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[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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(*) O QUE SERÁ (A flor da Terra). Chico Buarque/Milton Nascimento.
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A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
Roosewelt Pinheiro/ABrO PMDB marcou para o dia 15 de maio um congresso partidário. Será em Brasília. Vai servir para aprovar a indicação de Michel Temer para vice de Dilma Rousseff.
Uma forma de abreviar decisão a ser tomada em junho, mês em que se realizará a convenção que vai referendar a coligação com o PT federal.
A notícia foi celebrada pela cúpula do PT. Veio, porém, acompanhada de uma condição.
Exige-se que o PT-MG apóie a candidatura do pemedebê Hélio Costa ao governo de Minas. Fixou-se um prazo para o acordo: 10 de maio.
Oito dias antes, em 2 de maio, o PT mineiro realiza prévias. Vai escolher o seu próprio candidato. Disputam Fernando Pimentel e Patrus Ananias.
Em acerto com a direção do PMDB, o PT federal combinou que o vencedor de sua contenda vai à mesa de negociação com Hélio Costa.
Participarão da conversa os mandanchuvas nacionais das duas legendas: Temer, pelo PMDB; e José Eduardo Dutra, pelo PT.
Empurrado por Lula, o petismo nacional parece propenso a abrir caminho para Hélio Costa. O PT de Minas, nem tanto.
A mágica da concórdia terá de ser operada em duas semanas. Cogita-se oferecer ao petista que vencer as prévias a vaga de senador na chapa do PMDB.
Reavivou-se a perspectiva de que Dilma Rousseff tenha um palanque único em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país.
De resto, para se recompor com o PMDB, o PT vai abrir espaço no comitê de campanha de Dilma para três representantes do PMDB.
Escrito por Josias de Souza às 22h20
‘O que me consola é que ele sente muita saudade minha’
Afirma ter aprendido com ex-chefe a lidar com eleitores
‘Sou boa aluna. Ando com ele pelo país há 7 anos e meio’
Avoca para si um pedaço da popularidade do presidente
‘Nesses 76% tem meu trabalho, uma parte eu contribuí’
Wilson Dias/ABr
Dilma Rousseff expõe sua candidatura na vitrine que a projetou para a política, o Rio Grande do Sul.
Dedicou as primeiras horas da incursão gaúcha a um compromisso familiar que ajuda a suavizar-lhe a imagem.
Acompanhou a filha, Paula, grávida de quatro meses, numa ecografia. Enxergou o vulto de Gabriel, o neto que vai nascer um mês antes da eleição.
Depois, foi ao microblog. Agradeceu o presente que recebera no jantar da véspera, em São Paulo:
“Ana Maria Braga, minha filha adorou o boneco do Louro José. O bebê, que acabei de ver na ecografia, te agradece”.
Almoçou com empresários, na federação das indústrias do Estado. Para atenuar a fama de estatizante, disse que jamais lhe passou pela cabeça “destituir o setor privado”.
Concedeu uma entrevista a empesas de comunicação do grupo RBS. Referindo-se a um dossiê que despeja na internet dados não comprovados de seu passado guerrilheiro, disse estar sendo vítima de “campanha insidiosa”.
Vão abaixo trechos da entrevista, cuja íntegra pode ser lida aqui e aqui.
–Circula na web dossiê que lhe atribui assaltos a bancos e atos de terrorismo no regime militar. Sente-se preparada para a campanha eleitoral? Ninguém participa de governo sem aprender a conviver com críticas, deturpações e difamações. Há uma campanha insidiosa porque as pessoas pouco lembram daquela época. [...] Não tive nenhuma ação armada. Se tivesse ação armada, não teria recebido condenação de dois anos. Cumpri três anos de cadeia, mas fui condenada a dois.
–Quem estaria por trás dessa campanha? Acho que as reações são de setores inconformados com a abertura democrática e que acham que uma pessoa que esteve presa [...], durante todo o período da ditadura, não pode ser hoje vitoriosa.
