19/03/2013 | |
Anvisa suspende a fabricação de AdeS
ANTONIO TEMÓTEO
Além disso, a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon/MJ) convocou representantes da Unilever, controladora da AdeS, a prestarem esclarecimentos hoje, em audiência pública, em Brasília. A empresa já havia anunciado, na última quarta-feira, um recall para o recolhimento de embalagens do lote AGB 25, no qual foi identificado o problema. A presença da substância, usada para a limpeza das máquinas de fabricação, foi detectada depois de consumidores reclamarem de queimaduras na boca, enjoos e náuseas após ingerirem o suco de maçã. Pelo menos 14 consumidores beberam do líquido contaminado e, segundo a Unilever, já estão sob cuidados médicos. A companhia ressaltou que, desde o último dia 13, o equipamento no qual foi detectado o problema está fora de atividade. Representantes da vigilância sanitária do município e do estado visitaram ontem a fábrica mineira para verificar “as condições sanitárias de produção do alimento”, segundo nota da Anvisa. De acordo com a prefeitura de Pouso Alegre, um agente municipal e um estadual inspecionaram as instalações da fábrica e devem concluir um relatório técnico hoje. Os produtos intoxicados foram distribuídos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. A AdeS ainda não sabe estimar o tamanho do prejuízo nem quantas unidades, no total, foram suspensas. Cuidados A Unilever e a Anvisa recomendam que os consumidores que tiverem comprado o produto o troquem ou solicitem o reembolso por meio do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). Os canais disponíveis são o telefone 0800-707-0044, das 8h às 20h, ou o endereço eletrônico sac@ades.com.br. As dúvidas ambém podem ser esclarecidas pela Central de Atendimento da Anvisa: 0800-642-9782. De acordo com o pediatra Carlos Alberto Tayar, do Centro de Informação Toxicológica do Distrito Federal, a quantidade de hidróxido de sódio diluída no suco de maçã pode provocar queimaduras na mucosa e dormência na boca, no esôfago e no estômogo, além de enjoos, náuseas e vômitos. Em quantidades maiores, a soda cáustica pode comprometer o funcionamento de alguns desses órgãos. Tayar ressaltou que o tratamento consiste em uma alimentação leve e na ingestão de bastante líquido. Uma medicação específica só é prescrita, porém, nos casos em que o paciente reclama de dor. “Cada caso precisa ser avaliado separadamente. Por meio de uma endoscopia, é possível identificar a gravidade das queimaduras”, completou. Desconfiança Apesar de a Unilever garantir que não há mais unidades contaminadas nas prateleiras de supermercados, os brasilienses estão preocupados. O auxiliar administrativo Theo Miranda, 25 anos, consome os itens há seis anos. Ele compra, pelo menos, duas caixas do leite e do suco de uva por semana, mas, após o anúncio da contaminação, não sabe se continuará com o mesmo hábito. “Fico desconfiado se vou beber algo contaminado ou não.” |
Nenhum comentário:
Postar um comentário