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domingo, junho 27, 2010

A HORA DO ''ÂNGELUS'' [In:] ''HONRAI PAI E MÃE"

Entrevista

O defensor dos velhinhos

O médico Robert Neil Butler criou o primeiro departamento de geriatria nos Estados Unidos. Recebeu prêmio Pulitzer pelo livro Why Survive? Being Old in America e escreveu mais de 300 artigos sobre medicina e envelhecimento.

Natalia Cuminale

O geriatra Robert N. Butler, em seu escritório, em Nova York (Arquivo)

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"Ainda temos muitas atitudes negativas relacionadas aos mais velhos. Eles sofrem discriminação no ambiente de trabalho e também são vítimas de preconceito na assistência à saúde. Os médicos parecem estar menos dispostos a tratar uma doença em idosos do que em pacientes mais novos"

"Os próprios idosos poderiam contribuir, por exemplo, trabalhando por mais tempo – em vez de se aposentar. Aqueles que trabalham mais beneficiam sua própria saúde e também ajudam a sociedade."

“Sou otimista em relação ao envelhecimento da população e como as pessoas vão lidar com isso”, diz Robert Neil Butler, presidente do Internacional Longevity Center (Centro Internacional de Longevidade). Assim como vários senhores que chegam aos oitenta e três anos de idade, o psiquiatra e geriatra Robert N. Butler tem muita história para contar. Ao longo de suas mais de oito décadas de vida, Butler escreveu livros, acumulou prêmios e marcos para a história da medicina.
Há 40 anos, ele cunhou o termo “ageism”, para referir-se à discriminação contra idosos. Em 1975, fundou o National Institute on Aging e, no ano seguinte, ganhou um dos mais prestigiados prêmios literários americanos, o Pulitzer, pelo livro Why Survive? Being Old in America (Por que Sobreviver? Envelhecendo na América, sem edição no Brasil). E, em 1982, criou o primeiro departamento de geriatria nos Estados Unidos, na Mount Sinai School of Medicine, em Nova York.
Butler foi o primeiro médico a defender que os estudos sobre o Alzheimer deveriam ter status de prioridade nacional. Mesmo com o passar dos anos, não desanima: continua a lutar por um envelhecimento saudável e por condições ideais de tratamento para os mais velhos. “Precisamos treinar os médicos para que tratem melhor os pacientes idosos. Ninguém deveria se graduar numa escola de medicina sem conhecer os aspectos básicos do envelhecimento”.
Durante sua trajetória, ele assinou mais de 300 artigos científicos e médicos. Neste ano, lançou o livro The Longevity Prescription (A Receita da Longevidade) . Entre as recomendações, a principal: “Sabemos que todos precisam de um propósito, de uma paixão, alguma coisa que dê sentido e faça a diferença para a vida das pessoas– isso ajuda qualquer um a viver mais.” De seu escritório em Nova York, Robert Butler concedeu entrevista a VEJA.com, por telefone.
Com o aumento da expectativa de vida, quais serão os principais desafios da nova realidade demográfica?
Haverá mudanças em vários aspectos. Em primeiro lugar, culturalmente: tanto o Brasil quanto os Estados Unidos terão que se acostumar com essa grande mudança que ocorrerá em nossa sociedade. O envelhecimento global afetará a economia do mundo todo, o modo como lidaremos com os custos de assistência médica, como destinaremos recursos para a saúde e como trataremos certas doenças que surgem com o envelhecimento. Muitos desafios surgirão com essa extraordinária mudança da demografia.
Os avanços da medicina foram responsáveis por estender a vida humana. Mas o senhor acredita que as pessoas estão envelhecendo com a qualidade de vida necessária?
Não posso falar sobre os países em desenvolvimento, mas em lugares como o Japão, França e Estados Unidos, por exemplo, as pessoas não estão apenas vivendo mais tempo, mas observamos queda na taxa de incapacidade funcional (quando um idoso possui dificuldades, psicológicas ou fisiológicas, que interferem diretamente na possibilidade de exercer atividades cotidianas). É que chamamos de “compressão na morbidade”, que significa assegurar qualidade na ampliação da expectativa de vida. Então essa é uma boa notícia porque temos uma vida mais longa, mais saudável e com mais qualidade. Com certeza, é algo mais difícil de se alcançar em países pobres, onde os recursos para a saúde são mais escassos.
