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[Homenagem aos chargistas brasileiros e ao Dunga].
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A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
No mês de abril, o governo havia registrado um superávit de R$ 16,5 bilhões
Renata Veríssimo e
Adriana Fernandes, da
Agência Estado
BRASÍLIA - As contas do Governo Central voltaram ao vermelho e apresentaram em maio o pior resultado para o mês em 11 anos. Em maio de 1999, as contas do Governo Central apresentaram déficit de R$ 650 milhões.
O Governo Central, formado pelo Tesouro, Previdência e Banco Central, registrou um déficit de R$ 509,7 milhões no mês de maio, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira, 29. No mês de abril, o governo central havia registrado um superávit de R$ 16,596 bilhões.
O déficit é o terceiro resultado negativo obtido neste ano, segundo dados do Tesouro Nacional. Nos cinco primeiros meses de 2010, as contas do governo central apresentaram déficit em fevereiro, março e agora em maio.
Porém, os fortes superávits registrados em janeiro (R$ 13,866 bilhões) e em abril (R$ 16,596 bilhões) compensaram os resultados negativos apurados nos outros três meses do ano. No acumulado dos cinco primeiro meses de 2010, o superávit do governo central é de R$ 24,209 bilhões.
Resultado negativo foi gerado por desemprenho ruim das contas do Tesouro
O resultado negativo de maio foi gerado, principalmente, por um desempenho ruim das contas do Tesouro, que teve um superávit de R$ 2,119 bilhões, ante um superávit de R$ 19,689 bilhões em abril. A Previdência Social registrou um déficit de R$ 2,589 bilhões em maio, enquanto o Banco Central teve um resultado negativo de R$ 39,3 milhões. Tanto a Previdência, quanto o Banco Central, computaram resultado melhor do que em abril, quando o déficit nas contas previdenciárias foi de R$ 3,011 bilhões e do Banco Central, de R$ 80,9 milhões.
Os dados contrariaram fortemente as expectativas dos analistas, que não previam resultado negativo. As estimativas eram de superávit de R$ 248 milhões a R$ 5,1 bilhões, de acordo com um grupo de 13 instituições do mercado financeiro consultadas pelo AE Projeções. Com base neste intervalo de expectativas, a mediana calculada era de R$ 3,1 bilhões de superávit.
De janeiro a maio, o governo central registra um superávit de R$ 24,209 bilhões. Esse valor supera em R$ 5,052 bilhões o superávit do mesmo período de 2009. Segundo os dados divulgados, o resultado do governo central no acumulado do ano equivale a 1,73% do Produto Interno Bruto, ante 1,56% do PIB registrado de janeiro a maio de 2009.
Receita
As receitas do Governo Central (Tesouro, Previdência e Banco Central) cresceram 17,9% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período de 2009. As despesas registraram um aumento de 18,5%, no mesmo período de comparação. Segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional, os gastos aumentaram 33,3% com custeio e capital, 14,1% com pagamento de benefícios e 8,4% com pagamento de pessoal. As transferências para Estados e Municípios subiram 12,4%, de janeiro a maio, em relação ao mesmo período de 2009.
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28 de junho de 2010 | 19h35
Paul Krugman
Recessões são comuns; depressões são raras. Pelo que sei, houve apenas duas eras na história econômica qualificadas como “depressões” na ocasião: os anos de deflação e instabilidade que acompanharam o Pânico de 1873, e os anos de desemprego em massa, após a crise financeira de 1929-31.
Nem a Longa Depressão do século 19, nem a Grande Depressão, no século 20, registraram um declínio contínuo. Pelo contrário, ambas tiveram períodos em que a economia cresceu. Mas esses períodos de melhora jamais foram suficientes para desfazer os danos provocados pela depressão inicial e foram seguidos de recaídas.
Receio que estamos nos estágios iniciais de uma terceira depressão. Que provavelmente vai se assemelhar mais à Longa Depressão do que a uma Grande Depressão mais severa. Mas o custo – para a economia mundial e, sobretudo, para os milhões de pessoas arruinadas pela falta de emprego – será imenso.
