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A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
Autor(es): Frei Betto |
Correio Braziliense - 16/12/2011 |
Escritor, é autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de Conversa sobre fé e ciência (Agir), entre outros livros. --- Não é preciso ser economista para perceber a grave turbulência que afeta a economia globalizada. Se a locomotiva freia, todos os vagões se chocam, contidos em seu avanço. E o Brasil, apesar do PIB de US$ 2,5 trilhões, ainda é vagão. Todo ano, desde 1980, cumpro a maratona de uma semana de palestras na Itália. Desde o início deste novo milênio eram evidentes os sintomas de que a próxima geração não desfrutará do mesmo nível de bem-estar dos últimos 20 anos. Nenhuma economia podia suportar tamanho consumismo e a monopolização crescente da riqueza. Agora, a realidade o comprova. A carruagem da Cinderela virou abóbora. A União Europeia patina no pântano. Muitas são as causas da atual crise econômica. Apontá-las com precisão é tarefa dos economistas que não cultivam a religião da idolatria do mercado. Como leigo no assunto, arrisco o meu palpite. Desde os anos 80 do século passado, a especulação se descolou da produção. O mundo virou um cassino global. Sem passaporte e sem vistos, bilhões de dólares trafegam livremente, dia e noite, em busca de investimentos rentáveis. Enquanto o PIB do planeta é de US$ 62 trilhões, o cacife do cassino é de US$ 600 trilhões. A famosa bolha... Haja papel sem lastro! A lógica do lucro supera a da qualidade de vida. A estabilidade dos mercados é, para os governos centrais, mais importante que a dos povos. Salvar moedas, e não vida humanas. Todos sabemos como a prosperidade da Europa ocidental foi alcançada. Para se evitar o risco do comunismo, implantou-se o Estado de bem-estar social. Combinaram-se Estado provedor e direitos sociais. Reduziu-se a desigualdade social, e as famílias de trabalhadores passaram a ter acesso a escolaridade, assistência de saúde, carro e casa própria. Em contrapartida, para não afetar a robustez do capital, desregularam-se as relações de trabalho, desativou-se a luta sindical, sepultou-se a esquerda. Tudo indicava que a prosperidade, que batia à porta, viera para ficar. Não se deu a devida importância a um pequeno detalhe aritmético: se há duas galinhas para duas pessoas, e uma se apropria das duas, a outra fica a ver navios. E quando a fome bate, quem nada tem invade o espaço de quem muito acumulou. Assim, os pobres do mundo, atraídos pelo novo eldorado europeu, foram em busca de um lugar ao sol. Ótimo, a Europa, como os EUA, necessitava de quem, a baixo custo, limpasse privadas, cuidasse do jardim, lavasse carros... A onda migratória viu-se reforçada pela queda do Muro de Berlim. A democracia política chegou ao leste europeu desacompanhada da democracia econômica. Enquanto milhares tomaram o rumo de uma vida melhor no Ocidente, seus governos acreditaram que, para chegar ao paraíso, era preciso ingressar na Zona do Euro. A Europa entrou em colapso. A culpa é de quem? Ora, crime de colarinho branco não tem culpado. Quem foi punido pela crise norte-americana em 2008? Os desmatadores do Brasil não estão sendo anistiados pelo novo Código Florestal? Culpados existem. Todos, agora, se escondem sob a barra da saia do FMI. E nós, brasileiros, sabemos bem como esse grande inquisidor da economia pune quem comete heresias financeiras: redução do investimento público, arrocho fiscal, desemprego, aumento de impostos, corte de direitos sociais, punição a países com deficit público etc. O descaramento é tanto que o pacote do FMI inclui menos democracia e mais intervencionismo. Quando Papandreou, primeiro-ministro da Grécia, propôs um plebiscito para ouvir a voz do povo, o FMI vetou a proposta, depôs o homem e nomeou Papademos, um tecnocrata, para o seu lugar. Também o governo da Itália foi ocupado por um tecnocrata. Como se o fim da crise dependesse de uma solução contábil. A história recente da Europa ensina que a crise social é o ovo da serpente — chocado pelo fascismo. Sobretudo quando a crise não é de um país, é de um continente. Não adianta mobilizações em um país, é preciso que elas se expandam por toda a Europa. Mas como, se não existem sindicalismo combativo nem partidos progressistas? As mobilizações tipo Ocupe Wall Street servem para denunciar, não para propor, se não houver um projeto político. Quem se queixa do presente e teme o futuro, corre o risco de se refugiar no passado — onde se abrigam os fantasmas de Hitler e Mussolini. --- |
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS |
16 de dezembro de 2011
O Globo
Manchete: País continua sem planos para enfrentar temporais
Obras do metrô interditarão Leblon
'Deixa eu pensar um pouquinho e responder'
França: Justiça condena Chirac por corrupção
Governo sobe lance mínimo para aeroporto
Argentina obtém fotos de voos de morte
Cristina aprova lei contra jornais
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Folha de S. Paulo
Manchete: EUA selam saída oficial do Iraque
Análise/Sérgio Dávila
Depoimento/Juca Varella
Opinião/Igor Gielow
Câmara argentina dá ao governo poder sobre papel-jornal
Concessão de aeroportos vai exigir atuação de estrangeiros
Dilma sanciona lei que proíbe fumo em lugar fechado no país
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O Estado de S. Paulo
Manchete: EUA encerram Guerra do Iraque sem citar 'vitória'
São Paulo cria outra Comissão da Verdade
Kassab suspende contrato para aluguel de tablet
Pimentel. na Suíça, falta a reunião da OMC
Bebida com metanol mata mais de 140 na Índia (Págs. 1 e Vida A23)
Megaoperação contra jogo do bicho prende 40 no Rio (Págs. 1 e Cidades C4)
Bruce Ackerman
Notas & informações
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Correio Braziliense
Manchete: Justiça rebaixa 91 PMs promovidos por Rosso
Aeroporto JK será privatizado em fevereiro (Págs. 1 e 14)
EUA anunciam o fim da Guerra e a retirada de tropas do Iraque (Págs. 1 e 18)
Ex-presidente Francês, Chirac é condenado por corrupção (Págs. 1 e 19)
Crise: BC faz leilão para evitar falta de dólar
Salário: Senado prevê reajuste de 5% ao Judiciário
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Valor Econômico
Manchete: IBGE refaz cálculos e pode mudar royalties do petróleo
Como a Techint planeja influir na Usiminas
Troca do ICMS terá custo moderado para a União
Número de milionários no Brasil vai dobrar até 2016
Sem Banco Postal, Bradesco acelera 'plano B'
'Super Mario', um italiano germânico
Produtos da China que usam mão de obra intensiva deixaram de ser pechinchas (Págs. 1 e A13)
Com ações em queda, setor de mineração foca o longo prazo (Págs. 1 e B11)
Intel Capital assume participação na Pixeon, diz David Thomas (Págs. 1 e B2)
Guarulhos sem desafogo
Empreendedor qualificado
Abril Educação avalia aquisições
Atlântica Brasil busca sócio em SC
Tombamento da Casa de Pedra
Goiás abre mão da Celg
Nacionalização da produção
Grupo Ultra mira os EUA
Ideias
Ideias
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