
São mínimas as chances de o processo de cassação do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) ser votado no plenário da Câmara antes das eleições municipais de outubro.
No momento, o caso encontra-se submetido ao Conselho de Ética. Novo presidente do colegiado, Sérgio Moraes (PTB-RS), dá seguidas demonstrações de desapego ético. Deveria ter instaurado o processo na semana passada. Disse, porém, que não tinha pressa. Em 15 dias indicaria um relator para o processo. Sob críticas, comprometeu-se a apressar o passado. Tomaria providências já nesta terça-feira (3). Depois de indicado, o relator terá de intimar Paulinho, E o presidente da Força Sindical, suspeito de beliscar prebendas vindas do BNDES, terá cinco dias para se defender. A partir daí, o relator dispõe de 90 dias para folhear a papelada que veio do Ministério Público e da Polícia Federal. Se depender da vontade de Sérgio Moraes, o prazo será ainda mais elástico: “Por mim, esse caso poderia ficar 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias no Conselho de ética”. Mesmo sem prorrogação, o relatório fica pronto nas cercanias da eleição. Um período de corredores vazios na Câmara. Aposta-se claramente no esfriamento do caso. De resto, para que o mandato de Paulinho seja guilhotinado, é preciso que pelo menos 257 deputados concordem em descer a lâmina. A votação, como sói, será secreta. Um convite ao corporativismo.
Escrito por Josias de Souza, Folha Online, 0206. Foto Folha.
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