E esta terceira depressão tem a ver, principalmente, com o fracasso político. Em todo o mundo – e, mais recentemente, no profundamente desanimador encontro do G-20, no fim de semana -, os governos se mostram obcecados com a inflação quando a verdadeira ameaça é a deflação, e insistem na necessidade de apertar o cinto, quando o problema de fato são os gastos inadequados.
Em 2008 e 2009, parecia que tínhamos aprendido com a história. Ao contrário dos seus predecessores, que elevavam as taxas de juros para enfrentar uma crise financeira, os atuais líderes do Federal Reserve e do BCE (Banco Central Europeu) cortaram os juros e partiram em apoio aos mercados de crédito. Ao contrário dos governos do passado, que tentaram equilibrar os orçamentos para fazer frente a uma economia em forte declínio, os governos hoje deixam os déficits aumentarem. E melhores políticas ajudaram o mundo a evitar o colapso total: podemos dizer que a recessão provocada pela crise financeira acabou no verão (no hemisfério norte) passado.
Mas os futuros historiadores irão nos dizer que esse não foi o fim da terceira depressão, da mesma maneira que a retomada econômica em 1933 não foi o fim da Grande Depressão. Afinal, o desemprego – especialmente o desemprego a longo prazo – continua em níveis que seriam considerados catastróficos há alguns anos e não dão sinal de queda. E tanto Estados Unidos como Europa estão próximos de cair na mesma armadilha deflacionária que atingiu o Japão.
Diante desse quadro sombrio, você poderia esperar que os legisladores tivessem entendido que não fizeram o suficiente para promover a recuperação. Mas não. Nos últimos meses observamos o ressurgimento da ortodoxia do equilíbrio orçamentário e da moeda forte.
O ressurgimento dessas teses antiquadas é mais evidente na Europa, onde as autoridades parecem estar usando os discursos de Herbert Hoover para fundamentar sua retórica, incluindo a afirmação de que elevar impostos e cortar gastos vai expandir a economia, melhorando a confiança nos negócios. Mas, em termos práticos, os EUA não estão agindo muito melhor. O Fed parece consciente dos riscos de uma deflação – mas o que propõe fazer com relação a esses riscos é, bem, nada.
O governo Obama entende os perigos de uma austeridade fiscal prematura – mas como os republicanos e democratas conservadores do Congresso não aprovam uma ajuda adicional aos governos estaduais, essa austeridade se impõe de qualquer maneira, com os cortes no orçamento estaduais e municipais.
Por que essa virada equivocada da política? Os radicais com frequência referem-se às dificuldades da Grécia e outros países na periferia da Europa para justificar seus atos. E é verdade que os investidores atacaram os governos com déficits incontroláveis. Mas não há nenhuma evidência de que uma austeridade a curto prazo, face a uma economia deprimida, vai tranquilizar os investidores. Pelo contrário: a Grécia concordou com a adoção de um plano severo de austeridade, mas viu seus riscos se ampliarem ainda mais; a Irlanda estabeleceu cortes brutais dos gastos públicos e foi tratada pelos mercados como um país com risco maior do que a Espanha, que até agora reluta em adotar medidas drásticas propugnadas pelos radicais.
É como se os mercados financeiros entendessem o que os legisladores aparentemente não compreendem: que, embora a responsabilidade fiscal a longo prazo seja importante, cortar gastos no meio de uma depressão vai aprofundar essa depressão e abrir caminho para a deflação, o que é contraproducente.
Portanto, não acho que as coisas tenham a ver de fato com a Grécia, ou com qualquer apreciação realista sobre o que priorizar, déficits ou empregos. Em vez disso, trata-se da vitória de teses conservadoras que não se baseiam numa análise racional e cujo principal dogma é que, nos tempos difíceis, é preciso impor o sofrimento para outras pessoas pra mostrar liderança.
