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A dúvida dos presidenciáveis: recauchutar ou não a própria imagem?
12 de novembro de 2009
Por Luiz De França
Submeter-se à cirurgia plástica para parecer mais jovem, trocar o vestuário para ficar menos sisudo, falar de forma mais clara, ser mais simpático. Esses são alguns dos recursos que podem ser utilizados para seduzir alguém - e esse alguém pode ser o eleitor. Os candidatos a sedutor, é claro, são os políticos. A menos de um ano da eleição, os principais pré-candidatos à Presidência já lançam mão das artimanhas - ou ao menos deveriam, segundo os marqueteiros. Confira no quadro abaixo a análise que esses profissionais fazem da imagem de cinco presidenciáveis e também o que esses políticos deveriam mudar para arrebatar o coração cansado do eleitor.
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, saiu na frente. Fez plástica, trocou o guarda-roupa, está se esforçando para falar de maneira menos técnica, mais coloquial, e tem lutado para derreter a imagem de durona. Contudo, alterar demais a imagem para atrair votos pode ser uma estratégia arriscada.
Na visão do publicitário, o governador de São Paulo, José Serra, passou a encarnar uma imagem mais sedutora ao cuidar mais da gravata e do terno - algumas vezes desalinhados. Outro tucano, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, pode precisar de menos retoques do que os demais. "Ele leva vantagem por ser galante, sedutor, ter boa aparência e ser mais sorridente."
Mas isso não é garantia de aceitação nacional. Na opinião de Torquato, o paulista e o mineiro sofrem do mesmo mal: "Ambos apresentam um discurso muito regionalista. Precisam falar mais de problemas do país como um todo", diz. Apesar das necessárias mudanças, os dois deveriam evitar uma descaracterização total - a exemplo de Dilma. "Um Aécio sério demais soaria falso, porque ele é normalmente alegre, assim como um Serra fazendo graça constantemente não pareceria o próprio", compara.
Violência e paixão - Outros presidenciáveis que poderiam lucrar com o intercâmbio moderado de qualidades são o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e a senadora Marina da Silva (PV-AM). "Ciro precisa de um calmante para arrefecer seu temperamento respondão, enquanto a Marina deveria tomar um energético para animar, pois transmite a impressão de fragilidade frente a um cargo de tanta responsabilidade como a Presidência", avalia Biondi.
A imagem do atual ocupante do Palácio do Planalto também passou por mudanças estéticas e comportamentais antes de chegar ao posto. Luiz Inácio Lula da Silva encarou um tratamento de alinhamento dos dentes e, após três derrotas nas urnas, aprendeu a domar seu temperamento explosivo e até trocou de casaca, abandonando o estilo descontraído em favor de um clássico assinado pelo estilista Ricardo Almeida. No caso de Lula, a nova imagem seduziu o eleitor. Resta saber quem terá a mesma competência no ano que vem.
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http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/duvida-presidenciaveis-recauchutar-ou-nao-imagem-510543.shtml--------------
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