–Adversários levantam dúvidas sobre o que seria o seu governo em matéria de liberdade de expressão. Qual é o seu compromisso? Adversário só não fala que a gente é bonita, o resto tudo fala. Eu sei o que é viver na ditadura, e sei a pior parte dela. Não acho que faz bem para nenhuma geração o que a minha passou...
–Como a senhora pretende reverter no RS os índices desfavoráveis? Nós Começamos agora. Pesquisa retrata o momento. [...] Todo mundo que sentou na cadeira antes se danou.
–Acha possível subir nos palanques de Tarso Genro e José Fogaça? Não vou trabalhar hipótese, até porque não é prudente. Quando a gente tiver feito aliança nacional [PT-PMDB], eu posso responder isso...
a não causar problema.
–Trabalha com a possibilidade de ter o PMDB gaúcho todo a seu lado? [...] Acredito que a grande maioria do PMDB fica conosco.
–Já consegue fazer com naturalidade o que o presidente faz, como entrar na casa dos eleitores? Perfeitamente, sou uma boa aluna. Nessa relação com ele, tenho anos de praia. Ando pelo Brasil afora com ele há sete anos e meio...
– O presidente tem dado conselhos sobre a campanha? Graças a Deus, dá. O presidente é uma pessoa experiente. Temos uma longa caminhada juntos, a nossa relação é de quem priva da intimidade...
– Sente falta da preseença de Lula nas viagens? Sempre falo que tenho muita saudade dele. O que me consola é que acho que ele também tem muita saudade minha. Porque convivíamos o dia inteiro.
– Acha que o eleitorado sente diferença com a ausência do presidente? Andei por esse país afora sozinha quantas vezes? O pessoal está inventando. Ser governo e decidir todo dia é muito difícil. Eu cuidei do PAC, de R$ 636 bilhões, da execução, tinha de discutir isso do Oiapoque ao Chuí. O presidente ia para um lado e eu, para o outro.
– Até que ponto a popularidade de Lula pode resultar em votos? Se pode resultar em votos para alguém, imagino que seja para mim. Por quê? Porque entrei no Ministério de Minas e Energia, depois fui para Casa Civil, participei de cada um desses programas. Eles têm meu esforço pessoal. [...] Então posso reivindicar a continuidade do governo Lula. O povo não acredita em promessa, acredita que quem faz pode fazer mais. Podemos fazer mais, porque fizemos. [...] Tem meu trabalho nisso, eu me sinto absolutamente legitimada para achar que nesses 76% [de aprovação de Lula] tem uma parte que eu contribuí.
– O PMDB se encaminha pra indicar Michel Temer para vice. Qual é a sua relação com o deputado? Tenho uma ótima relação com Michel Temer, respeito bastante o deputado, acho ele uma pessoa talentosa, bom articulador político, excelente presidente da Câmara, uma pessoa tranquila, não aposta no conflito, trabalha no acordo e no consenso. [...] Considero o Michel Temer uma pessoa de qualidades excepcionais.
Escrito por Josias de Souza às 04h52
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http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/
O comício improvisado em Brasília animou a manhã e prenunciou outro Dia do Espanto. Ainda ressabiado com a descoberta de que não consegue mais que 3 minutos e 45 segundos na agenda de Barack Obama, o presidente Lula foi pouco inventivo na discurseira para pequenos e microempresários. Só lhe ocorreu recomendar à plateia que exija a imediata criação de um ministério encarregado de cuidar exclusivamente de pequenas e microempresas.
E o que está esperando para atender à reivindicação?, intrigaram-se os ouvintes. Não se faz isso em ano eleitoral, desconversou o chefe de governo que faz qualquer negócio em ano eleitoral. Campanha eleitoral antecipada, proibida por lei e castigada com multas, por exemplo. Como a maior obra de um presidente é eleger o sucessor, Lula ignorou mais uma vez o Judiciário e chegou para o almoço em São Paulo com sede de palanque.
