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[Homenagem aos chargistas brasileiros e ao "Dunga que peitou a Vênus Platinada"].
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A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
Serra defende modelo chileno para o BC |
Autor(es): Cristiane Agostine, Luciano Máximo e João Villaverde, de São Paulo |
Valor Econômico - 22/06/2010 |
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, defendeu o modelo de Banco Central adotado pelo Chile, onde as decisões são tomadas em conjunto com o Ministério da Fazenda - que, porém, não tem direito a voto nas reuniões. Serra citou o modelo chileno ao ser questionado sobre o que faria caso o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentasse a taxa de juros e ele considerasse a decisão equivocada. O tucano foi entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura, que foi ao ar ontem à noite. O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, defendeu o modelo de Banco Central adotado pelo Chile, no qual as decisões são tomadas em conjunto com o Ministério da Fazenda. O tucano foi entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura, que foi ao ar ontem à noite, e citou o modelo chileno ao ser questionado sobre o que faria no caso de o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentar a taxa de juros e ele, se eleito presidente, considerar a decisão errada. Serra explicou que no Chile, onde refugiou-se durante o regime militar, decisões econômicas importantes são articuladas. "Lá no Chile nunca teve nenhuma decisão do BC, nenhuma, que não fosse de comum acordo com a Fazenda, com todo mundo...". Sem fazer críticas diretas ao governo, ressaltou que isso difere de "coisa de amador, de análises cucarachas". No país vizinho, o BC é considerado independente. O equivalente ao Copom brasileiro no Chile se reúne mensalmente para definir os rumos da política monetária. Ao lado do presidente e dos diretores da instituição, o ministro da Fazenda chileno tem cadeira cativa e espaço para fazer suas considerações. Só não pode votar pela subida ou pelo corte dos juros. Para o ex-diretor do BC Alexandre Schwartsman, "colocar gente que defende interesses diferentes da estabilidade monetária não funciona". Ele lembra que o controle da inflação nos últimos anos não seria possível sem a autonomia do BC, "que deveria ser formal". Na avaliação do ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas Gomes, o candidato do PSDB tem uma visão "mais explícita" de que a autoridade monetária deve sofrer influência do governo. "Ele já deu esse sinal. Não é inconsistente o que ele falou, mas o mercado demanda menos interferência e maior transparência. E isso só existe com influência zero, que só é possível um BC autônomo legalmente", afirmou Freitas Gomes. Já para o professor da Uerj Luiz Fernando Rodrigues Paula, especialista em finanças internacionais, Serra pretende copiar o modelo chileno de cooperação entre governo e BC. "A declaração sinaliza que ele está disposto a fazer alterações na política econômica, mas não bruscas", disse o acadêmico. Para Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Unicamp, Serra "tem razão". "Há toda uma sacralização dos membros do Copom, que tem uma composição muito acanhada". Serra disse que o BC precisa "trabalhar direito" e ironizou a atuação da autarquia durante a crise econômica mundial, por não ter reduzido a taxa de juros. "O Banco Central brasileiro foi o único no mundo civilizado que manteve o juro sem baixar durante quatro meses", afirmou. O tucano declarou que vai ser "moleza" manter o câmbio flutuante se o país tiver uma política de crescimento sustentável. Ao analisar a área econômica do governo Lula, o tucano atacou também o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a política industrial e o déficit na conta corrente. O candidato discorda da atuação do BNDES ao subsidiar juros para grandes empresas e ao dar suporte a fusão de conglomerados. "Eu não sou contra uma empresa