, não é capaz, ainda, de levar certos governantes e políticos a entender o que significa aprovar leis destinadas a aumentar gastos públicos. |
O Estado de S. Paulo - 06/04/2010 |
A decisão de Henrique Meirelles de continuar na presidência do Banco Central (BC) foi recebida com alívio no mercado financeiro e reforçou a convicção de que as autoridades monetárias voltariam a ter uma atitude racional. Foi, aliás, o que anunciou Henrique Meirelles ao declarar: "Fiquei para contribuir para a racionalidade econômica." De fato, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na sua última reunião, pareceu em total desacordo com a análise que seus membros fizeram da situação econômica, sentimento que ficou ainda mais claramente comprovado com a publicação, depois da Ata do Copom, do Relatório de Inflação. A racionalidade anunciada pelo presidente do BC é, sem dúvida, uma elevação da taxa Selic na reunião do final de abril. O relatório de mercado Focus vem consolidar essa impressão. Mais uma vez, o relatório está prevendo uma nova elevação do IPCA para o final de 2010 e 2011, ao mesmo tempo que admite que a Selic, em abril deste ano, passará de 8,75% para 9,25%. É interessante notar que, numa declaração feita em Belo Horizonte, Henrique Meirelles lembrou que, no Relatório de Inflação, o BC estava admitindo para 2011 uma inflação de 5,2%, mas que para os próximos 12 meses a previsão era de uma taxa ligeiramente abaixo do centro da meta, donde se conclui que o BC admite que, para 2011, em razão do atraso na reação do Copom, será difícil atingir o centro da meta e que todos os esforços terão que se dirigir para esse objetivo no ano que vem. Todo o problema é saber qual será a composição do Copom depois das eleições de 2010. Corre o rumor de que, se Dilma Rousseff ganhar as eleições, Henrique Meirelles será mantido na presidência do BC e seu nome seria uma maneira de compensar a falta de uma Carta ao Povo Brasileiro com o compromisso nela firmado. A dúvida é se Dilma Rousseff teria a autoridade de Lula para manter no BC uma ortodoxia que o PT teve grandes dificuldades em admitir. Já no caso da vitória de José Serra, a composição do BC seria totalmente modificada, pois é sabido que o ex-governador de São Paulo tem criticado com dureza a política das atuais autoridades monetárias. Talvez se esteja dando hoje um papel exagerado à política monetária, quando a maior dificuldade será a de pôr em ordem as finanças públicas diante dos compromissos assumidos pelo governo atual com efeitos duradouros, como o reajuste do funcionalismo, dos benefícios do INSS, etc. E com tantas obras inacabadas. |
Brasil - Antonio Delfim Netto |
Valor Econômico - 06/04/2010 |
Um fato lamentável, mas perfeitamente compreensível no processo político, é o esforço de desconstrução do passado que acontece a cada troca de poder incumbente. Mesmo quando ela se realiza de forma menos conflituosa (quando, por exemplo, o poder incumbente elege o seu sucessor), depois de algum tempo a força da própria natureza humana leva a uma separação. Inicialmente cuidadosa e psicológica, ela vai se reafirmando concreta e visivelmente ao longo do mandato. É enorme violência contra toda evidência histórica supor que o "sucessor" conforme-se em ser confundido com o "sucedido". E, uma enorme manifestação de ingenuidade do "sucedido" supor que poderá perpetuar-se anulando o "sucessor". Cada novo poder incumbente dá a sua contribuição (boa ou não) ao mosaico já construído por todos os anteriores. Não há como se livrar do passado, gostemos ou não dele. Por exemplo, todos os governos desde a abertura democrática (de Sarney a Lula) tentam mostrar que "revolucionaram" a distribuição de renda, o que é verdade em alguns momentos. Mas é também verdade que nenhum deles superou o que foi o maior programa assistencial brasileiro, feito no governo Médici, com a aposentadoria rural. Até hoje ele domina a soma de todos os produzidos desde então. Não há "continuidade" nem mesmo quando o poder incumbente aproveita o discutível benefício da reeleição sem controle social (a "jabuticaba brasileira"), que inventamos e está restabelecendo o "coronelismo" no interior do Brasil. Alguém pode crer que o segundo mandato de FHC tenha sido a continuidade do primeiro? Ou que o segundo mandato de Lula seja a reprodução do primeiro? Não se trata apenas de ênfase aqui ou ali, mas de mudanças concretas de políticas sociais e econômicas produzidas pelo aprendizado diante da realidade. O maior