A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
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sexta-feira, novembro 16, 2012
CHINA. PARTIDO COMUNISTA E O PODER
China terá grupo de viés conservador no comando
Autor(es): CLÁUDIA TREVISAN |
O Estado de S. Paulo - 16/11/2012 |
Novo chefe do PC, Xi Jinping terá mais poder que seu antecessor ao assumir país em março
Continuidade e conservadorismo são a marca do grupo de sete homens que vão dirigir a China pelos próximos cinco anos sob a liderança de Xi Jinping, apontado ontem como chefe máximo do Partido Comunista e da maior organização militar do mundo, que reúne 2,3 milhões de soldados. Ele assumiu o posto com mais poder que seu antecessor, Hu Jintao, que esperou dois anos pela transferência da chefia das Forças Armadas.
Em tese, isso lhe dará mais respaldo para conduzir o país em um momento de desaceleração econômica, aumento das tensões sociais e desgaste da imagem do partido em razão de escândalos de corrupção.
Xi Jinping, de 59 anos, comandará a China ao lado do advogado Li Keqiang, de 57, que entrou ontem em segundo lugar na fila de apresentação dos sete integrantes do novo Comitê Permanente do Politburo, o órgão de cúpula do Partido Comunista. Na simbologia de Pequim, a ordem revelava a posição de cada um na hierarquia.
Ambos dividirão o poder com cinco homens, todos mais velhos (mais informações nesta página). Como o partido prevê aposentadoria de seus líderes aos 70 anos, esse grupo sairá do Comitê Permanente do Politburo dentro de cinco anos, no próximo congresso da organização, quando Xi Jinping e Li Keqiang ganharão novos "camaradas" para seu segundo mandato.
Dois "jovens" reformistas cotados para integrar o grupo foram preteridos: Wang Yang, de 57 anos, idealizador do mais liberal "Modelo de Guangdong", e Li Yuanchao, de 61, diretor do Departamento de Organização do partido. "Os mais velhos tiveram prioridade e os mais novos terão de esperar", afirmou o analista político Chen Ziming, para quem a liderança anunciada ontem é claramente "conservadora".
Na avaliação de Bo Zhiyue, da Universidade Nacional de Cingapura, a nova composição do comando chinês reduz as chances de reformas de longo prazo. "Será difícil para eles adotar planos para além de 2017."
Existe uma pressão crescente em setores da sociedade chinesa por reformas na área política que aumentem o espaço para expressão de vozes divergentes e limitem a ação do partido. Do lado econômico também há forte defesa da retomada do processo de reforma e abertura, com o objetivo de reverter o movimento de expansão da influência do Estado registrado na gestão de Hu Jintao. "Isso é uma transição, não uma transformação", escreveu o analista político Russel Moses em coluna na edição online do Wall Street Journal. Em sua opinião, o resultado reflete a vitória dos que são favoráveis à ampliação do papel do Partido Comunista em setores que vão da economia à cultura.
O novo Comitê Permanente do Politburo demonstra ainda a influência do ex-presidente Jiang Zemin, antecessor de Hu Jintao, e o poder dos "principezinhos", o grupo formado por descendentes de revolucionários que participaram da guerra civil ao lado de Mao Tsé-tung - são quatro entre os sete. "Os principezinhos acreditam que o país naturalmente pertence a eles", observou o analista político Zhang Lifan, filho de um ex-ministro.
O maior expoente entre eles é Xi Jinping, filho de Xi Zhongxun (1913-2002), que entrou no Partido Comunista em 1928, sendo da primeira geração de líderes.
O único aliado de Hu Jintao na cúpula do partido anunciada ontem é Li Keqiang, que integra a facção da Juventude Comunista. Liu Yunshan divide sua lealdade entre os dois ex-presidentes.
A facção dos principezinhos sofreu um revés com o escândalo que levou à expulsão do partido de Bo Xilai, filho de Bo Yibo, chefe militar revolucionário que integrava o grupo de aconselhamento de Deng Xiaoping conhecido como "Oito Imortais". Preso desde março, Bo Xilai aguarda julgamento sob acusação de corrupção e abuso de poder.
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''CAIXINHA, OBRIGADO!" *
Contra a "caixinha"
Autor(es): PAULO DE TARSO LYRA e LEANDRO KLEBER |
Correio Braziliense - 16/11/2012 |
Partidos da base estão reticentes em ajudar o PT a pagar as multas aplicadas aos petistas condenados no STF
Os aliados do PT, tanto no plano político quanto nos movimentos sociais, estão reticentes à ideia de contribuírem com uma "caixinha" para pagar a multa dos petistas condenados no julgamento do mensalão. Ainda falta definir a punição do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), mas os débitos impostos a José Dirceu, José Genoino e ao ex-tesoureiro Delúbio Soares, divulgados na última segunda-feira, passam de R$ 1,4 milhão. "Ninguém nos procurou pedindo nada. Vamos esperar que eles se pronunciem", disse o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.
Na quarta-feira, o PT reuniu a Executiva Nacional para soltar a mais dura nota contra o Supremo Tribunal Federal (STF) desde que o julgamento começou, em 2 de agosto. Apesar dos ataques a um "julgamento político e a uma condenação sem provas concretas", em nenhum momento o documento oficial fala de "caixinha" para o pagamento das multas. Quem levantou a tese foi o secretário de Organização do PT, Paulo Frateschi.
Ele confirmou ao Correio que o partido não poderia arcar com o pagamento das multas, já que existem leis específicas para definir como as legendas podem utilizar seus recursos. Mas que os filiados, na qualidade de pessoas físicas, poderiam contribuir. "Eu serei o primeiro a contribuir e toda direção nacional fará o mesmo. Tenho certeza de que contaremos com o apoio de companheiros de outras legendas aliadas e dos movimentos sociais", completou o dirigente petista.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) lembra que as multas aplicadas até o momento pelo STF ainda poderão ser revistas pelo plenário. E que ainda não está definida também a maneira como esses pagamentos serão feitos. O futuro líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), já adiantou que seu irmão, José Genoino, não tem condições de arcar com o ônus imposto pelo Supremo. "Bens da família não podem ser penhorados. Então, é melhor esperar como isso vai desenrolar para depois definir as ajudas", acrescentou Teixeira.
O presidente nacional da Força Sindical e um dos dirigentes nacionais do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SP), também afirmou ao Correio não ter sido procurado por dirigentes petistas pedindo auxílio para o pagamento das multas. Mas que, se isso ocorrer, ajudará prontamente. "Tenho uma relação histórica e muito próxima com o Dirceu e o Genoino", completou.
