Dirceu "indignado com a inveja da elite"
Autor(es): DIEGO ABREU |
Correio Braziliense - 11/09/2013 |
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse ontem que é “alvo de inveja de setores da elite” e que fica “indignado” quando dizem que ele vai sair do Brasil. As declarações foram feitas ontem, em entrevista a um programa da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, na véspera de o Supremo Tribunal Federal (STF) retomar a análise sobre o cabimento dos embargos infringentes — recursos que podem levar a um novo julgamento em relação a réus do mensalão que tenham recebido ao menos quatro votos pela absolvição.
Dirceu é um dos 11 condenados na Ação Penal 470 que depositam a esperança de reduzir a pena por meio dos infringentes. Ele foi condenado a 10 anos e 10 meses de cadeia em regime fechado. Caso o petista tenha direito a novo julgamento, a pena pode ser diluída para 7 anos e 9 meses em regime semiaberto. Na entrevista, Dirceu disse estar “com a consciência tranquila” em relação às acusações do mensalão e apontou a denúncia como “indébita e vazia”. “Amanhã (hoje) ou quinta teremos mais um capítulo, talvez o último. Não o último, porque depois temos revisão criminal, as Cortes internacionais. Vou continuar defendendo o PT e o governo”, destacou o petista. O julgamento do mensalão chega hoje à fase decisiva. Na última quinta, o único a votar em relação aos embargos infringentes foi o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, que se manifestou contra o cabimento desses recursos. Segundo ele, a Lei n° 8.038/1990 revoga o artigo do Regimento Interno do STF que estabelece os infringentes, pois a legislação não prevê tal recurso. Dez ministros ainda votarão. De acordo com prognóstico de integrantes da Corte, o debate deve se estender até amanhã. Gilmar Mendes alertou que, se os embargos infringentes forem aceitos, as ações penais em andamento no STF tendem a ter “duração indefinida”. As defesas do deputado José Genoino (PT-SP) e da ex-diretora da SMP&B Simone Vasconcelos apresentaram memorial ontem ao Supremo. A primeira alerta que o momento é inadequado para a avaliação do cabimento dos infringentes. O debate deveria ocorrer, na avaliação do parlamentar, somente após a publicação do resultado final da etapa dos embargos de declaração. A defesa de Simone também apoia o adiamento da discussão, mas antecipa posição favorável à validade dos recursos. [FOTO1]
“Amanhã (hoje) ou quinta teremos mais um capítulo, talvez o último. Não o último, porque depois temos revisão criminal, as Cortes internacionais. Vou continuar defendendo o PT e o governo”
José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil
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