
Renan diz que lobista é ´amigo´ e nega ajuda financeira.
Emocionado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), insistiu que pagou as despesas da filha de 3 anos com a jornalista Mônica Veloso com recursos próprios e pediu desculpas ao lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior - a quem se referiu como amigo -, por ter sido exposto apenas pelo "cumprimento do dever de amizade". Segundo o senador, o fato de Gontijo trabalhar para a Mendes Junior não tem nenhuma relação. "Era a pessoa para fazer interlocução com as partes; tinha amizade com a mãe da criança", contou. Renan fez questão de ressaltar: "não nego nem renego minhas amizades". Gontijo teria feito os pagamentos à jornalista porque Renan desejava "manter discrição sobre o caso", segundo a assessoria do senador. Renan também pediu desculpas, pelo constrangimento, aos senadores, aos filhos e à mulher Verônica que, segundo ele, insistiu em estar presente no Senado na tarde desta segunda-feira, 28, durante sua defesa em plenário. Segundo ele, sua declaração de Imposto de Renda está à disposição de todos para provar o que diz. Com o nascimento da criança, Renan disse que começou a pagar uma pensão de R$ 3 mil. "Foram cheques do nominais à mãe e que estão registrados minuciosamente", destacou. A partir de fevereiro de 2006, os pagamentos foram descontados em folha do Senado Federal. "Os documentos comprovam o que estou dizendo. Nunca misturei o público com privado. Tudo esta declarado no meu Imposto de Renda", defendeu-se. Ele disse ainda que criou um fundo de R$ 100 mil para custear futuras despesas com educação e cultura da criança. "Não quero misturar essa tentativa de escândalo aos casos de corrupção que estão sendo investigados. Confesso que tive uma relação e que tive uma filha. Como todos os casos de paternidade não programado. Não fugi a esse calvário, assumi como pai minhas responsabilidades", explicou. O discurso de Renan durou cerca de 20 minutos. A defesa do presidente do Senado tinha por objetivo antecipar as explicações que ele dará no Conselho de Ética na quarta-feira, dia 30. Renan foi acusado em uma reportagem da revista Veja desta semana, segundo a qual Gontijo teria pago uma pensão mensal de R$ 12 mil para a filha de três anos do senador, entre outros benefícios. Renan disse ainda que lamenta que a vida pública tenha se resumido a isso. "Aqui neste Senado, onde sempre tratamos de temas sérios", argumentou. Pesam ainda sobre o senador a suspeita de fazer uso de "laranjas" para ocultar bens e diversas referências ao seu nome nas gravações da Polícia Federal durante as investigações da Operação Navalha. O senador rebateu acusações na imprensa, segundo as quais ele e seu irmão Olavo são acusados de ocultar que são donos de propriedades rurais na região de Murici, Alagoas, fazendo uso de "laranjas". Renan diz que a Fazenda Novo Largo consta de sua declaração de Imposto de Renda e chamou as acusações contra ele de "falso escândalo que a nação acompanha estarrecida". Em um ritual sem precedentes, senadores e líderes partidários formaram fila para abraçar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), após discurso. A sessão foi interrompida a pedido do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para que os colegas cumprimentassem Renan. Veja abaixo as acusações contra o presidente do Senado:
Operação Navalha - As conversas gravadas pela PF apontam que o ex-secretário de Infra-estrutura de Alagoas, Adeílson Teixeira Bezerra, junto com outros acusados de integrar o esquema de fraudes em licitações de obras, articulavam para que Renan pressionasse a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a liberar recursos para obras fraudadas. Em conversa com Enéas Alencastro, representante do governo de Alagoas em Brasília, Adeílson diz que se encontrou no dia anterior com Renan e afirma que o senador pediu para que ele conversasse com o governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB). Adeílson e Enéas tratam sobre uma obra que deve ser licitada para o Estado, mas que pode ser compartilhada com municípios. Os dois citam Marco - não identificado - para "brigar para ir tudo pro Estado". Adeílson então diz que se encontrou no dia anterior com "ele (Marco), Olavo (deputado Olavo Calheiros, do PMDB, irmão de Renan) e com Vanderlei para conversar sobre esses problemas". Enéas responde então que é para "tocar a parte da gente, e se depois Renan decidir com Dilma, com quem for, decidir que a prefeitura entra, nós estamos habilitados e aí a gente senta com eles em pé de igualdade, não senta na mão deles". "Na sexta-feira, tive uma conversa muito boa com o governador. Essa semana a gente deixa a inadimplência de lado", diz Enéas. Para concluir a conversa, Adeílson diz: "O senador me pediu para gente sentar, nós dois, evidentemente levar isso ao governador, e ver o que acrescenta nas obras estruturantes pra botar logo no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento)".