E quem irá pagar o preço pelo triunfo dessas teses conservadoras ? A resposta é: dezenas de milhões de trabalhadores desempregados, muitos deles sujeitos a ficar sem emprego por anos e outros que nunca mais voltarão a trabalhar.
Não adianta mais analisar p... nenhuma no Brasil de hoje. Tudo voltará ao início como cobra mordendo o próprio rabo, tudo continuará sob anestesia mas sem cirurgia, como disse uma vez Mario Henrique Simonsen. Tudo era previsível neste súbito Haiti que brotou no Nordeste, variando do deserto para o "tsunami" de lama, das "vidas secas" para o afogamento, sempre atingindo os mesmos pobres-diabos sem voz, sem rosto, sem destino, que vagam nas cidades desgraçadas que o subfeudalismo dos barões nordestinos cultiva.
A análise tradicional não serve; só resta oferecer-me como testemunha inútil deste crime secular sem autores visíveis.
O autor não é Deus, não é a natureza; os homens teceram esta desgraça de agora, não por seus atos malignos apenas, mas por uma distribuição de causalidades inexplicáveis que cria o crime sem sujeito uma difusa culpa que acaba inocentando todos.
No entanto, a verdade brasileira aparece nestas tragédias visíveis soterramentos, alagamentos, bebês morrendo em berçários de hospitais assaltados.
Por outro lado, a verdade sempre esteve ali, silenciosa, dissimulada nos miseráveis vilarejos de Alagoas e Pernambuco, na paz trágica do nada, na mansidão da ignorância, no silêncio da miséria seca, aquela paz vazia que tranquiliza ladrões e demagogos, a paz da ignorância de vassalos toscos e obedientes.
Mas, de repente, jorrou a verdade com as águas das represas e açudes arrebentados. Tudo que não queríamos ver bate em nossos olhos grudados na TV, vendo o Maradona de terninho ou o Dunga com sua cara espessa e dura. A verdade aponta os responsáveis pela tragédia que certamente vão esconder que 57% das verbas para prevenção de catástrofes desse tipo foram gastos na Bahia, para favorecer o candidato do governo para governador. Também não vão explicar por que só 14% das verbas preventivas (R$ 71 milhões apenas) foram destinados aos Estados de Alagoas e Pernambuco.
Agora, com Lula e sua clone correndo para aparecer no teatro de lama, para impedir perda de votos, o governo vai gastar mais de R$ 2 bilhões para consertar o que era evitável (ah... e que bons negócios se farão...)
A catástrofe estava encravada nas fazendas fantasmas, nos municípios controlados por barões, na indústria da seca não só a seca do solo, mas a seca mental onde a estupidez e a miséria são cultivadas para criar bons serviçais para a burguesia boçal. A catástrofe estava se armando enquanto soavam as doces camaradagens corruptas em halls de hotel, os almoços gordurosos, as cervejadas de bermudão, as gargalhadas, as "carteiradas" autoritárias, os subornos e as chaves de galão. As catástrofes estavam se armando durante os jantares domingueiros, na humilhação das esposas de botox, no respeito cretino dos filhos psicopatas, na obediência dos peões, dos capatazes analfabetos. A catástrofe se armava no sarapatel de ideias que vão desde um leninismo tardio até este "revival" de um sindicalismo getulista a que assistimos.
Os indícios desse desastre se veem na recente frase irada que Lula lançou: "Os impostos no Brasil têm de ser altos sim, do contrário não temos Estado." Esqueceu-se de dizer que os impostos que recolhe são gastos para pagar a folha de milhares de pelegos empregados, nos desvios de verbas públicas, esqueceu de dizer que a catástrofe se armava nos últimos sete anos quando gastaram R$ 8 bilhões em propaganda oficial, sem contar os gastos de empresas estatais.
A catástrofe também se armou aos poucos com a frente unida da Utopia, que permite que todos os erros sejam cobertos por um manto de "fins justificados" ? a frente unida dos três tipos de radicais: os radicais de cervejaria, os radicais de enfermaria e os radicais de estrebaria. Os frívolos, os loucos e os burros. Uns bebem e falam em revolução; outros alucinam e os terceiros zurram, todos atacando o "capitalismo do mal", quando justamente esse mal (que também existe) é a única bomba capaz de arrebentar nosso estamento patrimonialista de pedra.