O que as pessoas precisam fazer para envelhecer com qualidade?
Recentemente, lancei o livro The Longevity Prescription, que fala sobre prevenção e indica atitudes para uma vida longa saudável: como uma alimentação melhor, exercícios físicos regulares, não fumar, consumir álcool moderadamente. Além disso, também escrevi sobre redução do estresse e a importância da conexão entre as pessoas, como um relacionamento é importante para uma vida saudável. Por exemplo, nós sabemos que pessoas casadas vivem mais do que aquelas que não são. Por último, sabemos que todos precisam de um propósito, de uma paixão, alguma coisa que dê sentido e faça a diferença para a vida dela– isso ajuda qualquer um a viver mais.
O senhor acredita que a geriatria será a especialidade médica do futuro?
Temos cardiologistas, neurologistas, ortopedistas e todos eles são importantes para o tratamento dos idosos. O que precisamos é de um profissional para concentrar os cuidados primários. Nos Estados Unidos, o paciente passa por vários médicos diferentes e cada um dos profissionais passa um medicamento para uma condição específica. O problema é que a combinação dos remédios ou as doses inapropriadas podem não ter o efeito esperado ou podem comprometer a qualidade do tratamento. Ninguém coordena isso. Nesse sentido, a geriatria é extremamente importante. Acho que existe uma preocupação geral na medicina americana sobre como tratar melhor e como dar assistência às pessoas que estão envelhecendo. Mas a verdade é que eles não têm feito muito. Ainda temos trabalho a fazer.
O que pode ser feito para preparar os médicos para cuidar de uma sociedade mais velha?
Precisamos treinar os médicos para que eles tratem melhor os pacientes idosos. Ninguém deveria se graduar numa escola de medicina sem conhecer os aspectos básicos do envelhecimento. Ensiná-los sobre os problemas da prescrição combinada de medicamentos, atentá-los para as características das doenças, já que muitas vezes elas se comportam de maneira diferente durante a velhice. Então temos vários conhecimentos básicos que precisamos ensinar aos médicos para que eles tratem bem os pacientes mais velhos.
Os convênios médicos tendem a ser mais caros para as pessoas mais velhas, que são as que mais precisam. Uma sociedade com idade avançada tende a precisar de mais cuidados médicos. Como resolver essa equação? É possível manter uma longevidade financeiramente segura?
Sim, os serviços de saúde são mais caros para pessoas mais velhas porque elas têm mais que uma doença. Eu acho que uma das formas de tornar esse tratamento mais barato é ter um grupo de médicos para cuidados primários: capazes de tratar as condições mais básicas e de destinar pessoas para os especialistas indicados. E volto a dizer que os profissionais precisam ser treinados. Se houvesse mais preparo, não ocorreriam tantos erros médicos que, além de arriscar a vida dos pacientes, também encarecem o tratamento final. Sem o conhecimento necessário, os médicos podem mandar para a casa um paciente com sintomas de pneumonia ou de ataque cardíaco. Liberar uma pessoa sem tratamento também não é economicamente viável.
Há 40 anos, você cunhou o termo “ageism”, que significa discriminação contra os idosos. Você acredita que houve melhora após esse tempo?
Sinceramente não. Apenas um em cada dez lares especializados em cuidados com idosos americanos possui a estrutura e a qualidade necessária para isso. Ainda temos muitas atitudes negativas relacionadas aos mais velhos. Eles sofrem discriminação no ambiente de trabalho e também são vítimas de preconceito na assistência à saúde. Os médicos parecem estar menos dispostos a tratar uma doença em idosos do que em pacientes mais novos.
O que o senhor pensa sobre fórmulas que prometem uma vida mais longa, como terapia antienvelhecimento?
Ainda temos um longo caminho até chegarmos lá. Mas existem informações promissoras de terapias que seriam capazes de diminuir o ritmo de envelhecimento e assim poderiam retardar o aparecimento de doenças que surgem com o avanço da idade. Eu não disse parar e nem reverter o processo de envelhecimento, mas sim retardar. Por exemplo, 80% de todos os tipos de câncer ocorrem com aqueles que têm mais de 60 anos. Supondo-se que seja possível retardar o envelhecimento, poderíamos adiar o aparecimento do câncer para depois de 70 anos. Teríamos um impacto incrível contra o câncer.