R$ 325 MIL
Valor da multa aplicada ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. Ele pegou ainda oito anos e 11 meses de prisão
R$ 676 MIL
Total das multas que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu terá que pagar pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. Foi condenado também a 10 anos e 10 meses de cadeia
R$ 468 MIL
Somatório das multas aplicadas ao ex-presidente do PT José Genoino. O petista pegou ainda seis anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.
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(*) CAIXINHA OBRIGADO (Juca Chaves).
A mediocridade é um fato consumado
na sociedade onde o ar é depravado marido rico, burguesão despreocupado que foi casado com mulher burra mas bela o filho dela é político ou tarado Caixinha, obrigado!
A situação do Brasil vai muito mal;
Qualquer ladrão é patente nacional; Um policial, quase sempre, é uma ilusão E a condução é artigo racionado. Porém, ladrão... isso tem pra todo o Lado! Caixinha, obrigado!
O rock'n'roll, nesta terra é uma doença,
e o futebol, é o ganha pão da imprensa vença ou não vença, o Brasil é o maioral e até da bola, nós já temos general que hoje é nome de estádio municipal Caixinha, nacional!
a medicina está desacreditada
penicilina, já é coisa superada tem curandeiro nesta terra pra chuchu Rio de Janeiro tá pior que Tambaú e de outro lado, onde está o delegado Caixinha, obrigado!
Dramalhão, reunião de deputado
é palavrão que só sai pra todo lado Se um deputado abre a boca, é um atentado E a mãe de alguém é quem sofre toda vez No fim do mês... cento e vinte de ordenado. Caixinha, obrigado!
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O VERDADEIRO ''TIRO SAÍDO PELA CULATRA''
A frase disparada pelo último porquinho de Dilma acertou o pé do ministro da Justiça e matou a candidatura a uma vaga no STF
VÔOS DE ASA DELTA SOBRE CACHOEIRA DE ÁGUAS TURVAS *
Relatório liga cartel da Operação Águas Claras a Cachoeira e Delta
O Estado de S. Paulo - 16/11/2012 |
Empresários acusados de formarem cartel para fraudar licitações de autarquias e companhias de água em municípios de cinco Estados podem ter ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso em Brasília desde fevereiro.
Relatório de inteligência da Operação Águas Claras - missão integrada da Polícia Civil e do Ministério Público - revela que João Arthur Rassi, alvo da investigação, é irmão de Luiz Alberto Rassi, estabelecido em Goiânia e próximo a Cachoeira.
Interceptações telefônicas mostram negócios dos Rassi com o grupo do contraventor em 2011. Grampos expõem Luiz Alberto "negociando consórcios e divisões de lotes de licitações no Estado de Goiás com emissários de Carlinhos Cachoeira, mas que a decisão final dependeria de aval da Construtora Delta". João Arthur é dono da Construtora Santa Tereza.
A Operação Águas Claras identificou fraudes em pelo menos 16 contratos firmados por 29 empresários do setor de medição e leitura de consumo de água com administrações de municípios de São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Piauí e Goiás.
A investigação mostra que os empresários criaram a Associação Brasil Medição, com sede em São Paulo, supostamente com o fim de tramar ajustes de preços e editais para fraudar licitações. A Construtora Delta, carro-chefe do escândalo Cachoeira, é uma das 20 associadas da entidade.
O presidente da Brasil Medição, Joaquim Carvalho Motta Junior, é citado na operação. "Na qualidade de presidente da associação e em conluio com os demais sócios e diretores das empresas indicadas nestes relatórios, frustrou o caráter competitivo das licitações de que participou, promovendo acordos para o direcionamento das licitações e ajustes para a fixação de preços", afirma o relatório.
Segundo o Ministério Público, a associação "ocultava reuniões secretas onde os negócios escusos do bando eram combinados, sendo recolhidas evidências a respeito da conjuração existente entre as variadas pessoas jurídicas para burlar certames licitatórios, com o alijamento de quaisquer outras concorrentes".
Graduado em engenharia elétrica, Motta Junior preside o Grupo TCM, com atuação, desde 1992, na prestação de serviços de leitura e entrega de contas de água, gás e energia. Em recente entrevista a uma publicação especializada ele declarou que o objetivo da Brasil Medição é "congregar o mercado de serviços a fim de garantir a contínua evolução do setor e oferecer às companhias de saneamento, energia e gás, serviços de qualidade e gestão produtiva".
O vice de Motta Junior na Brasil Medição é o empresário Reynaldo Costa Filho, sócio da Allsan Engenharia, líder da organização, segundo a polícia. A Allsan é uma das maiores empresas do País na área de medição de consumo. Costa Filho foi preso por ordem judicial.
Escutas telefônicas indicam negociações entre ele e Lourival Nery, empresário piauiense e diretor financeiro da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), vinculada ao Ministério das Cidades.
Nery, por seu advogado Mário Roberto Pereira de Araújo, informou que possui uma empresa de consultoria que mantém contrato com a Allsan e negou irregularidades. / FAUSTO MACEDO
------ (*) Bridge Over Troubled Water (Simon and Garfunkel).
I'm on your side
When times get rough
And friends just can't be found
Like a bridge over troubled water
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PRESÍDIO. AJOELHOU TEM QUE REZAR
Força-tarefa para enfrentar caos na prisão
Força-tarefa em resposta às críticas |
Autor(es): RENATA MARIZ e HELENA MADER |
Correio Braziliense - 16/11/2012 |
Após o ministro da Justiça declarar que preferiria morrer a ir para a prisão, o governo montou uma comissão a fim de identificar os entraves e tirar da calamidade o sistema prisional do país.
Depois da repercussão no Supremo e do mal-estar dentro do Ministério da Justiça por conta das declarações de José Eduardo Cardozo, comissão vai percorrer presídios do país para identificar as falhas no sistema
Diante das declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que na última terça-feira disse preferir morrer a cumprir pena em um presídio brasileiro, o governo federal se viu obrigado a preparar uma força-tarefa para melhorar o sistema penitenciário do país. Uma comissão conjunta — formada por técnicos da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), ligada à Presidência da República, e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), vinculado à pasta de Cardozo — começará a se reunir já na semana que vem com os secretários responsáveis pelas unidades prisionais em cada estado. A ideia é levantar as principais necessidades de cada unidade da Federação e identificar os entraves que dificultam a aplicação de recursos da União no setor.