comprar a outra, agora vai dar dinheiro público, subsidiado? Todos os contribuintes vão pagar para uma empresa comprar outra? Não tem sentido", declarou. Sobre a política industrial, Serra novamente ironizou o governo Lula e disse que o presidente não deve ter conhecimento de que "o país está se desindustrializando". "Tenho certeza de que Lula não sabe disso. Não é obrigado saber de tudo. Vai levando." Serra disse que Lula está fazendo um novo modelo de privatização do dinheiro público. "Uma das grandes farsas no Brasil é a questão da privatização. Tem gente que fala contra, chega no governo e não só não volta para trás como dá dinheiro subsidiado. O governo emite dívida pública, pega esse dinheiro e empresta, por um juro menor do que está pagando pela dívida, dando subsídio para uma empresa comprar outra. Um uso curioso de privatização de dinheiro público". Durante a entrevista, o candidato do PSDB interrompeu a diretora de redação do Valor, Vera Brandimarte, por três vezes antes que pudesse ter sido completada pergunta sobre o avanço do PT no governo federal como banco estatal. O tucano negou que teria criticado o governo por privatizar bancos estaduais. "Eu não critiquei, eu estou analisando". Ao tentar completar a pergunta, Vera Brandimarte foi novamente interrompida. "Olha, todos aqui ouviram. Critiquei o governo Lula por ter vendido bancos estaduais que já eram de propriedade federal, da área privada? Os telespectadores estão ouvindo que você falou que eu critiquei... não critiquei", disse. Em seguida, ressaltou que não tinha criticado o governo Lula. O mediador do programa, Heródoto Barbeiro, também foi interrompido pelo tucano ao tentar completar uma pergunta sobre a política de pedágios das rodovias paulistas. |
Na campanha, debate sobre o papel do BNDES |
Autor(es): Agencia o Globo/Henrique Gomes Batista |
O Globo - 22/06/2010 |
O peso do BNDES na economia virou tema de campanha. José Serra e o economista Eduardo Giannetti, consultor de Marina Silva, criticaram os efeitos da alta dos desembolsos, que devem atingir R$ 140 bi, com reflexos na dívida do país. Serra e Giannetti, que assessora Marina, criticam modelo do banco, cujos desembolsos serão de R$ 140 bi este ano O papel do BNDES voltou a virar assunto de campanha eleitoral. O presidenciável tucano, José Serra, e o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, consultor econômico de Marina Silva (PV), reclamaram neste fim de semana dos efeitos colaterais do elevado volume de desembolsos do banco — que saltou dos R$ 20 bilhões no ano 2000 para chegar a R$ 140 bilhões neste ano. Na opinião deles, confirmada por alguns especialistas, o crescimento muito forte dos empréstimos do banco elevou de forma perigosa a dívida bruta e a concessão de subsídios para grandes empresas. Alguns enxergam na atuação da instituição a causa dos elevados juros do país. Para fazer frente ao crescimento no número de empréstimos do banco, o Tesouro repassou à instituição, entre 2008 e março de 2010, R$ 190 bilhões. Isso ajudou, em parte, no forte crescimento da dívida bruta do país, de 57,9% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) em 2008 para 64,4% do PIB este ano. Em valores nominais, o salto foi de R$ 1,74 trilhão há dois anos para R$ 2,2 trilhões previstos para o fim de 2010. Além disso, com a crise mundial, o governo concedeu via BNDES várias linhas de financiamento a juros baixos, algumas até com taxas negativas — ou seja, juros menores que a inflação prevista. Esse é o caso do Programa de Sustentação de Investimento (PSI), com juros de 4,5% ao ano, contra previsão de inflação oficial de 5,61% para 2010. Em um mês, a taxa subirá para 5,5%/ano. Outras linhas têm juros subsidiados, ou seja, abaixo do que o governo paga na captação que faz no mercado financeiro para capitalizar o BNDES: — É uma nova modalidade, muito interessante (de privatização). Você dá o dinheiro, e o proprietário é privado. É um modelo curioso de privatização do dinheiro público — disse José Serra, no