Relação com lobista - A revista Veja publicou na última sexta-feira que de janeiro de 2004 a dezembro do ano passado o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, teria pago pensão mensal de R$ 12 mil para uma filha de três anos que o senador tem com a jornalista Mônica Veloso. Renan argumenta que o dinheiro da pensão vem de rendimento de atividades agropecuárias, que recebeu uma herança. Renan dirá ainda no pronunciamento que pediu a Cláudio Gontijo para fazer os pagamentos porque desejava "manter discrição sobre o caso", segundo a assessoria. "É intolerável que, de uma turbulência circunscrita à minha mais íntima privacidade, se queira extrair ilações desarrazoadas e conclusões perversas", acrescentou Renan em nota oficial distribuída na sexta. O processo de reconhecimento de paternidade vinha sendo conduzido na Vara de Família do Distrito Federal, sob segredo de Justiça. "Laranjas" - Já o jornal O Globo diz que Renan e seu irmão Olavo são acusados de ocultar que são donos de propriedades rurais na região de Murici, Alagoas. Dimário Cavalcante, primo de Renan, alega que vendeu ao senador a Fazenda Novo Largo, que não consta da declaração de bens entregue pelo senador à Justiça Eleitoral. A suspeita é de que Renan use "laranjas" para esconder ser donos de fazendas em Alagoas. Dimário, segundo O Globo, teria procurado o Ministério Público para denunciar o senador em 2005 depois de ter descoberto que, pelo menos em documentos públicos, aparecia como dono de uma fazenda em Murici sem nunca ter adquirido a propriedade.
Segundo ele, seu nome foi usado para que a família Calheiros recebesse indenizações milionárias do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dentro do plano de recuperação ambiental da região, na Estação de Murici, que pertence à Mata Atlântica. As suspeitas de fraude interromperam o processo. Estadão, com Reuters, (colaborou Nélia Marquez). [Após 20 minutos de discurso, Renan é cumprimenado por Collor, foto Celso Junior-AE].
Operação Navalha - As conversas gravadas pela PF apontam que o ex-secretário de Infra-estrutura de Alagoas, Adeílson Teixeira Bezerra, junto com outros acusados de integrar o esquema de fraudes em licitações de obras, articulavam para que Renan pressionasse a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a liberar recursos para obras fraudadas. Em conversa com Enéas Alencastro, representante do governo de Alagoas em Brasília, Adeílson diz que se encontrou no dia anterior com Renan e afirma que o senador pediu para que ele conversasse com o governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB). Adeílson e Enéas tratam sobre uma obra que deve ser licitada para o Estado, mas que pode ser compartilhada com municípios. Os dois citam Marco - não identificado - para "brigar para ir tudo pro Estado". Adeílson então diz que se encontrou no dia anterior com "ele (Marco), Olavo (deputado Olavo Calheiros, do PMDB, irmão de Renan) e com Vanderlei para conversar sobre esses problemas". Enéas responde então que é para "tocar a parte da gente, e se depois Renan decidir com Dilma, com quem for, decidir que a prefeitura entra, nós estamos habilitados e aí a gente senta com eles em pé de igualdade, não senta na mão deles". "Na sexta-feira, tive uma conversa muito boa com o governador. Essa semana a gente deixa a inadimplência de lado", diz Enéas. Para concluir a conversa, Adeílson diz: "O senador me pediu para gente sentar, nós dois, evidentemente levar isso ao governador, e ver o que acrescenta nas obras estruturantes pra botar logo no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento)".