Criticou o slogan adotado por José Serra, elogiou Dilma Rousseff , reafirmou que nunca antes neste país houve um presidente tão admirável e foi almoçar. Voltou do almoço com pose de consultor-geral do mundo, repreendeu Barack Obama por não ter procurado Mahmoud Ahmadinejad para uma conversa olho no olho, avisou que saberá representar o planeta na visita aos vigaristas atômicos do Irã e decolou para outro comício no Congresso Brasileiro do Aço.
Animado com o que lhe mostraram os anfitriões, deu por resolvida a questão habitacional e disse o que disse no vídeo abaixo. Num país menos delirante, chegaria ao ponto final transformado em forte candidato a uma camisa de força. No País do Carnaval, o palavrório de napoleão-de-hospício terminou não com o barulho da sirene da ambulância, mas ao som de aplausos.
“O povo tem de escolhê o que quisé”, diz num dos tantos momentos assombrosos. “Si qué uma.. sabe… de chão batido, sem acabamento, ou uma casinha bem feitinha de aço”. Faz a pausa numa vírgula e ordena ao companheiro Márcio Fortes que viaje pelo Brasil para mostrar aos interessados as opções disponíveis ─ com destaque para as moradas de aço, mas aceitando democraticamente a preferência pelo chão batido.
Já nos acréscimos, o especialista em tudo critica o currículo das faculdades de engenharia, incapazes de enxergar o que não escapa ao olhar do estadista. Quem foi que disse que as casas têm de ser de concreto?, indaga. Os engenheiros aprendem na escola que precisam usar concreto, continua a viagem. É errado, porque as casas podem perfeitamente ser de aço. Ou do jeito que a freguês quiser.
Sobre os barracos obscenamente miseráveis das favelas do país, nada. Nem sobre os mortos dos morros do Rio, ou os cadáveres ainda insepultos em Niterói, ou os flagelados ainda à caça de abrigo. Não convém tratar de coisas trágicas em ano eleitoral. Melhor cobrir com um oceano de concreto imaginário o que pareça incômodo ao caçador de votos. Melhor tratar dos problemas do Oriente Médio. Ou do Irã.
Segundo o IBGE, quase 100 milhões de brasileiros estão fora da coleta de esgoto, 34 milhões não dispõem de abastecimento regular de água. O PAC promete investir R$ 40 bilhões nos próximos quatro anos em saneamento básico. Os especialistas no assunto informam que, para que o país inteiro fosse atendido, seriam necessários investimentos anuais de R$ 10 bilhões durante 20 anos. Lula só sabe do que lhe convém. E faz de conta que não sabe disso.
O mais recente estudo da ONU sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de todos os países constatou que o Brasil, oitava economia do mundo, é o 75° no ranking. No campo do saneamento básico, os indicadores na área urbana são inferiores aos da Jamaica, da República Dominicana e ─ é difícil acreditar ─ dos territórios palestinos ocupados.
Na recente incursão pelo Oriente Médio, Lula comunicou, com a arrogância de pobretão metido a novo-rico, que estava lá para ajudar os moradores da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. O documento da ONU avisa que deveria ter pedido ajuda.
“O Obama já disse que eu sou o cara”, gabou-se Lula no inverossímil comício para a plateia de sindicalistas em que Dilma Rousseff rebaixou o exílio a ato de covardia e o presidente da República anunciou que se afastaria por algumas horas do palanque para ensinar um gringo inexperiente a lidar com o Irã. Decolou tão invocado quanto naquele dia em que ordenou a George Bush que proibisse a crise econômica de cruzar o Atlântico.
Viajou tão grávido de autoconfiança quanto na excursão que lhe permitiu resolver a crise do Oriente Médio. Pousou em Washington pronto para ministrar à turma presente ao debate da questão nuclear outro curso intensivo de diplomacia moderna. E avisou que queria uma conversa na Casa Branca ─ sem hora para terminar. Depois de muita insistência, conseguiu 15 minutos, divididos com o companheiro Recep Erdogan, primeiro-ministro da Turquia.