A agenda de reuniões será acertada na próxima segunda-feira. Um forte candidato a primeiro estado a ser visitado pela comissão federal é Santa Catarina, devido à suspeita de que a ordem para os ataques violentos (leia mais na página 7) que tomaram conta do estado nesta semana tenha partido de dentro do presídio de São Pedro de Alcântara, na região metropolitana de Florianópolis, como protesto contra abusos e tortura. O estado tem um 1,7 detento por vaga, mesma proporção do Brasil, onde o deficit chega a 208 mil, segundo o levantamento mais recente do Depen, divulgado em dezembro de 2011. O país abriga, no total, 514.582 presos.
Um dos principais desafios da comissão conjunta do governo federal será acelerar a aplicação dos recursos da União. Nos últimos três anos, o Ministério da Justiça deixou de investir R$ 673 milhões no Fundo Penitenciário Nacional. O governo federal previa destinar R$ 1 bilhão para manter e modernizar os presídios, mas só destinou R$ 284 milhões, o equivalente a 28% do previsto. Os dados são do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
As declarações do ministro, que o levaram a convocar uma coletiva no dia seguinte feita por videoconferência, já que Cardozo estava a trabalho no Peru, causaram um mal-estar dentro da pasta. As equipes do Depen que se empenham em colocar em prática o Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional, lançado há cerca de um ano pela presidente Dilma Rousseff, sentiram-se desrespeitadas pelo chefe. A ideia do departamento, porém, é aproveitar a repercussão das declarações de Cardozo para tentar fortalecer as ações em prol das unidades prisionais do Brasil. O ministro reconheceu que são frequentes casos de violações dos direitos dos detentos e que não há reinserção na sociedade. Cardozo disse ainda que em alguns presídios os presos ficam detidos em celas com fezes e sem espaço para dormir.
A frase de Cardozo gerou repercussão entre ministros do Supremo. Na sessão da última quarta-feira, Celso de Mello e Gilmar Mendes comentaram a situação do sistema penitenciário brasileiro. "Louvo as palavras do ministro da Justiça, mas lamento que ele tenha falado isso agora porque esse é um problema desde sempre", disse Mendes. O decano, Celso de Mello, também lembrou que a responsabilidade é da pasta. "É grande a responsabilidade do Ministério da Justiça na implementação dos grandes princípios e nas magníficas diretrizes contempladas na própria legislação de execução penal".
MobilizaçãoAtivistas na área de direitos humanos também querem aproveitar a mobilização em torno do tema para cobrar melhorias e investimentos. O diretor da Anistia Internacional Átila Roque diz que a entidade monitora os problemas do sistema carcerário há décadas e lembra que as prisões estão em situações degradantes e inumanas. "É chocante ver as próprias autoridades reconhecerem o estado calamitoso, trágico e vergonhoso do sistema penitenciário. Por outro lado, essa admissão é positiva, especialmente se ela for seguida de ações", lembra Átila Roque. "Espera-se que ele, como ministro da Justiça e como autoridade máxima da área, esteja preparado para dar os passos necessários para a solução do problema. A palavra dele deve trazer consequências e melhorias", acrescenta. A Anistia Internacional está concluindo um novo relatório sobre a situação carcerária do país.
Integrante do Conselho Nacional de Segurança Pública, ligado ao Ministério da Justiça, e assessor de direitos humanos do Instituto de Estudos Socioeconômicos, o advogado Alexandre Ciconelloafirma que é preciso uma reforma penal, além de mais investimentos, para acabar com o caos nos presídios. "O que o ministro falou é a mais perfeita verdade, o sistema carcerário é medieval e não ressocializa ninguém. Mas o que nos deixa perplexos e até sem esperanças é que essa declaração tenha vindo da pessoa que é responsável por solucionar a questão", comenta Ciconello.
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GENUFLEXÃO (''Ajoelhou tem que rezar'', é o ''código de ética'' no presídio)
Genoino mantém indefinição sobre vaga na Câmara
Valor Econômico - 16/11/2012 |
O ex-presidente do PT, José Genoino: perda de mandato só é automática com trânsito em julgado do processo
O ex-presidente do PT, José Genoino, ainda não definiu se assumirá a vaga de deputado federal na Câmara dos Deputados aberta com a posse do deputado Carlinhos Almeida (PT) como prefeito de São José dos Campos. Genoino foi o segundo suplente mais votado da coligação do PT nas eleições de 2010. A decisão será tomada até o fim do ano, já que, se decidir assumir o cargo, a posse será no dia 1º de janeiro.
De acordo com o advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, a decisão do ex-presidente do PT de assumir ou não a vaga na Câmara será tomada nas próximas semanas. Segundo ele, a perda do mandato de um parlamentar condenado é automática, mas só ocorre quando o processo transitar em julgado - ou seja, após a publicação do acórdão, do julgamento de todos os recursos possíveis e da publicação também dessas decisões. "Uma das decorrências de qualquer condenação criminal é a perda dos direitos políticos", diz. Assim, se o trânsito em julgado do processo do mensalão ocorrer durante o exercício do mandato, Genoino perde automaticamente o cargo.
A situação é diversa se o Supremo julgar que a perda de mandato deve ser imediata após a decisão do plenário - ou seja, se decidir antecipar essa sanção, como o fez no caso da apreensão dos passaportes dos 25 réus condenados, determinada pelo relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, na semana passada, diante do pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Na sessão de quarta-feira, Barbosa tentou votar a perda de mandatos para que o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, pudesse votar nesse item, já que foi sua última sessão no Supremo. Outros ministros, no entanto, argumentaram que o tema era muito complexo para ser votado no fim da sessão - entre eles o próprio Ayres Britto, Marco Aurélio Mello, Luiz Fux e Ricardo Lewandowski. Se a perda imediata do mandato for aprovada no plenário, a discussão deverá migrar para a Câmara, que decidirá se vai ou não acatar a decisão.
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STF. LIÇÃO DE CASA
A turma da toga
O Globo - 16/11/2012 |
A última segunda-feira bem que merece não ser esquecida na nossa história política. Por falta de memória, arquivo - e também por preguiça de pesquisar -, não posso garantir, mas aposto que nunca antes, em qualquer país do continente, o mais alto tribunal mandou para a cadeia, sem falar em multas de mais de um milhão de reais, um grupo tão numeroso de cidadãos que, alguns anos atrás, mandaram e principalmente desmandaram.
Foram 25 os condenados. Escapou alguém? Com certeza: sempre acontece. Mas deu para lavar a alma da plateia nacional, tão acostumada, coitada, a testemunhar a impunidade dos poderosos. Principalmente quando eles, ou aliados seus, estão no poder.
