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Antropóloga, Ruth Cardoso era intelectual reconhecida
SÃO PAULO - A antropóloga Ruth Corrêa Leite Cardoso nasceu em 1930 em Araraquara, interior de São Paulo, filha de um contador e de uma bióloga. Até 1945 estudou na cidade quando, aos 15 anos, decidiu se mudar para a capital para estudar no aristocrático colégio de freiras Des Oiseaux.
Em 1950, aos 19 anos, estava determinada a cursar Filosofia na Universidade de São Paulo (USP). Em 1952, começa a trabalhar na USP, no setor de RH. Conheceu Fernando Henrique Cardoso em 1951, e dois anos depois, em 1953, casaram-se. Tiveram três filhos.
Se formou em 1952, recebeu seu mestrado e doutorado em antropologia também pela USP em 1959 e 1972, respectivamente. Cursou seu pós-doutorado na Universidade de Columbia.
Depois do golpe, enfrentou o exílio ao lado do marido: primeiro, no Chile, onde Fernando Henrique trabalhou na Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) e ela deu aula na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), que recebia alunos de muitos países. Depois foram para a França.
Era professora aposentada da USP e diretora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Atuou em instituições como Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso/Unesco), Universidade do Chile (Santiago do Chile), Maison des Sciences de L'Homme (Paris), Universidade de Berkeley (Califórnia) e Universidade de Columbia (Nova Iorque).
Academicamente, não teve produção cultural extensa. "Ela escreveu pouca coisa, mas tudo que escreveu é importante", disse Roberto DaMatta, antropólogo da Universidade de Notre Dame, Indiana.
Em 1978 escreveu 'Sociedade e poder: representações dos favelados em São Paulo', trabalho considerado um marco do estudo das estruturas de poder nas grandes cidades. Além disso, publicou outros trabalhos de expressão como Bibliografia sobre a juventude e Mudança sociocultural e participação política nos anos 80.
Fundou em 1995 a ONG Comunidade Solidária, hoje conhecida como Comunitas, em que atuou até sua morte. A iniciativa é considerada embrião de diversas iniciativas sociais, das mais bem sucedidas.
Feminista declarada, a favor do aborto (que considerava uma liberdade feminina), apaixonada pela cozinha e, a princípio, contra a carreira política de FHC (com quem não se mudou para Brasília quando ele trocou a carreira de acadêmico pela de político em 1982), Ruth Cardoso defendia firmemente seu direto à privacidade.
Em diversas ocasiões, discutiu a obsessão da mídia por sua vida. "Vou resistir à imprensa até o fim. Por que essa mistura do público e do privado?", disse em 1994, no auge do assédio durante a campanha do marido.
Se formou em 1952, recebeu seu mestrado e doutorado em antropologia também pela USP em 1959 e 1972, respectivamente. Cursou seu pós-doutorado na Universidade de Columbia.
Depois do golpe, enfrentou o exílio ao lado do marido: primeiro, no Chile, onde Fernando Henrique trabalhou na Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) e ela deu aula na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), que recebia alunos de muitos países. Depois foram para a França.
Era professora aposentada da USP e diretora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Atuou em instituições como Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso/Unesco), Universidade do Chile (Santiago do Chile), Maison des Sciences de L'Homme (Paris), Universidade de Berkeley (Califórnia) e Universidade de Columbia (Nova Iorque).
Academicamente, não teve produção cultural extensa. "Ela escreveu pouca coisa, mas tudo que escreveu é importante", disse Roberto DaMatta, antropólogo da Universidade de Notre Dame, Indiana.
Em 1978 escreveu 'Sociedade e poder: representações dos favelados em São Paulo', trabalho considerado um marco do estudo das estruturas de poder nas grandes cidades. Além disso, publicou outros trabalhos de expressão como Bibliografia sobre a juventude e Mudança sociocultural e participação política nos anos 80.
Fundou em 1995 a ONG Comunidade Solidária, hoje conhecida como Comunitas, em que atuou até sua morte. A iniciativa é considerada embrião de diversas iniciativas sociais, das mais bem sucedidas.
Feminista declarada, a favor do aborto (que considerava uma liberdade feminina), apaixonada pela cozinha e, a princípio, contra a carreira política de FHC (com quem não se mudou para Brasília quando ele trocou a carreira de acadêmico pela de político em 1982), Ruth Cardoso defendia firmemente seu direto à privacidade.
Em diversas ocasiões, discutiu a obsessão da mídia por sua vida. "Vou resistir à imprensa até o fim. Por que essa mistura do público e do privado?", disse em 1994, no auge do assédio durante a campanha do marido.
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Estadão. 2506.
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