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sexta-feira, agosto 23, 2013

PETROBRAS: ''O QUE FOI FEITO DE VERA, DEVERAS!!'' (Milton Nascimento)

Jornais
23/08/2013
Por mês, Petrobras perde R$ 700 milhões


Para reduzir o prejuízo da estatal com o dólar caro e o controle de preços, o governo pode aumentar os combustíveis em até 10%

VICTOR MARTINS
» SÍLVIO RIBAS

A chance de a gasolina e o diesel sofrerem aumento nos próximos dias ficou ainda mais provável e já deixa consumidores apreensivos. 

A política de combate à inflação via controle dos preços e a incapacidade da Petrobras em atender a demanda nacional de combustíveis apertaram o caixa da estatal de forma insustentável. O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) estima prejuízo mensal de R$ 700 milhões para a companhia em razão da defasagem dos preços dos combustíveis. “A empresa precisa de fôlego”, resumiu José Maria Rangel, representante dos empregados no conselho de administração.

O estresse, que já dura cinco anos, atingiu o auge nos últimos dias com o dólar alcançando patamar acima de R$ 2,40. A esse nível, a diferença entre os preços do combustível importado e o cobrado dos consumidores chega a 30%, segundo cálculos do mercado. Esse descompasso, no entanto, só poderia ser eliminado de forma escalonada, mas, de olho na inflação, o governo considera um reajuste de, no máximo 10%, ou menos que isso. 
Os rumores sobre o aumento ganharam força na quarta-feira, após a notícia de que a presidente Dilma Rousseff havia definido os reajustes naquele dia, em reunião, no Palácio da Alvorada, com a presidente da Petrobras, Graça Foster, que seguiu para uma viagem à China. A situação é agravada porque a estatal terá, em breve, de desembolsar bilhões de dólares em razão de ser a única operadora em todos os leilões do pré-sal, participando com pelo menos 30% dos investimentos.

O porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, descartou que o reajuste dos combustíveis tenha estado na pauta do encontro. Mesmo assim, as ações da estatal dispararam no pregão de ontem, refletindo a esperança e o alívio dos investidores. “Em um horizonte até 2015, quando as refinarias do Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará devem entrar em operação, a Petrobras continuará dependendo das importações de gasolina para atender a demanda crescente”, observou Hernani Chaves, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e estudioso do setor.

Segundo o professor, a empresa está pagando o preço do “longo congelamento” dos combustíveis. “Quando mais se demora a corrigir preços, piores as consequências”, resumiu. Ele lembra que também está pesando sobre a decisão praticamente inevitável da presidente Dilma Rousseff de alterar as tabelas o fato de terem se esgotado os poucos instrumentos fiscais e operacionais de que o governo dispõe para compensar as perdas da petroleira sem afetar o bolso do cidadão.

Inflação
O diesel foi reajustado duas vezes este ano, com altas de 6,6% em janeiro e de 5% em março, enquanto a gasolina subiu 5,4% só em janeiro. O Planalto tentou amenizar o impacto dessas mudanças no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) elevando, a partir de maio, o volume de álcool misturado na gasolina, de 20% para 25%. No ano passado, quando outros aumentos controlados foram anunciados, o governo fez cortes nas alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre combustíveis, até ela ser zerada.

Agora, o consumidor tem razão de se preocupar. Sem a Cide, caso se confirme o reajuste de 10% no preço da gasolina, como defende uma ala do governo, a inflação do ano ganharia 0,38 ponto percentual de alta, estima a Franklin Templeton. “Nossa previsão é de que fique ao redor de 6% este ano, com um novo aumento desta ordem em 2014”, calculou Vagner Alves, economista da gestora de recursos.

Alexandre Póvoa, economista-chefe da Canepa Asset, avalia que o governo será cuidadoso, para não estourar o teto da meta de inflação, de 6,5%. “Se reajustarem, será coisa de um dígito”, apostou. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, explicou que a gasolina pesa 4% no cálculo do IPCA, mas tem efeito dominó sobre outros preços. “Um reajuste não levaria ao estouro da meta de inflação, mas colocaria em xeque a promessa de deixá-la menor que a de 2012”, observou.



» Balanço adaptado

As pressões do mercado em favor de maior proximidade entre as cotações domésticas e externas dos combustíveis cresceram logo após a divulgação do balanço financeiro da Petrobras. A empresa apresentou lucro líquido de R$ 6,2 bilhões no segundo trimestre, graças a uma fórmula contábil que limitou o impacto da alta do dólar e postergou R$ 8 bilhões em perdas financeiras. Os efeitos negativos do câmbio e dos preços congelados dos combustíveis levaram o diretor financeiro, Almir Barbassa, a se reunir com agências de classificação de risco para discutir os níveis de endividamento da estatal.

Radiobrás - Banco de Notícias - http://clipping.radiobras.gov.br

segunda-feira, março 11, 2013

ETANOL/BIOCOMBUSTÍVEL: A ILUSÃO FLEXÍVEL

11/03/2013
Mais caro, etanol é deixado lado pelo consumidor

Por rodar com 100% de etanol (uma raridade no mundo), o "carro verde" é festejado pelo governo e por empresas. Mas o combustível alternativo está sendo deixado de lado pelo consumidor na hora de abastecer os tanques flex, em razão da falta de competitividade de preço em relação à gasolina.

Desde 2003, quando teve início a venda desse tipo de veículo, o consumo de álcool hidratado cresceu em média 32% ao ano, até atingir 164 bilhões de litros em 2009. No mesmo período, a gasolina apresentou elevação anual média de 2,16%.

Nos últimos três anos, enquanto o mercado adquiriu 8,8 milhões de carros flex, o consumo de álcool registrou quedas de 8,5%, 27,7% e 9,6%, respectivamente. O da gasolina, por sua vez, cresceu 17,3%, 18,7% e 11,9%, atingindo volume recorde de 39,6 bilhões de litros no ano passado.
A decisão do governo de segurar os preços da gasolina para conter a alta da inflação, além de tirar a vantagem do álcool - cujo preço precisa ser até 70% do valor da gasolina para compensar a diferença de poder energético está reduzindo investimentos no setor sucroalcooleiro.

"Hoje, nenhum programa de inovação tem prioridade para o etanol, nem mesmo levando-se em conta a saúde da população e o meio ambiente", diz Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Ele lembra que os automóveis flex pagam entre 2% e 7% menos : Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) que um modelo à gasolina, ainda que o derivado de petróleo seja o combustível mais frequente usado pelo consumidor. O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) também é menor.

Um conjunto de medidas para estimular o setor sucroalcooleiro está previsto para ser anunciado nesta semana. Na opinião de Rodrigues, o governo precisa definir uma política de longo prazo que permita a convivência dos dois combustíveis.

"O setor precisa retomar investimentos na expansão da produção e normalmente são necessários 20 anos para amortizar novos investimentos", diz Rodrigues, ao falar da urgência da sempre reivindicada definição da matriz energética brasileira.

Questão cíclica. Para Henry Joseph Jr, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a indústria aprendeu que a questão do etanol é cíclica. "Há momentos em que há algum interesse político, estratégico ou econômico por parte do governo em motivar a produção do etanol", diz. "Mas, em outros, esse mesmo interesse vai a zero".

Joseph acredita que, no futuro, o governo vai voltar a se ater para a importância do setor agrícola na matriz energética, até porque ainda não se sabem exatamente os resultados efetivos que as descobertas do pré-sal terão. "Por isso, o carro flex entra como uma luva, pois deixa o consumidor isento do favorecimento ou não que o governo dá ao uso do etanol", afirma.
A discussão de transformar o etanol em commodity está adormecida. "Os dois maiores produtores, Brasil e EUA, são altamente dependentes do consumo interno, por isso o tema está parado", afirma Rodrigues. Para Joseph, essa condição só será alçada com a chegada do etanol de segunda geração (subtraído de diversas matérias-primas), que deverá elevar o consumo do produto em diversas partes do mundo. / cs.
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quinta-feira, fevereiro 14, 2013

DEFINITIVAMENTE: O PETRÓLEO NÃO É NOSSO!

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Importação de gasolina cresceu 82% em 2012

Cada vez mais longe da autossuficiência em combustíveis, Brasil gastou US$ 3 bi para trazer gasolina do exterior no ano passado

A gasolina foi a grande vilã da balança comercial de petróleo e derivados em 2012, segundo dados recém-divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Apesar de o gasto maior continuar sendo com o óleo diesel, em 2013, o País teve uma despesa recorde com a importação de gasolina. Foram gastos US$ 3 bilhões para comprar 3,8 bilhões de litros do combustível no exterior, o maior volume da série de dados da agência, iniciada em 2000. Também os gastos foram os maiores já registrados, 82% superiores aos de 2011.

Autossuficiência. 
Diante da incapacidade de produzir mais derivados de petróleo, o Brasil vê distanciar-se ano a ano o sonho da autossuficiência. Com a descoberta do pré-sal, o então presidente Luis Inácio Lula da Silva comemorou, dizendo que um futuro próximo o Brasil participaria do seleto grupo dos grandes exportadores mundiais. Mas as projeções desmoronaram à medida que os planos de aumento da produção de petróleo não se concretizaram e as refinarias planejadas não saíram do papel, disse o especialista em petróleo e derivados da consultoria Tendências, Walter De Vitto.

