

[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
Na tarde de 24 de março, a deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ) subiu correndo a escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para chegar a tempo de, aproveitando um debate sobre a produção de leite, denunciar os adultos que “mamam”. Num veemente discurso de sete minutos, a parlamentar protestou contra a candidatura do colega José Nader Junior (PTB) a uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. Cidinha qualificou-o de corrupto e estendeu a acusação ao pai, também ex-deputado e ex-conselheiro do TCE.
Em 9 de abril, 16 dias depois do libelo de Cidinha, a Mesa Diretora considerou José Nader Junior inabilitado para concorrer à vaga de conselheiro do TCE. “Foi um discurso que teve resposta”, anima-se a deputada. O recurso apresentado por José Nader foi rejeitado pelo plenário.
O deputado Luiz Paulo (PSDB), corregedor da Alerj, recomendou a abertura de processo de cassação contra Nader. Na sexta-feira passada, o relatório da corregedoria foi apreciado pela Mesa Diretora da Assembleia. Compareceram apenas 8 dos 13 integrantes. Quatro votaram pela aceitação do processo, quatro votaram contra. O presidente Jorge Picciani (PMDB) desempatou a favor do parecer da corregedoria. Em 60 dias, o Conselho de Ética decidirá se o caso será ou não objeto de votação no plenário.
O futuro de Nader é incerto. O discurso de Cidinha Campos já se transformou numa peça histórica. Daqui a muitos anos, continuará ajudando a entender o Brasil da Era da Mediocridade.
Por Reinaldo Azevedo/VEJA.
O grande pensador sobre energia nuclear no governo Lula é o vice-presidente, José Alencar. E a razão é simples: ele é claro. Há dias, defendeu que a bomba nuclear pode ser apenas dissuasória — vale dizer, ela desestimularia a ação de certos países beligerantes. Assim, Alencar cravou um conceito novo nesse debate, que é a chamada “Bomba Nuclear para Fins Pacíficos”, que substitui o ultrapassado conceito da “energia nuclear para fins pacíficos”. É o fundo do poço em matéria de política externa.
E como esse pensamento triunfou nas negociações que Brasil e Turquia empreenderam com o Irã, aconteceu o óbvio: hoje, o Mahmoud Ahmadinejad está um pouco mais perto da bomba do que antes. E contou com a inestimável ajuda do Brasil. Lula apostou que o mundo cairia de joelhos; em vez disso, os presidentes do Brasil e da Turquia estão a um passo de ser ridicularizados. A reação foi de incredulidade — em muitos casos, de ironia. O próprio governo do Irã explicitou a trapaça poucas horas depois do anúncio do acordo: continuaria a enriquecer urânio, apesar da troca mediada pela Turquia. E já se sabe que as restrições à atuação da Agência Internacional de Energia Atômica continuam. Se Lula atuou para tornar mais distantes as sanções, que são instrumentos da paz, então deixou o Oriente Médio, e o mundo, mais perto da guerra. Eis o pacifista das esferas.
O truque foi malsucedido. Aquela retórica típica do lulismo, que trata verdades como mentiras e mentiras como verdades, que funciona tão bem no mercado interno das idéias, esfarelou-se no mercado externo. Até mesmo a Rússia, não exatamente interessada em endossar a liderança dos EUA no sistema de segurança global, reagiu com menoscabo, desprezo quase, ao anunciou pateticamente tonitruante dos “negociadores”, com a sua coreografia de periféricos orgulhosos, com as mãos unidas e para o alto, anunciando a vitória do perigo.
Lula viajou, sim, ao Irã com a promessa de ser, quem sabe?, um negociador de peso no cenário mundial; volta do tamanho das escolhas que fez: é o amigo do Irã. No seu cesarismo tosco, endossado pelos aloprados do Itamaraty, prefere certamente ser o primeiro num grupo de nações mais ou menos delinqüentes, em suposta rota de colisão com os “donos do mundo”, a ser um dos dez da ordem global. Tornou-se um bobo da corte em escala internacional.
É claro que a existência de um suposto acordo, que agora será avaliado pela AIEA, dá fôlego ao Irã. Conceder na troca do urânio enriquecido a 3,5% pelo outro a 20% é só uma “concessão” que o país já havia decidido fazer, sem que isso implicasse, diga-se, o fim das querelas. Esse era só o gesto de boa vontade que se esperava do governo Ahmadinejad em outubro do ano passado para que começasse a conversa. Chegou a aceitar a proposta, com a Rússia, então, no papel que agora está reservado à Turquia. Recuou e passou a fazer ameaças novas.
