O PT nas passeatas
:: Rubem Azevedo Lima
Antes das desastrosas passeatas para reduzir as passagens de ônibus no país, o presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, consultou correligionários e a presidente da República, Dilma Rousseff, acreditando que o PT arrasasse os adversários, com as bandeiras vermelhas do partido, em São Paulo, no Rio de Janeiro, noutros estados e em grandes cidades.
Sob esse aspecto, Falcão não foi feliz.
Os jovens, quase todos, externavam, em cartazes pessoais, seus protestos contra a triste situação em que o governo deixou o país. Os desfilantes, com bandeiras nacionais, tinham o rosto pintado.
No grupo dos mascarados, estava a maioria dos que arrombavam portas de bancos, lojas comerciais e o Itamaraty, para roubarem.
As bandeiras dos partidos foram queimadas. Para o jornalista Elio Gaspari, o PT, enrascado em processo dos mensaleiros, no STF, ficou mal na memória dos eleitores, portanto em prejuízo do partido na eleição presidencial: Lula ou Dilma.
As passeatas pelo país afora ajudaram a democracia. Não fossem elas, um projeto maroto, o da PEC 37, dificilmente seria votado e aprovado pelo Congresso, salvando, pois, entidades empenhadas, como STF, Ministério Público, Polícia Federal, Tribunal de Contas e outras que lutam contra a corrupção no país.
Sociólogos, economistas, filósofos e jornalistas fizeram avaliações sobre as passeatas; os políticos, não.
No Congresso ainda há gente boa, mas rara, como os autênticos do passado. Cito o grande e corajoso senador Teotônio Vilela, que desafiou a cassação, deixando o governo e virando oposição. Com o governista Rafael de Magalhães (cassado), fez o Projeto Brasil, fustigando a ditadura.
Fafá de Belém cantou Quem é esse menestrel?, letra e música de Milton Nascimento. A censura não censurou. Foi um sucesso mundial.
Lembro-me do conde Ciano, genro de Mussolini, as duas máximas do premier francês, Waldek-Rousseau, para o sogro desligar-se do acordo com Hitler. A 1ª: “Os que cobram por isso têm razão”. A 2ª: “O povo e o governo erram e não deviam errar”. Mussolini mandou fuzilar o genro. Os dois ditadores morreram quase juntos. Getúlio seguiu o conselho.
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