risco da reeleição sem efetivo controle social é que pode criar a oportunidade para o aparelhamento ideológico do próprio Estado, o que seria o começo do fim do processo autenticamente democrático. Não adianta discutir o passado. Ele, com o que teve de bom ou de mau, está dado e foi construído por nós. Também não adianta sonhar com o contrafactual. Não adianta imaginar o que seria o Brasil se José Bonifácio tivesse podido instruir e convencer dom Pedro II a 1) terminar com a instituição da escravidão; 2) dar educação primária gratuita a todos os brasileiros; e 3) construir uma poderosa indústria do aço na primeira metade do século XIX. Seríamos, hoje, provavelmente, tão ricos e educados quanto os EUA. E, talvez, com uma vantagem adicional: seríamos uma monarquia constitucional, elegendo apenas um primeiro-ministro! Tudo bem. Não somos e não podemos mudar o que aconteceu na Regência. Logo, não adianta discutir o passado. O melhor que podemos fazer é conhecê-lo. Os bons governos se constroem sobre boas instituições. Precisam ter a coragem de: 1) reconhecer o que foi bem construído no passado para não destruí-lo, ainda que, oportunisticamente, o ignorem no discurso; e 2) sobre os alicerces e problemas deixados por 510 anos de história, avançar na construção de uma nação socialmente mais justa, economicamente mais eficiente e integrada num mundo que se transforma física e politicamente com imensa rapidez. A transformação física da Terra não está sob o controle de nenhuma nação do mundo. O que talvez elas possam controlar, se chegarem a um acordo, são os efeitos antropomórficos a que levaram o uso das energias fósseis. Mas não podemos esquecer que foi com estas energias que o "homo sapiens" veio da idade da pedra à era do alegre e gostoso consumismo em que vive. O século XXI começou com a posse de Obama e a determinação dos EUA de reconstruírem a sua autonomia energética, expressa no discurso de maio de 2010, com o lançamento de um programa de pesquisa de US$ 800 milhões para a produção de combustíveis não fósseis (com alguma concessão à energia atômica). Lentamente ele não será mais apenas o mundo do petróleo. Abriram-se as portas para novos setores de pesquisa, novas inovações e novos produtos que modificarão a estrutura industrial do mundo. Energias renováveis vão substituir (ainda que lentamente) o petróleo. O desenvolvimento econômico é pouco mais do que inovação mais crédito, e os dois sobram nos EUA. É cada vez mais evidente que a solução da encrenca em que o sistema financeiro meteu a nação americana só se resolverá pelo crescimento. É por isso que, em 2010, ela provavelmente crescerá em torno de 3,5% (uma taxa mais do que robusta) explorando os novos caminhos. O Brasil está numa situação particularmente favorável. Recebeu primeiro o "bônus" da expansão da economia mundial (2003), cujo retrato é nossa reserva da ordem de US$ 240 bilhões e, depois, outro da natureza, a que demos o nome de pré-sal. Combinados, eles darão tempo para eliminarmos definitivamente os fatores que sempre abortaram nosso crescimento: a crise de energia ou o déficit não financiável do balanço em conta corrente. O que se espera dos candidatos à Presidência é que nos digam como - com essas vantagens - vamos construir a nação do século XXI que desejamos. O passado está no arquivo morto. O que interessa é o futuro. Por exemplo: como vamos enfrentar a revolução demográfica que bate à nossa porta e colocará o mais grave problema social e econômico do Brasil nos próximos 20 anos? |
Mudança de tom é reação à tática serrista |
Autor(es): VALDO CRUZ e FERNANDO RODRIGUES DA SUCURSAL DE BRASÍLIA |
Folha de S. Paulo - 06/04/2010 |
O comando de campanha de Dilma Rousseff sentiu o golpe e deu a ordem após reunião ontem para definir a estratégia da pré-candidata petista: "A partir de agora, todo esforço será direcionado para tirar a pele de cordeiro dos lobos do PSDB". A decisão visa a conter o que a equipe de Dilma identifica como uma "inflexão" no discurso do pré-candidato tucano, José Serra, que nos últimos dias fez elogios ao presidente Lula e à sua política econômica. O marqueteiro João Santana recapitulou toda a estratégia e a abordagem dos discursos de Dilma. Apontou também para formas de radicalizar na tentativa de confrontar a candidata do PT com o PSDB. A avaliação do comando dilmista é que a estratégia de Serra tem sido bem-sucedida ao colocar o tucano como um pós-Lula, e não um anti-Lula. Sem uma reação de Dilma, iria