programa “Roda Viva”, da TV Cultura. Para especialista, banco é Robin Hood às avessas Carlos Eduardo Gonçalves, professor de economia da FEA/USP, concorda com o tucano. Ele acredita que o sistema de financiamento do BNDES, criado nos anos 50 do século passado, quando o Brasil ainda era uma economia agrária, não é condizente com o atual momento. — O BNDES se transformou no Robin Hood às avessas, tira dinheiro dos pobres, que pagam impostos, e dá aos ricos, as grandes empresas — disse. Para ele, o banco deveria focar suas atividades em pequenas empresas e em firmas inovadoras, que têm dificuldade de obter financiamento. Grandes empresas podem se captar no mercado financeiro, diz. Ele afirma também que, como grande parte das empresas pega juros subsidiados, o Banco Central é obrigado a elevar muito a taxa Selic do restante da economia, para tentar frear o crescimento, de forma a controlar a inflação. O professor acredita ainda que a forte atuação do BNDES no financiamento a longo prazo inviabiliza que outros bancos atuem neste setor — e não o contrário, como alega o banco: — Nesta área, a concorrência é desleal — define. O economista Armando Castelar, da Gávea Investimento, alerta que esse subsídio destinado às grandes empresas sequer é mensurado. Ele acredita que a falta de transparência impede um debate mais claro da eficiência desses recursos. — Não sabemos o tamanho do subsídio, que no fim das contas é pago pelo contribuinte. Se soubéssemos quanto é o valor, poderíamos discutir se não seria mais eficiente investir em inovação, educação, infraestrutura, saúde — enumera ele, que também se diz preocupado com a escalada da dívida bruta. O professor Antônio Corrêa de Lacerda, da PUC-SP, discorda. Para ele, a atuação do BNDES é uma “anomalia necessária”, criada por conta das taxas de juros elevadas do país. Sem o banco, o investimento no país seria muito menor, e a situação econômica, muito pior, diz ele. — Quando a Selic começou a cair, no ano passado, o mercado imediatamente começou a atuar no financiamento de logo prazo. Mesmo com desembolsos recordes, o mercado de capitais se desenvolveu — disse o professor, discordando também da afirmação de que os juros subsidiados do BNDES distorcem o mercado e elevam a taxa Selic. A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, já havia defendido o aumento dos financiamentos realizados pelo BNDES, parte das operações arquitetada quando ela ainda era ministra. Mas — em linha com o presidente do banco, Luciano Coutinho — Dilma defende o desenvolvimento de novas fontes de financiamento de longo prazo, como o mercado de debêntures. O BNDES informou, em nota, que os incentivos criados como PSI foram fundamentais para a retomada do crescimento liderado pelo investimento. Segundo a instituição, o debate sobre o custo do subsídio nas taxas do banco precisa ser relativizado: “Se a crise tivesse abortado 20% dos investimentos efetivamente realizados, isso representaria uma redução na arrecadação de impostos da ordem de R$ 10 bilhões. As taxas do PSI estão em linha com os custos praticados por outras instituições financeiras internacionais no financiamento a bens de capital”, diz. O banco lembrou que as operações de fusão e aquisição foram iniciativas das empresas e que, nelas, os financiamentos correm a custos de mercado. “O apoio à expansão internacional de companhias que atuam em setores onde o Brasil possui competitividade reconhecida é um objetivo expresso da Política de Desenvolvimento Produtivo”, conclui o banco. .......... |
O Estado de S. Paulo - 22/06/2010 |
Só não causa espanto a disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revelada pelo Estado na edição de sábado, de impedir que uma empresa estrangeira assuma o controle da operadora Oi no que seria uma operação entre empresas e investidores privados, na qual a ingerência estatal seria indevida ? porque o governo nunca escondeu sua disposição de interferir na gestão da empresa e sua intenção de preservar-lhe o caráter "nacional".