O governo brasileiro, agora, tenta vender a questão como “a” resposta que faltava. O minueto dançado por Lula e Ahmadinejad, com a assistência da Turquia, foi explícito: são dois “líderes”, imaginem vocês!, apoiando-se mutuamente na tentativa de acuar os EUA, demonstrando, então, que uma suposta nova ordem mundial estaria em construção. A piada não chega a ser macabra porque ela só consegue ser ridícula. A AIEA deve afirmar, claro, que não deixa de ser um avanço o dito acordo, ciente, no entanto, de que nada aconteceu. Celso Amorim, com o seu rebolation retórico, afirmou que o objetivo do suposto acordo é “restabelecer a possibilidade de reabrir as negociações”. Seja lá o que isso signifique.
No mundo, os críticos mais acerbos da atuação de Lula erram apenas num particular: ele não é o “inocente” útil da jogada iraniana. Ao contrário até: é o “culpado” útil. Sabe muito bem o nome do que pratica. O discurso de Ahmadinejad, ontem, em defesa de uma nova ordem mundial que reflita um novo arranjo de nações, diferente do pós-guerra, é, como demonstrei à tarde, clonagem da fala de Lula. Notem que o notório financiador do terrorismo passou a falar como alguém que anseia ter voz no cenário global. Em vez da satanização do Ocidente, e dos EUA em particular, temos o discurso sobre a suposta obsolescência da ordem mundial. E o Irã pretende fazer parte da nova. De que modo? Ora, enfrentando os ditos “donos do mundo” com um programa nuclear que hoje tem no Brasil seu principal, para não dizer ÚNICO, aliado internacional.
Sanções distantes, eventualmente impossíveis, diante de um Irã que não tem razão nenhuma para brecar seu programa nuclear, aproximam ainda mais Israel desse perigoso tabuleiro. E o país vai, e é um dever seu, fazer o que for necessário para se defender se o mundo não conseguir fazer isso antes. A Liga Árabe viu um avanço nas conversações em nota discreta, e o Catar expressou o seu apoio. Os países árabes que contam ficaram de bico calado. Não só porque a maioria não vê com bons olhos o robustecimento militar do Irã, mas porque já perceberam que, na cadeia de eventos possíveis, é razoável supor que Israel considere a bomba iraniana inaceitável.
Não! Lula não conseguiu enganar ninguém, e a saudação no Brasil se restringiu àquele circulo de petista e de subjornalistas que tocam tuba para o governo Lula — alguns o fazem a peso de ouro, naquele encontro sempre muito festivo entre a grana e a subserviência. E a coisa, desta vez, ficou por aí. O Lula festejado mundo afora como o operário que foi ao Olimpo começa a ser visto, para ficar na mitologia, como um daqueles titãs meio medonhos que resolveram escalar de modo atabalhoado a morada de Zeus.
Não deixa de ser útil que o mundo perceba com quem está, de fato, lidando. O governo Obama vai acabar percebendo que, no que respeita à questão política, o lulo-petismo pode ser um adversário muito mais incômodo do que o chavismo — aquele é explícito na sua delinqüência, e a clareza de sua identidade também não alimenta esperanças vãs.
Lula foi ao Irã também em busca de palanque. Nos comícios pró-Dilma, no horário eleitoral gratuito da TV e na rua petista, será saudado como o homem que livrou o mundo de uma guerra, como se ela estivesse aí, a bater à porta da história. E, no entanto, o que se tem é rigorosamente o contrário: sem que o Irã abra mão do enriquecimento de urânio a 20% e sem o amplo acesso da AIEA às instalações nucleares, não se faz um acordo de paz, mas um compromisso de guerra.
PS - Uma das razões da fúria dos inimigos do blog é certa capacidade desta página de enxergar além da neblina. Basta ver o que se andou escrevendo aqui antes do “acordo” micado. Pois que se divirtam com seu ódio.
Não há nada de curioso no fato de a presidenciável do PV, Marina Silva, alérgica a cosméticos, ter com vice Guilherme Leal, presidente do conselho da Natura. Qual a contradição? Ela se diz alérgica a cosméticos, não a bilionários, e, nesse particular, está com Lula.
