06/03/2013 | |
Força Sindical reedita ameaças
Por Rafael Bitencourt e André Borges | De Brasília
O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, disse ontem que os trabalhadores portuários contam com representatividade suficiente para derrubar o governo em votação dentro da Comissão Mista que trata da Medida Provisória 595/2012, a chamada MP dos Portos.
Embora a categoria não tenha o mesmo entusiasmo para enfrentar o governo em eventual votação nos plenários da Câmara e do Senado, Paulinho ressalta que as entidades sindicais não hesitarão em promover novas paralisações no âmbito nacional como forma de exercer pressão e garantir os diretos trabalhistas a partir do novo marco do setor portuário.
Paulinho da Força disse ontem, após a audiência pública da Comissão Mista, que os trabalhadores voltarão a fazer novas plenárias na próxima semana para decidir sobre a necessidade de novas paralisações nacionais. "Ainda estamos no início dos debates, mas se o governo não ceder, vamos partir para novas paralisações de 12 horas", afirmou o parlamentar, que preside a Força Sindical.
O deputado disse ainda que existem quatro pontos críticos que os trabalhadores não vão abrir mão: não será admitido acabar com o Órgão Gestor de Mão de Obra Avulsa (Ogmo), tanto nos portos privados como públicos; será exigida isonomia de custos praticados nas modalidades de portos públicos e privados; a autonomia dos Estados nos portos; e a preservação das atuais guardas portuárias.
A MP dos Portos levou parlamentares pró e contra o texto a elevarem o tom das discussões ontem, durante audiência pública realizada no Senado.
Defensora da MP, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), disse que o assunto tem sido tratado "de forma demagógica" pela ala trabalhista do setor.
"Querem transferir para os novos portos um sistema velho, que todos nós sabemos que não é competitivo", comentou Kátia após o fim da audiência.
"Não vão me intimidar. Vou até as últimas consequências nesse assunto, de forma democrática, para defender o que acredito. Estão querendo nivelar o Brasil por baixo."
Na semana passada, Kátia Abreu, que é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), lançou a campanha "Zarpa Brasil! + Competitividade", que reúne o setor produtivo empresarial para defender a aprovação da MP 595, que abre o sistema portuário ao capital privado.
Ontem, a senadora quase chegou a ter sua fala interrompida por representantes de trabalhadores portuários durante sua exposição no Senado.
O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), relator da MP, minimizou os conflitos e disse que todas as opiniões precisam ser ouvidas.
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