O cenário deve melhorar com a entrada em operação da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em 2014, segundo a previsão da Petrobrás. Ainda assim, o aumento de capacidade não será suficiente para cobrir o crescimento da demanda e o País tende a continuar importando, afirmou.

Pelas contas do diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIEE), Adriano Pires, o Brasil importa 11% do combustível consumido. A balança comercial do grupo de combustíveis e lubrificantes é deficitária em US$ 9 bilhões - considerando um gasto com importação de US$ 35,3 bilhões e receita com exportação de US$ 26,2 bilhões, segundo dados da especialista em comércio exterior do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Lia Valls.

Já a balança comercial do óleo bruto de petróleo foi superavitária em US$ 7 bilhões - com uma importação de US$ 13,4 bilhões e exportação de US$ 20,4 bilhões.

Essa conta, no entanto, não revela a realidade, disse Pires. Alguns dados dos últimos meses do ano passado só aparecerão nas estatísticas de 2013, uma vez que a Petrobrás tem 50 dias para informar os seus números, seguindo norma da Receita Federal do ano passado.

Petrobrás
O retrato da balança comercial brasileira de petróleo e derivados no ano passado é negativo para a Petrobrás, que paga a conta da importação, disse Vitto.

Além da dificuldade em expandir a capacidade de refino, a estatal foi prejudicada pelo aumento de preço do etanol, resultado de uma safra ruim, e consequente aumento do consumo da gasolina nos carros do tipo flex - que podem usar álcool ou gasolina.

A despesa com a importação de gasolina é crescente desde 2010 - tendo passado de US$ 70,6 mil em 2009, para US$ 285 milhões em 2010 e US$ 1,6 bilhão em 2011. Mas, desde 2005, o País não importava o combustível continuamente, mês a mês, sem interrupção e em grandes volumes, como no ano passado. Em 2012, foram adquiridos no mercado internacional 73% mais gasolina do que em 2011.

O auge da importação foi registrado no mês de novembro, com 640 milhões de litros, embora a maior variação em um mês em comparação a igual mês do ano anterior tenha ocorrido em janeiro, quando foram importados 314,5 milhões de litros, em comparação a 1 mil litros adquiridos em janeiro de 2011.
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quinta-feira, janeiro 31, 2013

PETROBRAS e GASOLINA {In:] PREÇOS PIROTÉCNICOS



Gasolina a R$ 3,04 - Tá caro? Pode aumentar mais...

Reajuste abusivo leva gasolina a R$ 3 no DF


Autor(es): » SÍLVIO RIBAS » ANA CAROLINA DINARDO
Correio Braziliense - 31/01/2013
 

Postos ignoram pedido do governo e elevam preço do produto em até 10% (nas refinarias, subiu 6,6%). Ministro considera o combustível "caro", mas não descarta mais reajustes. "Esse é o último da semana", disse.

Postos enfrentam o governo e repassam integralmente à clientela o aumento imposto às refinarias. Há casos de elevação de até 10%

Os donos de postos de combustíveis não se intimidaram e reajustaram ontem em até 10% os preços das gasolina e do diesel, apesar de o governo garantir que o aumento nas bombas poderia ser de, no máximo, 4,4%. A remarcação foi disseminada por todo o país, independentemente de a maioria dos estabelecimento ter estoques adquiridos com as distribuidoras antes do anúncio da elevação, nas refinarias, de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel. No Distrito Federal, em boa parte dos postos, o repasse aos consumidores foi integral, mesmo a gasolina tendo 20% de álcool, que não teve correção. Com isso, o litro passou dos R$ 3, causando indignação em quem precisou encher o tanque.
"É um absurdo o que os donos de postos estão fazendo. Eles têm estoques comprados a preços mais baixos, mas já mudaram as tabelas porque só pensam em aumentar as margens de lucro", disse o militar Marcus Alves de Carvalho, 45 anos. No seu entender, o governo deveria agir com rigor para proteger os consumidores dos abusos cometidos pelos revendedores, uma vez que os combustíveis são essenciais no dia a dia das pessoas. O pior, segundo ele, é saber que não dá nem para trocar a gasolina pelo álcool, pois esse produto também está caro. O álcool só compensa se o valor nas bombas corresponder a, no máximo, 70% do gasolina. Atualmente, em pouquíssimas regiões do país isso acontece.
O reajuste dos combustíveis só não pesará mais no orçamento das famílias porque o governo antecipou a redução da conta de luz e o Banco Central está derrubando as cotações do dólar para baratear os produtos importados. Além disso, foram adiados os reajustes das passagens de ônibus e de metrô em São Paulo e no Rio de Janeiro. De qualquer forma, o impacto na inflação em fevereiro será de pelo menos 0,2 ponto percentual. "Estou desanimado. O governo dá com uma mão e tira com a outra", afirmou o comerciante Celso de Oliveira, 32 anos, referindo à energia mais barata e ao aumento da gasolina e do diesel. "No fim das contas, vamos gastar mais", destacou.
Que o diga o empresário Amarilson Cardoso, 44. Segundo ele, os gastos mensais para bancar a família são tão elevados que chega a desanimar. Sobre o reajuste dos combustíveis, ele é taxativo: "Abasteço a cada três dias. Gasto, no mínimo, R$ 60 por vez. Isso dá mais de R$ 600 por mês. Pode parecer pouco, mas o aumento do litro da gasolina de R$ 2,85 para R$ 3,04 vai pesar", lamentou. Alexandre Menezes, gerente do Posto Sorriso, em Águas Claras, disse que não há muito o que fazer. "Todas as bombas tiveram os preços modificados assim que recebi a ordem do dono", informou. E se novos aumentos vierem, os consumidores não terão a quem reclamar.
FiscalizaçãoDiante das informações de aumentos abusivos nos combustíveis, de até 10% em São Paulo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) fiscalizará os postos. "Embora o mercado seja livre, não aceitaremos nada que exceda o razoável", disse. Em nota, José Carlos Ulhôa Fonseca, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), informou que a entidade não se posiciona sobre os valores cobrados pelo varejo. "O preço final será determinado pelo reajuste a ser repassado aos postos, com a entrega de novos estoques pelas distribuidoras."
Segundo Telma Rodrigues, gerente de um posto da rede BR Petrobras, no Riacho Fundo, a ordem para o repasse integral do aumento da gasolina aos consumidores foi definida na noite de terça-feira, logo depois de o governo anunciar o reajuste nas refinarias. "Assim que cheguei ontem, soube que os preços mudariam", assinalou. Ela não soube explicar, porém, o motivo pelo qual a correção foi de 6,6% e não de 4,4%, como previa o Ministério da Fazenda. "Apenas recebi ordens para alterar os preços", disse.
Na avaliação do economista Heron do Carmo, professor da Universidade de São Paulo (USP), o aumento dos combustíveis era mais do que esperado. "Apesar de atrasado, o reajuste é positivo, pois resolve uma distorção antiga de preços, com efeitos benéficos não apenas para a Petrobras, mas também para as finanças das unidades da Federação", comentou. Para ele, os consumidores devem se acostumar, pois o petróleo está muito caro lá fora. "Não há como a Petrobras ficar acumulando prejuízos ao subsidiar os preços no país, pois precisa fazer investimentos para ampliar a produção e garantir a oferta de combustíveis", disse. Pelas contas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, desde 2006, a gasolina subiu apenas 6% nas bombas, já que o governo reduziu impostos em todas as vezes em que houve reajuste nas refinarias.
Para o corretor de imóveis Paulo Vargas, 28, não há como fugir dos preços altos da gasolina. Ele afirmou que, antes da remarcação, gastava R$ 150 por semana para abastecer o carro. "Vou ter que fazer as contas e ajustar meu orçamento. Tenho que trabalhar de carro. Não tem jeito", ressaltou. A servidora Elizabete Borges, 51, já tem, na ponta do lápis, quanto desembolsará a mais. "Em vez de R$ 180, agora gastarei R$ 200 por semana", disse "Está caro demais. E não temos para onde correr, pois todos os postos de Brasília têm o mesmo preço, é um cartel. Aí fica complicado", emendou.
O aposentado Edmilson Alves dos Santos, 67, admitiu que levou um susto ao conferir as bombas do posto no qual abastece. "Quando olhei os preços, fiquei abismado. Achei caríssimo. Mas acabei abastecendo o carro porque precisava ir ao médico", afirmou. "Ainda bem que não saio muito. Gasto R$ 100 por semana com gasolina. De qualquer forma, acho um absurdo", destacou.
Ações caem 5%

Os investidores na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) reagiram mal ao anúncio do aumento dos combustíveis nas refinarias, pois esperavam mais, de 7% a 10%. As ações da Petrobras despencaram quase 5% no pregão de ontem. Para Emerson Leite, analista do Credit Suisse, o reajuste da gasolina (6,6%) e do diesel (5,4%) não aponta uma direção clara para o caixa da estatal. “Aumentos individuais não mudam a avaliação de cautela, porque não resolvem a disparidade. A política de preço continua fora dos parâmetros de mercado”, observou.