A catástrofe se arma para futuras tragédias, com a má utilização dos bilhões de dólares que entram em nossa economia, canalizados para países emergentes, pois estão sendo sugados pelo Estado inchado e inchando.
A realidade (se é que isso ainda existe no País) é que a tragédia fixa, silenciosa, invisível se transformou numa tragédia bruta e retumbante. Só isso aconteceu no Nordeste.
E para nós restam o horror e a pena, porque os fatos estão muito além da piedade. Ninguém tem palavras para exprimir indignação, ou melhor, ninguém tem mais indignação para exprimir em palavras.
Resta-nos a impotência diante do fato consumado e um sentimento nobre, mas que chega sempre depois da desgraça: a solidariedade.
O que é a solidariedade? Como sentir a dor dos outros? Sou solidário aqui ou apenas faço meu artigo semanal? Por que me comovo? Será que me comovo mesmo, será que me imagino ali na lama, procurando pedaços de comida no lixo e aí me purifico com minha indignação impotente? Como posso saber o que sente um homem-gabiru, faminto, analfabeto, que só é procurado pelos poderosos sacanas para ser "laranja" em roubalheiras para a cumbuca das oligarquias? Como posso saber da alma de um desgraçado limpando um pedaço de pão no lodo para dar para o filho bebê, com seu sofrimento mudo, enquanto os culpados dizem "que horror" nos prédios de luxo nas praias de Pajuçara e Boa Viagem ou se escondem nos cabides de emprego de Brasília? Como se sentem os homens sofridos que vemos chorando na TV, sob o som de gritos da Copa do Mundo, uivos de vuvuzelas e patetas pulando de alegria patriótica?
29 de junho de 2010
Folha de S. Paulo
Manchete: Dilma terá tempo de TV 35% maior que o de Serra
Criança morre na volta da chuva ao Nordeste
Assaltante usa bomba em ação em Cumbica (Págs. 1 e C6)
Suprema Corte dos EUA anula leis locais e libera armas
Inovação para as indústrias terá 20 escolas no país (Págs. 1 e Boa Notícia, pág. B8)
Servidores em greve barram a entrada de creche da USP
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Proposta ressuscita aposentadoria integral para juiz e procurador
Álvaro Dias alerta PSDB para riscos no Paraná
Lula admite interesse em assumir posto no exterior
Volta a chover no NE; mortes chegam a 54
MBA leva dilemas reais para as salas de aula (Págs. 1 e Caderno Mensal.Edu)
Arnaldo Jabor: O Haiti que brotou no Nordeste
Notas & Informações: O acordo mais difícil do G-20
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Correio Braziliense
Manchete: Servidor é nomeado até sábado ou em 2011
Crise nuclear: Irã fala em negociar, mas ainda desafia as potências
Eleição no DF: PPS vai de Agnelo à revelia de Roberto Freire
Foto legenda: O que era sujo ficou pior
Internet: Lições da vida real nos posts de um blog
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Valor Econômico
Manchete: Crédito de empresas cresce menos que o do consumo
Na Copa, a bolsa perde de goleada
Foto legenda: Briga antiga, palco novo
JBS negocia compra de Smithfield
Suíça opta pelo trem para preservar os Alpes
Cidade acaba com polícia e servidores
Ainda cautelosas, empresas americanas começam a aumentar os investimentos (Págs. 1 e B9)
Mudança legal pode prejudicar a Petrobras no Equador (Págs. 1 e A10)
Indústria química deve investir R$ 167 bi em dez anos (Págs. 1 e Valor Setorial)
Ações do BB
Satélite nacional
MG ganha novos hotéis
Vocação mineira
‘Le Monde’ aceita negociação
Disputa ambiental
Caixa cheio
Batalha do Funrural
Ideias
Ideias
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