SÃO PAULO - Joaquim Roriz (PMDB) renunciou ao mandato de senador na noite desta quarta-feira, 4. Ele não compareceu ao Senado e sua carta de renúncia foi lida pelo senador Mão Santa (PMDB-PI). A decisão de Roriz já havia sido tomada na manhã desta quarta depois que a Mesa Diretora do Senado aprovou o envio ao Conselho de Ética da representação do PSOL contra ele. Caberia ao órgão dar início ao processo de cassação. Com a renúncia, o ex-governador do Distrito Federal escapa de uma possível cassação e pode manter seus direitos políticos para concorrer nas próximas eleições. "Esta é para mim mais uma hora entre as inúmeras que já vivi em que devo tomar uma grande decisão...devo comunicar à vossa excelência e à Mesa do Senado a minha renúncia ao mandato de senador da República que o povo de Brasília me conferiu", escreveu Roriz. O peemedebista é acusado de negociar a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do BRB, Tarcísio Franklin de Moura, sacados em espécie com um cheque do empresário Nenê Constantino, dono da companhia aérea Gol. O parlamentar foi flagrado em escutas telefônicas, em março, conversando com Tarcísio Franklin, preso na Operação Aquarela, sobre a entrega e a partilha desse dinheiro. Também nesta quarta, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), afirmou que a situação de Roriz é "grave" e deu a declaração após receber os documentos da 1ª Vara Criminal do Distrito Federal sobre as investigações contra Roriz. "A situação não é agradável, é grave. Tem mais uma série de documentos, que são importantes pela gravidade com que se apresentam. O caso poderá alcançar outras autoridades e empresários, é bastante sério", afirmou. Na semana passada, em defesa emocionada da tribuna do Senado, Roriz negou as acusações, disse que autorizava quebra de sigilo e que apenas pediu dinheiro emprestado ao empresário Constantino de Oliveira, "amigo de longa data". "Quem nunca pediu empréstimo a um amigo?", questionou. Em diversas momentos do discurso, recorreu a "Deus". Estadão.
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