Os irmãos Calheiros, junto com o ex-senador e governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB), já amealharam mais de R$ 38 milhões do Orçamento da União desde o início do governo Lula, por meio de suas emendas parlamentares individuais. O índice de aproveitamento chega a 76% - quase o dobro da média dos demais parlamentares, de 42% - e revela a dimensão do poder político do grupo liderado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), investigado pelo Conselho de Ética, sob suspeita de ter tido despesas pessoais pagas por um lobista da Mendes Jr, empreiteira que toca a obra do Porto de Maceió. Contando as emendas da bancada de Alagoas, controladas pelo peemedebista, o valor do Orçamento já liberado por sua influência sobe para R$ 304 milhões. A maior parte desses recursos foi compromissada (empenhada, no jargão orçamentário) nos últimos dois anos, quando Renan assumiu o comando do Senado e consolidou o apoio do PMDB ao presidente Lula. Além dos irmãos Olavo e Renildo, que são deputados, Teotônio também faz parte do círculo de Renan e foi, durante seu mandato de senador, o tucano que mais conseguiu liberar emendas individuais entre 2003 e 2006: R$ 11,2 milhões de um total de R$ 13 milhões, embora metade ainda não tenha sido paga.
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(*) AMEALHAR: [De a-2 + mealha + -ar2.] V. t. d. 1. Juntar pouco a pouco, às mealhas; economizar, poupar; 2. Distribuir ou repartir em pequenas porções ou parcelas. (Dicionário Aurélio Século XXI).
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