#
#
A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
quinta-feira, junho 27, 2013
''NO RABO DE UM FOGUETE''
...
Fogo na palha
27 de junho de 2013 | 2h 21
DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo
Anos de pasmaceira depois, Executivo e Legislativo são tomados por um sentido de urgência cuja motivação é conhecida: a determinação da sociedade de entrar de sola no jogo. Ótimo, saudável e mais que necessário.
Isso do lado A. Do lado B há os problemas decorrentes da inimizade entre a pressa e a perfeição. Os especialistas alertam para as consequências ruins que a maneira inconsequente de responder aos protestos pode gerar na economia: menos ajuste, menos racionalidade na tomada de decisões, mais desajuste, mais inflação.
O terreno é fértil para a demagogia em todos os campos. Assim é também na política, como se viu pelo espetáculo de desfaçatez estrelado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, na vocalização de uma pauta de votações que inclui de tarifa zero para estudantes nos transportes públicos ao enquadramento da corrupção no rol dos crimes hediondos.
Como se não fosse ele mesmo um dos itens do protesto, com seu embornal de denúncias e a provocativa volta à presidência do Senado.
Por esta e muitas outras, hedionda é a descompostura de suas excelências - legislativas e executivas - que agora correm atabalhoadamente para tentar zerar em dias o passivo acumulado durante décadas.
Não havia outro jeito, é verdade. Mas tinham o dever de aliar a esse movimento um mínimo de autocrítica e a explicitação de compromisso com a mudança de comportamento.
Cito muito e repito agora por adequada ao momento uma frase de Roberto Campos: "Não é a lei que precisa ser forte, mas a carne que não pode ser fraca". Não se ouviu da presidente, de ministros, de governadores e prefeitos palavra sobre a parte que lhes cabe no latifúndio de desmandos, equívocos e indiferença diante dos maus serviços prestados à população.
Tampouco se ouve dos congressistas e dos partidos um pedido de desculpas que seja pelo pouco caso de anos a fio em que o Parlamento, ressalvadas raríssimas ocasiões, representou a si mesmo.
Exemplo é a manutenção da política sob as mesmas regras de antanho enquanto o País avançava em outras áreas. Estava claro que um dia a casa cairia. Como reconstruí-la é o desafio que se impõe.
Inaceitável é que o açodamento, o afã de autoridades de todos os níveis e matizes se mostrarem atentas a um clamor que sempre ignoraram, resulte na aprovação de projetos e anúncio de medidas que levem a resultados opostos àquilo que a população saiu de casa para exigir: Estado organizado, presente, eficiente e decente.
Convém que não se brinque com o descontentamento porque o clima está mais para fogo na palha que para fogos de palha.
Meia-volta.
Dilma Rousseff não se insurgiria contra um "volta Lula" do PT se fosse esta a vontade do ex-presidente. A questão é se ele estaria disposto a enfrentar a empreitada em ambiente de conturbação, adversidades de toda sorte e a perda de seu grande instrumento de pressão sobre os adversários: a ameaça de "mobilizar as ruas" sempre que o PT se viu acuado.
Há dois fatores a serem bem pesados e medidos: o risco de perder a eleição e a responsabilidade de, se ganhar, descascar o monumental abacaxi que será entregue ao eleito (ou reeleita) em 2014.
Note-se, ademais, o silêncio de Lula que desde o início dos protestos se manifestou uma vez, há exatos 14 dias, para dizer que "um sobressalto ou outro" não desviariam o Brasil "do caminho do crescimento".
Surgem cobranças aqui e ali para que o ex-presidente se manifeste. Faz sentido. Um político identificado com o povo como ele, dono de habilidade ímpar, sensibilidade e intuição celebradas em toda parte, seria de grande utilidade para ajudar a entender a situação e apontar saídas nesse momento de perplexidade.
-----------
-----------
A VIDA IMITA A ARTE ("Com o dinheiro dos outros" - título de filme)
Grupo de Eike Batista será dividido para facilitar vendas e parcerias
A ‘holding’ EBX, que hoje administra as companhias do grupo, deixará de existir e será reduzida a uma gestora dos ativos que restarem ao empresário
26 de junho de 2013 | 21h 49/ESTADAO.
Com a reestruturação que está em curso no grupo controlado por Eike Batista, a EBX deve
deixar de ser a holding que reúne e administra as empresas ‘X’. Segundo uma fonte ligada
ao grupo, ouvida pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a EBX se
tornará a gestora dos ativos que permanecerem com o empresário depois do processo de
venda parcial ou integral que envolverá todas as ramificações do grupo.
As companhias de capital aberto, listadas na bolsa, e que hoje estão abrigadas sob o mesmo
guarda-chuva da EBX (que, por sua vez, é de capital fechado) deixarão de ser tão
interligadas. A separação tem o objetivo de facilitar operações de venda – parcial ou
integral. As sinergias que puderem ser mantidas serão analisadas caso a caso.
De acordo com a fonte, este era um processo que aconteceria mesmo sem a crise, mas com
um prazo maior. A previsão era de que em 2016, quando as empresas já estivessem em
fase operacional plena, a EBX virasse um veículo para administrar os ativos de Eike e
deixasse de ser uma holding.
