

A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
Autor(es): Roberto Macedo |
O Estado de S. Paulo - 18/11/2010 |
Na perspectiva da ameaça de sua ressurreição, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) tem um quê de gato, de gatunagem, de falsidade, de encenação e de vendeta. De gato, lembra a crença de que esse animal tem sete vidas. Ou mesmo nove no mundo que fala inglês, e Shakespeare referiu-se a isso na peça Romeu e Julieta. Ora, a CPMF já teve duas vidas. Agora há quem queira dar-lhe uma terceira, retirando-a do túmulo a que em boa hora foi levada em 2007. A primeira vida durou apenas um ano, 1994, quando veio com o nome de imposto (IPMF) e alíquota de 0,25%. A segunda começou em 1997. Então, com o alegado propósito de arrecadar recursos para a saúde, veio como CPMF, à taxa de 0,2%, e foi sucessivamente estendida até 2007, com o valor de 0,38%, desde meados de 1999, salvo um breve interregno, no início de 2001, quando caiu para 0,3%. Outro pretexto foi o de melhorar as contas da Previdência Social. Mas quem ainda se ilude com essa conversa de mais recursos para a saúde deveria aprender que, com esses e outros pretextos, o que em geral o governo quer é reforçar o caixa e ter mais condições de fazer transfusões de dinheiro de um gasto para outro. A gatunagem aparece porque o retorno da CPMF configuraria um, ou pior, mais um assalto aos contribuintes indefesos, e que estão nessa condição porque muitos entre os eleitos para defendê-los não exercem esse mandato, deixam todos desamparados e os traem descaradamente nesse simulacro de democracia representativa que é o nosso país. A falsidade evidencia-se de várias formas. Primeiro, no argumento de falta de recursos e, segundo, no pretexto de que se destinarão à saúde. Ora, no Brasil a carga tributária já é enorme, a maior do mundo para nosso estágio de desenvolvimento. Ademais, entre outras razões, ela tende a subir com o crescimento do PIB, pois sua incidência é maior em serviços em que as alíquotas são mais elevadas, como nas telecomunicações, que se expandem mais rapidamente que a economia como um todo. E, também, porque o contribuinte pessoa física vai avançando na tabela progressiva do Imposto de Renda à medida que sua renda aumenta e a tabela do tributo não anda no mesmo ritmo. Ao gastar, o que se vê é o governo federal esbanjando recursos, como ao subsidiar enormes empréstimos para empresas gigantescas, ampliando também, inclusive por motivações políticas e de forma distorcida, benefícios previdenciários, empregos e salários no setor público, ao lado de financiar projetos de custos elevados e benefícios muito duvidosos, como esse trem-bala, que ameaça danificar as finanças governamentais. Há mais dinheiro, milhões e milhões, até para financiar festas juninas e movimentos antissociais que desrespeitam a ordem e são contra o progresso, como o MST. Em síntese, o governo federal arrecada muito, em larga medida gasta mal e não se credencia, assim, a aumentos de impostos. Se de fato quisesse, poderia ter destinado mais recursos à saúde, mas ela ficou por baixo na sua escala de prioridades, num processo que ele não dá demonstrações de interromper. A lição é antiga: cavalo comedor, cabresto curto. E não alongado com o retorno da CPMF. A encenação está no fato de que nem o presidente Lula nem a presidente eleita assumem esse retorno, mas não desestimulam movimentos de governadores e parlamentares para dar nova vida ao tributo. Mas ele não voltaria sem o empenho de um dos dois, e tampouco se tivessem uma noção clara dos efeitos deletérios do excesso de impostos e da gestão inadequada dos gastos públicos. Deve ser lembrado que a criação da CPMF ocorreu num período em que as circunstâncias econômicas e das finanças públicas federais eram bem diferentes das atuais. Hoje o crescimento e a arrecadação são maiores, esta continuou aumentando com vigor mesmo sem a CPMF, e os recursos à disposição do governo federal devem ser entendidos como mais que suficientes. Também vale recordar que logo em seguida à queda do imposto no final de 2007, em 2/1/2008 o governo federal editou o Decreto n.