E é bom lembrar que o trabalho do Supremo Tribunal Federal (que nunca me pareceu tão supremo quanto agora) ainda não acabou: foi julgado o chamado núcleo político dos réus, e ficou faltando o núcleo financeiro. A simples existência desses dois grupos dá bem ideia de quanto era vasta e complexa a mutreta. Será mais difícil punir a turma do dinheiro? Ela terá mais experiência em não deixar rastros de suas negras façanhas? Vamos ver - e confiar em nossos supremos defensores.
Note-se, a propósito, que eles têm suas queixas. Esta semana mesmo, o presidente do STF, ministro Ayres Britto chegou às lágrimas, ao se despedir da presidência do Conselho Nacional de Justiça. Afirmou que o Poder Judiciário é o mais exigido e o menos perdoado - além de ser mal remunerado, não dispor de cargos de confiança, não poder fazer greve nem formar sindicatos. Em suma, seria o irmão pobre e sofredor do Executivo e do Legislativo.
Suas queixas com certeza espantaram a turma da arquibancada - mas resta saber se os irmãos ricos dos outros poderes vão tomar alguma providência a respeito. O momento não é dos melhores para que isso aconteça: o julgamento do mensalão certamente deixou de cabeça inchada muita gente da área política. A qual costuma não esquecer quando alguém balança o seu barco.
Mesmo quando a opinião pública aplaude entusiasticamente - podemos ter certeza disso - decisões da turma da toga.
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GASOLINA: CORREÇÃO PÓS-ELEIÇÃO 2012
Gasolina vai subir
Correio Braziliense - 16/11/2012 |
Nova York —
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, admitiu ontem que a estatal está discutindo com o governo um aumento da gasolina para reduzir a defasagem entre os preços internos e as cotações internacionais do produto. Segundo o executivo, a correção é necessária para viabilizar o programa de investimentos da empresa para o período 2012-2016, no valor de US$ 246 bilhões, mas ainda não há data prevista para o reajuste.
De acordo com Barbassa, os preços internos estão desalinhados desde o final de 2010, e esse é um dos motivos da queda de rentabilidade da Petrobras, que chegou a ter prejuízo de R$ 1,35 bilhão no segundo trimestre deste ano, o que não acontecia desde 1999. "A defasagem nunca foi tão grande como agora", disse ele, depois de fazer palestra a investidores estrangeiros em evento promovido pelo Bradesco BBI.
O executivo não detalhou qual seria o aumento necessário para reequilibrar o caixa da petroleira, nem se o realinhamento seria feito de uma só vez. Consultores independentes estimam uma diferença de 15% a 30% entre preços domésticos e internacionais.
O governo tem segurado os reajustes para evitar impacto na inflação, mas técnicos avaliam que pode haver espaço para um aumento dos combustíveis no fim deste ano, já que os Índices Gerais de Preços (IGPs) dos últimos meses têm projetado uma carestia mais controlada no futuro. De acordo com o Heron do Carmo, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), a correção poderia também ser dividida em etapas, sendo que um primeiro reajuste em dezembro teria os efeitos inflacionários diluídos entre os índices de 2012 e 2013.
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COBRA CRIADA
PCC COBRA DÍVIDA COM MORTE DE POLICIAIS
PCC TROCA DÍVIDAS POR EXECUÇÃO DE POLICIAIS E DÁ PRAZO DE 24H PARA PAGAR |
Autor(es): ARTUR RODRIGUES, MARCELO GODOY |
O Estado de S. Paulo - 16/11/2012 |
Investigações da Polícia Civil apontam que bandidos em dívida com o Primeiro Comando da Capital (PCC) são obrigados a pagar o que devem executando policiais civis, militares e agentes prisionais. Três casos solucionados nas últimas 24 horas confirmaram as suspeitas da polícia. Na Região Metropolitana, depois de duas noites com queda no número de homicídios, foram registrados 8 mortos e 12 feridos a tiros. Em Araraquara, cinco pessoas foram executadas. Já em Santa Catarina, houve a primeira morte após o início da onda de ataques no Estado.
Três crimes desvendados nas últimas 24 horas mostram como a facção criminosa tem organizado atentados contra os agentes públicos
Três crimes desvendados nas últimas 24 horas mostram que criminosos da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) estabeleceram prazos para que as ordens de assassinar policiais sejam cumpridas em São Paulo. As investigações confirmam a suspeita de que bandidos em dívida com a facção são obrigados a pagar o que devem por meio da execução de policiais civis e militares ou de agentes prisionais.
As confissões dos assassinos do PCC foram gravadas em vídeo pela polícia - um deles foi feito pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o outro pelo Delegacia de Juquitiba, na Grande São Paulo. As confissões corroboram as conversas telefônicas interceptadas pela polícia nas quais líderes da facção deram a ordem de matar a seus subordinados - o Deic tem em seu poder os áudios das ordens para matar os PMs Flávio Adriano do Carmo e Renato Ferreira da Silva Santos.
Um das confissões gravadas é a de Jefferson Luis de Miranda, de 32 anos. Acusados de roubos e de um latrocínio, Miranda foi preso ontem em Peruíbe, no litoral paulista, onde se escondia. O acusado apontou como mandante o "sintonia-geral de Carapicuíba", o chefe da facção na região. Afirmou que, para quitar sua dívida de R$ 10 mil com o grupo, devia matar um policial militar. O prazo para que cumprisse a determinação era de dez dias. O tempo passou e Miranda não achou um PM. Recebeu, então, novo prazo: em 24 horas ou matava ou seria cobrado pela facção.
Diante disso, Miranda pediu ajuda a um amigo. Segundo o delegado Josimar Ferreira de Oliveira, esse amigo é Valmir Fernandes, de 28 anos. Fernandes indicou o investigador João Antônio Pires, e a facção permitiu que, em vez de um militar, ele matasse um policial civil. Apanharam-no quando Pires saía de um mercado em 5 de outubro.
O investigador carregava duas sacolas, quando os bandidos chegaram em uma moto. Miranda estava na garupa e atirou. Câmeras filmaram o policial tentando fugir- ele correu para o mercado e foi perseguido pelo acusado de arma em punho. O criminoso acertou 16 vezes o investigador - os últimos balaços foram disparados com a vítima imóvel e indefesa, caída no chão. Fernandes foi preso no dia 8 e negou a acusação. Ele e Miranda são mais dois candidatos a uma cela em um presídio federal, como os demais presos por matar policiais.