Relação com lobista - A revista Veja publicou na última sexta-feira que de janeiro de 2004 a dezembro do ano passado o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, teria pago pensão mensal de R$ 12 mil para uma filha de três anos que o senador tem com a jornalista Mônica Veloso. Renan argumenta que o dinheiro da pensão vem de rendimento de atividades agropecuárias, que recebeu uma herança. Renan dirá ainda no pronunciamento que pediu a Cláudio Gontijo para fazer os pagamentos porque desejava "manter discrição sobre o caso", segundo a assessoria. "É intolerável que, de uma turbulência circunscrita à minha mais íntima privacidade, se queira extrair ilações desarrazoadas e conclusões perversas", acrescentou Renan em nota oficial distribuída na sexta. O processo de reconhecimento de paternidade vinha sendo conduzido na Vara de Família do Distrito Federal, sob segredo de Justiça. "Laranjas" - Já o jornal O Globo diz que Renan e seu irmão Olavo são acusados de ocultar que são donos de propriedades rurais na região de Murici, Alagoas. Dimário Cavalcante, primo de Renan, alega que vendeu ao senador a Fazenda Novo Largo, que não consta da declaração de bens entregue pelo senador à Justiça Eleitoral. A suspeita é de que Renan use "laranjas" para esconder ser donos de fazendas em Alagoas. Dimário, segundo O Globo, teria procurado o Ministério Público para denunciar o senador em 2005 depois de ter descoberto que, pelo menos em documentos públicos, aparecia como dono de uma fazenda em Murici sem nunca ter adquirido a propriedade.
Segundo ele, seu nome foi usado para que a família Calheiros recebesse indenizações milionárias do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dentro do plano de recuperação ambiental da região, na Estação de Murici, que pertence à Mata Atlântica. As suspeitas de fraude interromperam o processo. Estadão, com Reuters, (colaborou Nélia Marquez). [Após 20 minutos de discurso, Renan é cumprimenado por Collor, foto Celso Junior-AE].
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(*) Vala: valeta para a "estrutura" das construções. Calha: condutor de águas ["de março", de abril, de outubro...].
Na valha ou na calha? Nessa, não tem como o leitor não colocar os devidos termos, "ca" antes do "na" e essa sutileza caracteriza muito bem nossos políticos e juízes. E alguns jornalistas também. Você foi genial. Parabéns!
ResponderExcluirPena que as despesas do circo chamado congresso tenham que ser pagas não só com o nosso dinheiro mas com a dignidade da nossa gente.
Caro! trocadilhos para caudilhos???
ResponderExcluirFalando em caudilhos, nas gravações, o sotaque dos personagens suspeitos, culpados e dos traquinas do congresso que acham tudo lícito e normal, é semelhante. Inclusive os do TCU - Tribunal Faz de Conta da União. Só não consegui distinguir de qual região seriam. Estou envelhecendo..
ResponderExcluirIvan! com dinheiro é fácil fazer um "cursinho rápido" de dublador; "hollywood" é ali!!!
ResponderExcluirEm tempo: "mais perto" que "EL PASO" para os "hermanos" mexicanos!!!
ResponderExcluirPainho foi logo convencido pela farta documentação comprobatória, a mesma que o Romero Jucá também achou que explicava e provava o pagamento sem comprovantes feitas em dinheiro vivo e que não constam dos extratos, as pensões pagas pelo lobista. O torto, da granja do torto, certamente instruído pelos ilustres conselheiros do tribunal faz de contas falou na CBN que precisamos de uma nova lei de licitações. Pode? Essa gauchada é fogo! Haja timbalada...
ResponderExcluirIvan! Deus é PAI e não "paim". O impacto da "documentação" foi tão forte que o mesmo teve que ir ao Incor-DF. Haja coração e mente! "mente"???
ResponderExcluirNatalino, que Deus é pai, nós sabemos. E que a maioria dos congressistas são fdp, (filhos do pai)também. O que não sabíamos é que tínhamos um ator presidindo o senado. Ladino, ele quer nos explicar o caso extraconjugal mas nós queremos saber sobre a origem do dinheiro e de suas relaões com o lobista seu amigo de muitos anos que se presta a serviços de office boy. Mente brilhantemente o nosso ator. Inclusive quando aos rendimentos agrícolas. Só se for por lá pois por aqui, segundo os ruralistas, só angariam prejuízos.
ResponderExcluirIvan! Em Bras-ilha vale o sentido daquele velho provérbio: "de lobi$ta$ em lobistas se enche o papo".
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