º 6.339, que instituiu várias alíquotas novas e adicionais, também de 0,38%, do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), sobre várias dessas operações, claramente com o propósito de compensar pelo menos em parte a perda da CPMF. Recentemente, com o objetivo de conter o ingresso de moeda estrangeira, aumentou sucessivamente algumas dessas alíquotas até para 6%. Especialistas em saúde financeira deveriam submeter a do governo federal a um exame clínico para saber o que é feito com esse dinheiro, em particular o que vai ou não vai para a saúde. Um quê de vendeta existe porque desde o naufrágio na CPMF, na madrugada de 13/12/2007, o presidente Lula sempre demonstrou inconformismo com essa que foi a sua maior derrota no Congresso. Nas recentes eleições, Lula deu demonstrações de particular empenho em derrotar candidatos oposicionistas ao Senado, sobretudo os que se empenharam nessa derrota. Nesse contexto, é importante que a oposição se mobilize contra a proposta, o mesmo ocorrendo com organizações da sociedade civil, que certamente perceberão toda essa farsa em torno das ideias de ressuscitar a CPMF e as suas inconveniências. No caso dos partidos, até aqui só o DEM deu demonstrações inequívocas de se opor à ideia. Do maior partido oposicionista, o PSDB, ainda não soube de uma posição claramente contrária, e há até alguns de seus membros se mostrando favoráveis. Será que ainda não aprenderam que com a CPMF e suas distorções também estarão dando mais fôlego financeiro ao governo para ganhar futuras eleições? Que a CPMF, portanto, descanse em paz. Mas se houver insistência na sua ressurreição, que venha a guerra justa contra ela e seu exército de bárbaros defensores. ---------- (*) O QUE SERÁ (A Flor da Terra). Chico Buarque. "O que será que será (...) Que andam combinando No breu das tocas? Que anda nas cabeças? Anda nas bocas?" (...) O que não tem governo nem nunca terá O que não tem vergonha nem nunca terá..." --- |
Autor(es): Agencia o Globo/ Antonio Carlos Medeiros |
O Globo - 18/11/2010 |
O Brasil elegeu Dilma Rousseff com inequívoca maioria. As urnas conferiram legitimidade regional e social e a vitória é eleitoral e política. A política brasileira permanece com o mesmo centro de gravidade, no campo da centro-esquerda, com um panorama de poder político de hegemonia compartilhada. |
Autor(es): Paulo Paiva |
O Estado de S. Paulo - 18/11/2010 |
A primeira declaração da presidente eleita, ainda no calor da vitória, foi muito bem recebida. Ela afirmou seu compromisso com os pilares da política macroeconômica, enfatizando a manutenção do câmbio flutuante, a importância do controle da inflação e o respeito aos contratos. Compromissos semelhantes ao assumido por Lula na Carta ao Povo Brasileiro, na campanha de 2002. À primeira vista parece ser a sinalização perfeita para a continuidade da política econômica que sobreviveu à administração de três presidentes e que foi um dos principais fatores responsáveis pela resistência da economia brasileira à crise financeira internacional. Mas isso não é tudo. Há razões para apreensões em relação aos rumos da política econômica a partir do próximo ano. O contexto internacional agora é bem diferente de quando Lula assumiu a Presidência pela primeira vez - determinado, desta vez, por grandes desequilíbrios e incertezas. O desempenho das economias dos países industrializados, os riscos decorrentes das diferentes reações às desvalorizações do dólar, o recrudescimento do protecionismo e a certeza de inflação no futuro impõem cuidados muito mais complexos do que há oito anos. Ademais, a expansão monetária e fiscal nos países avançados é um ingrediente a sugerir flexibilidade nos fundamentos macroeconômicos. Perigo à vista. Internamente, deve-se olhar com atenção as relações entre a economia e a política. De um lado, a condução das políticas monetária e cambial é de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo. De outro lado, todavia, a política fiscal é afetada por decisões do Congresso Nacional, pelas composições partidárias na formação do governo e pelas relações da União com os Estados que, por sua parte, condicionam os limites daquelas políticas. Enfim, as decisões de política macroeconômica não são apenas resultado de opções "técnicas", mas frutos de relações políticas. Nas experiências dos governos FHC e Lula, por exemplo, o Banco Central gozou de certa autonomia e pôde executar com independência seu mandato, cujos resultados foram fundamentais para o desempenho da economia brasileira. Será que a presidente eleita terá condições para seguir o mesmo comportamento? Apreensões são grandes também no que concerne à política fiscal. Mais do que nunca, há necessidade de restabelecer o equilíbrio fiscal, reduzindo a velocidade de crescimento dos gastos correntes e ampliando o superávit primário. Nesse setor, torna-se urgente a adoção de medidas que melhorem a eficiência do gasto público, eliminando desperdícios e respeitando as restrições orçamentárias. Deveriam ser aproveitadas pelo governo federal experiências exitosas de gestão pública voltada para resultados com a utilização de princípios gerenciais da iniciativa privada ajustados ao ambiente da administração pública. Infelizmente, as evidências aparecem no sentido contrário - a possibilidade de ressuscitar a CPMF, a concessão de aumentos salariais e outras decisões que irão onerar mais ainda o contribuinte brasileiro, hoje e no futuro. Os receios também são crescentes em relação à valorização do real e suas