Nós sabemos que o envelhecimento também pode ser um fator de risco para o aparecimento de doenças como o Alzheimer. No passado, o senhor definiu a doença como prioridade nacional de pesquisa científica. O que mudou desde então?
Eu estabeleci o Alzheimer como prioridade nacional em 1977. Naquela ocasião, eram destinados menos de um milhão de dólares para estudos com o Alzheimer. Atualmente, gastamos meio bilhão ou mais. Então, nós estamos estudando mais para tentar entender como funciona essa doença devastadora. No entanto, nós ainda não encontramos a cura, mas muito bons trabalhos têm sido realizados durante esses anos.
O senhor acredita que é possível que a nova geração tenha um tempo de vida menor do que a geração atual por conta da epidemia da obesidade?
É um problema muito sério. Tenho uma grande angústia em ver como os jovens americanos estão se alimentando atualmente e para onde isso poderá levá-los. Crianças estão obesas, com diabetes e outros problemas relacionados. As pessoas precisam mudar sua alimentação. Nossas crianças precisam comer mais frutas e vegetais e devem ser orientadas sobre a ingestão excessiva de calorias.
O aumento da expectativa de vida não é um fenômeno apenas dos Estados Unidos, é mundial. Como o senhor enxerga essa situação daqui a cinquenta anos?
Sim, é um fenômeno mundial. Por isso, acho que no futuro as nações devem se unir para melhorar a qualidade de vida e controlar o gasto econômico ao mesmo tempo. Sou otimista em relação ao envelhecimento da população e em como as pessoas vão lidar com isso. O Brasil também vai melhorar, deve diminuir a taxa de incapacidade funcional. Acredito que vamos continuar a melhorar as condições de vida dos idosos com o passar do tempo. E espero, principalmente no caso da obesidade, que possamos reverter essa situação.
Você acredita que os governos farão o necessário para lidar com o envelhecimento da população?
Acho que não são só os governos que têm essa responsabilidade. Médicos, familiares e os próprios indivíduos podem fazer sua parte para melhorar a qualidade de vida e garantir um envelhecimento saudável da população. Acho que não estamos fazendo o que poderíamos fazer pelas pessoas mais velhas. Além disso, os próprios idosos poderiam contribuir, por exemplo, trabalhando por mais tempo – em vez de se aposentar. Aqueles que trabalham mais beneficiam sua própria saúde e também ajudam a sociedade. As pessoas podem fazer trabalhos voluntários. Você consegue dois benefícios pelo preço de um. Cuidando de si próprio e colaborando para a sociedade.
Eu sei que você é um grande especialista nesse tema, o grande incentivador desse debate. Mas o que fez o senhor se interessar por esse assunto?
Bem, precisamos voltar para 1955, quando eu era um jovem médico de alguma forma eu pensava no crescimento da população mais velha. Esse era um assunto muito desafiador porque ainda não sabíamos muito sobre envelhecimento. Eu pensava que as pessoas iriam envelhecer e que elas precisariam de atenção.
Quando era criança, o senhor chegou a cogitar em seguir essa carreira?
É fascinante que você tenha me perguntado isso. Quando criança, eu era muito próximo do meu avô, nós vivemos muitos bons momentos juntos. Sofri muito quando ele morreu subitamente. Com sete anos, decidi que queria me tornar médico. Eu tinha certeza que se eu estudasse isso, poderia ajudar pessoas como ele. E assim as pessoas poderiam viver por mais tempo.
Algumas pessoas têm medo de envelhecer. O que o senhor pode dizer a elas?
O que eu sei é que muitas pessoas têm medo de morrer e ficam ansiosas por saber como elas vão morrer. O mais importante é mostrar para as pessoas que uma vida saudável e de alta qualidade é possível. Os idosos que vivem o melhor da vida conseguem lidar melhor com esse medo.
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http://veja.abril.com.br/noticia/saude/envelhecimento-idosos-velhice-bem-estar
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terça-feira, novembro 24, 2009