Longe da recuperação

A correção dos preços dos combustíveis nas refinarias deve engordar o caixa da Petrobras entre R$ 6,9 bilhões e R$ 7,8 bilhões ao longo deste ano. Mas tal reforço não será suficiente para reverter as perdas acumuladas por causa da defasagem dos valores em relação ao mercado internacional. Em 2012, os prejuízos foram R$ 25,1 bilhões, quantia considerada irrecuperável. “A decisão do reajuste parece ter partido do princípio de que é melhor pouco do que nada”, frisou a analista da Concórdia Corretora, Karina Freitas.

terça-feira, outubro 30, 2012

PETROBRAS: ''¿QUÉ ESTÁ PASSANDO?"



Baixa produção derruba ações da Petrobrás

Produção da Petrobrás decepciona e ações caem


O Estado de S. Paulo - 30/10/2012

Produção em baixa, custos em alta e importações crescentes fizeram o mercado castigar a empresa com uma queda de 3,45% nas ações ordinárias na BM&FBovespa
A fraca produção da Petrobrás registrada em setembro, a pior desde abril de 2008, foi a grande decepção do balanço do terceiro trimestre da companhia, detalhado hoje pela diretoria da estatal. Produção em baixa, custos em alta e importações crescentes fizeram o mercado castigar a empresa com uma queda de 3,45% nas ações ordinárias na BM&FBovespa.
"Não há muito o que dizer: levará tempo para que a Petrobrás dê uma reviravolta e investidores pagarão caro por isso", disseram em relatório os analistas Emerson Leite e André Sobreira, do Credit Suisse.
Segundo eles, as duas únicas informações positivas no trimestre - o aumento de preços nos combustíveis e a taxa de utilização de 98% no refino - não foram suficientes para gerar um crescimento significativo do lucro. O lucro de R$ 5,5 bilhões divulgado na noite de sexta-feira reverteu prejuízo de trimestre anterior, mas ficou abaixo dos R$ 8 bilhões projetados pelo mercado.
A Petrobrás produziu apenas 1,843 milhão de barris por dia de petróleo no Brasil em setembro. O pior resultado mensal em mais de quatro anos se deveu a paradas programadas para manutenção mais longas do que o esperado nos campos de Marlim e Roncador (plataformas P-19 e P-52).
O diretor de Exploração e Produção, José Miranda Formigli, garantiu que os próximos meses terão resultados melhores, sendo outubro estimado previamente em cerca de 1,941 milhão de barris.
A companhia já admite, contudo, não atingir a meta de produção neste ano, mesmo após o corte de previsão feito há quatro meses.
"A produção deve ser de 2,022 milhões de barris por dia em média, mais ou menos 2%. Vai ser dentro dessa faixa. Posso dizer que estamos trabalhando pesado para conseguir isso", declarou Formigli.
A tarefa não será simples. Para atingir a meta, a empresa deverá produzir 2,24 milhões de barris por dia nos meses de novembro e de dezembro. Um crescimento de cerca de 20% em relação a setembro.
Simultaneamente à entrevista de Formigli, durante palestra na UFRJ, a presidente Graça Foster destacava o investimento de US$ 5,6 bilhões em quatro anos para recuperar a produção da Bacia de Campos.
Esta é a área de maior preocupação do mercado. Mas, segundo Formigli, o projeto de recuperação da eficiência, iniciado em abril, já apresenta resultados. Desde então, a produção cresceu em 16 mil barris/dia e a eficiência, de 70% para 72% - a meta é chegar à casa de 90%. Outro programa semelhante será lançado em novembro para a unidade de operação Rio de Janeiro, que inclui os campos novos da Bacia de Campos, como Roncador, Marlim Sul, Albacora Leste e Marlim Leste.
O aumento dos custos de produção e de refino reportados pela Petrobrás no terceiro trimestre foram destacados pelo Itaú BBA como pontos negativos. A extração ficou 15% mais cara entre o segundo e o terceiro trimestres e o custo do refino subiu 21%, influenciados pelos acordos salariais da empresa que elevaram gasto com pessoal.
"A verdade é que a empresa não registrou melhoras operacionais", disseram os analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes no relatório. Outro fator negativo foi a necessidade de importar combustíveis para atender à crescente demanda interna, já que as refinarias da Petrobrás operam no limite e novas só são esperadas a partir de 2014.
Houve um aumento de 45% no saldo negativo da balança comercial de derivados na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2012, o que significou um déficit de 261 mil barris/dia.
A diretoria da Petrobrás admitiu que há limites para as suas refinarias acompanharem o aumento da demanda por combustíveis. "O que se trabalha é a adequação ao mercado. Mas isso tudo tem limites. A demanda média de diesel, neste trimestre, cresceu 8%. Este momento do ano é de grande demanda de diesel. Mas não é um cenário que permanecerá na sua integralidade no futuro", ponderou o diretor Financeiro, Almir Barbassa./Sabrina Valle, Fernanda Nunes, Andre Magnabosco, Beth Moreira e Sergio Torres

segunda-feira, outubro 29, 2012

PETROBRAS: LUCRO AOS ACIONISTAS OU SOCIALIZAÇÃO DO PREJUÍZO?



Petrobras na dependência do reajuste da gasolina



Autor(es): Voce Investe
O Globo - 29/10/2012

Com balanço fraco e fim de eleições, cresce aposta na alta do combustível

Com mais um balanço da Petrobras abaixo das expectativas do mercado, os analistas de corretoras e gestores começam apostar num novo reajuste do preço dos combustíveis nas refinarias da companhia até o fim do ano. A Petrobras divulgou na sexta-feira passada um lucro líquido de R$ 5,6 bilhões no terceiro trimestre, abaixo das projeções de R$ 7 bilhões do mercado. "O resultado ficou abaixo das já fracas expectativas", escreveu a clientes o analista do Bradesco Auro Rozenbaum, que previa uma lucro líquido de R$ 6,2 bilhões.
Segundo os analistas, as vendas da companhia ficaram entre as surpresas negativas do resultado. Eles apostavam numa receita na faixa de R$ 74,7 bilhões no terceiro trimestre. O balanço revelou vendas de R$ 73,8 bilhões no período. O prejuízo financeiro da empresa também foi maior que o esperado, de R$ 569 milhões.
Segundo Ricardo Corrêa, analista da Ativa Corretora, o balanço tende a ser recebido negativamente na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
- Nada parece ter sido suficiente para melhorar o desempenho das ações - afirma.
AÇÕES TÊM ALTA DE 5% NO ANO
Os papéis preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras acumulam uma valorização de 5,40% neste ano e de 13,83% nos últimos 12 meses, cotados a R$ 22,10 na última sexta-feira. Apesar da valorização, o resultado não compensa as perdas dos investidores em 2011 (18,31%) e 2010 (22,96%). Desde 2010, 6.658 pequenos investidores venderam completamente as ações da estatal.
Segundo Frederico Mesnik, sócio-gestor da Humaitá Investimentos, as expectativas para uma melhora no comportamento das ações passam agora pelo reajuste do preço dos combustíveis, principalmente com o fim ontem das eleições municipais:
- Não acho que o balanço vai ser bem recebido na Bolsa. Mas tinha essa história de reajuste após as eleições. E acho bem provável que isso aconteça. É esperar e conferir.
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segunda-feira, setembro 10, 2012

LUZ FRATERNA



Conta de luz menor facilita alta no preço da gasolina

Energia mais barata permite alta da gasolina


Autor(es): JOÃO VILLAVERDE, IURI DANTAS
O Estado de S. Paulo - 10/09/2012

A equipe econômica do governo estuda usar parte do "espaço" que será criado no índice de inflação, com a queda dos preços da luz, para conceder o primeiro reajuste do preço da gasolina para o consumidor em quase oito anos. Na França, o presidente François Hollande anunciou cortes no valor de € 30 bilhões e novos impostos, no maior ajuste fiscal do país em 50 anos.
Ideia, em estudo na Fazenda, é que redução anule impacto de reajuste na inflação