Teve de conformar-se com sete minutos e meio. Como não fala sequer boa tarde em inglês, os intérpretes engoliram metade do diálogo. Como Obama ocupou dois minutos da conversa com Lula, o mais falante dos presidentes precisou comprimir em um minuto e 45 segundos a discurseira em favor dos trapaceiros atômicos do Irã.
“Obama não vê nenhum problema em que se tente uma solução negociada”, disse o óbvio, à saída da curtíssima reunião, o chanceler Celso Amorim. O ministro que chama Lula de “Nosso Guia” nem terminara a frase quando o presidente americana informou que as sanções aplicadas ao regime dos aiatolás serão ainda mais severas do que se previa.
Lula viajou para os EUA como candidato ao cargo de secretário geral da ONU. Configurado o isolamento internacional, voltou como candidato a ex-presidente do Brasil. Ainda vai descobrir que foi o tradutor, e não Obama, quem disse que ele era o cara. Ao inquilino da Casa Branca, um minuto de falatório bastou para penitenciar-se, de novo, por ter sido gentil com o cara errado.
Pena que Obama não tenha visto a foto do ministro Miguel Jorge entregando a camisa da Seleção Brasileira ao companheiro Ahmadinejad. O País do Futebol lhe pareceria mais lógico se acreditasse que, em troca do endosso à aventura nuclear, o Itamaraty conseguiu o apoio da torcida iraniana à ofensiva dos guerreiros do Dunga nos campos da África do Sul.
E pena que a conversa tenha sido tão breve. Se durasse meia hora, tanto Obama quanto Erdogan descobririam que, para Lula, todos os árabes são turcos e pacifistas. Inclusive os persas atômicos do Irã.
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http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/
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Na Folha desta quinta, havia uma carta da assessoria da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. O jornal fez um “erramos”, e, do conjunto, Dilma e o partido pretendem fazer uma farsa. E é essa farsa que vou desmontar agora com paciência cirúrgica. Não deixem de ler este texto porque vocês verão um método do PT na sua absoluta clareza. Mas, antes, alguns princípios deste “consultório”.
A luta política é legítima. Não satanizo ninguém por tentar, afinal, vender o seu peixe ideológico. Também tenho as minhas convicções, crenças, valores. A minha exigência para haver diálogo: que não haja transigência na questão democrática. “Mas você vive atacando as esquerdas”. Verdade absoluta! Um pouco de esquerdismo sempre é um pouco de democracia liberal, que é a minha, a menos. Mas os ataques obedecem a uma escala: entre a rósea social-democracia e o comunismo vermelho de sangue, há diferenças. E, portanto, eu os trato diferentemente.
As coisas estão bem misturadas hoje em dia. O PT, por exemplo, não quer “socialismo”, aquele de corte soviético. Da herança bolchevique, ficou com o amor pela ditadura, que procura exercer por outros meios e métodos. E, por isso, não há como eu me entender com a metafísica do partido. E há, além ou aquém da ideologia, uma prática que me incomoda nessa gente: o amor pela mentira como um método.
Não transcrevi a sua fala, sempre cheia de cacos e improvisos, não! Publiquei o texto que o PT distribuiu para a imprensa — PORTANTO, ERA A VERSÃO AUTORIZADA E ENDOSSADA PELA CANDIDATA E PELO PARTIDO. E qual é o conteúdo do polêmico trecho AUTORIZADO? Este:
Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco.
Escrevi, então, antes de qualquer reação negativa à fala bucéfala:
É uma indecência. Está se referindo ao fato de que José Serra se exilou para não ser preso pela ditadura militar. Está chamando isso de “fugir”, o que evidencia que essa gente não tem mesmo limites. Seus companheiros, Franklin Martins inclusive, seqüestraram pessoas para libertar presos políticos — justamente para que se exilassem. Havia uma ordem de captura contra Serra, e, mais tarde, foi enviada ao Chile uma recomendação para que ele fosse eliminado. Vejam como Dilma torna heróica a sua trajetória e tenta vilipendiar a do adversário. Isso é pistolagem retórica. Do mesmo modo que o PT assaca contra a história do país, Dilma assaca contra a história pessoal do oponente, não respeitando nem mesmo aquele que é um direito básico de todo ser humano: tentar fugir dos que querem capturá-lo — especialmente naquelas circunstâncias.
