Ética constrangida
Autor(es): Josie Jeronimo |
Correio Braziliense - 28/04/2011 |
Com seis dos 15 integrantes citados em processos, órgão para avaliar conduta dos parlamentares volta à ativa e terá que analisar denúncia contra um de seus membros Antes da eleição do parlamentar maranhense, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) comandou a reunião e deixou aberta a palavra por quatro minutos. Era a oportunidade para que os 15 colegas que compõem a comissão falassem dos objetivos de trabalho. Os únicos discursos registrados, contudo, foram do próprio Valadares e de Campos, ambos explicando reportagens que abordaram processos que seis dos parlamentares do conselho respondem no Supremo Tribunal Federal (STF). “São poucos homens públicos deste país que exercem cargos no Executivo e não foram vítimas de processos. Por falta de critérios e de responsabilidade, maculam o nome de pessoas honradas. Quero esclarecer como surgiram esses processos: foi uma permuta entre o estado (Mato Grosso) e um cidadão do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para emitir um certificado dizendo que a terra não era do governo federal, mas estadual”, explicou Campos, sobre um processo em que é acusado de apresentação de documentos falsificados. Valadares transferiu a Presidência a João Alberto, que rejeitou o título de engavetador de processos. “Se a oposição diz que fui engavetador, por que não recorreram?”, questionou o parlamentar, que exerceu o posto duas vezes. O constrangimento de cortar na própria carne marcará as primeiras reuniões. Na secretaria do conselho há duas denúncias contra o senador Gim Argello (PTB-DF), um dos integrantes do colegiado. As denúncias foram encaminhadas em dezembro, quando a Casa não tinha Conselho de Ética nem corregedor. Por isso, ficaram engavetadas aguardando a criação do novo grupo. As reclamações contra Gim dizem respeito a denúncias apresentadas à época em que o parlamentar ocupava o posto de relator do Orçamento de 2011. Gim foi afastado depois de informações que mostravam direcionamento de emendas parlamentares do petebista a ONGs fantasmas e entidades que teriam vínculos com o senador. “Vou verificar o contencioso, o que temos e depois analisar os documentos. Sei que presidir esse conselho é cortar na carne”, afirmou João Alberto. “Parece que existem duas representações. Vou tomar conhecimento e chamar o senador para conversar. Não vou açodar, mas atuar com tranquilidade.” Renan Neudo condenado a 16 anos de prisão |
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