por terra todo o esforço petista dos últimos meses de transformar a eleição numa comparação entre Lula e o ex-presidente FHC. Não por outro motivo Dilma insistiu ontem que num dia os tucanos mostram sua "patinha de lobo " e "falam mal de tudo" do governo e, no outro, tentam vender a imagem de "cordeiro", de que vão dar continuidade às políticas da atual gestão. Os petistas querem colar em Serra a imagem de candidato da oposição a Lula, enquanto o tucano ensaia exatamente o contrário, de que não quer campanha de olho no retrovisor, mas direcionada a discutir o futuro. Uma estratégia que até pouco tempo não era muito bem assimilada pelos tucanos, já que em mais de um momento a cúpula do partido prometeu mudar a política econômica atual e programas como o PAC. Serra, contudo, ao vestir a pele de candidato, adotou o discurso que acredita ser o mais apropriado. De evitar comparação com a gestão FHC, da qual participou, mas divergiu em diversos momentos, e difundir a imagem de que é o mais bem preparado para o pós-Lula. Com isso, o ex-governador paulista quer manter o apoio de parte do eleitorado que apoia Lula, mas na hora de declarar seu voto opta pelo tucano. Um tipo de eleitorado que os petistas esperam atrair tentando mostrar que Serra seria mais lobo que cordeiro. A conferir. |
Assisti ontem à entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a jornalistas da Band, no programa Canal Livre. Nada de muito novo. Era o “cara” de sempre, naquela já aborrecida rotina. Em suma, ele afirmou que “nunca antes na história deste país (…)” E aí vocês preencham o espaço livremente. Quero destacar a parte de sua fala que se refere aos meios de comunicação e à imprensa. Ao realizar, no dia 1º de março, o “1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão”, de que participei, o Instituto Millenium talvez não tivesse idéia do quão agastado o governo ficaria. Embora o encontro tenha sido aberto por um então ministro de Lula, Helio Costa (Comunicações), e fechado por um homem de sua inteira confiança — mas que deve ser mantido longe de jardineiros: Antônio Palocci, um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à reeleição de Lula!!!
Não! Mesmo assim, o governo não gostou! Lula se referiu ao seminário do Millenium como um encontro de “jornalistas e empresários”, o que é, para começo de conversa, falso. O Millenium tem financiadores privados e, à diferença das “ONGs governamentais” (esse misto de jabuticaba e besteira que só existe no Brasil), não aceita dinheiro público. Não havia “empresários” nas mesas de debate, só jornalistas, professores e políticos. Otavio Frias Filho, da Folha, foi o único “acionista” de empresa de comunicação a falar — mas o fez, claramente, como homem de redação. E não foi para escamotear nada, ou não falaria, certo? Todo mundo sabe quem ele é. A rigor, esteve entre os menos críticos do dia ao papel desempenhado pelo governo Lula no setor. Mas o presidente fala num encontro de “jornalistas e empresários” porque pretende, assim, atribuir as críticas a uma espécie de conspiração articulada de interesses contra, sei lá, o “povo popular”…
Lula se disse estarrecido com algumas coisas que ouviu lá… Se ouviu o que eu disse — já publiquei os vídeos aqui —-, certamente se sentiu foi relatado. Segundo o presidente, os que apontam ataques do governo contra a liberdade de expressão estão vendo “fantasmas”. E defendeu as tais conferências de botocudos — e ele evidentemente as aprecia porque discursa em todas; em duas delas ao menos, fez campanha eleitoral ilegal.
Lula respondia como se as tais conferências e o Plano Nacional de Direitos Humanos, também saído de um encontro dessa natureza, não pregassem abertamente a censura à imprensa e o controle estatal dos meios do comunicação. Para ele, tudo é muito simples: se as pessoas são contrárias àquelas propostas, que se organizem, participem do fórum dos petistas e tentem aprovar a sua proposta — elogiou a direção da Band, que participou da Conferência de Comunicação. Pois é…
Participou e perdeu. O que Lula deixa de informar é que essas conferências já são manipuladas na sua origem. Ao se estabelecer a sua composição, faz-se o filtro. Por que a maior parte das empresas de comunicação caíram fora da Confecom? Porque perceberam que estavam apenas coonestando uma farsa dos militantes petistas, que tinham maioria para aprovar os documentos estúpidos que aprovaram. Queriam as empresas no debate para endossar a sua pantomima “democrática”.