A propósito: a alergia a “cosméticos” não pertence propriamente ao terreno da medicina; está mais afeita à área, sei lá, político-literária, de construção de personagem. A “cosmética” não é uma substância, mas um ramo da cultura. Afinal, qual é o componente químico universal dos cremes, batons, loções etc. que seria incompatível com Marina?
Que eu saiba, nenhum! Pergunta: a senadora verde é tão alérgica ao Hexylene Glicol quanto ao urucum, ou as virtudes telúricas deste acalmam a sua pele tanto quanto o artificialismo daquele a irritam? Em tempo: não tenho a menor idéia do que seja Hexylene Glicol. Li o nome num frasco de xampu. Nem sei se a Natura substitui o dito-cujo por extrato de umbu.
Vivem-se novos tempos na política. Caso a candidata do PV não seja eleita, eu proponho uma nova experiência no próximo mandato: Marina como vice-presidente da Natura.
Blog
Reinaldo Azevedo/VEJA.
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“Candidato Kassab: por que você tem vergonha de dizer que anda com o Maluf e com o Pitta?”, pôs as mãos nas cadeiras Marta Suplicy no meio do debate na TV. “Eu ando com o Lula”, prosseguiu, com cara de debutante contrariada, a edição vespertina da colegial do Sion. “E tenho muito orgulho das pessoas com quem ando”, encerrou acionando o pisca-pisca das pestanas.
Naquela noite de 2008, o prefeito Gilberto Kassab limitou-se a reiterar o arrependimento que sente por ter chefiado a secretaria municipal de Finanças na administração Celso Pitta. E só registrou de passagem que Mônica Valente, a mulher de Delúbio Soares, era a assessora de estimação da candidata do PT. Um adversário menos clemente iria bem mais longe.
Teria perguntado, por exemplo, se Marta ainda é a melhor amiga de Delúbio, e se continua andando com o companheiro gatuno que, em 2003 e 2004, festejou a seu lado a passagem do ano. Também perguntaria se tem saudade das temporadas em que Delúbio e Mônica Valente se hospedaram na casa alugada no Guarujá por Marta e Luis Favre.
A pose de quatrocentona sempre contracenou sem remorsos com mensaleiros, sanguessugas, aloprados, estelionatários companheiros, punguistas da base alugada ─ todas as vertentes da bandidagem com imunidade têm espaço garantido no palanque de Marta Suplicy. Sempre fez de conta que as vestais com himen complacente não caíram na vida, e portanto merecem conviver com Marta Teresa Smith de Vasconcellos Suplicy.
Antes do debate em que censurou o adversário por equívocos passados, a favorita da delinquência presente expediu a instrução famosa aos flagelados do apagão aéreo: relaxem e gozem. Dias depois do confronto na televisão, ordenou aos eleitores paulistanos que perguntassem ao prefeito por que não era casado e não tinha filhos. Certos filhos, melhor evitá-los, e qualquer solidão é preferível à companhia de um argentino fantasiado de francês, deixou de responder Kassab. As urnas responderam por ele.
Quanto mais idosa fica, menos ajuizada Marta é, comprova a declaração em que absolveu Dilma Rousseff, acusou Fernando Gabeira e condenou-se, de novo, a explicar o inexplicável. Até os bebês de colo e os doidos de pedra sabem de que lado estão os malfeitores em geral, os corruptos em particular e todos os milicianos da esquerda psicótica. Estão com Marta, que ainda assim resolveu responsabilizar pelo sequestro e quase morte do embaixador Charles Elbrick o único que se penitenciou publicamente pelo equívoco histórico. É muito cinismo.
Somada à infamante comparação entre Dilma Rousseff e Nelson Mandela, a derrapada moral e política que Marta protagonizou escancara o fantasma que assombra o palanque de filme de terror: o prontuário da sucessora que Lula inventou está recheado de assaltos a bancos dos quais jamais se arrependeu. A cafajestagem com Gabeira reafirmou, também, que os milicianos seguem tentando institucionalizar o avesso das coisas.
No Brasil da Era Lula, o errado repreende o certo, os honestos são condenados à danação eterna por pecadores juramentados e muitos já desistiram da apresentação de recursos à Divina Providência: pelo que anda dizendo e fazendo, Lula virou conselheiro de Deus. Nada tem de espantoso o orgulho que Marta sente dos parceiros que, se a Justiça brasileira funcionasse, só conseguiria ver de perto em visitas dominicais à cadeia.
A granfina arrogante namora há alguns meses o presidente do Jockey Club de São Paulo. Já há alguns anos está pronta para o posto de primeira-dama das cavalariças.
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Fotos Pedro Ladeira/Folha Imagem/Folhapress e Sérgio Lima/Folha Imagem/Folhapress |
PROPAGANDA SEM LIMITES "Jamais me defrontei com algo tão escancarado", disse Marco Aurélio (à esq.) sobre o programa do PT em que o TSE viu crime eleitoral na propaganda antecipada de Dilma. |
A demora do tribunal em analisar o caso adiou a punição para 2011 e permitiu que o PT exibisse cenas eleitorais ainda mais explícitas que as condenadas pelo TSE. Ao lado de Dilma, Lula apontou sua candidata como a responsável pelo sucesso do governo e sugeriu que ela é a única capaz de continuar sua obra. O programa foi visto por mais da metade dos brasileiros que estavam com a televisão ligada. "A relação custo-benefício do desrespeito à lei foi totalmente favorável ao PT", diz Alberto Rollo, especialista em legislação eleitoral. O desprezo que se vê às regras eleitorais não pode ser creditado apenas à notória lentidão da Justiça. Pela legislação em vigor, as campanhas começam somente em julho, depois das convenções partidárias que oficializam os candidatos. Antes disso, como não há candidato, também não há punição para quem infringir a lei, como Lula e a campanha de Dilma vêm fazendo. Ou seja, além de lenta, a Justiça é frouxa na hora de punir. A maior pena já aplicada por campanha antecipada, de 20 000 reais, é irrisória se comparada ao que está em jogo em uma campanha presidencial.
A prova de que crime eleitoral compensa pode ser vista no comportamento do presidente da República. Nos últimos dois anos, Lula participou de mais de 400 eventos públicos. Dez resultaram em investigação do TSE. Cinco já foram arquivados, três ainda não foram analisados e dois levaram o tribunal a multar o presidente. Nesse período, porém, Dilma deixou de ser uma desconhecida do eleitorado para se tornar uma candidata viável, com quase 30% das intenções de voto. Ou seja, a antecipação da campanha, apesar de criminosa, foi vital para a candidata de Lula. Na semana passada, um dia antes de o TSE condenar o PT a uma pena sem efeito, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos e o advogado-geral da União Luís Adams se reuniram para avaliar os riscos da associação entre o presidente e a campanha do PT. Concluíram que, por enquanto, não há problema incontornável. A preocupação deve aumentar apenas depois de a candidatura de Dilma ser lançada oficialmente, em junho.
Ao se levar a avaliação dos advogados ao pé da letra, tudo indica, portanto, que Lula seguirá usando o cargo em benefício de sua candidata. As próximas pesquisas de intenção de voto é que vão dizer se a lei será mais ou menos respeitada. O ministro do TSE Marco Aurélio Mello é um dos mais incomodados com as ilegalidades. Ao votar pela punição ao PT na semana passada, ele anotou: "Confesso que, tendo pisado neste tribunal em 1991 e tendo assumido a presidência em duas eleições, jamais me defrontei com algo tão escancarado".
Dida Sampaio/AE |
VOU ALI E JÁ VOLTO O delegado diz que vai "pegar um sol", mas que espera "babando" o momento de falar à Comissão de Ética |
Depois da revelação de que ele havia tentado comprar um videogame no mercado negro e visitara a China na companhia de um acusado de contrabando, o secretário nacional de Justiça e presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, delegado Romeu Tuma Júnior, foi temporariamente afastado do cargo na semana passada. Ou, como ele preferiu anunciar, resolveu "tirar umas férias" do serviço. Desde o último dia 5, a situação de Tuma Júnior só piora. Primeiro, vieram as gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal em que ele aparece tentando cometer um dos crimes que é pago para combater (como o videogame Wii estava "muito caro na Europa", Tuminha expressava o desejo de adquiri-lo em versão contrabandeada). Depois, surgiram as fotos em que o secretário aparece em visita oficial à China ladeado por Li Kwok Kwen. O chinês conhecido como Paulo Li está preso desde o ano passado sob acusação de contrabandear, anualmente, pelo menos 12 milhões de reais em celulares baratos, aqui revendidos com etiquetas de marcas famosas.