A presidente Dilma Rousseff anuncia amanhã mais um pacote para estimular a economia: a conta de luz ficará mais barata em 2013, para empresas e pessoas físicas. Mas a equipe econômica do governo já estuda usar parte do "espaço" que será criado no índice de inflação, com a queda dos preços da eletricidade, para conceder o primeiro reajuste de preço da gasolina para o consumidor em quase oito anos.
A Petrobrás, que registrou o primeiro prejuízo no segundo trimestre em 13 anos, pressiona pelo aumento do combustível. Mas a decisão de cobrar do consumidor final um aumento no preço da gasolina tem sido adiada pelo governo.
Até agora, preferiu-se cortar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), um tributo sobre o combustível, para evitar que o aumento de preço na refinaria contaminasse o valor cobrado nos postos. O problema é que esse espaço acabou - e é nesse ponto que a redução da conta de luz poderia ajudar.
Em pronunciamento de rádio e TV na véspera do 7 de Setembro, Dilma afirmou que, a partir de janeiro do ano que vem, o preço da energia elétrica ficará 16,2% mais barato para consumidores residenciais e quase um terço (28%) para a indústria, que consome mais. Com a medida, o governo espera que os empresários cortem dos preços para os clientes a economia que terão na conta de luz. Assim, os produtos "made in Brasil" ficam mais baratos e, consequentemente, ajudam a reduzir a inflação.
Analistas do mercado calculam que esse impacto pode variar de 0,1 a 0,5 ponto porcentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial de inflação usada pelo Banco Central. No ano que vem, o BC precisa entregar um IPCA de 4,5%, mas o mercado financeiro e a própria autoridade monetária imaginam um índice acima da meta. Antes do anúncio de Dilma, o mercado estimava na semana passada que a inflação bateria em 5,51% no ano que vem.
A queda dos preços da energia será obtida na renovação dos contratos de concessão, que começam a vencer em 2015. Segundo Dilma, a medida visa a aumentar a competitividade da indústria nacional, que terá redução nos custos e poderá oferecer produtos mais baratos e assim concorrer melhor com importados na preferência do brasileiro. O Brasil possui uma das contas de luz mais caras do mundo e nos últimos 12 meses encerrados em agosto, o preço da energia subiu 1,5%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Combustível. No fim de junho, o governo autorizou a Petrobrás a aumentar o preço da gasolina em 7,4%, mas essa elevação não chegou ao consumidor porque o governo levou a zero a alíquota da Cide, blindando os preços pagos pelo consumidor. Como não há mais como reduzir a Cide, ou o governo reduz outro tributo ou o aumento vai parar na bomba, pressionando a inflação.
O congelamento do preço da gasolina também provoca outro problema econômico: de janeiro a julho deste ano, a Petrobrás importou mais de US$ 6 bilhões em combustíveis, uma ampliação de 417% na comparação com 2011. Por comprar gasolina pagando a cotação internacional e revendê-la a preços domésticos, a Petrobrás registrou prejuízo de US$ 1,3 bilhão de abril a junho deste ano.
Essa realidade deve mudar em 2013. O aumento do preço da gasolina, caso seja concretizado, não deve ser anunciado neste ano, uma vez que o governo não quer pressionar o IPCA de 2012. No ano que vem, avaliam os técnicos, a velocidade da atividade vai aumentar, mas uma retomada da demanda não deve pressionar a inflação, que será auxiliada pelas medidas tomadas ao longo deste ano.
Além do barateamento da energia elétrica, o governo ainda vai anunciar a ampliação da medida de desoneração da folha de pagamentos, que hoje alcança 15 setores da economia - até o fim deste mês, o benefício deve ser estendido para mais seis setores. Ao mesmo tempo, a redução dos juros na economia, seja pela taxa básica, Selic (hoje em 7,5% ao ano), ou pelas diversas linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos bancos comerciais, vão servir aos empresários com planos de investimentos represados entre 2011 e 2012 por conta da desaceleração da economia.

sexta-feira, junho 22, 2012

''EU SÓ QUERIA ENTENDER!!!''



Imposto menor para segurar alta da gasolina



Escudo contra aumento na bomba
Autor(es): agência o globo:Geralda Doca, Vivian Oswald
O Globo - 22/06/2012
 
Decreto do governo cortará imposto para permitir reajuste de 7% da Petrobras nas refinarias, sem impacto ao consumidor

O governo deve editar já na próxima semana um decreto reduzindo a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que incide sobre a venda de combustíveis. Segundo interlocutores, a ideia é zerar a contribuição. Se confirmada, a medida abrirá espaço para um reajuste nas refinarias de 7% nos preços da gasolina da Petrobras e entre 3% e 4% nos do diesel, sem repasse ao consumidor final e impacto na inflação, segundo cálculos da equipe econômica. Com isso, o governo atenderia pelo menos em parte à demanda da estatal por um aumento nos combustíveis.
Ainda não está decidido se o reajuste ficará acima desses percentuais, com repasse da diferença para os preços na bomba. A redução da Cide deve vigorar a partir de 1º de julho e o impacto da medida na arrecadação federal será da ordem de R$ 420 milhões por mês. Se confirmado, será o primeiro reajuste em nove anos.
A Cide foi criada em 2001 para financiar obras de infraestrutura, mas nos últimos nove anos tem sido usada para acomodar aumentos da gasolina sem repasse ao consumidor. De 2004 para cá, foram feitas quatro mudanças na Contribuição. Atualmente, a Cide tem peso de R$ 0,091 por litro de gasolina e R$ 0,047 por litro de diesel. Para os demais combustíveis, como querosenes, incluindo o de aviação, gás e álcool etílico, a contribuição já foi zerada.
- Na prática, o governo estará fazendo uma renúncia fiscal em favor da Petrobras - disse o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Segundo ele, com essa prática, o governo evita que impacto nos índices de preços, mas acaba prejudicando o etanol e incentivando o consumo de um combustível mais poluente. Ele lembrou que ano passado, enquanto a demanda pela gasolina subiu 19%, no caso do etanol caiu 28%.
Defasagem atual está em 22%
Pires destacou que as alterações na Cide fizeram com que o peso do tributo, que chegou a representar 25% no preço da gasolina, esteja hoje em 2,5%. Com isso, a arrecadação caiu de cerca de R$ 1 bilhão para R$ 420 milhões mensais, segundo dados da Receita Federal. Ele defende que o governo faça um mix, com algum impacto para o consumidor.
Para definir o reajuste dos combustíveis a equipe econômica está avaliando vários fatores, em especial, o comportamento dos preços do barril do petróleo e do câmbio. Estudos do governo indicam que a defasagem dos preços cobrados nas refinarias em relação aos mercado internacional estaria em 22%. Este seria o prejuízo da Petrobras com o congelamento dos preços, mas estaria restrito ao período de janeiro a junho deste ano. De 2005 a 2011, os altos e baixos da cotação do petróleo se anularam e não provocaram perdas, segundo essas contas.
Outra medida que pode atenuar as perdas da Petrobras e deve ser adotada em breve é a redução das importações de gasolina da estatal. O governo não pretende mexer na mistura da gasolina, o que significa que, para as compras no exterior diminuírem, empresa terá de produzir a sua própria gasolina em maior quantidade. Fontes do governo afirmam que a estatal já está concluindo as adaptações necessárias para que isso aconteça.
Embora esteja sensível aos apelos da Petrobras por um reajuste nos preços dos combustíveis como forma de ajudar as suas contas, o governo sabe que essa correção não mudará o programa de investimentos da estatal. Ainda que o reajuste fosse de 50%, a estatal manteria o atual plano de negócios, argumenta uma fonte qualificada. Portanto, não é com o reajuste que a estatal poderá turbinar seu programa de investimentos, pondera.
No Rio, para a Rio+20, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, defendeu ontem o aumento no preço dos combustíveis, mas não confirmou que haverá reajuste. Já a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que a empresa precisa do aumento para aliviar seu caixa, acrescentando que o percentual da alta ainda está sendo discutido com o governo.
- Nós precisamos de um aumento porque evidentemente você vê uma variação do Brent (referência internacional), que desceu, mas o câmbio está subindo. Então a paridade de preço está bastante defasada.
Mais importação, menos produção
Segundo técnicos do setor, se a defasagem integral (22%) fosse eliminada nas refinarias e repassada ao consumidor, sem uso da Cide, a gasolina subiria cerca de 7,5% e o diesel, 14%.
Um analista ouvido pelo GLOBO destacou que a situação financeira da companhia vem se agravando nos últimos três anos, quando aumentou seu endividamento em cerca de US$ 60 bilhões, sem conseguir elevar a produção de petróleo. Para agravar a situação, tem sido obrigada a aumentar as importações de gasolina, para atender ao crescimento do consumo interno.
Na próxima segunda-feira, Graça vai detalhar ao mercado o Plano de Negócios da estatal, e depois fará várias apresentações no exterior.
- Tem que ter reajuste e um comportamento mais racional da empresa. Se não ela quebra até o fim do primeiro trimestre do ano que vem - alertou o analista que não quis se identificar.

terça-feira, agosto 30, 2011

GOVERNO DILMA/BASE ALIADA [In:] ÁLCOOL - GASOLINA = POLUIÇÃO ''DESACELARADA''

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Governo reduz de 25% para 20% mistura de álcool na gasolina

Mistura de álcool na gasolina cairá para 20%


utor(es): Karla Mendes
O Estado de S. Paulo - 30/08/2011

Medida anunciada pelo ministro Edison Lobão entrará em vigor a partir de 1º de outubro e será mantida por tempo ""indeterminado""


O governo vai reduzir de 25% para 20% a proporção da mistura de álcool anidro na gasolina a partir de 1.º de outubro. O anúncio foi feito ontem pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, depois de uma reunião com a presidente Dilma Rousseff. "Nós temos que garantir o abastecimento olhando para este ano e olhando para o próximo ano também porque verificamos que a safra do próximo ano não será muito melhor do que a atual. Então temos que tomar providência desde logo", justificou Lobão.

O novo porcentual da mistura de álcool na gasolina valerá por tempo "indeterminado", segundo o ministro. "Depois calibraremos, verificando a resolução, no momento em que acharmos que há segurança para suspendermos", afirmou.

