Sem opositores, Marco Feliciano coloca projeto de ''cura gay'' em pauta
Por Daniela Martins | De Brasília
O deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) colocou em pauta projetos polêmicos, como o que trata da "cura gay" após opositores terem deixado a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara em protesto contra o seu comando. Por outro lado, parlamentares ligados às causas das minorias do Congresso traçam estratégias para tentar voltar a pressionar o presidente do colegiado, acusado de ter dado declarações homofóbicas e racistas.
Na sessão marcada para amanhã, a CDH pode discutir a polêmica proposta que altera resolução do Conselho Federal de Psicologia que veda o tratamento o psicológico para alterar a orientação sexual de homossexuais.
O projeto é de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO) e tem parecer favorável do deputado Anderson Ferreira (PR-PE). Mas a "pauta-bomba" também conta com um projeto que penaliza a discriminação contra heterossexuais, de autoria do também integrante da bancada evangélica Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de um pedido de realização de audiência pública para discutir a redução da maioridade penal.
A sessão acontece após parlamentares ligados à defesa das minorias na Casa se afastarem do colegiado em protesto contra a presidência de Feliciano e ao grande número de parlamentares ligados à bancada evangélica no colegiado. A pauta polêmica também foi proposta após o clima de pressão sobre o pastor ter diminuído na Câmara. Logo após a eleição de Feliciano, até o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tentou articular a saída do deputado do PSC em meio a manifestações populares em Brasília, em outras cidades e nas redes sociais. Nos últimos dias, as manifestações têm diminuído.
Hoje, a frente parlamentar formada pelos opositores ao comano da CDH se reúne para manter as manifestações contra Feliciano. A deputada Erika Kokay (PT-DF) vai apresentar ao grupo uma proposta para que novos relatores sejam designados para analisar os projetos que foram relatados pelos deputados que deixaram a CDH em protesto contra o presidente. Além disso, será discutida a realização de uma entrevista coletiva com entidades internacionais defensoras das minorias com o objetivo de ressaltar os acordos internacionais assinados pelo Brasil acerca do respeito à dignidade humana.
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