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A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
sexta-feira, julho 12, 2013
... ATRÁS DO ''PIO'' ELÉTRICO NINGUÉM VAI
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Atrás do fio elétrico
12 de julho de 2013 | 2h 01
DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo
Não houve greve geral nem comoção nacional. Na comparação, o "Dia Nacional de Lutas" ficou a léguas de distância do impacto provocado pelas três semanas de protestos que deixaram o País em transe e o poder público em pânico.
Contou a ausência do fator surpresa, é verdade, mas evidenciou-se também uma mudança de paradigma: a sociedade prefere conduzir a ser conduzida e dá conta do recado com muito mais competência.
Fala-se de falta de foco nos protestos de junho, na ausência de lideranças, na desorganização e no caráter apolítico visto com receio de que signifique repúdio à atividade inerente ao sistema democrático.
Mas, ao que se viu nos embates das centrais sindicais durante os preparativos para as manifestações de ontem, a garotada mobilizada pela internet tinha mais apelo, se fazia entender muito melhor com sua variedade de bandeiras que os sindicalistas organizados em suas centrais bem estruturadas, sustentadas com verbas públicas e ligadas a esse ou àquele partido.
A massa junina saiu de casa para dizer que queria ser mais bem atendida pelo Estado, respeitada por integrantes dos Poderes constituídos e representada pelos eleitos. Já as centrais, a partir da pauta de reivindicações tradicionais, digladiaram entre dois objetivos: de um lado marcar posição contra o governo, de outro abrir espaço para a defesa de interesses do governo, entre eles a ressurreição do plebiscito da reforma política.
Todo mundo entendeu o sentido do movimento iniciado pela juventude: "Não é só pelos R$ 0,20"; era e continua sendo pelo conjunto da obra. Causou espanto a forma, mas o conteúdo estava explícito.
No caso dos sindicatos a forma é familiar, os instrumentos, tradicionais, mas o conteúdo é subentendido: uma tentativa de recuperar um território perdido - ou melhor, abandonado - desde que os chamados movimentos sociais organizados resolveram trocar as demandas daqueles que representavam por uma parceria (mais das vezes remunerada) com o governo que supostamente detinha o monopólio de todos os anseios.
Sendo um "governo popular", para todos os efeitos os movimentos sentiram-se desobrigados de cumprir cada um o seu papel de acordo com as demandas dos respectivos segmentos. O governo em si daria conta da tarefa. De fato, o mundo oficial ocupou todos os espaços, tirou de cena a intermediação, cortaram-se as cordas vocais da população.
Aconteceu com os estudantes, com os acadêmicos, com os sindicalistas e com todos os grupos que agora são recebidos em Palácio pela presidente Dilma Rousseff a fim de se construir um ambiente de diálogo onde antes havia o monólogo. Consentido, diga-se.
Ficou todo mundo muito bem comportado, a sociedade submergiu. A opinião do público se expressou por intermédio das pesquisas, sempre registrando altos e crescentes índices de popularidade aos inquilinos do poder central. Dilma, um sucesso de bilheteria ainda maior do que Lula.
Quando a população emergiu na fagulha acesa pelo Movimento Passe Livre na fogueira da insatisfação acumulada, viu-se o quanto de fantasia havia no cenário paradisíaco.
Desfeita a miragem, lá se foram centrais, UNE, sem-terra e companhia tentar recuperar o território perdido, disputar as ruas como instrumento de pressão da opinião pública junto às instituições.
Destreinadas, afônicas, atordoadas, ficaram a reboque do abrupto grito anterior e, se prestaram bem atenção no descompasso, são alvos de desconfiança, fazem parte do balaio genericamente chamado de crise de representação.
Vão precisar se reinventar. Por ora tentaram sem grande êxito imitar o inimitável, igualar-se ao inigualável.