A crise de credibilidade que derrubou todas as empresas do grupo X, além de acelerar o
processo, mudou bastante a reestruturação, já que o empresário será obrigado a vender
ativos e abrir mão do controle de empresas. Antes, a ideia passava também pela venda de
participação, mas com Eike no controle.
Nesta quarta-feira, na expectativa do grupo encontrar um parceiro estratégico com fôlego
financeiro para tocar os projetos em desenvolvimento pela LLX, as ações da empresa de
logística de Eike subiram 25% no pregão da BM&FBovespa. Mesmo com a disparada, a
cotação não superou R$ 1,25.
Sem receita suficiente para fazer frente ao grande endividamento do grupo, Eike tem de
"fazer dinheiro" rapidamente. O empresário tem divulgado notas em que repete que o
endividamento de curto prazo já está equacionado e o que resta é reestruturar o
endividamento de longo prazo.
Os credores de grande parte da dívida são grandes bancos comerciais, além do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou em torno de R$
10 bilhões para diversas empresas do grupo.
Dívida. Dois empréstimos-ponte concedidos a empresas de Eike pelo BNDES têm
vencimento em agosto e setembro. O primeiro é o da OSX, de R$ 400 milhões, para as
obras do estaleiro no Porto do Açu. Em setembro vence o de R$ 518 milhões, parte de um
financiamento maior para a implantação do porto, no município de São João da Barra.
Segundo fontes, estaria em suspenso até a definição da situação da empresa. Procurado, o BNDES não confirmou as informações, apenas confirmou a concessão dos empréstimos.
--------------
O CLAMOR DAS RUAS
Atualizado: 27/06/2013 02:10 | Por estadao.com.br
Congresso entra em ritmo frenético e derruba até voto secreto para cassação
Pressionados por manifestações nas ruas, parlamentares aprovam propostas que estavam no limbo há anos
Dida Sampaio/AE
"Protestos continuam e manifestantes levam a pauta das ruas para presidentes da Câmara e do Senado"
BRASÍLIA - Em marcha forçada pela pressão das ruas, Câmara e Senado adotaram um ritmo frenético de votações ontem e aprovaram várias propostas - algumas em tramitação há décadas - que surgiram na pauta de reivindicação da sociedade nas manifestações dos últimos dias.
Nesse compasso, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a proposta de emenda constitucional (PEC) que institui o voto aberto para processos de cassação de mandato de parlamentar por falta de decoro e por condenação criminal, que ficou quase seis anos no limbo das votações. O Senado concluiu a votação, relâmpago, da lei que regulamenta a distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) com uma cláusula de proteção aos Estados. O Congresso deveria ter deliberado sobre as regras de distribuição do fundo em 1991.
Tanto o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quanto o da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), convidaram representantes de movimentos e jovens ativistas que ocupam as ruas para reuniões no Parlamento com o propósito de conhecer a pauta de reivindicações. Deles, ouviram pedidos por mais cidadania, menos corrupção e até mesmo para que Calheiros deixe a presidência do Senado e o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) renuncie à presidência da Comissão de Direitos Humanos.
Na pauta do clamor popular, a Câmara já havia rejeitado na noite de terça-feira a proposta de emenda constitucional que retrava poderes de investigação do Ministério Público. Antes apoiada pela maioria absoluta dos deputados, a chamada PEC 37 foi surpreendentemente derrubada por 430 votos contra apenas 9 a favor e 2 abstenções.
A proposta que institui o voto aberto nos processos de cassação dos parlamentares foi apresentada pela primeira vez em 2007 e, no ano passado, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) insistiu e reapresentou a ideia.
Donadon e mensaleiros. Aprovada na CCJ da Câmara, será agora apreciada por uma comissão especial. Depois, seguirá para o plenário, onde terá de ser aprovada por 308 votos, em dois turnos. O projeto já foi aprovado pelo Senado. Não será aprovada antes do julgamento do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), que teve ontem pena de prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por seus pares (leia na A8). Mas deverá valer para os condenados no processo do mensalão, cujo julgamento na Casa deve ocorrer em 2014.
Também será julgado por voto aberto o parlamentar que firmar contrato com órgão ou entidade pública ou assumir um cargo nessas instituições após eleito. Valerá o voto aberto se o parlamentar responder a processo de cassação por acúmulo de mandato eletivo, se for proprietário ou diretor de empresa contratada por órgão público, ou se ocupar um cargo nesse tipo de instituição. Todos esses casos já estão previstos na Constituição e podem resultar em perda de mandato, mas o voto era secreto.
Fundo estadual. O projeto que estabelece as regras para a distribuição do FPE foi aprovado em cima da hora. O STF havia decidido que o Congresso deveria criar nova legislação para o fundo dos Estados até hoje. O projeto entrará em vigor com a sanção da presidente Dilma Rousseff. Como o FPE é formado por 21,5% da receita do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), deputados e senadores inseriram um dispositivo impedindo que desonerações relativas a esses tributos, concedidas pela União para estimular determinados setores, reduzam os repasses aos Estados. Agora a União só pode desonerar impostos federais.
--------------
''-- PARA MIM, UM PLEBISCITO MALPASSADO, POR FAVOR!'' (A fazer corar Maquiavel)
27/06/2013 | |
MENSALÃO E CORRUPÇÃO. O CLAMOR DAS RUAS
27/06/2013 | |