Além dessa medida de "segurança" contra desabastecimento do mercado e para inibir preços abusivos, Lobão ressaltou que medidas complementares já anunciadas, como o financiamento da estocagem, também serão adotadas.

Segundo o ministro, os parâmetros das linhas de financiamento com "favorecimento" aos produtores estão em fase de considerações finais do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A previsão, segundo Lobão, é de que as medidas sejam anunciadas nos próximos dias. O ministro da Fazenda também participou da reunião, além dos ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Na semana passada, o presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, disse que o Brasil deve ter dificuldades na produção de álcool nos próximos dois anos. "Nós vamos viver nos próximos dois anos dificuldades na produção do álcool no Brasil", afirmou o executivo, em audiência pública no Senado.

Gabrielli observou, no entanto, que não se trata de um problema de estoque, e sim de produção de cana-de-açúcar, tendo em vista um "movimento particular" no setor, pois os investimentos do setor privado não cresceram, a safra do Brasil de 2009 foi ruim e houve ainda quebra de safra na Índia, que é um dos maiores exportadores de açúcar do mundo.

MP. O etanol entrou no radar do governo em abril, quando foi editada a Medida Provisória 532, que alterou a margem de álcool na gasolina para 18% a 25%. O patamar anterior variava entre 20% e 25%.

Na prática, a medida prevê que, no caso de os preços aumentarem acima do esperado - como ocorreu no início do ano - o governo lance mão da estratégia de reduzir a mistura e aumentar a oferta de etanol no mercado.

A MP também autoriza que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) passe a regular o setor, agindo diretamente na fiscalização das usinas. O objetivo é evitar o risco de faltar o combustível e conter a alta constante do produto durante a entressafra.

Isso porque a medida dá ao etanol o status de "produto estratégico" para o governo.

terça-feira, maio 10, 2011

PETROBRAS [In:] O COMBUSTÍVEL DA INFLAÇÃO

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INFLAÇÃO FAZ GOVERNO PRESSIONAR PETROBRAS A BAIXAR A GASOLINA

Posto de chapa branca



Autor(es): agência o globo: Mônica Tavares e Ramona Ordoñez
O Globo - 10/05/2011

Ministro diz que governo vai usar a BR para forçar queda nos preços dos combustíveis e deter inflação

Ogoverno decidiu utilizar a BR Distribuidora - subsidiária da Petrobras que tem cerca de 7 mil postos no Brasil (18% do total de revendedores) e 47,8% do volume de combustíveis vendido - para forçar a queda dos preços dos combustíveis aos consumidores finais. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem ao GLOBO que o objetivo será acirrar a competição, em um ambiente que, para ele, está passando por um processo de cartelização. Ainda assim, o ministro garantiu que preços do etanol começaram a cair ontem, refletindo o fim da entressafra da cana-de-açúcar. O etanol é o principal foco de pressão individual sobre a inflação nos últimos meses. Tem reflexo ainda no preço da gasolina, que, no Brasil, é comercializada com 25% de álcool combustível.

- O governo vai pressionar a BR Distribuidora, da Petrobras, para baixar o custo, ela tem uma cadeia de postos. Se os outros (revendedores) não seguirem a queda, a BR vai vender mais combustível - afirmou o ministro, sem adiantar em que fase estão as conversas com a Petrobras.
Não será a primeira vez que a estatal será usada, este ano, como instrumento para evitar a alta dos combustíveis. Na visão da empresa, a escalada acentuada da cotação do barril do petróleo no mercado internacional desde janeiro, há mais de um mês justificaria um reajuste da gasolina nas refinarias. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, fez esta ponderação mais de uma vez em público, e sofreu ataque incisivo tanto de Lobão quanto do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Prevaleceu a decisão da presidente Dilma Rousseff de segurar ao máximo o repasse. A preocupação é com a inflação. Entre janeiro e abril, o álcool subiu 31,09%, mais de nove vezes e meia a inflação acumulada no período pelo IPCA, que ficou em 3,24%. A gasolina aumentou três vezes a variação média dos preços da economia, 9,58%.

Preço nas usinas cai; nos postos, não

Lobão credita parte da alta duradoura dos preços dos combustíveis nas bombas a uma suposta formação de cartel no setor. Lembrou que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) - que agora fiscaliza não só a gasolina mas também o etanol - foi chamada a participar do combate às práticas anticompetitivas e fazer as denúncias ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O ministro garantiu que, caso sejam constatadas infrações, os postos serão multados e até fechados. Para ele, haverá redução dos preços em consequência da ação.

- Estava havendo em Brasília e na minha terra, São Luís, um cartel e eu assumi a responsabilidade de pedir à ANP que se dirigisse ao Cade para que oficialmente o governo interviesse para que este descalabro fosse resolvido.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis (Fecombustíveis) rebateu as críticas e classificou as declarações de "irresponsáveis e infundadas". Em nota, a entidade afirma que, se há casos comprovados de formação de cartel, "é dever do governo agir e aplicar as sanções cabíveis para todos aqueles que infringem a lei e prejudicam o mercado".
Esta semana, segundo Lobão, a sociedade já começará a verificar queda nos preços dos combustíveis.

- A partir de hoje (ontem), nós poderemos perceber nitidamente a redução dos preços do etanol na bomba.
Nas usinas, os preços do álcool hidratado e anidro (misturado à gasolina) caíram na semana passada, pela segunda semana consecutiva. O anidro foi vendido a R$1,8817 o litro, sem impostos, 20,98% menos que o valor de R$2,3815 da semana anterior. Já o hidratado ficou 20,35% mais barato: o preço foi de R$1,3374 na semana anterior para R$1,0652.

presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, também prevê que a redução chegue aos postos esta semana. Ele diz que o recuo nos preços das usinas leva em torno de três semanas para chegar às bombas, por causa da logística e dos estoques em poder das distribuidoras e dos postos revendedores.

- Muitos postos começaram hoje (ontem) a receber álcool com alguma redução de preços. Então, só a partir desta semana é que podem começar a cair nas bombas - disse Miranda.

o Rio, no posto Jurema (bandeira BR), na Tijuca, o gerente Flavio Calafara disse que recebeu ontem gasolina com o preço normal. Ele acredita que amanhã ou quinta-feira receberá o combustível com preços menores. Com os altos preços, seu movimento caiu cerca de 15%. Já no posto Modelo (Shell), em Botafogo, a gasolina deverá ficar mais em conta a partir de amanhã, quando haverá entrega de combustível. Ontem, o litro da gasolina custava R$3,099, e do etanol, R$2,499.

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segunda-feira, abril 25, 2011

GOVERNO DILMA/INFLAÇÃO [In:] GASOLINA COMO ''COMBUSTÍVEL''

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Gasolina na política


Nas Entrelinhas


Autor(es): DENISE ROTHENBURG
Correio Braziliense - 25/04/2011



A oposição acredita que o aumento no preço dos combustíveis é um bom tema para tentar desgastar o governo e tem razão. Tanto é que o PT já está pedindo à Fazenda que ajude a montar o antídoto

Pronto. A oposição reclama que não tem discurso? Acaba de ganhar um, o preço dos combustíveis. Políticos oposicionistas atentos ao noticiário durante a Páscoa perceberam: os jornais se revezaram em mostrar que a situação nesse campo se deteriorou. No interior de São Paulo e em Brasília, o preço do litro de gasolina superou a marca dos R$ 3. E não adianta o consumidor fugir para o álcool, uma vez que o preço também está nas alturas. Ou seja, o sujeito que comprou seu carro flex com IPI reduzido nos últimos anos agora vai gastar toda a economia daqueles tempos para abastecer o automóvel.

O pano de fundo de toda essa história dá para a oposição fazer um carnaval. Mostra, por exemplo, que o governo ao estimular a indústria automobilística para sair da crise não se preocupou com o essencial: abastecer esses carros. Basta ver que, os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), reproduzidos ontem em O Estado de S.Paulo, apontam um aumento de 8,8% na produção de gasolina. Ocorre que o consumo subiu duas vezes mais, 17,4%.

O governo põe a culpa na entressafra do etanol, que elevou o preço do produto e fez os consumidores de carros flex migrarem para a gasolina. E aí, com a crise no Oriente Médio e o aumento do consumo, os preços subiram. Mas a oposição acha — e com razão — que o governo tem sua parcela de culpa nessa situação. No mínimo, faltou planejamento. E agora todos os consumidores vão pagar essa conta.

Se fosse apenas o custo de abastecer o próprio carro ainda vá lá. Mas, sempre é bom lembrar que, nos tempos de hiperinflação, sempre que o governo anunciava um aumento no preço dos combustíveis, os demais preços seguiam no mesmo teleférico morro acima. Isso porque o custo do transporte das mercadorias ficava mais elevado e o empresariado descontava no bolso do consumidor.

