Energia será tema de Dilma e de Obama
Energia sobre a mesa |
Autor(es): Isabel Fleck e Rosana Hessel |
Correio Braziliense - 17/03/2011 |
Operários trabalham no Planalto para tudo ficar pronto a tempo da visita do presidente dos EUA, no sábado. A agenda de discussões, no entanto, já ficou definida. Pré-sal e biocombustíveis estão na pauta. Revoltas no mundo árabe e o desastre nuclear no Japão recolocam a dependência do petróleo entre as preocupações centrais dos EUA. Na conversa com Dilma, Barack Obama tratará do pré-sal e da parceria em biocombustíveis A Casa Branca já adiantou seu interesse em uma parceria cada vez mais ampla com o Brasil na área — que englobaria desde a compra de petróleo e a perfuração das reservas do pré-sal até a cooperação em nível global sobre biocombustíveis e outras formas de energia limpa. Segundo o vice-conselheiro nacional para assuntos econômicos, Mike Froman, há uma “parceria estratégica natural” entre os dois países nessa área, por exemplo, na perfuração em águas profundas. Um possível acordo para compra de petróleo do pré-sal, no entanto, ainda deverá demandar tempo, pois qualquer leilão de novas áreas de exploração dependerá da aprovação do novo projeto de lei sobre os seus royalties — as discussões serão retomadas ainda neste semestre pelo Congresso. Hoje, os EUA dependem de petróleo exportado por países sujeitos a instabilidades. Na América Latina, um dos principais fornecedores é a Venezuela de Hugo Chávez, que está longe de ser um aliado político. Em primeiro lugar está o México. O restante vem do Oriente Médio, de exportadores como a Líbia de Muamar Kadafi, que enfrenta uma guerra civil. Gustavo Moreno/CB/D.A Press O especialista norte-americano Mark Katz, da George Mason University, concorda que as reservas brasileiras são uma boa opção para os EUA, tanto para compra como para exploração. “O Brasil pode definitivamente ser parte da solução para os problemas de energia dos EUA. É muito mais estável que o Oriente Médio, a Rússia e a Venezuela.” A predominância das discussões entre Obama e Dilma sobre uma agenda energética também parece ser inevitável, já que essa é a área na qual a presidente brasileira tem maior experiência e conhecimento de causa. Etanol Atualmente, o governo americano subsidia os produtores locais de etanol com US$ 0,45 por galão, e além disso impõem ao etanol brasileiro uma tarifa de US$ 0,54 por galão. Combinadas, as medidas impedem que o nosso álcool seja competitivo no mercado americano. O embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, assegurou que haverá avanços nas negociações sobre o desenvolvimento conjunto do etanol. Agora, em meio aos temores de um novo acidente nuclear no Japão, a busca por energias limpas volta a ser prioridade na pauta energética bilateral. “O biocombustível retoma o centro das discussões mais uma vez, especialmente nesse momento em que a energia nuclear voltou a ser o patinho feio”, disse. Mais política no Chile |
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