Violência
Fazendo coro a boçalidades recentes ditas por Marco Aurélio Top Top Garcia, Lula ligou a violência a programas de televisão e deixou entrever uma suspeita: para ele, as TVs deveriam ter uma espécie de função didático-político-cívico-moralizadora, mais ou menos, suponho, como se fazia na antiga URSS, nos países da Cortina de Ferro e se faz ainda hoje em Cuba, com os resultados fabulosos que conhecemos. Entre culpar a desídia do governo pelos 50 mil homicídios que há por ano no Brasil e culpar a TV, Lula escolheu a TV. Segundo ele, é preciso tirar os “enlatados” (que linguagem velha!!!) e pôr no lugar “coisas estimulantes”. Já sei! Que tal uma novela com os sem-teto da Bancoop?
Vai ter de debater
Ao ser lembrado que o governo tentou, sim, controlar o jornalismo também por meio do Conselho Federal de Jornalismo, Lula respondeu que era uma iniciativa dos próprios jornalistas. Uma ova! Quem defendia a proposta era um braço do PT chamado Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj — chamada por ele de “Fenarj”). A diretoria de tal entidade não conseguiria distinguir uma redação de jornal ou revista de um pedaço de presunto. Nunca ninguém ali redigiu um lead na vida. Lula deveria ter lembrado que a Fenaj não só era a favor da proposta como se oferecia para comandar o conselho…
Segundo o presidente, quem “quiser construir vai ter de debater”. Parece só uma obviedade? Não! Trata-se de um surto autoritário! Por que eu “tenho” de debater numa instância que sei controlada por um partido, cuja representatividade é nenhuma? “Tenho” porcaria nenhuma! Em nome da democracia, o que faço é denunciar esses embusteiros. Ora, já comentei aqui e num artigo na VEJA a fala de um ongueiro segundo quem o Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos é democrático “porque foi debatido por 14 mil pessoas”!!! Como? Quatorze mil pessoas? Um vereador precisa de 100 mil votos em São Paulo… Vão catar coquinho!!!
Não! Ninguém tem de se submeter a esses caras, não! Aliás, a grande questão da democracia no Brasil e como resistir às investidas dessa gente que pretende assaltar as liberdades públicas. Não representam ninguém! Representam seus próprios interesses, seus ressentimentos, suas mesquinharias, sua ideologia embolorada, sua incompetência.
Lula encerrou a questão afirmando que três setores podem controlar a imprensa: “Na TV, os telespectadores; no rádio, os ouvintes; no jornal, os leitores”. Está certo! Então que se mude logo o tal plano de direitos humanos e que se jogue no lixo a produção das tais conferências. Atenção: a fala de Lula parece perfeita, mas ainda é manca. Ccomo norte, o que ele disse acima está certíssimo. Além de se descartar aquela bobajada autoritária, é preciso parar de premiar o jornalismo — empresas e jornalistas — amigo. Que o telespectador, o leitor e o ouvinte façam as suas escolhas.
Encerrando
Alguém andou dizendo uma cascata subuspiana para Lula, e ele parece ter gostado. É mais ou menos assim: “A democracia não se faz de silêncios (huuummm…), mas do debate, do embate etc”. Tudo muito certo! MAS A DEMOCRACIA NÃO SE FAZ ESPECULANDO SOBRE DIREITOS FUNDAMENTAIS, ASSEGURADOS PELA CONSTITUIÇÃO. A democracia aceita debater tudo, senhor Luiz Inácio Lula da Silva, MENOS A SUA PRÓPRIA EXTINÇÃO, o senhor me entende? Claro que me entende!
Fazer chacota, por exemplo, do TSE num comício ilegal não é um barulho democrático, mas só uma algaravia protoditatorial. É o que eu lhe diria, para o seu comentário, na entrevista que não faremos.
http://www.bemparana.com.br/
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05/04/2010 - 12:26
Desde que o Brasil descobriu novas e promissoras reservas de petróleo na sua costa em 2007, o país parece ter abandonado várias reformas que deveriam deixá-lo em sintonia com sua ambição de conquistar um lugar entra as nações mais industrializadas do mundo. É o que diz um artigo no Wall Street Journal nesta segunda-feira assinado por Mary Anastasia O’Grady, editora e colunista do jornal americano de finanças.
O texto, intitulado “Contenha seu entusiasmo pelo Brasil”, questiona o otimismo manifestado no país sobre o sucesso das parcerias público-privadas na reinvenção “de um Brasil com sua nova riqueza”.
O’Grady se refere em particular ao entusiasmo manifestado pelo empresário carioca Eike Batista em uma recente passagem por Nova York. Ela conta que Batista, apontado como o homem mais rico do Brasil e o oitavo mais rico do mundo pela revista Forbes, “encantou a plateia com seu entusiasmo, não apenas por seus próprios projetos no desenvolvimento da exploração de petróleo, de portos e de estaleiros, como também pelo seu país”.