relações com a economia em geral. Como observou recentemente o economista Stanley Fischer, "economia forte é incompatível com moeda fraca". Vale dizer, parte da valorização do real é resultado do sucesso do desempenho da economia brasileira. Nesse sentido, em vez da busca por medidas simplistas e com efeitos incertos de desvalorização da moeda, valeria a pena retomar a agenda abandonada referente ao chamado "custo Brasil". Torna-se urgente aumentar a competitividade da economia, reduzindo custos como de logística e transporte e de contratação de mão de obra, para citar alguns exemplos. Enfim, o êxito da política econômica pós Lula exige da nova presidente mais do que boas intenções para não perder a "herança bendita" que vem dos governos Itamar Franco, FHC e Lula. |
LULA REAGE PARA BARRAR ‘BLOCÃO’ DO PMDB E FAZ ADVERTÊNCIA AOS ALIADOS |
Autor(es): João Domingos e Leonencio Nossa |
O Estado de S. Paulo - 18/11/2010 |
Menos de cinco horas após o anúncio da criação de um blocão formado por 202 deputados de PMDB, PR, PP, PSC e PTB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a trabalhar para abortar o movimento de pressão sobre Dilma Rousseff liderado por peemedebistas. Ainda na noite de terça-feira, ele orientou a presidente eleita e o deputado Antonio Palocci a não cederem espaço no futuro governo ao bloco. Em entrevista coletiva ontem, Lula advertiu o PMDB: "Se as pessoas tentam de forma conturbada mexer na política pode não ser muito bom”. Logo depois, o PP procurou se esquivar de maiores compromissos com o bloco. "Não seremos massa de manobra de nenhum partido", disse o ex-líder Mário Negromonte. Já o presidente do PR, Alfredo Nascimento, ex-ministro de Lula, avisou a seus comandados que a legenda não fará nada em "desacordo com o governo". Entre reuniões com a presidente eleita, Dilma Rousseff, petista articula nos bastidores retirada de PR e PP do bloco de partidos aliados no Congresso, que seria formado com peemedebistas para pressionar o futuro governo por mais espaço no ministério Primeiro, Lula convocou ainda na noite de terça-feira ao Palácio da Alvorada a presidente eleita, Dilma Rousseff, e o ex-ministro Antonio Palocci, para orientá-los a não ceder espaço no futuro governo aos partidos que formaram o bloco. Depois, foi deflagrada uma operação nos partidos médios para desfazer o que havia sido montado pelo PMDB. "O PR é aliado do governo e da presidente Dilma. Faz parte do governo. Não faremos nada em desacordo com o governo", declarou a seus comandados o senador Alfredo Nascimento (AM), presidente da legenda e ex-ministro de Lula. Ele disse que qualquer decisão terá de passar pela Executiva e não está nos planos a formação de um bloco. Nascimento teve o cuidado de não desautorizar publicamente o líder do partido na Câmara, Sandro Mabel (GO), que participara da formação do bloco na terça-feira, ao lado do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). Mas deixou claro que não haverá nenhuma decisão agora, taxando a hora de "inoportuna". De acordo com um interlocutor de Lula, o presidente falou a Dilma das armadilhas que são preparadas pelos aliados no Congresso - como a da formação do blocão - e a orientou a evitar reação mais forte, pois ele trabalharia para abortar o movimento. Ao receber o futuro vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer, na Granja do Torto, ontem, para um café da manhã, Dilma ouviu as justificativas para a criação do bloco, mas minimizou a importância da notícia. O próprio Lula aproveitou uma entrevista coletiva para advertir o PMDB. Indagado sobre o bloco, ele afirmou: "Primeiro que não aconteceu. Parecia que ia acontecer, mas não aconteceu". E emendou: "A política é como um leito de um rio. Se a gente não for um desmancha-ambiente, se a gente deixa a água correr tranquilamente, tudo vai se colocando de acordo com que é mais importante. Se as pessoas tentam de forma conturbada mexer na política pode não ser muito bom". Soou como um alerta. Após as declarações de Lula, o PP também esquivou-se de maiores compromissos com o bloco. O líder do partido, João Pizzolatti (SC), disse que há muito tempo PR, PP e PTB falavam na criação de um bloco na Câmara, não para influir no governo. "Não seremos massa de manobra de nenhum partido", disse o ex-líder Mário Negromonte (PP-BA). O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, atacou a tentativa de formação do bloco: "Se alguém pensa que com ameaças vai conquistar seus interesses, vai perder. Não é um, nem serão dois partidos que vão definir a composição das mesas da Câmara e do Senado" |
INCONFIDÊNCIAS DE UMA BASE SEDENTA | |
Autor(es): Igor Silveira | |
Correio Braziliense - 18/11/2010 | |
