Policiais do país vizinho , vasculharam, em 2011, aviões da Força Aérea Brasileira em missões oficiais. Prática ocorreu em pelo menos três ocasiões.
Embora tenha ficado indignado com a ação do governo espanhol, que vasculhou, no início do mês, o avião que o levava de volta à Bolívia — em busca do norte-americano Edward Snowden —, o presidente Evo Morales, até pouco tempo, era adepto da prática que condena.
No seu país, Morales costumava fazer o mesmo com aeronaves estrangeiras em missão diplomática, que tem direito à imunidade. O governo brasileiro sofreu a ação abusiva do colega vizinho em pelo menos três ocasiões.
Autoridades bolivianas revistaram aviões dã Força Aérea Brasileira (FAB) que transportavam autoridades do Brasil em viagem oficial à Bolívia em outubro e em novembro de 2011. Numa delas, em 30 de outubro, estava o ministro da Defesa, Celso Amorim, e sua comitiva.
A revista, segundo o governo brasileiro, não ocorreu com Amorim a bordo, mas enquanto a aeronave estava parada no pátio do aeroporto e o ministro cumpria compromissos naquele país. Policiais bolivianos entraram no avião quando estavam apenas tripulantes. A vistoria ocorreu com outros dois aparelhos da FAB que aterrissaram na Bolívia, levando autoridades de segundo escalão das Forças Armadas. Também nesses dois casos, elas não estavam a bordo quando ocorreram as revistas.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que policiais bolivianos tinham o hábito de vistoriar aeronaves de todos os países que passavam pelos aeroportos do país, por questão de segurança e de controle de cargas ilícitas, mas que o governo brasileiro considera o procedimento "intrusivo". Com isso, apresentou uma reclamação formal, por meio de nota da Embaixada do Brasil em La Paz à Chancelaria boliviana, alertando que a reiteração de tais "procedimentos abusivos levaria à aplicação, pelo Brasil, do princípio da reciprocidade"". Conforme o Itamaraty e o Ministério da Defesa, o governo de Evo Mofales acatou a queixa e, desde então, "a FAB não registrou novos episódios de vistoria em aeronaves por autoridades bolivianas”.
Apesar do mal-estar, as autoridades brasileiras consideraram a resposta da Bolívia satisfatória, ao admitir que a vistoria era "inadequada” e "desnecessária". No caso envolvendo Snowden, a Espanha se retratou pedindo desculpas ao presidente boliviano.
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