"Foi o Comando". Como ele, também deve ser mandado para a penitenciária de Rondônia o empresário Leandro Rafel Peraira da Silva, o Leo Gordo, de 28 anos. Dono de uma empresa de transporte coletivo, foi ele quem deu a ordem para matar os PMs Carmo e Santos, de acordo com a investigação do Deic. Ao ser indagado de quem havia recebido a ordem para matar os policiais, respondeu aos homens do Deic: "Foi o Comando".
Leo Gordo não disse quem do comando do PCC deu a ordem. Só contou que ela veio por escrito. Leo era o responsável pela "quebrada" do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. Ele devia "cobrar a rua" para que as ordens fossem cumpridas. A ele deram dez dias para que matasse dez policiais. Matou dois. Depois, deram-lhe mais 24 horas para fazer o que faltava. Falhou.
Foi preso anteontem com o empresário Wellington Alves, dono de uma fábrica de molduras. Além das mortes, serão acusados de lavagem de dinheiro e tráfico - o Deic pedirá o sequestro de seus bens. Além de Leo Gordo, Alves e Miranda, outros dois acusados de atentados a PMs foram presos e um suspeito morto ontem
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TEMPLO EM RUÍNAS...
Tempos sombrios, tempos petistas
PIBINHO. LÁ E CÁ
Crescimento medíocre com inflação
Autor(es): Márcio Garcia |
Valor Econômico - 16/11/2012 |
O cenário econômico internacional permanece sombrio, com a Europa estagnada, os EUA ameaçados de ter de se impor uma contração fiscal excessiva que poderá reverter sua frágil retomada e o dínamo chinês desacelerando. No Brasil, a política econômica vem provendo extensa coleção de estímulos monetário, creditício e fiscal, visando estimular o crescimento do PIB. Poderão tais políticas ter o efeito que delas se espera sem colocar em risco o controle da inflação?
Conquanto nossos policy-makers falem frequentemente na necessidade de se criar condições que estimulem o investimento e o aumento da produtividade, a maior parte das medidas que vêm sendo tomadas têm se dirigido a estimular o consumo. Do lado da política monetária, o Banco Central (BC) cortou a Selic para 7,25% e sinalizou que a manterá inalterada por longo período. Tal mensagem foi devidamente entendida pelo mercado, que reduziu para os mesmos 7,25% a previsão para a Selic em 2013. Mas é preciso ter em conta que, sobretudo num país no qual o crédito ao investimento corresponde, em grande parte, a empréstimos subsidiados do BNDES, o impacto da redução dos juros é principalmente o de aumentar o consumo e a demanda por ativos reais, elevando seus preços.
O crédito concedido por bancos públicos vem crescendo a taxas muito elevadas, acima de 20% ao ano. Mas o mesmo não vem ocorrendo com o crédito concedido por bancos privados. O que se teme é que tal diferença de comportamento entre bancos públicos e privados esteja refletindo relaxamento dos padrões de concessão de créditos por parte dos bancos públicos. Se for esse o caso, já se sabe quais deverão ser as consequências. Inadimplência, que já vem crescendo, e fortes impactos fiscais negativos, como já ocorreu no passado quando o Tesouro Nacional (TN) teve de voltar a injetar capital nos bancos públicos.
Sem avanço nas reformas estruturais, a economia continuará tendo um desempenho pífio
Do lado fiscal, desonerações ad hoc têm beneficiado diversos setores. Por seu caráter temporário, não deveriam impactar decisões de longo prazo de investimento, e, de fato, parecem não estar cumprindo tal papel. Mas vêm afetando a receita tributária, tornando inviável o cumprimento da meta fiscal, obrigando o governo a voltar a recorrer a artifícios contábeis, como o recurso a pagamentos de dividendos mais generosos pelas estatais.
Devido à redução da Selic, um superávit primário mais baixo poderá manter a dívida líquida em queda. No entanto, caso o governo insista em expandir suas políticas, até a trajetória declinante da dívida líquida pode vir a ser ameaçada. Em particular, o custo dos juros para financiar o elevado nível das reservas cambiais e os empréstimos subsidiados do Tesouro Nacional ao BNDES constitui importante ônus fiscal. Tais despesas fiscais deveriam ser explicitadas nas contas públicas, mas ficam mascaradas no aumento da taxa de juros implícita da dívida líquida, que deve fechar 2012 acima de 14%, a despeito da queda da Selic. Naturalmente, o impulso fiscal alia-se aos impulsos monetário e creditício, promovendo expansão da demanda.
A inflação vem se mantendo em patamar relativamente alto. O BC parece ter recuado para o objetivo mais complacente de apenas impedir que ultrapasse o teto da banda (6,5%). Mas mesmo o desempenho medíocre no controle da inflação só foi possível graças a diversos fatores excepcionais, como a reponderação do índice de inflação (IPCA) pelo IBGE e as já aludidas desonerações fiscais, que baratearam temporariamente vários produtos. A manutenção do preço da gasolina, às custas de reduções tributárias (CIDE) e impactos negativos sobre a capacidade de investimento da Petrobras, vem sendo outro importante instrumento artificial de contenção inflacionária. Essa forma distorcida de condução da política macroeconômica vem sendo rotulada de administração tributária da inflação!
Assim, a economia brasileira cresce pouco, mas a inflação continua mais alta do que deveria. Os diversos estímulos de demanda já colocados em prática não lograram impulsionar a oferta, sobretudo na indústria, que ainda não recuperou o nível de produção pré-crise de 2008. Parte da fraqueza na reação da oferta deve-se ao mercado de trabalho muito aquecido. O crescimento entre 2003 e 2011 beneficiou-se da incorporação de significativo contingente de mão-de-obra, com a taxa de desemprego caindo de 12,3% para 6%. Agora, que já atingimos o pleno emprego, a incorporação de novos trabalhadores terá necessariamente que se dar de forma mais lenta, diminuindo o crescimento do PIB. Ou seja, a elevada taxa média de crescimento verificada entre 2004 e 2008, acima de 4% ao ano, supera nossa real capacidade de crescer a longo prazo, a menos que venham a ser implementadas mudanças estruturais profundas na economia brasileira.
O mercado de trabalho aquecido mantém salários em alta. Setores que não sofrem da concorrência externa, tipicamente produtores de serviços, conseguem repassar tais custos para os consumidores. Por isso, a inflação de serviços situa-se, desde 2010, ao redor de 8% ao ano. Já a indústria, que tem que manter seus preços em linha com os da concorrência externa, vem tendo menos sorte.
Se, como parece ser o caso, a taxa de crescimento que podemos atingir no longo prazo, sem reformas estruturais, estiver em torno de 3 ou 3,5% ao ano, maiores estímulos de demanda ou um cenário internacional mais favorável devem trazer de volta ameaças inflacionárias. Nesse caso, o BC vai ter de agir, ou aceitar a elevação da inflação.
Em qualquer caso, é frustrante que, quase no final da primeira metade do mandato da presidente Dilma Rousseff, tão pouco se tenha avançado nas reformas estruturais de nossa economia, e o investimento continue a patinar, comprometendo o crescimento econômico.
Márcio G. P. Garcia, PhD por Stanford e professor do departamento de Economia da PUC-Rio, escreve mensalmente às sextas-feiras (www.http:www.econ.puc-rio.br/mgarcia)
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OS NOVOS COLOMBOS
Corrida acelerada por terras agrícolas
Autor(es): Por Assis Moreira | De Cádiz (Espanha) |
Valor Econômico - 16/11/2012 |
Maior parte dos aportes é na África; no Sudão (foto), há apostas brasileiras
A corrida por terras agrícolas levou investidores estrangeiros a adquirir pelo menos 83 milhões de hectares em países em desenvolvimento de 2000 a 2010, de acordo com análise do Deutsche Bank baseada em dados do Land Matrix, uma base pública de dados sobre negócios do gênero.
O total calculado equivale a 1,7% da área agricultável global. Para efeito de comparação, o plantio de grãos no Brasil, um dos principais exportadores mundiais do setor, tende a ocupar pouco mais de 50 milhões de hectares na safra 2012/13, que está sendo semeada.
O próprio Brasil é um dos alvos da cobiça estrangeira, liderada especialmente por países com problemas de oferta de água como China, Arábia Saudita, Kuait, Qatar e Bahrein, ou por investidores privados dos EUA. Segundo o estudo, as compras de terras brasileiras, que passaram a ser limitadas nos últimos anos, somaram 2,6 milhões de hectares na década passada.
Mas, ao mesmo tempo, investidores do Brasil engrossam os aportes. Estão entre os que adquiriram terras na África, com destaque para o Sudão, visando ao plantio de soja, algodão e outras commodities agrícolas, mas a preferência continua ser apostar as fichas em países vizinhos, como Paraguai e Bolívia.
Os investimentos globais são guiados por tendências de longo prazo, como o crescente consumo de alimentos e biocombustíveis num cenário de disponibilidade limitada de terras aráveis, água e energia. De acordo com o banco alemão, o objetivo desses investidores é justamente assegurar acesso a alimentos e água, além de obter retorno financeiro como um ativo alternativo. Boa parte da produção nessas terras é para exportação.
Dois terços dos países-alvo das transações terão um aumento no consumo de água estimado em mais de 12% como resultado dessas grandes aquisições de terras.
Diante da falta de transparência nesse tipo de investimento, o banco considera "confiável" pelo menos metade das transações relatadas - o que significa a compra por estrangeiros de 32,7 milhões de hectares, o equivalente aos territórios de Alemanha, Bélgica e Holanda juntos, ou 0,7% das terras agrícolas do planeta.
O estudo mostra que, se entre os investidores privados destacam-se os americanos, entre os estatais são os do Golfo Pérsico que despontam. Mais recentemente é que se fortaleceram os aportes no exterior de investidores de países como China (boa parte estatais), Brasil, África do Sul, China e Índia, entre outros emergentes da Ásia. O amplo envolvimento de emergentes é também considerado sintomático das novas tendências nas relações Sul-Sul.
Para o Deutsche Bank, investimentos privados na agricultura em outros países fazem sentido, já que até 2050 serão necessários aportes de US$ 83 bilhões ao ano, em média, para incrementar a produção, 50% maior que montante atual.
Na África, as aquisições por estrangeiros entre 2000 e 2010 representaram 4,8% das terras agrícolas do continente, ou uma área equivalente à do Quênia. Na América Latina, os estrangeiros compraram, segundo o estudo, 1,2% das terras agrícolas, enquanto na Ásia o percentual ficou em 1,1%.
A maioria dos alvos dessas transações são países exportadores líquidos de alimentos, com frágil governança no setor de terras e outros problemas, como a corrupção.
O banco aponta "riscos significativos" associados a investimentos em terras agrícolas. O principal desafio é o respeito aos direitos econômicos e sociais das populações locais, além da preservação da sustentabilidade ambiental.
Mas, para o Deutsche, há evidências de que modelos de cooperação entre investidores e pequenos agricultores também podem funcionar - um exemplo é a garantia da compra da produção. Conforme a instituição, parcerias como essas podem beneficiar a produtividade e reduzir a pobreza sem necessariamente envolver transferência de terra.
Para os "financistas", diz o banco, investimentos em terras agrícolas são atraentes por várias motivos. A começar pela boa perspectiva de lucros no longo prazo, diante do previsto aumento da demanda por alimentos, que deve elevar os preços. O retorno varia dependendo da região e do tipo da terra, e pode chegar a 20% na África e a até 30% no Brasil.
Em consequência da escassez de terras - e apesar dos limites às aquisições por estrangeiros em países como o Brasil -, os preços estão em ascensão (ver Contexto ao lado). Negócios como sequestro de carbono e outros serviços ambientais (diversidade, disponibilidade e qualidade de água, etc.) podem elevar ainda mais os valores.
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HYDRA
TOFFOLI DEU PENA ALTA A RÉU EM 2010
UMA CABEÇA, DUAS SENTENÇAS |
Autor(es): agência o globo:Francisco Leali |
O Globo - 16/11/2012 |
Toffoli, que critica pena alta para mensaleiros, aplicou punição pesada em caso semelhante
BRASÍLIA
O ministro Dias Toffoli, que anteontem fez discurso duro para reclamar das elevadas penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos réus do mensalão, é dono do voto que levou à mais alta condenação já imposta pela Corte. O caso é do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), condenado a 13 anos, quatro meses e dez dias de prisão em outubro de 2010. Toffoli era o revisor do processo e a ministra Carmén Lúcia, a relatora. No final daquele julgamento, prevaleceu a proposta do revisor para o crime mais grave, o peculato. A pena ficou um pouco menor do que a proposta original da relatora, mas ainda bem acima do que já apareceu para o mesmo crime no caso do mensalão. O deputado Donadon, que até hoje mantém o mandato porque seu recurso ainda não foi julgado pelo STF, também fora condenado por formação de quadrilha.
