sexta-feira, julho 09, 2010

CUBA/DIREITOS HUMANOS [In:] GUILHERMO FARIÑAS

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Fim da greve

Guilhermo Fariñas: 'O governo cubano percebeu que os tempos mudaram'

Publicada em 09/07/2010 às 00h18m

Cristina Azevedo

RIO - Ainda em estado febril, o dissidente cubano Guillermo Fariñas bebeu na quinta-feira seu primeiro copo de água após 135 dias de greve de fome e sede . "Uma porta foi aberta" com o anúncio da libertação dos presos políticos, afirmou ele ao GLOBO em entrevista por telefone.

Como o senhor se sente? Quando voltará a comer?

GUILLERMO FARIÑAS: A água produz muitos soluços. Os médicos vão determinar quando voltarei a comer. Devem começar com caldos frios e depois quentes. Deve levar de quatro a seis semanas. Não queríamos deixar o governo acusar a oposição de criar tensão.

" Eu sonho e luto para que o trânsito de Cuba à democracia seja sem derramamento de sangue "

A soltura dos presos é um primeiro passo de abertura?

FARIÑAS: Acho que é uma porta que o governo cubano abriu e que não poderá fechar. Eu sonho e luto para que o trânsito de Cuba à democracia seja sem derramamento de sangue.

Como se sente fazendo parte dessa pressão, como também foi a morte de Orlando Zapata, que levou à libertação?

FARIÑAS: Penso que não se deve falar em pressão, mas que os que dirigem o país perceberam que os tempos mudaram. Zapata foi assassinado. Acho que perceberam que não podiam deixar isso acontecer ou haveria derramamento de sangue.

O senhor tem medo que esse coágulo que se formou em suas veias se desprenda?

FARIÑAS: O único medo que tenho é de não estar à altura do que nossa pátria requer.

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O Globo.


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