A situação do Brasil não mudou de 30 anos para cá no que se refere a custo de transporte de mercadorias. Continuamos transportando muito mais por rodovias do que por ferrovias. Embora todos os partidos tenham falado em ampliar o número de ferrovias e reduzir o de caminhões movidos a derivados de petróleo, isso não ocorreu. Tudo bem que hoje não existe hiperinflação. Mas a inflação preocupava as autoridades antes da gasolina ultrapassar a barreira dos R$ 3. E há quem diga que esse ingrediente coloca as preocupações com a economia numa oitava acima. E, como se não bastasse os preços elevados, ainda corre o risco de faltar gasolina. “Apagão”, comentavam especialistas ouvidos pela imprensa no fim de semana, deixando do jeito que a oposição gosta.

E por falar em oposição,
os deputados colocam mais um ingrediente político para trabalhar nesse tema: Energia é o assunto da presidente Dilma Rousseff. Ela saiu do Ministério de Minas e Energia para a Casa Civil, onde planejava todo o governo. Na campanha presidencial, seu nome foi vendido como “excelência em planejamento e metas”. E a situação dos preços dos combustíveis mostra que, nessa área, o planejamento falhou.

A partir dessa semana, os oposicionistas vão monitorar os preços no supermercados. Se sentirem que começou a subir muito, será mais um ponto a ser explorado. Eles acham que esse aumento da gasolina pode ser o início de um processo para desvendar à população, o que sempre consideraram incompetência e falta de cuidado do governo. Pelo visto, a Páscoa deixou a oposição com esperanças renovadas. Só não se sabe até quando.

E por falar em esperanças,
o PT sabe do teor explosivo que esse assunto tem diante da opinião pública. Essa questão de preço dos combustíveis afeta a todos, sem distinção. Do mais pobre, que acaba pagando a lotação ou o ônibus mais caro, e a tal classe média que todos almejam conquistar. Por isso, para a reunião do diretório do partido, nesta sexta-feira em Brasília, está programada uma palestra do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para explicar e traçar o cenário econômico a partir das novas premissas. Os petistas esperam, no mínimo, conseguir um discurso para rebater as acusações da oposição. Afinal, se a oposição obrigar o governo a beber gasolina, os petistas querem estar preparados para tomar um antídoto.

terça-feira, março 15, 2011

PETROBRAS/ETANOL [In:] O ''TSUNAMI'' DO CANAVIAL

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Etanol perto de um choque de preços


Recuo menor no consumo de etanol já afeta os estoques


Autor(es): Fabiana Batista | De São Paulo
Valor Econômico - 15/03/2011

O preço do álcool hidratado disparou, a demanda se retraiu em 26% desde dezembro e ainda assim crescem as preocupações com os níveis de estoques e o desabastecimento em casos pontuais. Em São Paulo, maior produtor nacional do etanol, donos de postos relatam que há racionamento na entrega do produto pelas distribuidoras.

A expectativa do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras) era que o consumo caísse mais de 40%, como ocorreu há um ano, diz Alísio Mendes Vaz, diretor. Mas a migração para a gasolina, possibilitada pelos carros flex, não foi até agora forte o suficiente para frear os preços e regular a demanda. Hoje, só é vantajoso abastecer o veículo com etanol no Estado do Mato Grosso.

Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, uma das maiores comercializadoras de etanol do país, afirma que, apesar disso, o repasse de preços ao consumidor não acompanhou a alta observada na indústria. Ele informa que, nas usinas, o etanol subiu 28% entre dezembro de 2010 e março deste ano, enquanto nas bombas o reajuste ficou ao redor de 8%. Vaz, do Sindicom, acredita que nos próximos dias as pesquisas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostrarão um repasse maior. "Só com um choque de preços o consumidor vai mudar sua percepção", afirma.


Apesar do preço mais alto do etanol hidratado, o consumidor brasileiro não está migrando para a gasolina com a intensidade que o setor de combustíveis imaginava. As vendas caíram 26% em fevereiro na comparação com dezembro, mês referência por ser o de maior consumo. Mas, o Sindicom, que representa as distribuidoras de combustíveis do país, informa que esperava que essa queda fosse mais acentuada, entre 40% e 50%.

Com esse cenário, a preocupação do mercado é que os estoques de passagem de etanol - não divulgados - sejam suficientes para atender o consumo até o início da próxima safra de cana, a partir de abril. Postos de São Paulo, Estado maior produtor nacional do biocombustível, relatam que já há racionamento na entrega do produto pelas distribuidoras.

José Alberto Gouveia, presidente do sindicato que representa os postos de combustíveis de São Paulo (Sincopetro-SP), afirma que não se trata de falta de produto, mas de administração mais cautelosa dos estoques por parte das distribuidoras. Desde a última semana, essas empresas não estão entregando todo o volume solicitado pelos postos. "Se pedimos 18 mil litros, por exemplo, recebemos 10 mil litros. Acredito que seja para evitar que uma revenda fique com muito e outra com pouco".

Tudo isso porque o consumidor e seu carro flex não estão regulando o mercado. Esperava-se que quando os preços do etanol atingissem mais de 70% do valor da gasolina, o proprietário do carro fosse migrar para a gasolina, o que não vem ocorrendo na intensidade imaginada.

Desde janeiro, o consumo de etanol vem caindo menos do que o esperado e em fevereiro esse comportamento se repetiu. "Em março, os relatos também são de que o consumo não está recuando como esperado", diz Alisio Mendes Vaz, diretor do Sindicom, cujas associadas representam 60% do mercado de etanol hidratado do país.

O levantamento da entidade mostra que em fevereiro deste ano a venda de etanol foi de 650 milhões de litros, 26% mais baixa do que os em dezembro de 2010. No mesmo intervalo de um ano atrás, a demanda havia caído 55%.

O comportamento do consumidor neste ano é um mistério, pois só está compensando usar etanol em Mato Grosso. Além disso, em fevereiro deste ano, os preços na usina foram, em média, 7,3% maiores do que em fevereiro de 2010.

Gouveia, do Sincopetro do Estado de São Paulo, acredita que mais uma vez o motorista não está fazendo conta na hora de abastecer. Analistas acreditam também que a mídia de massa não tratou da alta do etanol na bomba com a mesma intensidade da realizada no ano passado.

Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, uma das maiores comercializadoras de etanol do país, avalia que o repasse de preços ao consumidor final não está chegando na mesma velocidade da alta na indústria. Ele argumenta que os preços do biocombustível na usina subiram 28% entre dezembro de 2010 e março deste ano, enquanto na bomba, esse reajuste ficou na casa dos 8%. "As usinas são apenas um elo da cadeia. Há ainda as distribuidoras e os postos, estes últimos, muitas vezes, com elevada concorrência entre si, o que pode ajudar a explicar o porquê da resistência em repassar preços", diz.

Vaz, do Sindicom, acredita que nos próximos dias as pesquisas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) devem mostrar um repasse maior dos preços ao consumidor. "Essa demanda persistente preocupa, pois mantém pressão sobre os estoques. Somente com um choque de preços o consumidor vai mudar sua percepção", diz Vaz.

Procurada, a ANP não retornou para comentar o monitoramento dos estoques privados. A União da Indústria da Cana-de-açúcar afirmou em nota que não tem expectativa de problemas de abastecimento. Analistas ouvidos pelo Valor acreditam que distribuidoras que não têm contrato de compra, ou seja, estão no mercado spot, podem ter dificuldades pontuais para adquirir o produto até a entrada da nova safra. Mas que os volumes já contratados estão assegurados.

sexta-feira, março 11, 2011

BRASIL/COMBUSTÍVEIS [In;] SE MPRE HÁ UMA EXCELENTE DESCULPA !

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Preço do álcool sobe e empata com gasolina


Açúcar encarece álcool do carro


Autor(es): Agência o globo: Ramona Ordoñez e Bruno Rosa
O Globo - 11/03/2011

Alta do produto no mercado internacional faz preço de combustível ir a R$2,49

Os preços do álcool e da gasolina estão em alta no Brasil. O álcool hidratado - usado como combustível - vendido pelos produtores aos distribuidores já aumentou 20,5% nas últimas quatro semanas. A explicação não está na disparada do petróleo, pressionado por causa dos conflitos na Líbia. Além de estarmos no período de entressafra, são as cotações atraentes do açúcar no mercado internacional que levam os produtores de cana brasileiros a optar pela produção desta commodity, o que diminui a oferta interna do álcool. O consumidor, que pagará por isso nas bombas, precisa ficar atento. Em alguns casos, o litro do álcool já está custando o mesmo que o da gasolina.

O Sindicato Nacional do Comércio de Combustíveis (Sindicom) destacou que as distribuidoras ainda não fizeram o repasse para os postos da maior parte dos aumentos feitos pelos usineiros. O aumento médio do álcool nos postos em São Paulo foi de 6,1% nas últimas quatro semanas, enquanto no Rio foi de 2,4%. Ou seja, o consumidor pode se preparar para novos aumentos de preços, não só para o álcool, como também para a gasolina, que tem 25% do produto em sua mistura.

- Desde a semana passada, as distribuidoras no Rio já aumentaram muito os preços do álcool. Teve aumentos de R$0,13 até R$0,16 por litro de uma vez só. É impossível absorver esse aumento sem repassar para a bomba - destacou Manoel Fonseca, presidente do Sindicomb, sindicato que reúne os postos no município do Rio.

