A tensão deve aumentar nesta semana no Senado em torno do processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de receber ajuda de um lobista para pagar despesas pessoais. De um lado, aliados de Renan trabalham para enterrar o processo depois que um parecer jurídico apontou falhas na investigação. De outro, senadores da oposição e até da base do governo aumentarão a pressão para que ele deixe a presidência. Integrante da base aliada do governo, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) defende agora o afastamento de Renan depois que o parecer jurídico da consultoria legislativa apontou falhas que mostram que o processo deveria retornar à Mesa Diretora, presidida pelo próprio presidente do Senado. "Ele tem que se licenciar. Neste caso, a licença temporária poderia ajudar no processo", disse. Casagrande chegou a ser convidado na semana passada para relatar o processo, mas o presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), suspendeu o convite até a conclusão desse parecer jurídico. Agora, com o parecer entregue a Quintanilha, Casagrande não confirma se aceitaria um novo convite. "Preciso ler esse parecer e avaliar. Agora, é um debate novo", disse. O líder do Democratas, José Agripino (RN), mantém a posição de seu partido de pedir a saída de Renan. "É a rua que está chegando ao Senado", afirmou, sobre as cobranças que os senadores estão recebendo em seus estados. O PSDB marcou reunião de sua bancada para esta terça (3). A expectativa é que o partido endureça e possa, assim como o Democratas, pedir o afastamento de Renan da presidência. Os senadores, aliás, aguardam a postura de Quintanilha em cima desse parecer jurídico. O Conselho de Ética tem reunião marcada para esta terça. Na opinião de Casagrande, o órgão poderia rapidamente resolver as questões levantadas na análise jurídica. "O conselho pode resolver isso com rapidez: devolver o processo para a Mesa Diretora para que seja saneado. E a Mesa se reúne e devolve. Tudo em um dia", afirma. Neste caso, alerta Casagrande, mesmo que Renan se negue a deixar a presidência, caberia a Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, presidir a reunião da Mesa Diretora para evitar qualquer constrangimento político. G1, Cristiana Lobo e Leandro Colon, Brasília.
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