“Apesar dos muitos erros do passado, ele (Batista) disse que o Brasil mudou e está pronto para reclamar seu lugar de direito entre as nações industrializadas”, escreve.
Mas a autora do artigo se diz “cética” quanto ao otimismo de Batista, e se pergunta se o resto do país também vai se beneficiar das oportunidades que se abriram para o empresário no setor de gás e petróleo. “Quanto mais a elite do país fala sobre sua parceria público-privada para reinventar o Brasil com sua recém descoberta riqueza, mais soa como o mesmo velho corporativismo latino”, diz ela.
O’Grady admite que o Brasil melhorou “em relação ao que era em meados da década de 90, quando hiperinflação alimentou caos nacional”, e disse que “o crédito por controlar os preços vai para o ex-presidente de dois mandatos (Fernando) Henrique Cardoso, cujo governo implementou o Plano Real”.
A autora minimiza o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comando do país, dizendo que “uma revisão de sua gestão revela que a melhor coisa que ele fez como chefe-executivo do país foi nada”. “Além da reforma da lei de falências e a melhoria da legislação relativa a seguros, ele (Lula) fez muito pouco.”
A jornalista considera positivo que mudanças sejam gradativas, mas diz que “o problema é que desde que o Brasil descobriu petróleo abundante na costa em 2007, parece ter abandonado até as reformas modestas”.
No artigo, ela sugere que faltam reformas que facilitem a operação de muitas empresas de pequeno e médio porte. Citando um relatório do Banco Mundial de 2010, O’Grady diz que o Brasil não tem um bom histórico em relação à abertura de empresa, pagamento de impostos, contratação de funcionários e obtenção de alvará de construção.
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Brazilian tycoon Eike Batista rocketed to eighth place this year on the Forbes list of the world's wealthiest individuals, from 61st last year. Now speculation is rampant that he is on his way to the top.
Powering Mr. Batista's soaring fortunes is black gold. His oil and gas company, OGX, won auctioned drilling rights in the shallow-water basin off the coast of the state of Rio de Janeiro, and it estimates its reserves at 6.7 billion barrels.
A self-made Rio billionaire is supposed to be daring, charismatic and visionary, and Mr. Batista does not disappoint. I caught up with him ...
http://online.wsj.com/article/SB10001424052702304871704575160103407271296.html
06 de abril de 2010
O Globo
Manchete: Ao lado de Garotinho, Dilma ataca os 'falsos cordeiros'
Foto legenda: Águas de abril
Multas: empresas jogam nos dois lados
Abastecer com álcool volta a valer a pena
Acordo adia retaliação contra EUA
Talibãs voltam a atacar alvos americanos
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Folha de S. Paulo
Por Dilma, presidente manda acelerar obras
Foto legenda: Carros-bomba matam 4 no Paquistão
Promotoria vê 'indústria de incêndios' em favelas de SP
Vetar 'pulseira do sexo' é inútil, diz especialista
Dinheiro: Proposta americana faz Brasil adiar início de retaliação comercial (págs. 1 e B1)
Venezuela quer gastar US$ 5 bi em armas russas
Análise: Imagem de Serra como 'pós-Lula' preocupa o PT
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Consulado dos EUA é alvo de atentado no Paquistão
Vale acusa siderúrgicas europeias de deslealdade
PSDB cobra de Dilma biografia de tesoureiro
Falta de leitos de UTI atinge metade do País
SP multa Infraero por falhas em Congonhas (págs. 1 e Cidades C1)
Ilan Goldfajn: Incerteza certa
Arnaldo Jabor: O nariz cor-de-rosa
Visão Global: As desculpas da Sérvia
Notas & Informações: BC e Tesouro - o contraste
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Educação teria agência reguladora
Desemprego cai e muda de patamar
No Cade, caso Embraport cria polêmica
Ministério Público quer atuar na política
Sem interesse pelas letras financeiras
Em desvantagem frente aos Conservadores, Gordon Brown anuncia eleições no Reino Unido (págs. 1 e A11)
Euro cai à menor cotação em reais em quase oito anos e ajuste deve se acentuar, diz Daniel Tenengauzer (págs. 1 e C8)
Brasil adia retaliação
Japão muda paradigmas
TV digital atrai investimento
Gravadoras ampliam o leque
Disparada do ferro
Inflação no campo
Moinhos buscam alternativas
Contas fechadas
Ações emergentes
Ideias