EUA criticam produção de cana no Brasil
EUA ampliam críticas à produção de cana no Brasil |
Autor(es): Alex Ribeiro, de Washington |
Valor Econômico - 12/03/2010 |
O Departamento de Estado americano faz quatro menções negativas à produção de cana-de-açúcar no Brasil em seu relatório anual sobre direitos humanos, o que tende a prejudicar os esforços da indústria de etanol para derrubar as barreiras tarifárias para exportar o produto aos EUA. A produção de cana aparece associada ao trabalho escravo, trabalho infantil e à repressão ao movimento sindical. São duas menções ao problema do trabalho escravo, uma de forma genérica e uma referência indireta, sem citar o nome, à Cosan. A produção de café e de algodão desapareceram do relatório. O Departamento de Estado americano faz quatro menções negativas à produção de cana-de-açúcar no Brasil em seu relatório anual sobre direitos humanos, o que tende a prejudicar os esforços da indústria brasileira de etanol para derrubar as barreiras tarifárias para exportar o produto aos Estados Unidos. A produção de cana-de-açúcar aparece associada ao trabalho escravo, ao trabalho infantil e à repressão do movimento sindical. No ano passado,havia duas menções negativas ao setor e, neste ano, aparecem quatro. Aprodução de café e de algodão, por outro lado, desapareceu do relatório. Todos os anos, o Departamento de Estado produz um relatório detalhando asviolações dos direitos humanos em todos os países do mundo, exceto nos Estados Unidos. O material é encaminhado ao Congresso e, muitas vezes, é usado como uma referência quando são tomadas medidas comerciaisimportantes. Os americanos impõem uma tarifa de 14 centavos de dólar sobre cada litrode etanol importado. A derrubada da barreira depende de decisão doCongresso. Os lobbies contrários aos interesses brasileiros, sobretudo produtores locais de etanol feito de milho, costumam citar violações aos direitos humanos como um motivo a mais para barrar as importações. No relatório, há uma referência indireta, sem citar o nome, à Cosan."Em dezembro, o Ministério do Trabalho incluiu em sua "lista negra" 165 empregadores em 17 Estados que usaram mão-de-obra em situação análoga à de trabalho escravo", afirma o documento do Departamento de Estado. "Em um caso envolvendo o maior produtor mundial de cana-de-açucar, sua inclusão na lista gerou uma ação judicial que continuava em curso." A Cosan foi incluída na lista do Ministério do Trabalho devido a um caso d e 2007, que, segundo a companhia, já foi resolvido. A empresa foi considerada responsável solidária em trabalho escravo cometido por uma terceira empresa, que atuava de forma indireta na sua cadeia produtiva.Em janeiro, a Cosan obteve uma liminar que obrigou o Ministério do Trabalho a retirá-la do cadastro. Ao longo dos últimos anos, o relatório citou, de forma genérica, o setor de cana-de-açucar como uma das atividades em que o trabalho escravo ocorre com maior frequência, ao lado da produção de café e de algodão.Neste ano, foi excluída a menção ao café e ao algodão. O setor também é relacionado ao trabalho infantil. "Crianças foram envolvidas em produção pecuária, plantio de cana e na produção de cerâmica, tijolos, carvão, sisal e calçados." Em um outro trecho que trata da liberdade sindical, o Departamento de Estado relata que no dia 23 de agosto de 2009 dois homens mascarados atiraram e feriram Elio Neves, presidente da Federação dosTrabalhadores Assalariados do Estado de São Paulo, conhecido por representar os interesses dos trabalhadores do setor de cana-de-açúcar em Ribeirão Bonito. "Até o fim do ano não havia nenhuma prisão", afirma o relatório. ------------- (*) ESSE CARA. Caetano Veloso. "Ah! Que esse cara tem me consumido www.vagalume.com.br ------------ ---------- |
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