Para legalizar a nova empresa, o governo propôs a mudança da legislação e, para tornar viável a compra da BrT pela Oi que ocorreu em 2008 , ofereceu vultosos financiamentos do Banco do Brasil e do BNDES. Por meio de bancos federais ou suas subsidiárias e de fundos de pensão vinculados a empresas estatais, o governo detém 49% do capital da operadora. Em entrevista publicada em março pelo Estado, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, anunciou que o processo de absorção da BrT pela Oi estava praticamente concluído e que, mesmo sendo "uma companhia nova, completamente diferente", a "Oi passou da posição de alvo para a de caçador". As coisas não parecem estar tão tranquilas. Detentora da concessão de telefonia fixa em São Paulo e de 50% da operadora de telefonia celular Vivo, a Telefónica teria interesse em comprar os 50% da Vivo em poder da Portugal Telecom. Se o negócio se concretizar, a Portugal Telecom, que tem interesse em manter operações no Brasil, considerado um mercado lucrativo, poderia fazer uma oferta pelo controle da Oi e disporia de capital suficiente para adquiri-la. Quando viram que a empresa portuguesa poderá se interessar em comprar a Oi, os dirigentes desta empresa correram para buscar a proteção do governo contra a investida do capital externo. O presidente Luiz Eduardo Falco e os sócios privados que controlam a empresa os empresários Sérgio Andrade, da Construtora Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, do Grupo La Fonte se reuniram na semana passada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mais de duas horas e meia para expor suas aflições e, segundo uma fonte ouvida pela repórter do Estado Karla Mendes, saíram do encontro sorridentes, "pois o presidente disse que também quer uma empresa brasileira forte e que não quer vendê-la". Infelizmente para as finanças públicas e, sobretudo, para os usuários de telefones fixos ou móveis, este é apenas mais um episódio de ingerência do governo num negócio que, do ponto de vista financeiro e operacional, deveria ser conduzido inteiramente pela iniciativa privada, cabendo ao Estado brasileiro por meio de agências reguladoras, e não do governo ? a regulamentação e a fiscalização de suas atividades, com vistas à preservação do interesse público, em particular assegurando o atendimento adequado da população por meio da eficiente prestação de serviços, a preços razoáveis. Não foi essa a preocupação do governo do Partido dos Trabalhadores quando se esforçou para tornar viável a compra da BrT pela Oi e não é, também, sua preocupação neste momento, ao receber com simpatia o pedido de socorro dos donos da empresa. O que menos o preocupa é o atendimento do usuário ou a proteção do dinheiro público. A fusão das operadoras patrocinada pelo governo resultou na forte concentração do mercado, o que reduziu a concorrência e, por isso, tende a prejudicar o usuário. Em razão do enorme interesse do governo no assunto, até mesmo a mudança das regras para a atuação e operação das empresas no setor de telefonia foi proposta e aprovada. Financiamentos concedidos à Oi estão entre as maiores operações já realizadas por bancos ligados ao governo federal. |
22 de junho de 2010
O Globo
Manchete: TCU anuncia mais 5 mil que não podem disputar eleição
Petrobras precisa de US$ 58 bi
Papel do BNDES é questionado
Foto legenda: Tragédia das águas
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Folha de S. Paulo
Manchete: Prisões têm escuta para gravar advogado e preso
Presidente do STF afrouxa norma contra o nepotismo
PT faz 'terrorismo', diz Serra em sabatina
Cheias destroem mais de 11 mil casas em AL
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Petrobras planeja investir US$ 224 bi
Site oficial que saiu do ar critica reforma agrária
Ministra prevê guerra ambiental entre Estados
Moeda chinesa sobe com flexibilização do câmbio (Págs. 1 e Economia B6)
Irã proibe visita de inspetores da AIEA (Págs. 1 e Internacional A11)
Notas & Informações: A confissão do chanceler
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Valor Econômico
Manchete: Lula quer conter venda de terras a estrangeiros
CVM acusa dez ex-dirigentes da Aracruz
Para ganhar dois milésimos de segundos
China volta a valorizar o yuan
Modelo chileno para o BC agrada a Serra
Marisa cria empresa atacadista
Grandes obras são arma de Roseana Sarney na disputa por mais quatro anos no poder (Págs. 1 e A14)
Grupo suíço Swatch agita a indústria de relógios mundial (Págs. 1 e B7)
Petrobras investirá menos no exterior, diz Gabrielli (Págs. 1 e B8)
SP aperta o cerco aos devedores
Cade quer posto em supermercado
Expectativa de mercado
Jornada paraguaia
França irrita patrocinadores
PE tenta atrair estaleiro
Siderurgia aquecida
Acomodação da celulose
Exportação de açúcar
Martins fecha parceria em cartões
Ideias
Ideias
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RADIOBRAS.