Embora as decisões em ações penais sempre levem em consideração as particularidades de cada caso, o processo contra Donadon e o do mensalão guardam muitas semelhanças. O hoje deputado foi acusado de desviar recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia no final da década de 90, quando era o diretor financeiro da instituição. Segundo o processo, R$ 8,4 milhões foram repassados para uma empresa de publicidade que não prestou serviços à Assembleia. No processo do mensalão, Marcos Valério, dono da agência SMP&B, foi condenado por peculato duas vezes. Uma por desvio de recursos da Câmara dos Deputados, outra por desvios no Banco do Brasil. O ex-presidente Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), e o ex-diretor de Markenting do BB Henrique Pizzolato foram condenados pelo mesmo crime.
Anteontem, Toffoli se exaltou ao dizer que o STF não poderia usar, em 2012, parâmetros da época da inquisição. E defendeu que o caso do mensalão não abalou a República, sustentando que a melhor punição para os réus era o ressarcimento ao erário. Entre os condenados com penas já definidas pela Corte está o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que até hoje se declara amigo de Toffoli. No início do governo Lula, Dias Toffoli, que já fora advogado do PT, era subordinado direto de Dirceu.
Há dois anos, a ministra Carmén Lú cia propôs que o deputado Donadon fosse condenado a dois anos e três meses de prisão por formação de quadrilha. O revisor Toffoli sugeriu a mesma pena, aprovada pela maioria dos ministros do Supremo. No mensalão, a pena seguiu critérios parecidos. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente do partido José Genoino foram condenados à mesma pena: 2 anos e três meses. Toffoli não votou porque tinha absolvido os dois réus nesse item.
Valério teve pena agravada
No caso do crime de peculato, ainda não se conhecem as penas de João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato. Mas a de Marcos Valério está definida. Foram 4 anos e oito meses por conta de desvios na Câmara dos Deputados e 5 anos, 7 meses e seis dias no caso do Banco do Brasil. Essa segunda condenação foi mais alta porque incidiu a figura do crime continuado. Por isso, Valério teve a pena agravada em dois terços. Os parâmetros de cálculo são os mesmos utilizados para o caso Donadon há dois anos. Com uma diferença: a pena para o deputado foi maior que a de Valério.
Na época, a relatora Carmén Lúcia definiu pena de 13 anos e nove meses para o crime de peculato. Foi seguida por Joaquim Barbosa e Ellen Gracie. Toffoli, que hoje reclama que o STF está pesando a mão no caso do mensalão, reduziu um pouco. Propôs 11 anos e um mês. Pena que foi seguida pela maioria dos ministros. No cálculo, Toffoli foi mais duro do que Joaquim Barbosa no mensalão. Barbosa propôs para Marcos Valério pena base de quatro anos. Elevou para quatro anos e oito meses por conta de agravante e somou ainda mais dois terços, chegando a cinco anos, sete meses e seis dias. Em outubro de 2010, Toffoli já começou de um patamar mais alto: pena base de cinco anos. Por conta de agravante elevou esse valor para seis anos e oito meses. Como Donadon era acusado de patrocinar 22 repasses para a empresa que desviou dinheiro da Assembleia, o valor também foi aumentado em dois terços, chegando a 11 anos, um mês e dez dias.
"As provas que instruem este processo revelam a extrema censurabilidade do comportamento do agente e, em igual medida, a reprovabilidade de sua conduta. Pessoa que, valendo-se do fato de seu irmão, deputado Marcos Donadon, ser o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, aderiu a verdadeiro estratagema para desvio de recursos públicos, por intermédio de empresa de fachada irregularmente contratada para prestação de serviços de publicidade", justificou Toffoli, em seu voto. Ele ainda acrescentou que o réu agiu "como seus interesses pessoais estivessem acima de todas as diretrizes e regras traçadas pela lei".
Procurado para falar dos dois processos, Toffoli não foi localizado.
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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Bombardeios de ambos os lados deixam 3 israelenses e 19 palestinos mortos. No território controlado pelo Hamas, 270 alvos foram atingidos. O grupo reagiu disparando mais de 250 foguetes junto com a Jihad Islâmica
A maior região metropolitana de Israel se viu ameaçada por foguetes disparados de Gaza, concretizando o temor de que o alcance dos projéteis do Hamas esteja aumentando. Embora o Exército negue, moradores de Tel Aviv relataram ter ouvido as explosões. Centenas de disparos, de lado a lado, deixaram três mortos em Israel e 19 em Gaza. Sob pressão para mediar uma trégua, o Egito envia seu premier hoje a Gaza, enquanto Israel promete ampliar a ofensiva. (Págs. 1, 25 e 26)
Pequenas vítimas
Eles não pegam em armas, mas se tornaram vítimas do confronto. O filho de 11 meses de um jornalista da BBC e uma menina de 10 meses morreram nos bombardeios à Faixa de Gaza. Do lado israelense, um bebê foi ferido. (Págs. 1 e 26)
O ministro Dias Toffoli, que considerou elevadas as penas impostas pelo STF aos réus do mensalão, usou do mesmo rigor quando foi relator do caso do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), em 2010. O deputado foi acusado de desviar recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia. A pena atribuída por Toffoli a Donadon pelo crime de peculato foi maior do que a aplicada ao mesmo crime no mensalão. A pena-base proposta por Joaquim Barbosa para Marcos Valério no mensalão foi de quatro anos. Toffoli pediu cinco para Donadon. (Págs. 1 e 3)
O governo programou para o próximo ano uma injeção recorde de dinheiro do Tesouro Nacional na Infraero, a estatal que administra os aeroportos federais. O projeto orçamentário no Congresso prevê que a empresa receba R$ 1,7 bilhão.
Trata-se de um valor 120% superior, já descontada a inflação, ao último grande aporte de recursos à estatal — R$ 565 milhões em 2007, quando havia uma crise provocada por acidentes e conflitos entre governo, militares e controladores.
A maior parte do dinheiro agora está destinada a obras a serem concluídas até a Copa do Mundo de 2014. Neste ano, os projetos em terminais estão lentos. De R$ 2 bilhões programados até dezembro, só R$ 590 milhões foram gastos até agosto.
Segundo a Infraero, o aporte se deve à perda de capacidade de investimento da empresa após a concessão de três dos seus principais aeroportos — Guarulhos, Campinas e Brasília respondiam por quase 40% das receitas totais. (Págs. 1 e Mercado B1)
Hoje começa 22ª Cúpula Ibero-americana, na qual a presidente Dilma deve criticar as medidas de austeridade na região. (Págs. 1 e Mundo A13)
O caso mais grave foi em Araraquara, onde cinco pessoas foram assassinadas.