Vazamento do áudio de reunião entre líderes aliados mostra como os partidos cobram a fatura do apoio na corrida presidencial de forma incisiva. Ao mesmo tempo, falam abertamente de temas espinhosos, normalmente tratados com recato e diplomacia, como reajustes e financiamento da Saúde A reunião foi marcada para o início da tarde, na sala onde Lula recebe visitas reservadas, ao lado do gabinete presidencial. A equipe responsável por operar os microfones utilizados no encontro do Conselho Político testava aparelhos adquiridos há pouco tempo pela Presidência. Um comando acionado por descuido permitiu aos jornalistas acompanharem grande parte das discussões. No ambiente privado, os discursos com tons conciliadores foram menos constantes e os parlamentares trataram de assuntos delicados, que costumam ser respondidos, em público, com frases genéricas. Logo no início da reunião, o ministro Paulo Bernardo tentou preparar o terreno para os temas espinhosos, incluindo o reajuste do salário mínimo, a regulamentação dos bingos e a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional nº 300, que determina novo piso salarial a policiais e bombeiros militares. De acordo com ele, a ordem é segurar, até o fim do atual governo, qualquer medida que cause impacto orçamentário. Por isso, Paulo Bernardo deve ter ficado ressabiado ao escutar do relator do Orçamento, o senador Gim Argello (PTB-DF), na frente de todos, que há margem para fixar o salário mínimo em um valor acima dos R$ 540, anunciado pelo ministro na terça-feira. “Tem margem para aumentar um pouquinho o mínimo, mas é correto fazer isso? Me explicaram que, se aumentar para R$ 560 ou R$ 570, no repique do ano que vem vai bater em R$ 700. Aí, tem o problema da Previdência. Tem que resolver essa equação e o ministro da Previdência me disse: ‘Segura em R$ 540 e vamos ver o que é possível fazer’. Então, não é pelo salário, é pela Previdência”, revelou Gim Argello, expondo Carlos Eduardo Gabbas, responsável pela pasta. Esta não foi a única saia justa. Em seguida, o deputado Paulinho da Força (PDT-SP) quis saber sobre a tramitação da PEC 300. Ele explicou aos presentes que é necessário encontrar uma solução para policiais e bombeiros e afirmou que não dava mais para “enrolar o pessoal”. Nas entrelinhas, ameaçou: “Eles estão organizando uma paralisação logo no início do governo Dilma. Vai ser nacional, não será pequena. Uma greve nacional da polícia não é fácil”. Nem assim Paulinho da Força conseguiu comover Paulo Bernardo. O ministro afirmou que o projeto não pode ser aprovado porque representaria mais R$ 43 bilhões para o governo, despesa que não está prevista no Orçamento. O líder do PR na Câmara, Sandro Mabel, assustou-se com a informação de Paulo Bernardo. “Sobre a PEC nº 300, não tinha noção do impacto: R$ 43 bilhões! É um impacto muito grande, quase inadmissível, uma CPMF cheinha”, disse, antes de propor uma saída. Mabel sugeriu “dar de presente para a Saúde” a regulamentação dos bingos. “A gente dava uma acertada na Saúde, porque são R$ 7 bilhões, sem carga tributária extra. Essa história de você aumentar a carga tributária é complicada”, ressaltou, ganhando apoio de Paulinho da Força. “A maior parte dos parlamentares é a favor da proposta”, completou o parlamentar do PDT paulista. Qualidade O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, mostrou surpresa na entrevista coletiva ao fim da reunião. Quando foi questionado sobre os assuntos tratados no encontro, perguntou: “Vocês (os jornalistas) estavam lá?” Ele, no entanto, manteve o discurso de Paulo Bernardo e garantiu que, mesmo com uma eventual ameaça de greve, o governo não quer comprometer as contas e, por isso, não deve ceder aos pedidos dos aliados. O presidente Lula só entrou na sala quando a reunião se encaminhava para o fim. Cumprimentou a todos e teceu um comentário sobre o amistoso entre Brasil e Argentina antes de o som ser cortado. Um assessor que passava pelo comitê de imprensa estranhou o aglomerado de repórteres e avisou a equipe técnica. Antes de a comunicação ser interrompida, foi possível ouvir um comentário jocoso de um dos presentes. Ao pegar um biscoito levado por Mabel, dono de fábrica do produto, alguém soltou: “Lá (na fábrica) tem controle de qualidade. Os que não passam, ele traz para as reuniões”. Ressurreição dos bingos Parlamentares da base e da oposição acolheram com entusiasmo a emenda do deputado Silvio Costa (PTB-PE) que destina à saúde recursos recolhidos com o jogo de bingo. Estudo elaborado pelo parlamentar mostra que a regularização de 1.500 casas de bingo poderia render R$ 9,5 bilhões anuais em impostos aos cofres públicos. Grande parte viria do recolhimento de Imposto de Renda dos prêmios pagos. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu a legalização dos bingos e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que a ideia de usar os recursos para financiar a Saúde pode ser uma "alternativa". |