Paulo Passarinho *,
Jornal do Brasil
RIO - Com a mudança divulgada ontem para a poupança, o governo perdeu mais uma oportunidade de enfrentar o principal problema macroeconômico do país, que é o brutal e permanente processo de endividamento público. O alegado problema decorrente da redução da taxa básica de juros, a Selic e seus impactos sobre o processo de rolagem da dívida mobiliária é uma falsa questão. Caso a política econômica servisse aos interesses da geração de empregos, do crescimento econômico e do controle inflacionário, independentemente das oscilações da conjuntura internacional, o caminho deveria ser outro.
Deveríamos restabelecer, no país, rígidos controles sobre os fluxos cambiais, chegando ao limite da adoção da centralização cambial, caso houvesse necessidade.
Ao mesmo tempo, a taxa Selic deveria ser abandonada enquanto indexador de boa parte dos títulos públicos, com o fim das chamadas Letras Financeiras do Tesouro (LFTs). Com medidas dessa natureza, poderíamos seguramente reduzir a taxa básica de juros e o chamado superávit primário. Medidas como essa permitiriam ao governo um aumento de sua margem de manobra para uma reconfiguração do Orçamento público federal e a adoção de medidas mais consistentes para a preservação do crescimento econômico e da geração de empregos.
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* Paulo Passarinho é presidente
do Conselho Regional de Economiado Rio de Janeiro e diretor do Sindicato dos Economistas
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http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/05/13/e13055913.asp
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