Em Leme, criminosos atearam fogo a uma creche e a uma base da Guarda Civil, além de cinco veículos.
Em Santa Catarina, mais dois ônibus foram incendiados em Florianópolis e Itajaí. Um homem foi morto em troca de tiros com a polícia em Itapema. (Págs. 1 e Cotidiano C1 e C3)
De perfil conservador, o novo Comitê Permanente, que governará o país nos próximos cinco anos, terá sete membros. (Págs. 1 e Mundo A10 e A11)
A violência entre Israel e Hamas cresceu ontem, com bombardeios na Faixa de Gaza e disparos de foguetes contra o sul e o centro de Israel - incluindo, pela primeira vez em duas décadas, a região de Tel-Aviv. Um dos 150 projéteis disparados pelos palestinos atingiu uma casa e matou três civis israelenses. Do outro lado, o número de mortos variava de acordo com as fontes: alguns falavam em cinco vítimas palestinas. Outros, em até dez. Sirenes de alerta não soavam na maior cidade e principal centro econômico de Israel desde a Guerra do Golfo, em 1991. O governo israelense anunciou convocação de 30 mil reservistas. O estopim da nova onda de violência ocorreu quarta-feira, após Israel matar o principal comandante militar do Hamas, Ahmed Jabari. O Conselho de Segurança da ONU discutiu ainda na quarta-feira a escalada de violência em Gaza, mas não houve acordo entre EUA e países árabes. (Págs. 1 e Internacional A10)
Fotolegenda: Dor e incerteza
Palestinas em Gaza: panfletos israelenses alertam população para que ‘fique longe’ do Hamas.
Análise: Celso Ming
Eurorrecessão
A recuperação da área do euro teria sido mais fácil se o bloco convergisse para unidade política. Na falta do superacordo, sobra o sacrifício. (Págs. 1 e Economia B2)
Geraldo Alckmin
Governador de São Paulo
“São Paulo tem os menores índices de homicídio do País"
Fotolegenda: Contra a violência
Parentes e amigos depositaram 92 cruzes no vão do Masp em memória de policiais mortos e depois fizeram uma passeata.
O orgulho do povo de Amapá é ser a única capital brasileira banhada pelo Rio Amazonas. Nem Manaus nem Belém podem ostentar o título. (Págs. 1 e Caderno 2, D10)
Se Brasília novamente ceder à pressão, mais um prego será cravado no caixão do Mercosul. (Págs. 1 e A3)
Wilson de Pádua Pires, 54 anos, ia se aposentar em seis meses. Na tarde de ontem, ele e o colega José dos Santos Neto, 58 anos, foram escalados para concluir um reparo nos transformadores da Companhia Energética de Brasília instalados no subsolo do Ministério do Esporte. No momento em que a dupla ligou os aparelhos, veio a explosão. Wilson Pires recebeu atendimento emergencial ainda na Esplanada, mas morreu após sofrer paradas cardiorrespiratórias, traumatismo craniano e queimaduras. Com lesão respiratória, José dos Santos está sedado em uma Unidade de Terapia Intensiva. Além de socorrerem as vítimas, os bombeiros combateram durante duas horas um incêndio no prédio. Defesa Civil apontou falha no sistema antifogo da subestação da CEB no ministério. (Págs. 1 e 19)
A licença prévia concedida pelo Ibama, conforme apurou o Valor, contempla a construção de um terminal de uso privativo da empresa Bahia Mineração (Bamin) e de um terminal de uso público. As duas estruturas serão usadas para o transporte de minério de ferro, soja, etanol e fertilizantes, entre outros granéis sólidos. (Págs. 1 e A2)
O levantamento aponta que mais da metade das empresas industriais atingiu ou ultrapassou seu limite de endividamento no segundo trimestre do ano. Do total, 37% estão com a alavancagem no limite e 16% acima dele. Das empresas que tomaram crédito, 30% consideraram o valor emprestado menor do que o necessário. "Ainda há dificuldade de acesso ao crédito", diz Renato da Fonseca, gerente-executivo da unidade de pesquisa da CNI. (Págs. 1 e A3)
Ele contou ao Valor, à margem do foro sobre empresas ibero-americanas, que está montando o que chama de "Cisneros China" inicialmente com o China Construction Bank Corporation, que tem participação estatal e é um dos maiores do país. Os planos para o Brasil incluem commodities para exportação, de petróleo a produtos agrícolas. Cisneros disse que está "perto de assinar" o projeto de investimento no Brasil com os chineses. Haverá também sócio local. "Não será o Eike Batista, que é meu amigo, mas há grupos locais interessados", afirmou. (Págs. 1 e A11)
Com o acordo, o EAS passa a ter encomendas que garantem a ocupação da capacidade instalada até 2018, considerando-se também a construção de sete sondas de perfuração contratadas pela Sete Brasil por US$ 5,2 bilhões. (Págs. 1 e B8)
O Brasil é um dos alvos da cobiça estrangeira, liderada por China, Arábia Saudita, Kuait, Qatar, Bahrein e investidores dos EUA. As compras de terras brasileiras somaram 2,6 milhões de hectares no período. Para o banco, o objetivo dos investidores é garantir acesso a alimentos e água. (Págs. 1 e B12)
Uma pesquisa na jurisprudência do TST, feita pelo Valor, mostra que pleitos de indenização pelo não recebimento de relógios de ouro e outros benefícios oferecidos a funcionários antigos não são incomuns. Em maio de 2011, a 6ª Turma do TST decidiu que a Volkswagen deveria pagar a um ex-diretor o valor equivalente ao distribuído aos funcionários que completam 35 anos na empresa. (Págs. 1 e E1)
Segundo Doug McMillon, presidente do Walmart International, o aumento do lucro operacional caiu de 12,5% para 6,8% devido às provisões no Brasil.
As vendas brutas do Walmart no país cresceram 11%, taxa superior à do Grupo Pão de Açúcar (9,5%), mas um pouco abaixo do Carrefour (11,3%). As vendas nas mesmas lojas cresceram 6,6% e o tíquete médio, 9,8%. (Págs. 1 e B1)
O euro e a integração da Europa não têm marcha a ré. São absolutamente imprescindíveis. Não existe plano B. (Págs. 1 e A13)
Márcio Garcia
A economia brasileira cresce pouco, mas ainda assim a inflação continua mais alta do que deveria. (Págs. 1 e Al3)