No primeiro encontro entre os presidenciáveis na televisão, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) dominaram as discussões e ofuscaram Marina Silva(PV). Mas a noite foi de Plínio Arruda Sampaio (Psol). O candidato reclamou de que estaria sendo escanteado - "Façam perguntas para mim!" e disparou críticas contundentes aos adversários.
No primeiro debate televisivo da corrida presidencial, Serra e Dilma polarizam discursos, Marina mostra-se discreta e Plínio salva a noite
Os candidatos do PT, Dilma Rousseff, e do PSDB, José Serra, dividiram a atenção do primeiro debate entre os presidenciáveis.
Num clima morno com ocasionais trocas de farpas, os candidatos começaram extrapolando o tempo permitido e exibindo nervosismo. A monopolização foi tamanha que coube ao candidato do PSol, Plínio de Arruda Sampaio, dar o tom mais irônico ao protestar contra o blocão formado pelos dois principais concorrentes ao Planalto e lançar provocações que o levaram ao topo dos Trending Topics (assuntos mais comentados) no Twitter mundial.
Enquanto Marina permaneceu mais amistosa, fazendo elogios à política social do governo, Dilma passou longe de se escorar no presidente Lula, seu padrinho político. Orientada a andar com as próprias pernas, ela mencionou Lula pela primeira vez só no início do terceiro bloco. O debate começou propositivo, mas, no meio de discursos de palanque, um não perdeu a oportunidade de alfinetar o outro.
O primeiro embate girou em torno da geração de empregos.
Dilma buscou fazer Serra comparar as gestões de Lula e de Fernando Henrique. Serra disse que não faria política olhando para o retrovisor e que miraria o futuro e atacou o que chamou de sucateamento de aeroportos, da infraestrutura portuária e das rodovias. A petista rebateu com uma estocada: É muito confortável esquecer o passado, mas não acho prudente, disse, enfatizando que o governo Lula criou 14 milhões de empregos formais.
O monopólio foi quebrado depois que Serra e Dilma responderam sete perguntas seguidas.
A candidata do PT quebrou a lógica e dedicou uma pergunta a Marina Silva, sobre políticas de combate ao uso e tráfico de crack. Plínio de Arruda Sampaio respondeu a um só questionamento e reclamou do isolamento. A desigualdade está aqui. Eu sou o menos perguntado, clamou. Quando teve chance de falar, cobrou dos candidatos posicionamento sobre reforma agrária e redução da jornada de trabalho.
Um dos carros-chefes de Serra, a questão dos deficientes físicos foi abordada pelo tucano para criticar o governo Lula. O Ministério da Educação quis proibir a Apae de ensinar, dar o ensino primário, assistência.
Uma crueldade, criticou Serra.
Na resposta, Dilma disse que o governo federal manteve apoio não apenas às Apaes, mas a todos os projetos de acessibilidade.
Só na metade final do debate é que Lula materializou-se nas palavras da candidata do PT. Ao pedir que o tucano avaliasse a indústria naval e o programa Luz Para Todos, Dilma citou Lula.
Serra elogiou os programas, lembrando que o Luz Para Todos começou no governo FHC, mas partiu para o ataque ao questionar os motivos que levaram o governo Lula a acabar com os mutirões de Saúde.
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