Postos: menos álcool na gasolina
Para evitar uma possível falta de álcool no mercado, a Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis (Fecombustíveis) vai solicitar ao governo a redução do percentual de álcool na gasolina de 25% para 10%. No ano passado, o governo reduziu o percentual de fevereiro a maio. Uma redução de 5 pontos percentuais de álcool anidro na gasolina representa economia de 100 milhões de litros de álcool por mês. O presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda, disse que o pedido de redução do percentual de álcool na gasolina será feito pela revenda na próxima semana em reunião com a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

- Estamos preocupados com a possibilidade de faltar álcool no mercado, porque a moagem da cana, que começaria ainda este mês, deve atrasar. Além disso, os preços do açúcar no mercado internacional estão em cerca de US$800 a tonelada, os maiores preços dos últimos 50 anos - destacou Miranda.

Segundo Miranda, os preços do álcool já estão em torno de 80% do preço da gasolina. Isso faz com que não seja atrativo para o consumidor, já que o álcool apresenta menor rendimento. O álcool só é vantajoso se custar até 70% do preço da gasolina.

De acordo com dados do Sindicom, na última semana, os produtores venderam o álcool hidratado a R$1,341 o litro (sem impostos), contra R$1,113 na semana de 30 de janeiro a 5 de fevereiro. Isso representa um aumento de 20,5%. Só na semana passada, os preços do álcool hidratado tiveram um aumento de R$0,10 por litro. No Estado do Rio, a alta para os postos foi de 2,4%, em média, passando de R$2,045 o litro para R$2,095 o litro. Já em São Paulo, o aumento repassado para a revenda foi da ordem de 6,2%, segundo dados das distribuidoras.

Uma fonte do setor de distribuição informou que os produtores estariam reajustando forte seus preços justamente para inibir a demanda e evitar a falta do produto até o início da safra. que começa em abril.

Até a semana passada os repasses de preços para as bombas não tinham sido muito elevados. Segundo dados pesquisados pela ANP, o álcool nas bombas do município do Rio também aumentou em torno de 2,3% nas últimas quatro semanas passando de R$2,052 o litro para R$2,101. Já a gasolina, nessas quatro semanas, teve um reajuste médio de apenas 0,37%, passando de R$2,662 o litro, para R$2,671 na semana passada nos postos da capital.

- Os preços nas bombas ainda não contemplam todos os aumentos de preços dos produtores de álcool - destacou Dietmar Schupp, diretor do Sindicom.
A funcionária pública Laura Jane já substituiu o álcool pela gasolina, justamente pelo forte aumento do combustível. Ela, que sempre compara os preços, abastece entre a Penha e a Praça da Bandeira.
- Meu carro é bicombustível. Sempre uso álcool, mas agora, como não está valendo a pena, passei a optar pela gasolina. Nesse posto que estou abastecendo, na Praça da Bandeira, já senti um aumento na gasolina. Lembro que, recentemente, abasteci por R$2,69 o litro. Agora, está a R$2,72 - disse Laura.

Consumidor precisa pesquisar preços

A mesma avaliação tem o comerciante Pedro Ricardo Ferreira. Ele, que mora em Ipanema, só abastece entre os postos da Zona Norte, por considerar os preços mais em conta. O comerciante memoriza os valores e não perde tempo em fazer as contas:

- Semana passada, antes do carnaval, coloquei R$20 de gasolina, o que rendeu 7,4 litros. Esta semana, pelo mesmo valor, consegui apenas 6,78 litros. Os preços estão aumentando muito. Em alguns casos, as variações são centavos, mas no fim do mês, é possível ver o quanto isso pesa no orçamento.

Levantamento feito pelo GLOBO em 15 postos de combustíveis entre bairros das zonas Oeste, Norte e Sul revelou que os preços do litro da gasolina aditivada já ultrapassam os R$3. A gasolina Premium, no posto Barramar, da BR Distribuidora, na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, sai a R$3,288. Em outro posto da mesma bandeira, na Praça da Bandeira, o mesmo tipo de gasolina custa R$3,299. No Posto Pombal, da BR, na Tijuca, sai a R$3,3 o litro.

Com a tendência de alta, é preciso pesquisar os preços. Em postos da cidade, o álcool varia de R$2,099 a R$2,499. O valor mais alto foi exatamente o mesmo encontrado para a gasolina mais barata. No levantamento do GLOBO, o preço máximo da gasolina foi de R$2,949.

- Outro dia, fiz uma pesquisa de preços. Notei que, em todos os casos, o álcool tinha subido fortemente. E, ao mesmo tempo, esses mesmos postos elevaram dias depois os preços da gasolina. Ou seja, estou com a renda cada vez mais apertada. O gerente do posto onde costumo abastecer no Méier já me disse que irá aumentar os preços no fim do mês porque o distribuidor andou dizendo que os custos estão elevados - disse Fernanda Guimarães, que abastecia o seu carro ontem de tarde na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio.

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segunda-feira, fevereiro 01, 2010

DAVOS/FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL: ''O REI ESTÁ(VA) NÚ..."

Nacionalismo, fantasma de Davos

Brasil - Sergio Leo
Valor Econômico - 01/02/2010

Momento de celebração do mundo globalizado e das elites sem fronteiras, o Fórum Econômico Mundial, há 40 anos realizado em Davos, simpática e glacial cidadezinha na Suíça, incorpora, aos poucos, temas da sociedade civil que, há algum tempo, tinham maior representação no colorido Fórum Social Mundial, de Porto Alegre - criado, exatamente para se contrapor à aparente insensibilidade dos ricos para as necessidades e anseios das pessoas comuns. Neste ano, até mutilação genital feminina gerou debate entre as dezenas de painéis em Davos. Outro tema bem acolhido no fórum gaúcho, porém, entrou, neste ano, à força, no debate suíço: nacionalismo é o assunto da moda.

Ele aparece disfarçado, pouco à vontade, e, em geral, carregado de significado negativo. Afinal, está em um ambiente transnacional por excelência, onde, até recentemente, recebia-se, com o seletivo crachá do evento, o direito ao orgulho pela derrubada de fronteiras, no comércio, nas finanças, nas comunicações.

A crise financeira e seus desdobramentos no mundo desenvolvido provaram que sentimento nacional nos negócios não é uma invenção terceiro-mundista, nem algo banido do manual de modos dos países de alta renda. "Quando estourou a crise, todos os bancos e empresas sabiam muito bem em que país estava sua sede", comentou um participante de um dos debates do fórum.

Já na principal sessão do primeiro dia, com estrelas como os economistas Nouriel Roubini e o professor Raghuram Rajan, da Universidade de Chicago, alguém na plateia sugeriu que haveria uma forma fácil de solucionar um dos principais desequilíbrios financeiros mundiais, o excessivo déficit público dos EUA: vender o vasto patrimônio em terras, propriedades e outros ativos do governo dos EUA aos estrangeiros com superávits. Os integrantes da mesa trocaram olhares de incredulidade.

Estrangeiros comprando enorme volume de ativos dos EUA? "É inimaginável a venda", reagiu, sincero, o diretor-gerente do grupo Carlyle, David Rubenstein, certamente pensando na reação de um personagem de sucesso nos discursos do Congresso americano, o cidadão contribuinte americano, genericamente tratado por Joe. O conselheiro econômico do EUA, Larry Summers, indicou que é esse Joe, desempregado e com raiva dos bancos, quem guia os humores na Casa Branca. "Os EUA estão em recuperação estatística e recessão humana", discursou, em Davos.

O forte sentimento nacionalista em países como os EUA, após penetrar pelos vigiados portões do centro de convenções de Davos, vagou como assombração pelas discussões do fórum. Inspirou previsões de crise e temores de "populismo", de soluções individualistas capazes de alterar fundamentalmente a lógica de livre trânsito que, até recentemente, se tentava estabelecer para o grande capital financeiro.

"A economia é cada vez mais globalizada, mas as políticas, cada vez mais nacionais", constatou Roubini. O megainvestidor George Soros, em almoço com jornalistas, previu a fragmentação dos arranjos para o sistema internacional. Ele citou o frenesi com que a China vem buscando acordos bilaterais na região do Pacífico e além, e chegou a citar a iniciativa brasileira de comércio em moeda local como exemplo do que pode vir por aí.

Em outras mesas de debate, empresários, banqueiros e economistas, tentando prever como esse cenário afetará as fontes de financiamento, chamaram de "balcanização" do crédito (referência à miríade de pequenos países na região dos Balcãs, vulneráveis aos terremotos da geopolítica). Soros e outras celebridades de Davos tomam cuidado de não misturar o temor da balcanização das soluções para o sistema financeiro com o verdadeiro alvo do lobby dos grandes bancos, ativo em Davos: os banqueiros brigam, mesmo, contra um controle muito estrito sobre o setor.

Por motivos próximos, mas distintos, figuras como o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e o porta-voz informal dos interesses dos grandes bancos, Josef Ackerman, do Deutsche Bank, voltaram-se, na semana passada, ao G-20, grupo criado, em grande parte, pela pressão de emergentes, como Brasil, China e Índia, para lidar com as questões financeiras globais.

