A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************
“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
----
''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
=========valor ...ria...nine
folha gmail df1lkrha
***
terça-feira, novembro 05, 2013
AS VOZES ROUCAS DAS RUAS E OS OUVIDOS MOUCOS DO GOVERNO
05/11/2013 | |
terça-feira, outubro 29, 2013
PT E O FOGO AMIGO
29/10/2013 | |
sexta-feira, outubro 25, 2013
SIAMESES: SEPARADOS NA MATERNIDADE
25/10/2013 | |
segunda-feira, outubro 21, 2013
''-- POVO DE SUCUPIRA!!! A SOLUCIONÁUTICA PARA A EVASÃO DA VASÃO DA VÁRZEA VAZIA VERTERÁ VULTOSO VOLUME...'' (A lembrar Odorico Paraguaçú/Paulo Gracindo - ficção televisiva)
21/10/2013 | |
O marinês
DENIS LERRER ROSENFIELD
O marinês e uma nova língua política que se caracteriza por abstrações e fórmulas vagas com o intuito de capturar o apoio dos incautos. Suas expressões aparentemente nada significam, porém procuram suscitar a simpatia de pessoas que aderem ao politicamente correto. Mas só aparentemente nada significam, pois carregam toda uma bagagem teórica que, se aplicada, feria do Brasil um país não de sonháticos, mas de pesadeláticos.
Marina Silva ganhou imenso protagonismo nas últimas semanas ao ingressar no PSB do governador Eduardo Campos, fazendo um movimento político inusitado. Ao, aparentemente, aderir ao candidato socialista acabou roubando para ela a cena política, como se fosse, de fato, a protagonista.
De segunda posição, a de vice, age como se encarnasse a primeira, de candidata a presidente.
No afã de ganhar espaço midiático, não cessa de dar entrevistas e declarações: num único dia conseguiu o prodígio de ser entrevistada pelos maiores jornais do País, Estadão, O Globo e Folha de S.Paulo, que fizeram manchetes dessas declarações. Nada disse, porém não parava de falar. Vejamos algumas dessas expressões, sob a forma de um dicionário explicativo.
Coligação ou aliança programática - eis uma fórmula das mais utilizadas. Numa primeira abordagem, significaria uma aliança de novo tipo, baseada em programas, e não mais em acordos meramente pragmáticos. Seu objetivo é mostrar que as ideias são prioritárias, não os meros interesses partidários.
Acontece que um escrutínio mais atento dessas ideias mostra uma concepção extremamente conservadora da relação homem-natureza, devendo ele abandonar a "civilização" do "lucro" e do "consumo" e voltar à floresta. É como se o homem atual fosse uma espécie de excrescência natural. A natureza é endeusada sob a forma de um neopanteísmo, como se mexer numa árvore constituísse uma agressão a algo sagrado.
Se há desmatamento é porque os seres humanos precisam alimentar-se, e não por simples ímpeto destrutivo. O Brasil, lembremos, é o país mais conservacionista do planeta: preservou 61% de sua cobertura natural nativa, além de mais de 80% da Amazônia. A oposição de Marina à agricultura e à pecuária, se viesse a ser governo, se traduziria por um imenso prejuízo para o País, hoje celeiro do mundo.
A candidata, quando ministra do Meio Ambiente, mostrou-se claramente avessa ao progresso, procurando, por exemplo, de todas as formas tomar inviável não só a comercialização dos transgênicos, mas a própria pesquisa. Ou seja, ela se colocou contra o conhecimento científico. O "novo" significa aqui opor-se ao progresso da ciência e ao desenvolvimento econômico. O alegado "princípio da precaução" era nada mais do que o "princípio da obstrução".
Digna de nota também é sua concepção dos indígenas, como se seus direitos se sobrepusessem a quaisquer outros. Ela tem uma aversão intrínseca ao direito de propriedade, não se importando nem com os agricultores familiares e os pequenos produtores. Justifica pura e simplesmente sua expropriação, devendo eles ser abandonados. Ademais, seguindo suas ideias, os indígenas deveriam ser consultados - na verdade, decidiriam - sobre quaisquer projetos em áreas próximas às deles ou sobre as quais tenham pretensões de direito.
Convém lembrar que o País tem, segundo o IBGE, uma população indígena, em zona rural, em torno de 530 mil pessoas (um bairro de São Paulo), à qual se acrescentam outras 300 mil em zona urbana. Já ocupam 12,5% do território nacional. Ora, se todas as pretensões de ONGs indigenistas fossem contempladas, com o apoio militante da Funai, chegar-se-ia facilmente a 25% do território. Nem haveria índios para ocupar toda essa vasta extensão de terra.
Acrescentem-se regras cada vez mais restritivas em relação ao meio ambiente - algumas das quais, até o novo Código Florestal, que elaprocura reverter, tinham o efeito totalitário da retroatividade - e outras aplicações em cúrso de quilombo-las e populações ribeirinhas, os "povos da floresta", no marinês, para que tenhamos as seguintes consequências: 1) O País não poderia mais construir hidrelétricas na Amazônia, impedindo a utilização nacional dos recursos hídricos. A oposição à hidrelétrica de Belo Monte é um exemplo disso. 2) Ficaria cada vez mais difícil a extração de minérios, impossibilitando a exploração de jazidas, o que produziria um enorme retrocesso econômico e social. 3) A construção de portos e rodovias se tomaria inviável em boa parte do território nacional, quando se tem imensas carências nessas áreas. 4) A construção civil seria outra de suas vítimas, 5) A agricultura e a pecuária e de modo geral o agronegócio, os motores do desenvolvimento econômico, seriam os novos bodes expiatórios.
Democratizar a democracia - eis outra expressão muito bonita que encobre sua função essencial. Trata-se, na verdade, de instituir formas de consulta que confeririam poder decisório aos ditos movimentos sociais, que compartilham as "ideias" marinistas. Assim, para qualquer projeto seria necessário fazer consultas às seguintes entidades (a lista não é exaustiva): Comissão Indigenista Missionária e Comissão Pastoral da Terra órgãos esquerdizantes da Igreja Católica, que seguem a orientação da Teologia da Libertação, avessa ao lucro, à economia de mercado e ao estado de direito; MST e afins, como a Via Campesina e outros, que seguem a mesma orientação esquerdizante, propugnando a implementação no Brasil dos modelos chavista e cubano; ONGs nacionais e internacionais (algumas delas financiadas por Estados e empresas estrangeiros), como o Greenpeace e o Instituto Socioambiental, que passariam a decidir igualmente sobre os diferentes setores listados da economia nacional.
Palavras muitas vezes encobrem significados inusitados, sobretudo dos que se dizem puros, não contaminados pela política.
*
PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS
adicionada no sistema em: 21/10/2013 01:13
|
segunda-feira, outubro 07, 2013
ELEIÇÕES 2014: A SERVIR A DOIS SENHORES
07/10/2013 | |
segunda-feira, outubro 29, 2012
PSDB e PSB. ''ALIANÇAS'' E SEMELHANÇAS ATÉ NAS SIGLAS...
FHC vê necessidade de renovação
Autor(es): Por Daniele Madureira | De São Paulo |
Valor Econômico - 29/10/2012 |
FHC: ex-presidente considerou "natural" a aproximação entre Aécio Neves e o presidente do PSB, Eduardo Campos
O PSDB precisa estar "afinado com os sentimentos do país" e "voltar a ter uma atitude muito mais próxima" da população, porque "o Brasil mudou muito". A avaliação foi feita ontem pelo ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, em frente ao Colégio Nossa Senhora de Sion, em Higienópolis, onde votou. "Eu acho que é o momento de reflexão. O PSDB, pelo conjunto do Brasil, vai sair melhor do que estava antes, com mais cidades. Mas isso não quer dizer nada. É bom, mas não é suficiente, você precisa estar alinhado com o futuro", afirmou.
Fernando Henrique Cardoso discordou que a escolha do candidato José Serra para disputar a Prefeitura da capital paulista tenha sido um equívoco. "Se fosse errado, não teria ido para o segundo turno", afirmou.
Segundo o ex-presidente, o país enfrenta um momento de mudança de geração política. "Isso não quer dizer que os antigos líderes desapareçam, mas quer dizer que têm que empurrar os novos para frente", afirmou.
Sobre a possibilidade de Serra vir a assumir a presidência do PSDB, FHC afirmou que o cargo não está aberto. "O PSDB tem presidente, não há discussão sobre isso agora", respondeu.
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso considerou "natural" a aproximação entre o governador tucano de Minas Gerais, Aécio Neves, e o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, no segundo turno. "Se houver aliança em 2014, acho ótimo, é preciso ampliar os apoios", disse.
FHC considerou normal que os líderes políticos conversem e possam se entender, "a partir do que seja conveniente ao ver deles para o povo". "Em todos os países democráticos, existem governo e oposição. Qual vai ser a posição do Eduardo no futuro? Só ele vai dizer." Mas o ex-presidente afirmou que, se Eduardo Campos escolher o caminho da oposição, o atual governador de Pernambuco terá de decidir entre apoiar o PSDB ou buscar o apoio dos tucanos para uma candidatura própria em 2014. "Acho que é mais razoável que o PSDB - que é o partido maior, mais consolidado, tem candidatos mais conhecidos - tenha primazia", afirmou, para logo emendar que "é muito cedo para tudo isso".
"Política, vocês sabem, muda de um dia para o outro. Há um mês, o Haddad não iria para o segundo turno e quem iria ganhar a eleição era o Russomano."
|
terça-feira, outubro 23, 2012
ÓBVIO ULULANTE
Em Belém, apoio de Lula racha PSOL
Belém: apoio de Lula a Edmilson racha PSOL |
Autor(es): Paulo Celso Pereira |
O Globo - 23/10/2012 |
Ex-presidente grava programa de TV e provoca críticas de corrente do partido; PSTU abandona a aliança
BRASÍLIA
Boa parte dos candidatos à prefeitura lutou para conseguir um vídeo com o ex-presidente Lula declarando apoio à campanha. Pois foi justamente um vídeo de um minuto com esse teor que provocou um racha no PSOL. Disputando contra o deputado Zenaldo Coutinho, candidato do PSDB à prefeitura de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) passou a exibir na TV o apoio de Lula.
O PSTU, que integrava a aliança de Edmilson, e setores do PSOL anunciaram o rompimento com a candidatura, mantendo a pregação do "voto crítico" para derrotar o tucano. A última pesquisa Ibope, divulgada sábado, apontou 51% das intenções de voto para Zenaldo Coutinho, e 42% para Edmilson.
No PSOL, a Corrente Socialista dos Trabalhadores, que tem o ex-deputado Babá como liderança, divulgou nota afirmando que todos os limites foram ultrapassados e que Lula estaria usando o tempo do partido para iludir os trabalhadores e o povo pobre. A assessoria de Lula afirmou que ele foi procurado e fez a gravação.
- De forma nenhuma podemos aceitar que nosso partido, construído com dificuldade, venha a aceitar qualquer apoio do PT, muito menos declaração de voto de Lula. Não podemos aceitar apoio de um partido de mensaleiros - diz Babá.
Lula, que apoia o PSOL em Belém, faz campanha em Macapá contra o candidato do partido, em favor do prefeito Roberto Góes, do PDT - preso na Operação Mãos Limpas da Polícia Federal, que investigou desvio de verbas públicas.
Os principais alvos das críticas no PSOL são o senador Randolfe Rodrigues (AP) e o presidente da legenda, deputado Ivan Valente (SP). No Amapá, o problema do PSOL é com o apoio do DEM à campanha de Clécio Luís, adversário de Roberto Góes. Pesquisa Ibope de ontem indica que a disputa está empatada tecnicamente: Góes com 45% e Clécio, 41%.
Para o senador Randolfe Rodrigues, um dos grandes defensores das alianças, as críticas vêm de um grupo minoritário:
- A maioria é contrária a esse manifesto. A CST (corrente) corresponde a menos de 10% do partido. Não acho muito responsável num enfrentamento contra a direita esse posicionamento - afirma o senador.
|
segunda-feira, maio 14, 2012
''A SERPENTE ESTÁ NA TERRA, O PROGRAMA ESTÁ NO AR..." *
‘Caudismo’
Autor(es): José Roberto de Toledo |
O Estado de S. Paulo - 14/05/2012 |
A maioria dos partidos brasileiros sofre de “caudismo” crônico. A divergência entre seus deputados é tão grande que a cauda formada pelos dissonantes é mais pesada do que o corpo partidário. Se fossem répteis, essas siglas seriam serpentes. A dispersão dos votos dos deputados de um mesmo partido começa no mais desapegado governismo e termina em destemida oposição. Pode significar tudo, menos coesão ideológica. O caso mais extremo de “caudismo” é o do PSD, que foi pensado para ser assim. Seu fundador definiu o PSD como um partido que não está nem à direita, nem à esquerda, nem no centro. Proféticas palavras. Quântico, o PSD está em todo lugar ao mesmo tempo. E não está sozinho. O “caudismo” não tem lado. Vai da oposição à base governista, do DEM ao PDT, do PPS ao PR, passando por PP e PV.
O Basômetro, desenvolvido pelo Estadão Dados, revela que a taxa de governismo da bancada do PSD na Câmara está em 86%. Mas um único número não traduz o comportamento de membros da sigla. Essa taxa embute um desvio padrão que é sete vezes maior do que o do PT, o mais coeso dos grandes partidos. O governismo do PSD varia dos 95% de votos pró-Dilma de João Lyra (AL) até os 36% de Nice Lobão. A independente deputada maranhense é mulher de Edison Lobão, ministro das Minas e Energia. Nice Lobão não está sozinha no lado oposicionista do PSD: 7 deputados do partido votaram mais vezes contra o líder do governo na Câmara do que segui-ram sua orientação. Na outra ponta, 8 obedeceram o governo em mais de 90% das vezes. E o resto dos deputados do partido ficou no meio do caminho, entre um extremo e outro, sem deixar espaço vazio no espectro de governismo. O corpo de votos tem o formato de uma cauda.
O fenômeno se explica pela origem dos deputados do PSD. Eles foram eleitos por outras legendas, e só se juntaram na nova sigla em outubro do ano passado. Os que emigraram do PMDB, do PR e do PTB, como João Lyra, carregavam na bagagem de votações uma alta taxa de governismo. Já os que vieram do DEM, como Nice Lobão, tinham um passado oposicionista. Depois que o PSD formou sua bancada na Câmara, o comportamento de seus deputados tornou-se majoritaria-mente governista, votando quase sempre de acordo com a vontade de Dilma. Nas 26 votações nominais ocorridas entre outubro e dezembro de 2011, a taxa de governismo do PSD foi de 97%: 45 dos 48 deputados do partido votaram com o governo em mais de 90% das vezes. Mas isso mudou no começo deste ano.
Desde fevereiro, aumentaram os votos oposicionistas do PSD. Só sobraram dois deputados no “núcleo duro” do governo na Câmara. Na média, a taxa de governismo do PSD caiu de 97% para 68%. A causa dessa mudança de comportamento é a eleição municipal. Em fevereiro, o presidente do partido, Gilberto Kassab, trocou a aliança com o PT em São Paulo pelo apoio a José Serra, do PSDB. A troca de aliado refletiu-se em outras cidades. Seria injusto dizer que o PSD inventou o “caudismo”. Ele só aperfeiçoou-o.Tome-se o partido de onde migraram mais peessedebistas, o DEM. Nas 53 votações nominais anteriores à defecção de seus parlamentares para o PSD, o DEM tinha uma taxa média de governismo de apenas 22%. Só 4 de seus 43 deputados tinham votado mais de metade das vezes com o governo. Desde então,
o governismo do DEM subiu para 29%, e 5 deputados da sigla deram mais de 50% dos seus votos para Dilma. Um deles, Lael Varela, é um renitente membro do “núcleo duro” do governo: tem 100% de votos pró-Dilma em 2012.
É tentador identificar o “caudismo” como um reflexo do comportamento caudatário que a maioria dos partidos tem em relação ao governo. Afinal, apenas 4 das 23 legendas com representação na Câmara podem dizer que fazem oposição a Dilma. Na média, suas bancadas votaram mais de metade das vezes contra o governo em 98 votações nominais: PSDB (78% de oposicionismo), DEM (74%), PSOL (72%) e PPS (66%). Mas enquanto PSDB e PSOL são razoavelmente coesos nos votos de seus deputados, os outros dois sofrem de “caudismo”. Entre os deputados do PPS, a taxa de governismo varia dos 25% de Roberto Freire (SP) a mais do que o dobro disso, como é o caso de Almeida Lima (SE), que votou mais vezes com o governo do que contra ele. O desvio padrão dos votos da bancada do PPS é 26% maior do que a dos tucanos, por exemplo. Não é coincidência que PT e PSDB, os partidos que polarizam a política no País há 18 anos, estejam entre os mais coesos. Nem que PSB e PMDB, que buscam romper essa polarização, rivalizem com eles em coesão.
----
(*) Raul Seixas.
---
|
segunda-feira, fevereiro 27, 2012
BRASIL/POLÍTICA/CORRUPÇÃO [In:] A VARRER DO CENÁRIO.
Por um Brasil sem sujeira
Autor(es): Luiza Nagib Eluf |
O Estado de S. Paulo - 27/02/2012 |
O termo sujeira é amplo, pode-se entendê-lo como oposto de limpeza ou, em sentido figurado, pode se referir à corrupção, à malandragem, aos desvios de dinheiro público. Aqui, porém, será usado literalmente. Embora os problemas de sujeira no Brasil sejam muitos, é preciso escolher as prioridades. Falemos do tratamento de esgoto. Bons ventos trazem o tema do saneamento básico à discussão, com intensidade nunca antes vista na História do Brasil. Enfim saímos do marasmo para enfrentar com maior determinação uma das necessidades mais prementes da nossa população. O momento também favorece a ampliação da discussão para que contemplemos as questões relacionadas ao meio ambiente diante do abismo de nossas desigualdades sociais, além do muito que falta fazer para alcançarmos a tão almejada sustentabilidade. Estamos distantes do discurso de que "é preciso deixar aos nossos descendentes os recursos naturais necessários à sua sobrevivência", pois nem sequer conseguimos prover o que há de mais básico em termos de saneamento. Não temos água tratada e própria para o consumo em muitas localidades. Com o vertiginoso aumento populacional no mundo, esse problema, que atinge prioritariamente os países em desenvolvimento, coloca mais de 2 bilhões de pessoas, sobretudo crianças pobres, em situação de risco para a saúde. No Brasil, são milhares de crianças atingidas por diarreia todos os anos, doença que afeta a saúde de forma perversa e contínua, prejudicando até mesmo o completo aprendizado escolar. Segundo o Ministério das Cidades, 55% da nossa população ainda não está conectada a redes de esgoto - e o índice de tratamento é de apenas 39%, conforme estudo de 2009. Mais impressionante ainda que isso é constatar que a população nem ao menos sabe o que significa saneamento básico e somente 5% das pessoas entrevistadas na mesma pesquisa conseguiram relacionar o saneamento com saúde. Todo verão, em alguns Estados da Federação, é comum que se publique a avaliação da adequação das praias mais procuradas. As notícias são estarrecedoras, diante dos numerosos locais intensamente frequentados por turistas que se encontram impróprios para o banho por causa da infestação por coliformes fecais - ou seja, esgoto. E a água poluída acaba contaminando a areia da praia, que, por sua vez, passa a significar um risco maior para a saúde do que a própria água. A lei atribui às prefeituras a responsabilidade pela execução do saneamento básico. O Ministério Público vem acompanhando as licitações, que, em certos casos, precisam ser refeitas, o que recomendaria uma providência para evitar a suspensão de obras: a orientação das autoridades competentes sobre como proceder para não incorrer em erros que tanto atrasam o saneamento. Apesar da forte e conhecida ligação entre os serviços de esgotamento sanitário e a saúde pública, a comunidade não reivindica seus direitos perante as autoridades e os administradores públicos acabam relegando essa inacreditável sujeira a segundo plano, até porque nossa cultura política é no sentido de que fazer "obras enterradas" não dá voto. Infelizmente, nossos colonizadores nos deixaram uma herança de descaso com relação ao saneamento básico. Nossa imperatriz Leopoldina, que era austríaca, documentou em cartas, posteriormente transformadas em livro, a forma como os excrementos eram retirados do palácio de dom Pedro I. Os escravos vertiam o conteúdo dos penicos numa grande tina que carregavam nas costas pelos corredores da residência, por vezes sem conseguir evitar acidentes que provocavam quedas desastrosas e malcheirosas. Em seguida, dirigiam-se até os arredores da edificação para despejar o esgoto diretamente no rio que abastecia de água a família imperial ou, dependendo do caso, acabavam deixando os excrementos amontoados em terreno próximo sem nenhum tratamento, enterramento ou isolamento. Para que se possa superar o legado de ignorância sobre os perigos da falta de saneamento básico e varrer do Brasil essa vergonha, seria importante que se promovessem campanhas nas escolas e nos meios de comunicação para esclarecer a população e conscientizar os governantes. Somente a informação pode trazer as mudanças que o País requer. Por sua vez, o descumprimento da Lei n.º 11.445/2007, chamada Lei do Saneamento, pode gerar a responsabilização do(a) administrador(a) público(a) por improbidade. Criancinhas brincando em águas contaminadas, favelas com esgoto a céu aberto correndo pelo meio-fio, praias infectadas e doenças de alta gravidade contraídas por incúria de pessoas eleitas pelo voto popular precisam ser varridas de nossa realidade cotidiana. O corrente ano é muito importante para a população brasileira porque vamos escolher prefeitos e vereadores, justamente os responsáveis pela melhoria ou a piora de nossa situação atual. A oportunidade é ótima para que se possam colher compromissos dos (as) candidatos(as) com metas e prazos no que se refere ao tratamento adequado do esgoto em todas as cidades do País. O Programa Cidades Sustentáveis vem sendo apresentado pelo Instituto Ethos em parceria com a Rede Nossa São Paulo e outras entidades, como o Instituto Trata Brasil - que luta pela melhoria do saneamento básico no País -, aos partidos políticos e respectivos postulantes a cargos públicos municipais para que se pronunciem sobre a limpeza dos nossos recursos hídricos, tão maravilhosos e tão maltratados no Brasil, a começar pela sua maior cidade, que é São Paulo, a qual se encontra rodeada de rios assassinados pela poluição. *Membro do Instituto Trata Brasil, procuradora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, ex-secretária nacional dos Direitos da Cidadania do Ministério da Justiça e ex-subprefeita da Lapa, é autora, entre vários outros livros, de "A Paixão no Banco dos Réus", sobre crimes passionais, e "Matar ou Morrer - O Caso Euclides da Cunha" ----------- |
terça-feira, agosto 10, 2010
ELEIÇÕES 2O1O [in:] NEM EXPLICA, NEM JUSTIFICA.
Em entrevista ao Jornal Nacional, Dilma nega temperamento rude e defende alianças do PT
RIO - A candidata do PT, Dilma Rousseff, inaugurou nesta segunda-feira a série de entrevistas com os principais presidenciáveis no Jornal Nacional, na TV Globo. Ela negou temperamento rude e disse que o PT amadureceu no governo. A petista defendeu ainda as alianças do partido com os antigos inimigos políticos, como Collor e Sarney, e afirmou que não prejudicaram os planos e metas do governo Lula.
- Quem nos apoia aceitando nossos princípios, nós aceitamos do nosso lado - disse.
Os apresentadores Willian Bonner e Fátima Bernardes começaram a entrevista perguntando se a candidata se achava preparada para governar o país longe do presidente Lula. A petista lembrou sua carreira até chegar a chefia da Casa-Civil.
Bonner lembrou, então, o comentário do presidente Lula que se referiu a reclamações de assessores a respeito de maus-tratos provocados pela então ministra da Casa-Civil. E perguntou se o temperamento forte da candidata não poderia prejudicá-la na Presidência.
- Há visões construídas a meu respeito. Sou firme e não vacilo. Me considero extremamente preparada no sentido do diálogo. O governo Lula negocia, mas nós sabemos fazer valer a nossa autoridade - afirmou. - As pessoas tem que escolher quem eu sou. Tem gente que fala que sou uma mulher forte, tem outros que dizem que eu tenho um tutor. Eu tenho orgulho da minha relação com o presidente Lula - acrescentou.
Ao ser questionada sobre as alianças do PT com antigos inimigos políticos, Dilma disse que o partido amadureceu. Bonner perguntou quando o partido errou: se quando chamava os adversários de oligárquicos ou quando se uniu a eles.
- Eu acho que o PT acertou quando percebeu que para governar um país com a complexidade do Brasil precisava de uma aliança ampla - defendeu.
Mesmo mostrando fluência, Dilma cometeu uma gafe ao responder uma pergunta sobre saneamento, quando se referiu à Baixada Santista no Rio. Em seguida, emendou: a Baixada Fluminense, no Rio.
A próxima a ser entrevistada na bancada do Jornal Nacional será Marina Silva, na terça-feira.
quarta-feira, junho 02, 2010
ELEIÇÕES 2O1O [In:] PT/PMDB. ETERNO ENQUANTO ''BURLE''
Aliança antes, melhor que adesão depois
Política |
Autor(es): Rosângela Bittar |
Valor Econômico - 02/06/2010 |
A perspectiva de êxito que se alimenta no PMDB, hoje, a partir da aliança com o PT para eleição de Dilma Rousseff a presidente, é muito forte, mais do que viveu o partido em campanhas eleitorais anteriores. Alguns ousam registrar que, desde a Nova República, o PMDB não tem condições tão perfeitas, como agora, de exercer na plenitude e em abrangência o poder político. |
terça-feira, junho 01, 2010
NORDESTE [In:] UMA BOLSA SEM FUNDO (Não seria melhor ''ensinar a pescar'' ???)
Bolsa-Família não vence pobreza no NE
Bolsa-Família não vence extrema pobreza no NE |
Autor(es): Marta Salomon |
O Estado de S. Paulo - 01/06/2010 |
Estudo revela que os beneficiários do Bolsa-Família no Norte e Nordeste não superaram, na média, a condição de pobreza extrema, quando a renda por pessoa é de R$ 70. A renda média é de R$ 65,29 e R$ 66,21. "O valor do benefício, de R$ 95, em média, é pequeno, insuficiente para superar a pobreza", avalia Lúcia Modesto, secretária responsável pelo Bolsa-Família no Ministério do Desenvolvimento Social. Ela insiste em que o programa não tem por objetivo substituir outras fontes de renda das famílias. O peso do benefício foi relevante no aumento da renda em todas as regiões do País, sobretudo no Norte e Nordeste, mostra o estudo. Em média, o benefício aumentou em quase a metade (48,74%) a renda por pessoa da família. A ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, estima que mais de 2 milhões das 12,4 milhões de famílias que recebem o benefício ainda sejam consideradas extremamente pobres. Família "típica". O mais recente levantamento sobre pobreza no País indica que, apesar da redução do porcentual de pobres registrada nos últimos anos, mais de um a cada quatro brasileiros (28,8%) ainda está nessa condição. A cruzar dados do cadastro de beneficiários - uma tarefa repetida a cada dois anos -, o Ministério do Desenvolvimento Social identificou a família "típica" do programa. Essa família é chefiada por uma mulher, de 37 anos de idade, que estudou apenas até a quarta série do ensino fundamental. Tem quatro pessoas e renda mensal de R$ 48,82 por pessoa. Vive em casa de tijolo e dispõe de serviços de água e esgoto. O acesso ao saneamento básico, no entanto, mostrou-se ainda um problema na mais recente edição do perfil do beneficiário do Bolsa-Família. Em setembro de 2009, mais de 20% dos beneficiários ainda não contavam com tratamento de água e apenas 54,2% dispunham de escoamento sanitário. Além disso, 10% ainda não tinham acesso à rede de iluminação e dependiam de velas e lampiões. Embora tenha melhorado um pouco, ainda continua elevado o porcentual de pais analfabetos no programa: mais da metade não completou o ensino fundamental. "O acesso aos serviços públicos e à educação avança lentamente", declarou a secretária Lúcia Modesto, com base nos números sobre as outras dimensões da pobreza, que não se limita à renda das famílias. Com base no número atualizado de integrantes das famílias beneficiárias, o Ministério do Desenvolvimento Social calcula que mais de 49 milhões de pessoas façam parte do programa de transferência de renda - mais da metade é de crianças e adolescentes. Novas ampliações. Estão previstas mais duas ampliações para o Bolsa-Família ainda neste ano. No mês de junho, deverão ser pagos benefícios a 12,7 milhões de famílias. E, até dezembro, a meta é alcançar 12,9 milhões de famílias. "O alcance dessa meta vai depender do trabalho em bolsões de pobreza e do cadastramento da população de rua", disse a ministra Márcia Lopes. Cabe aos municípios identificar os pobres que ainda não recebem o benefício. Renda aumenta, mas não supera pobreza R$ 72,42 62,93% |
quarta-feira, março 19, 2008
AÉCIO NEVES [In:] O QUE É BOM PARA MINAS, É BOM PARA O BRASIL?
"Aqui há uma possibilidade concreta da construção de uma candidatura da qual participariam PT, o PSDB, o PSB e algumas outras forças políticas. Portanto, isso tem que ser visto, talvez, como o início de um processo de aproximação e de conversas também entre esses dois principais pólos da política brasileira", disse ele em entrevista para Bóis Casoy, na Band FM. Segundo ele, a população de Belo Horizonte aprova essa aliança. "Acontece algo aqui que, talvez, ainda não seja perceptível em algumas outras partes do país que é, na verdade, a observância do sentimento da sociedade mineira. Em Belo Horizonte, uma pesquisa recente, feita há menos de duas semanas, mostra que 86% da população da cidade aprova a continuidade das relações da prefeitura municipal e do governo do Estado e gostaria que isso ocorresse pelos próximos quatro anos. Aprova, portanto, essa aproximação." Sobre sua relação com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), Aécio afirmou que tem um enorme respeito por seu eventual rival na disputa pela candidatura tucana à Presidência, em 2010. "O que falta não são candidatos, em todos os cantos, em vários partidos, muitos deles extremamente qualificados." Folha Online. 1903.