BRASIL/TERCEIRA IDADE: O DIREITO DE IR E VIR

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Sem medo de andar

As quedas que assustam os idosos podem ser evitadas com novos hábitos. Confira um infográfico que ensina como remover as armadilhas que favorecem tombos na terceira idade dentro de casa.

Francine Lima
Marisa Cauduro
EQUILÍBRIO
Ema Javurek faz alongamento no Parque da Água Branca, em São Paulo. Ela quer evitar novos tropeços

Diz a sabedoria popular que quem cai deve levantar rápido, sacudir a poeira e dar a volta por cima. A lição pode servir bem aos adultos jovens, mas na terceira idade erguer-se do chão pode não ser uma tarefa tão simples. No mundo todo, 30% das pessoas com mais de 65 anos levam pelo menos um tombo por ano, e 5% dessas quedas resultam em uma fratura. O fenômeno é preocupante, porque os idosos se machucam muito mais que os adultos mais jovens quando caem. As quedas são a quinta principal causa de morte entre os idosos.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que, após os 80 anos, 40% dos idosos vão ao chão ao menos uma vez ao ano. Quando o idoso tem medo de cair de novo, tende a não sair de casa e diminui a atividade física – o que aumenta o risco de cair de novo, num ciclo vicioso. E isso não é uma característica natural da idade, ao contrário do que diz o senso comum. As causas de tantos tombos estão tanto no ambiente quanto no corpo e no estilo de vida dos idosos. Todas elas podem ser evitadas. Segundo profissionais de saúde preocupados com o envelhecimento da população (o número de brasileiros com mais de 80 anos cresceu quase 70% em dez anos), é possível preparar-se para enfrentar as armadilhas do tempo e evitar as quedas mesmo depois dos 100 anos.

Desde março deste ano, o Hospital das Clínicas de São Paulo (HC) tem um ambulatório de prevenção de quedas. O trabalho, que consiste em palestras e atividades semanais e dura 12 semanas, aborda quatro fontes de perigo: o ambiente inadequado (principalmente a residência), os comportamentos de risco, a baixa capacidade física e as doenças que comprometem os sentidos e outras funções cognitivas.

Sobre o ambiente, os inscritos no programa aprendem que sua casa pode estar cheia de armadilhas que devem ser removidas, como tapetes escorregadios e móveis pequenos em áreas de circulação. Um manual com uma série de dicas é dado aos idosos para ajudá-los nessas mudanças. Os participantes dizem gostar das recomendações – mas nem sempre seguem todas.

Na casa de Hermenegildo Garcia Filho, de 82 anos, há um poodle. Como Garcia já tropeçou na guia que usa para passear com o cão, foi orientado a tomar mais cuidado durante os passeios e agora leva uma bengala nas caminhadas. “Estava andando meio torto”, diz. Outro perigo que ele abriga em casa – e que ainda não resolveu – é uma escada em caracol e sem corrimão que leva ao 2º andar, onde mora a filha. Segundo o geriatra Sérgio Paschoal, que coordena o trabalho no HC, degraus podem ser perigosos para os idosos, especialmente na descida. Com a perda da visão de profundidade, é comum o idoso não perceber um degrau e pisar em falso. Por isso se recomenda sinalizar todos os degraus com faixas de cor diferente na borda.

A sonolência, a depressão e a ansiedade também costumam levar a quedas. Por isso, diz Paschoal, quem toma medicamentos como calmantes ou tem doenças que alteram o nível de atenção precisa ter cuidados extras, principalmente quando sai de casa.

Em matéria de comportamento de risco, alguns idosos são recordistas. Quem não conhece alguma senhora que despencou na cozinha ao tentar alcançar um utensílio na parte alta do armário escalando uma banqueta? Segundo Paschoal, essa teimosia é cultural, tipicamente brasileira, e vem de uma noção de que ser velho é ser decadente. Com isso, em vez de adaptar seu cotidiano às novas limitações, os idosos continuam agindo como se ainda fossem jovens. A fisioterapeuta Ingrid Mazeto, da ONG Olhe (Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento), observa o mesmo: “Quando ele não se reconhece como idoso, tende a não tomar precauções”. Além de banquetas e escadinhas portáteis, os chinelos são grandes inimigos da vida doméstica. O ideal é usar, mesmo dentro de casa, um calçado fechado ou uma sandália bem firme no pé. “O chinelo altera a marcha e o equilíbrio, porque faz andar arrastando os pés”, diz Paschoal.

Andar corretamente é crucial para não cair. Mas, para aqueles idosos que já perderam parte importante da mobilidade dos membros inferiores, cada passo é um desafio. Além do calçado, o sedentarismo contribui muito para que o idoso perca a capacidade de se locomover com segurança. “Depois dos 80 anos, os joelhos vão dobrando e o tronco vai caindo para a frente. Eles vão perdendo o hábito de balançar os braços ao caminhar, andam arrastando os pés. Ficam como robôs e com isso perdem o equilíbrio”, diz Paschoal.

Marisa Cauduro
MOBILIDADE
Maria de Lourdes Ribeiro (de rosa) faz exercício com o marido a quilômetros de casa. Parques com atividades para idosos ajudam a fazer uma cidade mais amiga

A hora de sentar e de levantar também passa a ser preocupante. Sem força nas pernas, fica mais difícil se equilibrar até para usar o banheiro. Não por acaso, a escapada noturna ao banheiro é uma das situações campeãs em número de quedas. A perda da capacidade funcional (dificuldade em atividades básicas como se vestir ou caminhar) aumenta o risco de queda em 14%, segundo cálculos do HC. Por isso, os exercícios de recuperação dos movimentos articulares, de fortalecimento muscular e de equilíbrio são indicados para prevenção de quedas.

Ema Javurek tem 79 anos e coleciona histórias de “tombos espetaculares”, dentro e fora de casa. Já quebrou o nariz duas vezes e fez até uma plástica. Para se prevenir de novos acidentes, ela frequenta diariamente o Parque da Água Branca, na Região Oeste de São Paulo, onde se alonga e treina marcha. Além de aulas coletivas como o Lian Gong, o parque conta com a Praça do Idoso, um espaço com equipamentos de madeira ao ar livre voltado para esse tipo de exercício. Ema reconhece que precisa andar com mais atenção. “As nossas calçadas não são as melhores, mas sei que não levantamos os pés o suficiente. Não sei se a gente desaprende ou se nunca aprendeu. É o andar da preguiça”, diz.

A Praça do Idoso foi instalada há pouco mais de um ano e promete ser a primeira de várias no Estado de São Paulo. Desde que descobriu os equipamentos, há cerca de um mês, Maria de Lourdes Ribeiro de Souza sai do centro da cidade e vai até lá de ônibus com o marido. Foi o estímulo que encontrou para largar a vida sedentária.

Só haverá segurança contra quedas quando o espaço urbano for adequado às necessidades do idoso.

A existência de mais parques e praças com atividades físicas e sociais específicas para as necessidades dos idosos faz parte do conceito de Cidade Amiga do Idoso, estabelecido pela OMS. Só haverá segurança verdadeira contra quedas quando essa população que está envelhecendo contar com um espaço urbano e com um conjunto completo de serviços adequados a suas necessidades. Em uma pesquisa feita em Copacabana, no Rio de Janeiro, bairro com a maior concentração de idosos do país, os moradores se queixaram de transporte público agressivo (motoristas que não têm paciência para esperar que subam cuidadosamente no ônibus), dificuldade de atravessar a rua, calçadas estreitas e cheias de obstáculos (buracos, pedras, árvores, postes e camelôs), ladeiras e escadarias. Como diz Laura Machado, que coordenou a pesquisa, “a rua está cheia de perigos”.

Infográfico: Nilson Cardoso / Edição de arte online: David Michelsohn
Clique na imagem e confira o infográfico



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