A POLÍTICA E A COSMÉTICA
Não há nada de curioso no fato de a presidenciável do PV, Marina Silva, alérgica a cosméticos, ter com vice Guilherme Leal, presidente do conselho da Natura. Qual a contradição? Ela se diz alérgica a cosméticos, não a bilionários, e, nesse particular, está com Lula.
A propósito: a alergia a “cosméticos” não pertence propriamente ao terreno da medicina; está mais afeita à área, sei lá, político-literária, de construção de personagem. A “cosmética” não é uma substância, mas um ramo da cultura. Afinal, qual é o componente químico universal dos cremes, batons, loções etc. que seria incompatível com Marina?
Que eu saiba, nenhum! Pergunta: a senadora verde é tão alérgica ao Hexylene Glicol quanto ao urucum, ou as virtudes telúricas deste acalmam a sua pele tanto quanto o artificialismo daquele a irritam? Em tempo: não tenho a menor idéia do que seja Hexylene Glicol. Li o nome num frasco de xampu. Nem sei se a Natura substitui o dito-cujo por extrato de umbu.
Vivem-se novos tempos na política. Caso a candidata do PV não seja eleita, eu proponho uma nova experiência no próximo mandato: Marina como vice-presidente da Natura.
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Reinaldo Azevedo/VEJA.
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