A fala, pois, que o próprio PT entregou à imprensa já é indecorosa. No discurso, Dilma ainda carregou um pouco mais nas tintas. Ora, dizer que “não foge”, que “não tem medo”, que “pode até apanhar”, inscreve o discurso num contexto claríssimo. Estava, sim, tentando pespegar a pecha de fujão no adversário, o que é uma barbaridade. Ao fazê-lo, atacava, obviamente, muito mais gente.
Profissionais da mentira
Durante três ou quatro dias, só restou a Dilma Rousseff afirmar que tinha sido mal interpretada, que se tratava de má fé, que ela não tinha querido dizer aquilo… Sempre na defensiva. E seus homens de “marquetingue” em busca de alguma saída. Até que ela surgiu. Eureka!!! E se materializou na tal cartinha publicada ontem na Folha. Eu a reproduzo na íntegra. Leiam com atenção:
“A ex-ministra Dilma Rousseff nunca disse a frase “eu não fugi da luta e não deixei o Brasil”, publicada em parte dos exemplares da edição de domingo no texto “Dilma ataca rival e diz que não “fugiu” da luta na ditadura” (Brasil). A correção é necessária porque a informação errada deu margem a uma interpretação maliciosa do discurso da ex-ministra. Dilma Rousseff não se referiu em nenhum momento a pessoas que tiveram de deixar o país em qualquer circunstância. Segue a transcrição exata do trecho do discurso que foi deturpado: “Eu não fujo da situação quando ela fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Eu posso apanhar, sofrer, ser maltratada, como já fui, mas eu estou sempre firme com as minhas convicções. Em cada época da minha vida, eu fiz o que fiz porque acreditei no que fazia. Fiz com o coração, com a minha alma e a minha paixão. Eu só mudei quando o Brasil mudou, mas eu nunca fugi da luta ou me submeti. E, sobretudo, nunca abandonei o barco”.
É lamentável que a partir de um erro da própria Folha o jornal tenha dado curso, nas edições seguintes, a uma tentativa de manipulação política e eleitoral por parte dos adversários da ex-ministra.
O discurso da ex-ministra está em www.youtube.com/watch?v=KpkBQ4GHPjI&feature=player-embedded”
OSWALDO BUARIM JÚNIOR , assessor de imprensa de Dilma Rousseff (Brasília, DF)
Comento
Como aprecio esse tom indignado dos petistas!!! Ah, sim: a Folha fez um “erramos”. É este: “Em parte dos exemplares, foi publicado erroneamente que a pré-candidata do PT à Presidência disse, em evento em São Bernardo no último sábado: “Eu não fugi da luta e não deixei o Brasil”. A declaração correta, publicada na maior parte dos exemplares, é: “Eu nunca fugi da luta ou me submeti. E, sobretudo, nunca abandonei o barco”.
Voltei
COMO VOCÊS VIRAM, EU NÃO PRECISEI DA VERSÃO IMPRECISA — JÁ QUE NEM SE PODE DIZER QUE ESTEJA ERRADA — PARA DEIXAR CLARO, AFINAL DE CONTAS, O QUE FOI QUE DILMA DISSE E QUEM ELA ESTAVA PROCURANDO ATACAR.
A fala original de Dilma já é grave o bastante. Não precisa de qualquer erro, distorção ou imprecisão. Ela é o que é e tem o sentido que tem. Se não se referia aos exilados, referia-se, então, a quem? Quais são os seus adversários que fogem da luta? De qual luta? A versão a que as pessoas reagiram foi mesmo a correta, não aquela que circulou numa parte ínfima da edição da Folha. Na segunda-feira, o jornal ouviu alguns ex-exilados e políticos a respeito. E pediu que comentassem a fala que o próprio PT dá como correta.
