Professor de presidentes
Autor(es): Rubem Azevedo Lima |
Correio Braziliense - 27/12/2010 |
E atenção, brasileiros: sobre essa ajuda, Lula, nada modesto, disse que “vai ser bom para o Brasil, vai ser bom para Dilma, vai ser bom para todo mundo, se eu ensinar como um presidente tem de se portar”. Registrou tais declarações, na Folha de S.Paulo, o repórter Kennedy Alencar. No mesmo jornal e no mesmo dia, Fernando Rodrigues, em sua coluna, mostrou que isso custa caro. Para se promover, em oito anos, Lula elevou o gasto em sua publicidade dos R$ 555,4 milhões, do primeiro ano de mandato (2003), a R$ 1,085 bilhão, em 2006. Não se sabe quanto ele terá gasto até o fim deste mês, ao deixar o governo. Em sua introdução ao maquiavelismo, Lula atribui todos os males ao antecessor. Foi o que fez na lição gratuita a Obama, quando não contou ter copiado algumas coisas de FHC. De qualquer modo, os EUA podem não estar em condições de torrar bilhões de dólares para ajudá-lo. Quanto a Dilma, não é certo que ela queira gastar o mesmo para reeleger-se ou para elegê-lo, impondo ao país a queima de recursos que farão falta à educação, à saúde, à segurança e às obras públicas. No caso da aula que deu a Barack Obama, Lula conseguiu uma façanha: furou os WikiLeaks de Julian Assange, ao divulgar o teor da lição gratuita dada ao presidente dos EUA. Com certeza, tal indiscrição agravou a situação política interna do amigo americano, que chamou Lula de o “cara”, ao conhecê-lo. Foge às regras políticas revelar, um deles, o que dois falam em particular, sobre questões públicas. Isso põe o outro sob ataque do que há de pior à sua volta. Faltou a Lula consideração pelo aluno. Dilma que se cuide. Professor e quase ex-presidente, por favor: dê um tempo. Seus disparates o popularizam, mas deseducam e acabam cansando. |
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