Era grave, mas não era tudo. Conforme publicou o jornal O Estado de S. Paulo, em fevereiro passado a Polícia Federal já havia emitido parecer favorável à abertura de inquérito policial contra o secretário. A decisão se deveu ao fato de o nome de Tuma Júnior ter surgido, sempre de forma comprometedora, em quatro investigações conduzidas pelo órgão – além daquela envolvendo o amigo Li, três outras relativas a emissão ilegal de passaportes e concessões irregulares de visto para estrangeiros. Tuminha foi alçado ao cargo de secretário de Justiça em 2007 graças a uma barganha que envolveu a ida de seu pai, o senador Romeu Tuma, para o PTB, partido da base aliada do governo. O estouro do escândalo, na semana retrasada, abalou o clã a ponto de os Tuma convocarem uma reunião familiar para decretar silêncio em torno do caso.
É improvável que Tuminha retome o posto ao fim das suas "férias". Embora saiba disso, o delegado fez questão de deixar claro que não está preocupado com o seu destino. Na terça-feira, diante dos jornalistas que o cercavam, despediu-se dizendo que voltará "quando estiver moreninho". Tanta faceirice talvez guarde relação com a importância que o delegado sabe que seu trabalho tem para o país e para o governo do PT. Por dever funcional, o secretário tem acesso a informações sigilosas que envolvem operações financeiras e remessas de dinheiro para o exterior, por exemplo. Além disso, na qualidade de delegado de polícia, trabalhou em casos altamente sensíveis para o governo, como o do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel. Ao declarar estar "babando" para prestar esclarecimentos à Comissão de Ética Pública, órgão ligado à Presidência da República, Tuminha fez muita gente perder o sono.
VEJA.
Dilma diz que fim da CPMF não teve resultado concreto para consumidor |
Autor(es): Agencia O Globo/Sergio Roxo |
O Globo - 18/05/2010 |
Pré-candidata admite possibilidade de criar imposto para repor perdas no setor da Saúde
Petista se atrapalha e troca posto de Michel Temer, cotado para ser seu vice SÃO PAULO. Sem ser taxativa na necessidade de criação de novo imposto, a pré-candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, defendeu a destinação de mais recursos para a saúde e criticou o fim da CPMF, extinta em 2008, na maior derrota do governo Lula no Congresso. De acordo com Dilma, o fim do tributo tirou R$ 40 bilhões por ano do setor.
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ACORDO ATENDE EXIGÊNCIAS DE OBAMA, DIZ AMORIM |
Autor(es): Assis Moreira, de Madri |
Valor Econômico - 18/05/2010 |
Isolado internacionalmente e com dificuldades políticas e econômicas internas, o Irã aceitou enviar seu urânio enriquecido para o exterior, nos termos de um acordo para evitar a ampliação das sanções das Nações Unidas ao país. Mas não se comprometeu em encerrar seu programa de enriquecimento de urânio, base do temor de países ocidentais de que o regime dos aiatolás tenha secretamente planos para construir a bomba nuclear. O acordo entre Irã, Brasil e Turquia sobre o acordo nuclear de Teerã basicamente atende aos pontos listados pelo presidente dos EUA, Barack Obama, numa carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva há algumas semanas, disse ontem o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reagindo à "desconfiança e suspeita" manifestadas pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton. "Esse acordo não foi proposto por nós não", disse Amorim. "O que o Irã disse foi que vai cumprir um acordo que foi proposto pelo G-5+1." Trata-se dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Rússia, China, França e Reino Unido - e a Alemanha. Para Amorim, o acordo é para criar confiança, mas é preciso que pelo menos seja examinado antes de sofrer condenação. Para o governo brasileiro, isso é importante para seguir negociando outras etapas. "Tanto os turcos como nós colocamos de forma muito clara que era uma oportunidade ímpar de o Irã sair do isolamento", disse o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. "Todo mundo tem que entender que o problema do contencioso nuclear do Irã não está resolvido, mas foi dado um passo importante, ainda mais porque eles aquiesceram. E isso porque viram que havia dois interlocutores que não estavam la para satanizá-los", afirmou Garcia. O presidente russo Medvedev