Lula escolhe e a turma assume.
A nomeação do economista Luciano Coutinho para presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) revela o novo estilo de relacionamento do presidente Lula com sua equipe no segundo mandato. Logo que assumiu, o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, deixou vazar sua preferência por Gustavo Murgel, que foi colega dele no Banco Santander. Mas Guido Mantega, o titular da pasta da Fazenda, queria manter Demian Fiocca no comando do BNDES. Quando presidiu o banco, Mantega tinha Fiocca como vice. Lula, que não gostou do nome escolhido pelo ministro do Desenvolvimento, deixou correr um pouco de intriga de bastidor entre Jorge e o ministro da Fazenda. Depois, o presidente apareceu com a solução. Pediu a Miguel Jorge que assumisse como sua a indicação de Luciano Coutinho. A mesma coisa que ele fez com o PMDB, lembra? O partido assumiu como sua a indicação de José Gomes Temporão para ministro da Saúde. E Miguel Jorge fez exatamente como o PMDB antes: para não perder os dedos, cedeu os anéis. Ou melhor, aceitou apadrinhar a indicação do presidente. Lula ainda fez um afago no PMDB, partido ao qual Luciano Coutinho é muito ligado. E mais: resolveu um problema com o PSB, que vinha reclamando de ter ficado com pouco espaço na reforma ministerial. Coutinho hoje é filiado à legenda. No final das contas, o presidente matou vários coelhos com uma só cajadada. É o novo jeitinho de Lula neste segundo mandato: ninguém estará forte demais. Não haverá um José Dirceu nem um Antonio Palocci. Vamos ver se assim dá certo. Tales Faria informejb@jb.com.br
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