O que o Mercosul fará com Chávez e Morales?
A cúpula dos países-membros do Mercosul, que começa na próxima quinta-feira (18), no Rio de Janeiro, promete ser dominada por dois líderes sul-americanos: o venezuelano Hugo Chávez e o presidente da Bolívia, Evo Morales. Representantes do "novo socialismo", eles estatizam setores, impõem mudanças bruscas de legislação a investidores e buscam o confronto com as grandes economias mundiais.
O Mercosul, uma área livre de comércio que busca aumentar a participação de seus membros no comércio mundial, não tem relação com iniciativas socialistas ou estatizantes. Entretanto, o fato de a Venezuela já ter sido aceita como membro pleno do bloco econômico, unida à intenção de Evo Morales de entrar para o clube, deixa a porta aberta para uma pergunta: afinal, o Mercosul sabe para onde vai?
Pode o Mercosul abandonar a lógica capitalista de seus documentos de fundação para adotar o “socialismo do século 21”, conforme pregado por Hugo Chávez? Já se espera que Morales e Chávez aproveitem os dois dias da cúpula para chamar a atenção para suas mais recentes medidas (a estatização de setores de infra-estrutura na Venezuela e a lei que prevê a destituição de políticos, na Bolívia).
Em seus discrusos, devem ressaltar a importância da união da América do Sul contra os países desenvolvidos, especialmente os Estados Unidos, “o inimigo” (é preciso lembrar que, em plenária na ONU, em Nova York, Hugo Chávez até chamou George W. Bush de "diabo").
A pergunta que a cúpula pode vir a responder é: será que o Mercosul precisa da Venezuela e a Bolívia? É preciso avaliar se esses dois países, de economia limitada e de orientação ideológica diferente da dos demais países-membros, contribuirão para o fortalecimento do bloco econômico, que, segundo muita gente, agoniza por causa das opiniões divergentes entre seus “sócios-fundadores” (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).
(grifos nossos).
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[Paraná online].
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