conversou com o presidente Lula e disse que iria telefonar a Obama. O pacote de sanções contra o Irã parecia já estar pronto, mas acha que o acordo impulsionado pelo Brasil e Turquia abre a possibilidade "de outro caminho". O presidente francês, Nicolas Sarkozy, resolveu viajar a Madri hoje cedo e conversar com Lula. Amorim disse ter relatado ao presidente francês detalhes que ele teria considerado positivo. Poucos minutos depois de Lula ter entrado no elegante Hotel Intercontinental, um dos ministros britânicos mais duros, William Hague, saia pelo mesmo local defendendo sanções contra Teerã. Garcia reagiu, acusando: "Essas pessoas só trabalham com essa hipótese. Não é resposta de quem está cético, mas de quem não quer o acordo. Esse é o problema. Acham que a politica tem que ter sempre um inimigo bem localizado, que é o Irã, o grande satã"." Para o assessor de Lula, se a ONU votasse a sanção contra o Irã, ela seria "meio bamba". Isso, segundo ele, porque a Rússia deixou bem claro na conversa com Lula que até votaria a sanção, mas bem pequena, com muito barulho e pouco conteúdo, pois tem interesses muito grandes na regiao. A China, afirma Garcia, "não fala, mas estava na mesma direção, mas, ainda que as sanções fossem meio bambas, iam liberar os Estados Unidos e a União Europeia para fazer sanções adicionais, que provocariam dificuldade para a sociedade iraniana". Ele acusa "pessoas", sem citar nomes, "que esperam que as sanções venham mudar o regime iraniano. É uma visão profundamente equivocada, que mostra desconhecimento da situação interna do Irã. As sanções só teriam o efeito de solidificar os iranianos em torno de seu governo, é uma sociedade muito complexa, há muitos centros de decisão, não é um Estado totalitário, como outros podem ser". O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, confirmou que o Brasil quer continuar na posição de mediador e isso vai ser levado em conta por todo mundo. Disse que o presidente Lula "vai reivindicar" que o Brasil e a Turquia "se juntem ou acompanhem" as iniciativas do G-5+1. Para o influente jornal inglês "The Guardian", o acordo mostra que Brasil e Turquia são novas forças globais. "O fato é que o Irã assinou um acordo que mexe com o jogo", diz Martins. Segundo Amorim, o Irã colocou agora no papel o que nunca tinha colocado antes sobre seu programa nuclear, sem ambiguidade, e "isso ensejaria, no mínimo, uma reflexão". E completou, em direção aos americanos e europeus: "Apenas criamos uma maneira para que o acordo fosse assinado por quem o propôs".
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18 de maio de 2010
O Globo
Manchete: EUA insistem em sanções ao Irã apesar do acordo
Dilma: fim da CPMF não gerou benefícios
Magistrado é acusado de crimes na internet
Itamaraty dá passaporte a parceiros gays
Inflação em alta, mesmo com cortes
Perda de 85 mil cobras em SP afeta pesquisas
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Folha de S. Paulo
Manchete: Acordo nuclear com Irã não convence potências
Foto legenda: Cobras e lagartos
PMs são acusados de racismo em caso de motoboy
Clínica em SC é interditada após morte de paciente
China compra por R$ 3 bi empresas elétricas no Brasil
Nova chefe da ONU para o clima elogia brasileiros
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Brasil festeja acordo com Irã, mas para os EUA não muda nada
Acervos zoológicos correm perigo
Pesquisa dá empate entre Dilma e Serra
Emprego formal bate recorde
Governo quer punição maior por erro no IR (Págs. 1 e Economia B5)
China entra no setor de energia brasileiro (Págs. 1 e Economia B13)
Arnaldo Jabor: Sem pressa com o Ficha Limpa
Notas & Informações: O feito de Lula em Teerã
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Manchete: Por R$ 3,1 bi, China entra no setor elétrico no país
Acordo com Irã traz euforia e descrença
Trem-bala deve ir para estatais estrangeiras
Foto legenda: Conexão latina
Redrado teme descontrole da inflação
De olho na Copa, Sony e Philips entram no mercado de TVs de LED no Brasil (Págs. 1 e B4)
Leilões confirmam recuperação no mercado de arte (Págs. 1 e B8)
Recorde de empregos
Suspeita de dumping
Usinas pisam no freio
Mercado vê atuação tímida do BCE
Conservadorismo
Aéreas nacionais vão bem
Derivativos de câmbio
Ideias
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