Tática
Saibam que isso é uma tática para ludibriar a opinião pública. Há gente especializada no assunto: tanto serve para proteger um cliente quanto para tentar queimar um seu oponente. Quando flagrado numa bobagem, cumpre encontrar nas vozes que protestam uma falha, mínima que seja, e magnificá-la. O esforço consiste em fazer o debate se concentrar na falha e não mais na bobagem que foi dita.
E se não houver falha nenhuma? Ora, invente uma e responda à sua própria invenção, atribuindo-a ao adversário. Há um caso exemplar: no seu discurso em Brasília, no dia 10, Aécio Neves afirmou que o partido dissera “não” à Constituição. E o PT saiu gritando: “É mentira! Nós assinamos a Constituição”. Ué, mas quem disse que não? Assinaram, sim, mas não homologaram — “O PT assinou, mas não tragou”, como escrevi aqui.
Mentiras! Mentiras às pencas. Mentem sobre o passado; mentem sobre o futuro e mentem com impressionante desenvoltura sobre o presente. A troca da palavra “barco” por “país” num pequeno número de exemplares da Folha não muda absolutamente nada! Dilma atacou os que se exilaram e agora busca uma saída honrosa. E evidencia um traço preocupante de caráter: é incapaz de admitir um erro mesmo quando se trata de uma ignomínia.
E que se lembre: o intelectual petista Emir Sader — sei, gente, isso é um oximoro…— já vinha comparando as duas biografias, a de Serra e a de Dilma, e havia caracterizado um como fujão e outra como heroína. Dilma nada mais fez do que vocalizar o discurso obscurantista. A rede petralha, agora, aproveitará o “erramos” para acusar a Folha de perseguir Dilma. E vai cobrar compensações para o agravo que não houve.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
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16 de abril de 2010
O Globo
Manchete: Cirurgião-chefe comandava fraudes em hospital do Rio
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Incentivos tentam garantir Belo Monte
China cresce 11,9% e faz PAC com Brasil
Erupção na Islândia isola a Europa
Proposta da LDO dificulta paralisação de obras irregulares (págs. 1 e 3)
Governo tenta barrar projeto que aumenta rombo na Previdência (págs. 1 e 3)
STF nega liberdade, mas Cacciola pode ficar no semiaberto (págs. 1 e 26)
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Folha de S. Paulo
Manchete: Fumaça de vulcão para voos na Europa
Brasil e China assinam 'PAC chinês' em Brasília
Às escuras, norte-coreano celebra líder morto em 94
Igreja enviou ao país acusado de abuso sexual
Só prisão de baixo risco receberá urnas no Estado
Mercado aberto: BB fecha negociação e terá 51% do banco argentino Patagônia (págs. 1 e B2)
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Conflito agrário cresce no governo Lula
Vulcão leva caos à Europa
Artigo: Luiz Inácio Lula da Silva: Bric é a prova da necessidade de governança global
Projeto tira até R$ 14 bilhões da Previdência
Papa diz que católicos devem 'fazer penitência'
Astronautas dos EUA irão a Marte
Governo propõe mínimo de R$ 535,91
Washington Novaes: Faltam políticas, não avisos
Notas & Informações: A deslealdade da base
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Correio Braziliense
Manchete: Votos do PT decidem eleição de governador
Foto legenda: De Brasília para o mundo
Emergência chinesa
Greenpeace faz protesto
A tropa no trânsito
Poupadores perdem no STJ
Educação na mira do PNDH
Nova denúncia
Vulcão para voos na Europa
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Valor Econômico
Manchete: Inflação provoca explosão de consumo na Argentina
Novo cenário já reanima a Embraer
Guerra contra a obesidade se estende aos refrigerantes
Foto legenda: Novos rumos
Uma conta de R$ 30 bi no Congresso
EU& Fim de Semana: Produção cientifica avança no país, mas recursos ainda são insuficientes (pág. 1)
EU& Fim de Semana: Artes plásticas vivem momento de otimismo no Brasil (pág. 1)
Exportação de carnes
Contratação recorde
Acelerador chinês
Escalada da celulose
Parceria genética
Chave na colheita
BC segura o câmbio
Cacciola segue na prisão
Ideias
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