A suspeita de febre aftosa no Paraná, em outubro de 2005, deixou marcas na economia difíceis de serem cicatrizadas. Entre os setores que ainda amargam prejuízos está o da suinocultura. De acordo com o presidente da Regional Norte da Assuinopar (Associação dos Suinocultores do Norte do Paraná) e diretor de Suinocultura da Sociedade Rural do Paraná, José Luiz Vicente da Silva, o produtor está tendo prejuízo de R$ 0,80 por quilo de carne produzida. “Ainda estamos colhendo o fruto da febre aftosa, que não cabe discutir se ocorreu mesmo ou não. O que importa é que estamos pagando caro por isso”, afirmou Silva. Segundo ele, o quilo da carne de porco pago ao produtor está em torno de R$ 1,60 - abaixo do valor de R$ 2,20, ideal para bancar os altos custos da produção. A queda do preço da carne suína está relacionada à grande oferta do produto no mercado interno, conseqüência das barreiras levantadas por grandes países consumidores, como é o caso da Rússia. Segundo José Luiz Silva, há, no Paraná, um excedente de 65 mil toneladas de carne suína estocadas nas câmaras frias das médias e grandes empresas. “A estocagem reguladora no Estado não é muito alta. Como o Paraná é um grande produtor, o que era produzido era logo vendido”, comentou. Segundo ele, apenas 35% da carne suína ficavam no mercado interno. O restante era exportado. Para agravar a situação, o consumo brasileiro de carne suína diminuiu nos últimos dois anos. Segundo Silva, o consumo médio anual caiu de 13 quilos por pessoa para 9,75 quilos. “O consumo in natura não é de fato alto. Muitos consomem embutidos”, explicou. A redução do consumo, lembrou Silva, ocorreu por conta da queda no preço do frango, que chegou a ser comercializado por R$ 1,00 o quilo. Para incentivar o consumo de carne de porco, a Associação Brasileira de Suinocultura (ABCS) está promovendo uma campanha para tentar derrubar a barreira do preconceito contra o produto. O alvo da campanha são as crianças. (Lyrian Saiki, Paraná Online).
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