
Depois de receber em audiência os ex-desafetos Fernando Collor (PTB-AL) e Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), Lula quer desobstruir os canais de comunicação com o PSDB, principal partido da oposição. O presidente informou a um de seus auxiliares que deseja reunir-se com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Lula acha que conseguiu estabelecer um relacionamento “civilizado” com os dois principais governadores tucanos: José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais). Avalia, porém, que a ponte administrativa que o liga aos executivos estaduais do PSDB não reduziu a animosidade da oposição no Congresso. Daí o interesse na aproximação com outros líderes do tucanato. A escolha de Tasso e FHC não é aleatória. O primeiro preside o PSDB. O segundo é presidente de honra do partido. Procurando-os, Lula imagina que recobrirá a sua articulação com um verniz institucional. Sua intenção é a de tentar negociar com os tucanos uma agenda comum, acima dos interesses partidários. Partiria de um compromisso de aprovação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). E poderia incluir outros pontos de interesse da oposição. Para evitar o risco de uma recusa, Lula pediu a um amigo comum que fizesse contato com Tasso Jereissati. Inicialmente refratário à idéia, o senador emitiu sinais de que poderia aceitar uma reunião com Lula, desde que a pauta fosse negociada previamente. Os entendimentos devem evoluir nos próximos dias. O ânimo negociador de Lula não alcança o DEM. O presidente acha que o ex-PFL optou por um estilo de oposição que, por intransigente, não comportaria gestos de aproximação. Vê o caso de ACM como algo excepcional. Partiu do senador baiano o pedido de audiência. Ele sentiu a necessidade de agradecer o gesto de Lula, que o visitara no leito do Incor, três semanas atrás. Escrito por Josias de Souza, foto da matéria, Folha Online.
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