Um dia depois do anúncio de que a economia do Brasil só cresceu 2,9% em 2006, bem abaixo da média global de 5,1% e da média dos emergentes, de 6,5%, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro nesta quinta-feira que não vai mudar o comando da economia e elogiou: "A área econômica está blindada pelo sucesso". Se a manchete dos jornais de ontem foi o baixo crescimento do PIB, que foi de 2,6% no primeiro mandato, equivalente à da primeira gestão de Fernando Henrique Cardoso (98-2002), Lula preferiu comemorar um outro dado da economia: as reservas internacionais superaram US$ 100 bilhões, um recorde.
Em conversa com jornalistas, durante café da manhã no Planalto, Lula contou que, em 2004, durante viagem à Índia, ele soube que aquele país tinha reservas de US$ 100 bilhões e pensou no dia em que o Brasil chegaria lá. Concluiu, então: "Taí. Chegamos". Um dos jornalistas perguntou se, na viagem de 2004, ele não tinha sonhado também em chegar ao crescimento de quase 10% da Índia. [OPS!!!]. Lula esquivou-se, dizendo que o Brasil teve pico de crescimento de até 14%, chegou a índices médios de 7% com Juscelino Kubitschek e que isso não reverteu em redistribuição de renda: "O povo ficou mais pobre". O presidente também descartou pela primeira vez em público a intenção de concorrer ao segundo mandato, criticou "erros históricos" dos EUA com a América Latina e falou de seu encontro com o presidente George W. Bush, em São Paulo, no próximo dia 9. O café durou cerca de uma hora e meia, havia onze jornalistas e não foi permitida gravação. As declarações do presidente, portanto, foram anotadas pela Folha. (Folha Online; grifos nossos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário