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sexta-feira, novembro 23, 2012
ÁSIA [In:] O MUNDO DE OLHOS e ''BURRAS'' ABERTOS
O século da Ásia, a cooperação
Autor(es): Alcides G. R. Prates |
Valor Econômico - 23/11/2012 |
O governo australiano divulgou ao final de outubro último um "Livro Branco" intitulado "A Austrália no Século Asiático". Entre as motivações do lançamento, a conclusão de que "no momento em que o centro de gravidade global transfere-se para a nossa região, a tirania da distância está sendo substituída pelas perspectivas da proximidade. A Austrália está localizada no lugar certo no momento certo - na região asiática no século da Ásia."
Um ano antes, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, assinara trabalho, publicado na edição de novembro de 2011 da revista "Foreign Policy", sob o título de "America"s Pacific Century". Tratava da mudança de foco na política externa dos Estados Unidos, voltado agora para a Ásia. Em janeiro de 2012, o presidente Barack Obama assinou a introdução a outro documento: "Sustentando a Liderança Global dos Estados Unidos: Prioridades para a Defesa no Século XXI", em que sublinha a "segurança e prosperidade da Ásia-Pacífico". No corpo do documento, de responsabilidade do Ministério da Defesa, está explicitado que os interesses econômicos e de segurança dos Estados Unidos estão "inextricavelmente ligados" ao que ocorre "no arco que se estende do Pacífico Ocidental e da Ásia do leste até a região do Oceano Índico e da Ásia Meridional".
Consequentemente, afirma o documento, enquanto a atuação militar americana "continuará a contribuir para a segurança global", também "teremos, por necessidade, que reequilibrar ("rebalance") na direção da região da Ásia Pacífico". Esta última frase está grifada pelos autores. Agora, em sua primeira viagem ao exterior depois de reeleito, o presidente Obama, coerente com a retórica dos citados documentos, participou, nos dias 19 e 20 de novembro, de reuniões associadas à cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), a saber, a 7ª Cúpula do Leste da Ásia e a 4ª Cúpula Asean-EUA, em Phnom Penh, no Camboja. Antes disso, esteve na Tailândia e em Myanmar. Foi acompanhado à região pelos seus ministros das relações exteriores e da defesa. Outros importantes líderes mundiais participaram das reuniões de cúpula da Asean e associadas.
Mesmo já sendo a região mais populosa do mundo, a Ásia, dentro de apenas alguns anos, será não apenas a maior produtora de bens e serviços no mundo, mas, a maior consumidora desses bens e serviços. Também abrigará a maioria da classe média mundial.
Ao mesmo tempo, o noticiário mundial sobre o 18º Congresso do Partido Comunista Chinês tem sido bastante amplo.
Toda essa atenção para a Ásia não é mera coincidência, naturalmente. Por exemplo, mesmo já sendo a região mais populosa do mundo, a Ásia, dentro de apenas alguns anos - conforme apontaram os australianos no citado documento, lançado em outubro último - será não apenas a maior produtora de bens e serviços no mundo, mas, igualmente a maior consumidora desses bens e serviços. Também abrigará a maioria da classe média mundial.
O Livro Branco australiano também se refere a dados sobre como, entre 2000 e 2006, cerca de um milhão de pessoas foram soerguidas do nível de pobreza por semana, no leste da Ásia.
Ainda nessa região, economias duplicaram a renda per capita, primeiramente numa década, mas depois prosseguiram para triplicar a renda na década seguinte. Para colocar em perspectiva, os autores lembram que, no auge da Revolução Industrial, o Reino Unido levou cinquenta anos para duplicar a renda per capita.
Desde níveis baixos em 2000, o comércio entre a América Latina e Caribe (ALC) e a Ásia cresceu, segundo estudo conjunto do Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Asiático de Desenvolvimento publicado este ano, à média anual de 20,5%, tendo alcançado US$ 442 bilhões em 2011. Nesse período, a participação da Ásia no comércio exterior da ALC passou de cerca de 10% para perto de 21%. Ao mesmo tempo, a participação da ALC no comércio da Ásia também cresceu, mas de cerca de apenas 2% para 4,4%, o que mostra a necessidade de mais empenho neste lado da relação.
E no Brasil? Temos dado atenção oficial compatível com nossos interesses a essa ascensão asiática (sendo a China, hoje, por exemplo, nosso principal parceiro comercial)? Parece-me que sim. Embora as forças de mercado tenham sido fundamentais para o notável aumento de comércio e investimentos entre a Ásia Pacífico e a América Latina e Caribe, a política externa brasileira vem ocupando, ao longo do processo, plena e ativamente, os espaços abertos à cooperação. Temos atuado nos planos bilateral, interregional e multilateral.
A presença brasileira no leste da Ásia tem sido constante, com sete embaixadas residentes e três cumulativas nos dez países da Asean, sem falar na tradicional presença no Japão, China, Índia e Coreia (mais recentemente inclusive na Coreia do Norte) e também nos dois países da Oceania mais atuantes internacionalmente, Austrália e Nova Zelândia. No plano interregional, O Brasil esteve, desde o início, há mais de uma década, entre os promotores do Focalal, o Foro de Cooperação entre a América Latina e o Leste da Ásia, tendo inclusive sediado em Brasília, em 2007, a terceira reunião ministerial do mecanismo, que hoje passa por uma revisão por um Grupo de Reflexão, com vistas à sua revitalização.
Na esfera multilateral, entre muitas outras iniciativas, merece registro um momento recente de significado verdadeiramente histórico. O Brasil estava também presente em Phnom Penh este mês, ocasião em que, às margens da acima citada cúpula e reuniões associadas da Asean, foi feito o depósito do instrumento de ratificação da adesão brasileira ao Tratado de Amizade e Cooperação da Asean (TAC). A aprovação legislativa ocorrera em maio último. O Brasil é o primeiro país latino-americano, e o segundo nas Américas, depois, somente, dos Estados Unidos, a ser aceito pela Asean como parceiro de "Amizade e Cooperação".
As bases parecem, assim, bem lançadas para continuarmos a aproveitar as oportunidades do "Século Asiático", o que não significa, contudo, que terão efeitos por si mesmas, sem esforços deliberados e persistentes numa conjuntura internacional difícil.
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Alcides G. R. Prates é diplomata, ex-Embaixador em Hanói e Manila. As opiniões expressas nesta matéria são de exclusiva responsabilidade do autor.
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terça-feira, março 18, 2008
MUNDO FINANCEIRO: O SOBE E DESCE DAS BOLSAS *
Nesta terça, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio fechou em alta de 176,65 pontos (1,49%), para 11.964,16. O índice Topix, que reúne todos os valores da primeira seção, subiu 13,98 pontos (1,21%), aos 1.163,63. Em Seul, o índice Kospi terminou o pregão com uma leve alta de 14,31 pontos (0,91%), aos 1.588,75. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 1,3% e em Mumbai o Sensex registrou alta de 1,4%. A Bolsa de Xangai foi a principal exceção e terminou a sessão com uma forte baixa, perdendo 3,96%, em um mercado preocupado com a inflação e vertiginosa alta dos preços das commodities. Investidores ficaram preocupados com a possibilidade de que o governo chinês continue adotando medidas de arrocho monetário para combater a inflação, como indicou o primeiro-ministro Wen Jiabao, reconduzido ao cargo no fim-de-semana. Às 8h56, o principal índice da Bolsa de Londres, o FSTE 100, subia 2,30%. O índice DAX 30 ganhava 2,40% em Frankfurt e o CAC 40 avançava 2,06% em Paris. Todos esses indicadores registraram na segunda-feira perdas da ordem de 3,5% a 4%, à medida que investidores vendiam suas ações para se proteger de um eventual agravamento na crise de crédito motivada pela venda de emergência do banco Bear Sterns.
Corte de juros
Analistas acreditam que um corte de juros básicos nos Estados Unidos poderia ter efeitos positivos nos mercados. Estima-se que a autoridade monetária anuncie um corte de 0,50 a 1 ponto percentual na taxa, hoje em 3% ao ano. Eles dizem que o Fed pode restabelecer a confiança dos investidores em um momento de economia desaquecida, sistema financeiro confuso e inflação baixa. Outro fator que deve influenciar o mercado nesta terça-feira é a divulgação dos balanços dos bancos Lehman Brothers e Goldman Sachs. A expectativa de novos números no vermelho levou as ações do Goldman Sachs a fechar com queda de 20% na segunda-feira, a maior retração dos papéis em um único dia.
Perdas mundiais
As perdas de segunda-feira nos mercados mundiais aconteceram após a compra do Bear Stearns pelo JP Morgan, patrocinada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Para os investidores, a queda da primeira grande vítima do mercado imobiliário americano elevou significativamente o risco de crise sistêmica no setor bancário, com a quebra de outras grandes instituições, como o Lehman Brothers. Além disso, na tarde de domingo, o Fed anunciou o corte de 0,25 ponto porcentual na taxa de redesconto para os bancos comerciais. Tudo isso reforçou as apostas de redução expressiva na taxa básica de juros nos Estados Unidos. A maioria espera redução de 1 ponto porcentual nos juros, para 2%. Mas há quem acredite em até 1,25 ponto para estancar a crise. A deterioração do cenário americano foi traduzida numa debandada geral dos investidores de aplicações de maior risco para ativos mais seguros, como o ouro. Na Europa, a maioria das bolsas terminou o dia com quedas superiores a 3%, movimento semelhante ao da Ásia. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuou 3,19% e acumulou perda de 6,06% no ano. (com BBC Brasil e Renée Pereira, de O Estado de São Paulo). 1803. Charge: Zé Dassilva.