Empresários brasileiros estão procurando um canal de diálogo direto com o setor privado americano para avançar nas negociações da Rodada Doha, informou nesta sexta-feira em São Paulo o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), Paulo Skaf. A Rodada Doha, a negociação multilateral realizada dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC) para reduzir as barreiras comerciais entre os países, está emperrada desde julho do ano passado. Skaf e outros líderes empresariais do Brasil apresentaram suas propostas à representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, em reunião de uma hora em São Paulo. Fórmula suíça. De acordo com Skaf, a proposta de negociação direta entre os setores privados dos dois países foi bem recebida pela representante de Comércio da Casa Branca. “A representante nos disse que o Brasil tem a responsabilidade de ser a ponte entre os países ricos e o G-20 (grupo de países em desenvolvimento) nas negociações”, disse o presidente da Fiesp. Mais cedo, em entrevista à imprensa ao lado do presidente americano George W. Bush, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também havia dito que o “Brasil tem a responsabilidade de convencer os mais ricos e os mais pobres”. Na reunião entre Schwab e empresários, os brasileiros apresentaram a proposta conhecida como “fórmula suíça” ou “coeficiente 30”, na qual os países em desenvolvimento se oferecem a reduzir o teto de suas tarifas para produtos industriais dos atuais 35% para cerca de 16%. “Não podemos baixar da fórmula suíça”, disse Skaf. “É importante frisar que isso são só propostas do setor de indústria. É preciso ter uma conversa separada apenas sobre subsídios agrícolas, que também pretendemos discutir com todos.”; (BBC Brasil, Daniel Gallas de SP)
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