''MINHA TERRA TEM PALMEIRAS, ONDE CANTA O SABIÁ...'' (Canção do Exílio, Gonçalves Dias).
Eu (permitam-me a 1a. pessoa do singular...) só tenho a lamentar que esse nosso (novo) Brasil, de há muito tempo global (leia-se, capitaneado pela ''vênus platinada'' desde 1964), tenha perdido parte da madrugada e do sono, senão dos ''sonhos'' de um Brasil grande, que pensa(ria), que raciocina(ria), para assistir, torcer e com certeza pagar para votar na decisão de um BBB, ou modernamente, de mais um “reality show”. “Show”? Estou escrevendo sobre o BBB de número 11. "Onze''??? Isto, talvez, para lembrar de Renato Russo, que, como tantos outros escreveu sobre o Brasil, ao perguntar: "...que País é esse?". E eu, na condição de um ''singular'' educador quase não teria palavras e argumentos para tentar, primeiramente entender e depois explicar aos ''meus'' e em salas de aulas o que ''nos levou'' (''a nossa Pátria mãe gentil...''; João Bosco/Almir Blanc) a isso. Até pouco tempo e por oito “longínquos” anos se tentou convencer a juventude que não era preciso ser ético, honesto e educado “literalmente” e também no sentido estrito de se ter uma educação formal. Bastaria ser semi-alfabetizado para se galgar o poder. De lá para cá, novamente cabrestado(s) pela mídia global, bastaria ser GLS para se ter sucesso. Nesse BBB, já não bastou ser GLS, sequer GLS-TUVWXYZ. Para esse bastou ser “levemente” retardado. É de se lamentar igualmente que os chamados “grandes jornais’’ tenham estampado em matéria de capa o resultado da escolha da Maria com 43% de preferência pelos votantes (melhor seria a “escolha de Sofia”). Se a ênfase ficasse apenas com o (tele)jornal “da casa” era até compreensível. Nestes termos, me veio em mente, o quanto me esforço para ensinar as questões complexas e teóricas que envolvem uma “Curva de Indiferença” versus a “Preferência” do consumidor. Para finalizar sou obrigado a lembrar Cazuza (in:) “Brasil” (Cazuza, Nilo Romero, George Israel) quando nos disseram: “Não me convidaram/ Pra esta festa pobre/ Que os homens armaram/ Pra me convencer/ A pagar sem ver/Toda essa droga/ Que já vem malhada/ Antes de eu nascer.../ (...) Brasil!/ Mostra tua cara/ Quero ver quem paga/ Pra gente ficar assim/ Brasil!/ Qual é o teu negócio?/ O nome do teu sócio?/ Confia em mim...”. Mas, pelo visto (ou com certeza, lido nos jornais) hoje choraria apenas “A Nossa Pátria mãe gentil” dado que não mais chorariam “..as Marias e Clarisses no solo do Brasil” (O Bêbado e a equilibrista). E, que nos perdoe Guimarães Rosa;
(Medeiros).
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(*) Milton Nascimento.
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