Gurgel diz que Valério não deu detalhes
Por Maíra Magro | De Brasília
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que o depoimento prestado pelo publicitário Marcos Valério em setembro ao Ministério Público Federal "está longe de ser detalhadíssimo", mas foi "o que ele se dispôs a prestar naquele momento".
No depoimento, Valério acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter autorizado o mensalão e disse que o esquema teria sido usado inclusive para pagar despesas pessoais de Lula. O depoimento gerou seis novos procedimentos criminais na Procuradoria Geral da República do DF e foi anexado a outros dois inquéritos.
Nesta semana, Valério foi novamente ouvido pela Polícia Federal. Delegados teriam criticado procuradores por não ter feito perguntas importantes no depoimento de setembro.
Gurgel defendeu a atuação do Ministério Público e disse que o depoimento foi prestado no contexto da Ação Penal nº 470 (o mensalão). Segundo ele, o publicitário tinha a intenção de que o depoimento fosse usado no processo, em seu benefício. "Desfiz prontamente essas perspectivas, dizendo que não haveria possibilidade de usar nada na Ação Penal nº 470 porque o julgamento já se iniciara, e também não haveria nenhum proveito em razão de eventual colaboração".
Segundo o procurador, mesmo nessas condições, o publicitário decidiu falar. De acordo com ele, para isso, a defesa de Valério teve a concordância da presidência do STF e do relator do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa. Gurgel disse que a PGR só volta a atuar nas investigações se surgirem pessoas com foro privilegiado.
 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário