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quinta-feira, julho 17, 2008
CACCIOLA [In:] TERRA DE BANQUEIROS
Na chegada ao Brasil, Cacciola afirma que não era um foragido
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Sobre afirmação de seu advogado, Carlos Eluf, de que sua prisão tem conotação política, visando atingir o governo de Fernando Henrique Cardoso, respondeu: "Não se sei ela (a prisão) tem conotação política, não dou opinião em relação a isso, estou à disposição da Justiça e a Justiça vai decidir o que ela achar que deve decidir. A única coisa que posso lembrar é que na sentença das 10 pessoas, todos podem fazer apelação em liberdade, menos o Cacciola, porque estava foragido. Mas ressalvo, eu não sou um foragido".
O ex-banqueiro ganhou o direito de não usar algemas na chegada ao Brasil, por decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Gomes de Barros, que atendeu ao pedido dos advogados do ex-banqueiro. A decisão foi encaminhada na quarta-feira, 16, no fim da tarde, ao ministro da Justiça, Tarso Genro, e à direção da PF.
Cacciola ficou oito anos foragido da Justiça brasileira, acusado de causar um prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao Banco Central quando era dono do Banco Marka.
A autorização para a extradição havia sido homologada pelo príncipe Albert II, de Mônaco, há 13 dias, e desde então o Ministério da Justiça negociava com a França a autorização para transitar com um preso pelos aeroportos de Nice e Paris. O último recurso ao Tribunal Supremo do principado, com o qual ameaçava o defensor monegasco de Cacciola, Frank Michel, não se confirmou.
Operação
A operação montada pela Secretaria Nacional de Justiça para transferi-lo começou às 10h20 de quarta-feira, no principado. Um grupo de sete pessoas, entre as quais um adido consular, um promotor e agentes da PF, encontraram-se com o diretor de Serviços Penitenciários, Philippe Narmino, no Palácio de Justiça de Mônaco.
Pouco depois das 13h30, horário local - 8h30 em Brasília -, Cacciola deixou a prisão Maison d'Arrêt, na qual viveu desde 15 de setembro. A seguir, ele foi transferido em helicóptero para o Aeroporto Internacional de Nice-Côte d''Azur, em Nice, no sul da França, quando teve seu primeiro contato com o público. Passava das 16 horas quando Cacciola embarcou no vôo AF 7715 da Air France.
A movimentação de policiais franceses chamou atenção dos que esperavam o embarque. Nesse momento, Cacciola permaneceu cerca de 20 minutos exposto ao público, que reagia curioso e tirando fotografias. O empresário não se mostrou constrangido com o assédio dos fotógrafos, mas não quis falar aos jornalistas.
Já no Airbus A320, Cacciola sentou-se cercado de dois policiais. Pediu suco de maçã e permaneceu sentado quase todo o vôo, levantando-se apenas para ceder passagem a um dos delegados da PF que sentava à janela. Na chegada a Paris, foi protegido dos fotógrafos e levado a uma zona de segurança do terminal A do Aeroporto Charles de Gaulle. Lá, embarcou, às 22 horas, no vôo JJ 8055 da TAM com destino ao Rio de Janeiro, cidade que deixou em 2000, antes de partir para o Paraguai e, em seguida, para Roma, onde viveu em liberdade até 2007.
Sem Constrangimentos
"A operação foi bem planejada e conseguimos contornar as eventuais surpresas jurídicas. O elemento-surpresa foi fundamental", disse, ao Estado, o secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, referindo-se ao sigilo da operação.
Tuma esclareceu que a orientação inicial era para que o ex-banqueiro fosse obrigado a usar algemas, mas um acordo teria sido firmado entre o preso e os agentes que o escoltavam. "Não havia risco de fuga, mas temíamos, por exemplo, que ele tomasse atitudes impensadas contra a própria segurança, o que não ocorreu até Paris."
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(com Andrei Netto e Daniele Carvalho, de O Estado de S.Paulo). 1707. Foto: Fabio Motta/AE;
Sorridente, Cacciola concede entrevista coletiva na sede da PF, no centro do Rio.
"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"
O Globo
Lula agora quer manter delegado que PF afastou
CPI convocará banqueiro
"Laranjão" - Renda de 21 mil, negócios de milhões
Cacciola já tem habeas corpus
BANCO ``OPPORTUNITY``: UM BANDO NO BANCO DE RÉUS ?
Dantas vira réu sob acusação de tentar subornar delegado
Fausto Macedo e Marcelo - Estadão, 1707.
PF/PROTÓGENES [In:] ``POR QUEM OS SINOS DOBRAM``
Enquanto delegados criticam afastamento do responsável pelas investigações da Satiagraha, agentes defendem a saída. Policiais federais dizem que se sentiram desprestigiados com a opção do delegado por técnicos da Abin para auxiliar nas apurações ;
ANA FLOR, LILIAN CHRISTOFOLETTI DA REPORTAGEM LOCAL - Folha Online, 1707.