'Eu sou a favor de não ter bingo´, diz Lula.
NOVA DÉLHI - "Eu sou a favor de não ter bingo". A frase é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, apesar de absolutamente afirmativa, não significa o que parece. Nesta terça-feira, na Índia, ao responder a perguntas sobre a Operação Xeque-Mate, que prendeu 77 pessoas envolvidas com a máfia dos caça-níqueis, Lula disse que o Brasil "tem um problema nessa questão do bingo". Lembrou que, dois anos atrás, havia mandado uma Medida Provisória proibindo os bingos no País - MP que o Congresso derrubou. Apesar de se dizer contra os bingos, ao justificar a MP derrotada, o presidente acabou deixando aberta a porta para a possibilidade de o Congresso regulamentar os bingos. Lula lembrou que o público freqüentador dos bingos mudou de dois anos para cá e que os motivos que o convenceram a editar a MP não mais existiriam. Segundo relato do presidente da República, quando editou a MP, ele "estava convencido, naquele instante, pelas informações que recebia da própria Polícia Federal, de que o bingo era utilizado com lavagem de dinheiro. "Agora, dizem que tem uma diferença: dizem que o bingo é uma coisa aonde vão as mulheres, as velhinhas jogar." No caso das máquinas caça-níqueis, Lula disse que isso é "outra coisa". E explicou: "Ali (máquinas) há distorção. De qualquer forma eu acho que o Congresso nacional pode regulamentar, proibindo ou não proibindo". A posição do candidato Lula, em 2002, do presidente da República e do governo, nestes últimos cinco anos, tem sido zigezagueante. Na campanha eleitoral o comitê do então candidato se posicionou a favor da legalização - tanto que os "empresários" do jogo fizeram doações para a campanha dele. No primeiro ano de governo (2003), o Planalto falava abertamente em legalizar o jogo, e chegou a formar um grupo de trabalho, coordenado pelo então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, para formatar um proposta a enviar ao Congresso. O escândalo Waldomiro Diniz, em fevereiro de 2004, fez o governo desistir da idéia da legalização dos bingos, loterias e demais jogos. Foi quando o presidente editou uma Medida Provisória proibindo os jogos. De lá para cá, depois da derrota da MP, o que vigora hoje é a súmula vinculante editada e aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que só uma lei federal pode legalizar ou proibir em definitivo o jogo no País. "Vamos ver se, na operação Xeque-Mate, a polícia consegue investigar (se há lavagem de dinheiro na atividade). Vamos ver se regulamentamos o bingo: ou proíbe ou não proíbe", afirmou Lula em Nova Délhi. Estadão, Denise Chrispim Marin.
NOVA DÉLHI - "Eu sou a favor de não ter bingo". A frase é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas, apesar de absolutamente afirmativa, não significa o que parece. Nesta terça-feira, na Índia, ao responder a perguntas sobre a Operação Xeque-Mate, que prendeu 77 pessoas envolvidas com a máfia dos caça-níqueis, Lula disse que o Brasil "tem um problema nessa questão do bingo". Lembrou que, dois anos atrás, havia mandado uma Medida Provisória proibindo os bingos no País - MP que o Congresso derrubou. Apesar de se dizer contra os bingos, ao justificar a MP derrotada, o presidente acabou deixando aberta a porta para a possibilidade de o Congresso regulamentar os bingos. Lula lembrou que o público freqüentador dos bingos mudou de dois anos para cá e que os motivos que o convenceram a editar a MP não mais existiriam. Segundo relato do presidente da República, quando editou a MP, ele "estava convencido, naquele instante, pelas informações que recebia da própria Polícia Federal, de que o bingo era utilizado com lavagem de dinheiro. "Agora, dizem que tem uma diferença: dizem que o bingo é uma coisa aonde vão as mulheres, as velhinhas jogar." No caso das máquinas caça-níqueis, Lula disse que isso é "outra coisa". E explicou: "Ali (máquinas) há distorção. De qualquer forma eu acho que o Congresso nacional pode regulamentar, proibindo ou não proibindo". A posição do candidato Lula, em 2002, do presidente da República e do governo, nestes últimos cinco anos, tem sido zigezagueante. Na campanha eleitoral o comitê do então candidato se posicionou a favor da legalização - tanto que os "empresários" do jogo fizeram doações para a campanha dele. No primeiro ano de governo (2003), o Planalto falava abertamente em legalizar o jogo, e chegou a formar um grupo de trabalho, coordenado pelo então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, para formatar um proposta a enviar ao Congresso. O escândalo Waldomiro Diniz, em fevereiro de 2004, fez o governo desistir da idéia da legalização dos bingos, loterias e demais jogos. Foi quando o presidente editou uma Medida Provisória proibindo os jogos. De lá para cá, depois da derrota da MP, o que vigora hoje é a súmula vinculante editada e aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que só uma lei federal pode legalizar ou proibir em definitivo o jogo no País. "Vamos ver se, na operação Xeque-Mate, a polícia consegue investigar (se há lavagem de dinheiro na atividade). Vamos ver se regulamentamos o bingo: ou proíbe ou não proíbe", afirmou Lula em Nova Délhi. Estadão, Denise Chrispim Marin.
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