Strauss-Kahn vê no G-20 a iniciativa mais preparada para criar um conjunto comum de regras, que evite arbitragem financeira e o "cada um por si", coibindo excessos. Ackerman quer o mesmo, mas pelo tom adotado em Davos, aparentemente opta pelo G-20 por parecer mais fácil vender suas ideias explorando as diferenças, do que atuando individualmente, país por país.

O presidente do BC brasileiro, Henrique Meirelles, no meio dessa discussão, previu, como o presidente do BC canadense, Mark Carney, que o G-20 deverá definir, até o fim do ano, um conjunto básico de medidas a ser concretizado até 2012, e ao qual cada país acrescentará normas ao gosto nacional. Na liderança dos banqueiros, Ackerman propôs um B-20, de "business", para "coordenar-se" com os governos. E insinuou uma proposta de, em lugar de taxas e restrições de capital e tamanho, um fundo com contribuições dos bancos para permitir quebra de instituições sem afetar o sistema.

"Levamos 12 anos para as regras de Basiléia. Não temos 12 anos, hoje, nem 2 anos", lamentou Strauss-Kahn. O nacionalismo levanta as orelhas.

Preço da gasolina

Invejado no Fórum Econômico em Davos, pelos números vistosos da Petrobras, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, perdeu o bom humor quando consultado sobre se a estatal não deveria baixar o preço da gasolina, porque já compensou as perdas que teve com a contenção dos preços, no ano passado.

"Esse raciocínio não se aplica, não faz sentido, trabalhamos com preço de mercado, com custo de oportunidade", reagiu. "Não tivemos perda, não trabalhamos abaixo dos custos", insiste. "Nessa questão de preço, não seguimos o curto prazo, acompanhamos o preço internacional no longo prazo", repete, irritado.

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quarta-feira, março 25, 2009

PETROBRAS: O CLÁSSICO ''VALOR DE USO'' E ''VALOR DE TROCA''

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PETROBRAS: GASOLINA NÃO CAIRÁ POIS É MAIS BARATA QUE ÁGUA
GASOLINA E ÁGUA NÃO SE MISTURAM


Autor(es): Eduardo Rodrigues e Ramona Ordoñez
O Globo - 25/03/2009


O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, descartou ontem qualquer redução, a curto prazo, dos preços dos combustíveis no Brasil, argumentando que a gasolina das refinarias brasileiras custa menos do que água. Muito questionado pelos senadores que comandaram audiência pública sobre investimentos da estatal, Gabrielli afirmou que a companhia não aumentou os preços quando a cotação do petróleo disparou no mercado internacional - chegando próximo a US$150 por barril - e, portanto, não deve repassar às bombas a queda recente do produto, cujo barril está custando hoje perto de US$50.

- O preço não vai baixar porque não subiu. O litro da gasolina que sai das refinarias é mais barato que o litro de água engarrafada. O que encarece para o consumidor é a margem de lucro das distribuidoras e os altos tributos - defendeu, na sessão conjunta das comissões de Infraestrutura e de Acompanhamento Econômico.

Porém, uma rápida consulta a supermercados e lojas na internet mostra que o preço da água mineral é mais baixo que o da gasolina. Um litro de água custa entre R$0,79 e R$0,90, dependendo da marca (referência a embalagens de 1,5 litro). Nas refinarias da Petrobras, o litro de gasolina sai por R$1,10, segundo as distribuidoras.

Apesar dos apelos dos parlamentares, Gabrielli garantiu que reajustes só ocorrerão após a estabilização dos preços internacionais.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) questionou os argumentos de Gabrielli, que apresentou tabela mostrando que, em 2008, o preço médio do combustível ao sair das refinarias da Petrobras estava no mesmo nível de países como EUA e China, onde o valor final ao consumidor é menor.

- Eu quero saber é de 2009. Temos hoje uma defasagem gigantesca em relação à média internacional - protestou o parlamentar, que contestou o argumento de que o lucro dos postos é que encarece o combustível, lembrando que a Petrobras Distribuidora, da estatal, é responsável por grande fatia do mercado brasileiro.

Estatal detém 35% da distribuição

A Petrobras Distribuidora detém 35% do mercado nacional de distribuição, e o presidente da empresa, José Eduardo Dutra, também estava presente na audiência pública no Senado. Gabrielli enfatizou que a Petrobras não mudará os rumos de sua política de preços para atender a pressões, pois a empresa ainda estaria se recuperando do prejuízo de não ter aumentado os preços no período em que o petróleo alcançou as alturas.

Hoje, os preços da gasolina pura - sem a adição de 25% de álcool - nas refinarias da Petrobras estão 20% mais elevados do que o cobrado nas refinarias dos Estados Unidos. De acordo com o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Alísio Vaz, no último dia 23, a gasolina estava sendo vendida nos Estados Unidos a R$0,88 o litro, contra o R$1,10 da Petrobras, sem impostos. Reportagem do GLOBO de 18/3 revelou que essa defasagem já chegou a ser de 33% em meados deste mês.

Segundo o vice-presidente do Sindicom, dos R$2,54 pagos, em média, pelos consumidores cariocas pelo litro da gasolina, 40% se referem ao custo do produto, sendo 32% da Petrobras e 8%, o álcool anidro. Os impostos representam 45% do preço final, enquanto as margens da distribuição, revenda e custos de transporte respondem pelos 15% restantes.

Hoje, os trabalhadores da Petrobras entram no terceiro dia de greve e, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a paralisação vai até sexta-feira. No fim do dia, a direção da Petrobras e os grevistas retomaram as negociações. Antes disso, no Senado, Gabrielli afirmou que havia a possibilidade de a companhia aumentar a proposta de participação nos lucros e resultados da empresa (PLR). O valor oferecido, de R$1,3 bilhão, é equivalente a 4% do lucro líquido da companhia, mas não agrada aos grevistas.

Gabrielli garantiu que a paralisação não causou impacto sobre a produção e o fornecimento de combustíveis. Para evitar cortes na atividade, a estatal conta com equipes de contingência. Ontem, segundo a FUP, a adesão à greve foi grande e teria havido redução na produção.

quinta-feira, abril 24, 2008

REAJUSTE NO PREÇO DA GASOLINA/DIESEL: UM DOS "COMBUSTÍVEIS" DA INFLAÇÃO

Área econômica quer reajustar gasolina logo

A decisão do Banco Central de elevar os juros e a magnitude do aumento anunciado na semana passada (0,5 ponto percentual) abriram caminho para uma rodada de reajuste do preço dos combustíveis no país. O último reajuste oficial da gasolina no país foi em 2005. A possibilidade de alta na gasolina e, especialmente, no diesel foi considerada na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e, apesar de os modelos estabelecidos pelos diretores do BC ainda manterem oficialmente a projeção de que não haverá reajuste em 2008, um dos cenários debatidos levou em conta a hipótese e pesou na decisão final. Dentro do governo, segundo a Folha apurou, a avaliação é que seria melhor diluir logo o efeito do reajuste na inflação deste ano. Isso evitaria o acúmulo de pressões inflacionárias para os preços administrados em 2009, que não contariam mais com reduções nas tarifas como aconteceu neste ano no setor de energia. Como a alta dos juros demora cerca de seis meses para surtir efeito na economia real, o ciclo de elevação iniciado pelo BC ajudaria a amenizar o impacto da alta dos combustíveis no índice de preços deste ano. Além disso, mesmo sem um reajuste oficial, a inflação e as expectativas de consumidores e empresários já estão sendo contaminadas por uma perspectiva de alta por causa da persistente elevação da cotação do petróleo no mercado internacional. Ontem ele fechou em US$ 118,30, novo recorde. A gasolina representa quase 5% do IPCA, índice de inflação de referência para o governo. Indiretamente, ela afeta a cadeia produtiva, e a Petrobras vem aumentando preços de outros produtos como óleo combustível, nafta e querosene. Os índices de preço já captam essas elevações, que pressionam os custos das empresas.O impacto do aumento no diesel é menor: é menos de 1% do IPCA e, com isso, a expectativa é que seja anunciado antes. As consultorias, que trabalhavam até o início do ano com a perspectiva de não haver reajuste em 2008, já reviram suas projeções. De acordo com a economista Marcela Prada, da consultoria Tendências, neste ano a valorização do real em relação ao dólar não deverá conter os efeitos da alta da cotação internacional do barril de petróleo, como no ano passado. "É bem provável que haja um reajuste. A defasagem aumentou muito nos últimos dias", afirmou. Segundo Prada, a defasagem para a gasolina estaria em aproximadamente 20%. De acordo com Fábio Silveira, da RC Consultores, a defasagem está em 16% na gasolina e em 24% no diesel. A defasagem acontece porque, desde 2002, a Petrobras deveria equiparar seus preços internos de derivados aos preços que seriam praticados em caso de importação dos produtos. Dessa forma, em tese, haveria competição no mercado.Ele não acredita que a Petrobras vá reajustar nesses níveis. Segundo o economista, poderá haver um pequeno aumento em junho (no máximo 5%) e outro em dezembro, no mesmo percentual, que terá efeitos só na inflação de 2009. Para Silveira, a alta dos juros não influencia nos reajustes por ser uma inflação de custos. Folha, SHEILA D'AMORIM; HUMBERTO MEDINA; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA. 2404.