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ALUGAM-SE BANDEIRAS. 50% OFF
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Em São Paulo, faltou gente para empunhar bandeirinhas de centrais
Segundo PM, protesto na Paulista reuniu 7.000; Força Sindical pediu a cabeça de ministro, mas Dilma foi preservada
11 de julho de 2013 | 23h 25
Roldão Arruda, Isadora Peron e Fernando Gallo - O Estado de S. Paulo
Na Avenida Paulista, ponto central da manifestação na capital, os presidentes das nove centrais que organizaram o ato cumpriram o acordo feito na véspera: evitaram ontem ataques diretos ao governo da presidente Dilma Rousseff, para não engrossar o coro dos que defendem o “Fora, Dilma”, e fugiram de temas polêmicos da conjuntura política, como o plebiscito e a reforma política propostos pelo Executivo como uma forma de responder aos protestos que tomaram as ruas no início de junho.
Veja também:
Sindicatos têm baixa adesão em seu dia de manifestações
Povo não precisa de carro de som, afirma representante do Movimento Passe Livre
PT se mistura às centrais e desiste de ato específico
Nesta quinta-feira, 11, segundo a Polícia Militar de São Paulo, havia 7 mil pessoas na Paulista no pico da manifestação, por volta das 14h. Os organizadores falaram em 20 mil. A Força Sindical usou o termo “milhões”. O contraste com as manifestações espontâneas ocorridas no início de junho, que levou mais de um milhão de pessoas às ruas do País, ficou evidente.
Enquanto os protestos recentes exibiam uma ampla pauta de reivindicações, originada pela redução da tarifa do transporte e passando por uma crítica generalizada à classe política, o ato das centrais foi estruturado a partir de uma pauta trabalhista específica: fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho e menos terceirização.
CUT x Força.
A harmonia entre as centrais, porém, se limitou aos discursos. Nas entrevistas, os sindicalistas não escondiam suas diferenças. As mais visíveis eram entre Vagner Freitas, presidente da CUT, ligada ao PT, e Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, deputado federal e presidente da Força Sindical, ligada ao PDT.
“Não vou defender um governo que tem pisado na bola com os trabalhadores”, disse Paulinho aos jornalistas.
“Alguns utilizam a questão dos trabalhadores porque têm outros interesses: é deputado federal, quer construir outro partido político e quer fazer o enfrentamento de 2014 já em 2013”, retrucou Freitas.
A ênfase dos discursos ficou na crítica à política macroeconômica do governo e na defesa da pauta de reivindicações comum às centrais, da qual fazem parte a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário. A alta de juros, usada pelo governo como arma contra a inflação, foi atacada. “É uma sangria na classe trabalhadora”, disse o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio dos Santos Neto. “Não é possível o governo destinar uma montanha de dinheiro para pagar os juros da dívida pública”, seguiu Vagner Gomes, da CTB.
Público apático.
Todos ameaçaram Dilma, de forma mais ou menos enfática, com a possibilidade de greve geral. “Se a Dilma não ceder, o pau vai comer”, bradou Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, da CGTB.
Os brados de guerra dos líderes não encontravam repercussão na plateia. A maioria das pessoas não prestava atenção, não aplaudia, não vaiava, não puxava refrões. A exceção eram pequenas claques, que erguiam bandeiras quando seu presidente falava.
Foram duas horas de falas. A abundância de recursos das centrais, garantida pelo imposto sindical, descontado automaticamente do salário de todo trabalhador, era visível nos grandes e coloridos balões, nas faixas produzidas em série, bandeiras, camisetas, bonés e fitas.
Tal riqueza contrastava com a apatia do público.
Uma representante da CUT desfilou durante algum tempo diante do carro de som com um rolo de bandeiras debaixo do braço, procurando militantes para empunhá-las.
Não encontrou.
Foi o contrário do que aconteceu nas manifestações de rua que eclodiram dias atrás. Nelas, na falta de faixas, as pessoas se enrolavam na bandeira do Brasil. Os cartazes eram pobres e, muitas vezes, improvisados na rua.
Na linha de frente, pessoas que tinham de ficar ali, com bandeiras e faixas, disputando espaço, entupiam os ouvidos com chumaços de algodão para amortecer o som. No momento em que foi anunciado o final do ato, a maior parte das pessoas recolheu bandeiras e faixas e saiu, organizada e burocraticamente. Só um pequeno grupo saiu em marcha pela Paulista.
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PARADIGMA SUPERADO. RESULTADO ESPERADO: FERIADO!!!
12/07/2013 | |
O PIOZINHO DO FALCÃO PEREGRINO
12/07/2013 | |